sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Democracia??? - Isso sim é uma piada!!



NADA QUE EU NÃO SOUBESSE OU DESCONFIASSE.

OU VC ACREDITAVA MESMO NESSA HISTORIA TOSCA QUE A GLOBO DIZ QUE A ELEIÇÃO ELETRÔNICA BRASILEIRA É A MAIS CONFIAVEL DO MUNDO?


É QUERER FAZER POUCO DE NÓS, PENSANTES.

MAS O QUE FOI PROPOSTO, DE TER UM COMPROVANTE EM PAPEL DA PESSOA QUE VC VOTOU TBM NAO FUNCIONA MUITO.

AQUI NO RIO SE FIZEREM ISSO VAI DAR MERDA JÁ QUE OS MILICIANOS* VÃO QUERER VER PAPELZINHO POR PAPELZINHO DE QUEM VOTOU, E AÍ?

O NEGÓCIO É VER E PESQUISAR DIREITO COMO FAZER HONESTAMENTE AS ELEIÇÕES.

MAS HONESTIDADE, TODOS SABEMOS, NADA TEM A VER COM ELEIÇÃO.

FOSSE ASSIM, VIVERIAMOS NUM PAÍS MUUITO MELHOR.

E, POR FAVOR, VAMOS COMEÇAR A DESCONFIAR MAIS DO QUE A TELEVISÃO E SEUS TELEJORNAIS DIZEM.

ELES QUEREM MESMO É VENDER PROPAGANDA, VENDER SEGURANÇA PRIVADA E GANHAR DINHEIRO PRA EXPANDIR OS NEGÓCIOS.

AH, E ELES QUEREM QUE VC PARTICIPE E MANDE SEU VIDEO. SÓ QUE DEPOIS SEU VIDEO É PROPRIEDADE DELES, NEM NO SEU BLOG VC PODE COLOCAR OU TÊM UMA MULTA.

FIQUE DE OLHO. ACHO QUE O POVO QUE FILMA E MANDA MATERIAL PRA ELES DEVIA PEDIR ALGUM DINHEIRO EM TROCA, PQ ELES NAO FAZEM NADA, EU DISSE NADA, DE GRAÇA; PQ NA HORA DE VC FILMAR E MANDAR O VIDEO, O SEU VIDEO É DELES E SEM PAGAMENTO?



VIDEO: BANDEIRANTES

Retirado do Blog do MC De Leve:

http://dicamelim.blogspot.com/

PS: Tsc, tsc... É UM CAÔ FUDIDO!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Corrupção

Já faz um tempo que não discutimos política no blog. Na época das eleições as postagens eram semanais já que os acontecimentos políticos “pulavam” na cena política valenciana. Como já saímos do “olho do furação”, penso que podemos discutir um tema muito batido na realidade brasileira, mas sempre tratado de uma forma inadequada: a corrupção.

Um dias desses estava conversando com meu amigo jornalista que é apaixonado na investigação das contas públicas. Ele me passava algumas dicas para identificar sintomas de corrupção numa cidade. Ouvindo-o, pude perceber a necessidade de discutirmos a corrupção de uma outra forma.

Primeiramente, o conceito: corrupção é toda prática em que um bem, ou cargo, público é utilizado para uma finalidade privada. Indo mais longe, é quando o interesse público é deixado de lado em favor da rapina de alguns grupos da sociedade, geralmente, vindo das famílias mais “nobres” da cidade.

Em segundo lugar uma constatação: todo mundo é contra a corrupção. Ainda não encontrei um cidadão que defenda a corrupção. Contudo, a inexistência de tal pessoa não garante que não tenhamos práticas corruptas em nosso país ou em nossa cidade. Assim como a pobreza, o racismo e a intolerância, a corrupção é filha de mãe e pai desconhecidos. Ela está aí e pronto.

Geralmente tentamos fugir da corrupção através do Personalismo: procuramos a pessoa com uma extrema de virtude, aquele que será incorruptível e não deixará a corrupção passar em brancas nuvens no seu governo. Geralmente quebramos a cara ao descobrir que nosso salvador não agüentou a pressão e deixou-se levar pela correnteza.

Quebramos a cara justamente por pensar que uma pessoa é capaz de não praticar e de coibir a roubalheira numa cidade. Com o decorrer da conversa com o tal amigo, pude perceber minha ignorância sobre o funcionamento da administração pública. Termos como “quadro de despesas”, “detalhamento de contas’, “boletins oficiais”, toda uma gama de documentos que eu não fazia idéia de existirem. Mas existem, e precisam ser investigados...

Investigação rima, ou rimava, com imprensa. Nos grandes centros urbanos ainda temos, mesmo que de forma muito superficial, a denúncia quando governantes se apropriam dos cofres públicos. Aqui em Valença não temos nada disso... É uma coisa incrível, por exemplo, que falte merenda nas escolas municipais e isso não se torne um incômodo para nós. Estamos acostumados com tal situação, ou pior, achamos natural que isso aconteça já que o atual governo vai sair dentro de dois meses. Para onde foi o dinheiro da merenda?

Fico aqui imaginando a quantidade de focos que podem existir na nossa cidade. Como não existe fiscalização e nem está escrito na testa as pessoas que são corruptas, torna-se necessário que nós, como cidadãos, aprendamos o vocabulário “burocrático” da administração de nossa cidade. Mas daí vem uma outra questão: quem vai perder seu final de semana tentando achar falcatrua.....

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sobre a falta de opção

Todos nós sabemos que são poucas as opções de lazer e cultura em Valença. A segunda ainda mais rara do que a primeira. Essa questão sim merece uma boa discussão aqui no blog. Mas lugar pra beber cerveja é o que não falta em Valença. Vamos combinar.

Claro que podiam existir mais opções de lazer como boates, barzinhos, espaços para shows, etc. Mas lugar pra beber, esse ato de sentar (eu gosto de beber sentada), encher um copo com cerveja gelada e jogar papo fora com amigos, isso Valença tem. Posso até listar algumas opções: fui a um estabelecimento na cidade, que não tinha frequentado ainda, e achei uma boa opção para um sábado à noite. Chopp, cerveja, pestiscos e, acreditem, música boa ao vivo (música, no meu ponto de vista, faz toda a diferença). Vou citar ainda uma outra opção: o velho e bom (reformado e ampliado) Bar da Manteiga. Só pra falar de 2 lugares , um recente e outro tradicional, para se beber uma cerveja honesta.

Bom, já descobrimos que existem no mínimo duas opções de lugar para se beber na cidade. E espaço para beber cerveja não é a única função que o posto de gasolina está ocupando? Sem lugar pra sentar e com uma música que, se existir, é aquela imposta por donos de carros com a aparelhagem de som mais cara do que o próprio veículo que estão ali para se exibir, o posto tem ainda um sério agravante que é colocar a vida de pessoas em risco.

Acho seríssimo que as autoridades, polícia, bombeiros, prefeitura assistam a isso sem sentir uma pontada de incomodo. Por que eu me sinto no mínimo incomodada com a cena das bombas de gasolina servindo de apoio para cervejas e outras bebidas alcóolicas.

Será que as pessoas que frequentam o lugar não percebem que não estão tirando onda bebendo suas cervejas com redbull sobre as bombas de gasolina, mas colocando em risco suas próprias vidas e o pior: de pessoas que nada tem a ver com isso, que são os vizinhos.

O que quero dizer é que beber cerveja em pé as pessoas podem fazer em qualquer lugar, inclusive num lugar minimamente seguro, como um espaço tradicionalmente conhecido como bar, boteco para os íntimos, pé-sujos para os mais íntimos ainda (que existem alguns muito bons por Valença por sinal). Ou será que as pessoas estão tão desesperadas com a falta de opção na cidade que andam com instintos suicidas?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cachaça de Valença na V Feira Rural

A Barril 39, cachaça produzida em Valença, estará, entre os dias 26 e 30 de novembro participando da V Feira Nacional da Agricultura Familiar, que acontece no Rio de Janeiro. A Feira faz parte do evento Brasil Rural Contemporâneo e é a maior exposição e venda de produtos da agricultura familiar brasileira. Lá estarão expostos produtos e materiais de mais de 4 milhões de propriedades - produtoras de 70% dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros.

Ao todo estarão presentes no evento 550 grupos de produtores, que vão expor e comercializar seus produtos em 480 estandes que ocupam 25 mil metros quadrados, espalhados pela Marina da Glória, no Rio. A Barril 39 estará na Praça da Cachaça e convida a todos para um brinde.


Mais informações sobre a Barril 39, onde encontrar, como comprar - Falar com Sérgio Azevedo, pelo email sccajrio@yahoo.com.br

Cinema para todos no Cine Glória

A secretaria de Estado de Cultura e de Educação estão lançando o projeto "Cinema Para Todos". No próximo dia 25, o palco do evento será o Cine Glória, que a partir das 18 horas exibe o filme Orquestra de Meninos com debate com o diretor do filme Paulo Thiago, a coordenadora de audiovisual da secretaria de Estado de Cultura e de Educação Julia Levi e a representante do Arte Cidadela Viviane Aires.
O evento faz parte do projeto Cinema para Todos, uma parceria das Secretarias de Estado de Cultura e de Educação junto aos Sindicatos dos Exibidores e a Associação Cidadela – Arte, Cultura e Cidadania. Os ingressos serão distribuídos no ensino médio da rede estadual de ensino e podem ser utilizados em qualquer dia (não necessariamente no dia do debate).
Além de Valença, participam da iniciativa os municípios de Petrópolis (26/11, 14h), Três Rios (26/11, 18h), Araruama (27/11), Bom Jesus do Itabapoana (28/11), Itaperuna (28/11) e Armação dos Búzios (01/12). No início de 2009, participam do programa Angra dos Reis, Barra Mansa, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Macaé, Nilópolis, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Resende, Rio das Ostras, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Teresópolis e Volta Redonda.

Inscrição para processo seletivo do CAP da UGB até 3 de dezembro

O Colégio de Aplicação (CAP) do Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB) prorrogou as inscrições de bolsas para até 3 de dezembro para os alunos da rede pública ou particular de ensino ingressantes no 6º ano do Ensino Fundamental e no 1º ano do Ensino Médio. O processo garante bolsas integrais e parciais e a taxa de inscrição é um quilo de alimento não perecível, que será doado a uma instituição de Volta Redonda.

O concurso será realizado no dia 06 de dezembro, sábado, das 8 às 12 horas, no Campus Volta Redonda, localizado na Rua Deputado Geraldo Di Biase, nº 81, bairro Aterrado. As provas constarão de uma parte objetiva e de uma Redação. Para concorrer às vagas do 6º ano do Ensino Fundamental as questões serão das seguintes disciplinas: Matemática, Português e Conhecimentos Gerais. Já para as vagas no 1º ano do Ensino Médio terão questões objetivas de Matemática, Português, Geografia, História, Física, Química e Conhecimentos Gerais.

O primeiro lugar ganhará a bolsa de 100%; o segundo lugar terá 80%; o terceiro lugar terá 60%; o quarto lugar ganhará 50%; o quinto lugar terá 40%; do sexto ao 15º lugar os descontos serão de 30%; e do 16º até o 30º lugar terá 23,5% de descontos.

Os interessados devem preencher um formulário até o dia 03 de dezembro, no próprio CAP de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 11h30min e das 13 horas às 17 horas. Mais informações pelo telefone (24) 3345-1700.

sábado, 22 de novembro de 2008

Posto bomba

Em edições passadas do jornal Local, foi discutido a questão do uso de postos de gasolina como points de diversão de jovens. O início da discussão se deu a partir de uma carta do leitor João Fontes, que se mostrou preocupado e indignado com o perigo que essa prática pode acarretar. Pessoas fumando no perímetro que é proibido, usando as bombas de combustíveis como mesa para preparar drinks e apoiar copos e garrafas de bebidas, principalmente alcoólicas.

Na madrugada do dia 22 presenciamos algumas cenas da prática citada e tiramos algumas fotos, que pudessem comprovar essa preocupação do leitor do Local, e corroborada por nós. Ao passar em frente, vimos que um carro da Polícia se encontrava no local. Imaginamos que estivesse lá para tomar alguma providência. Mas em poucos minutos saiu e tudo permaneceu como estava. Mais tarde, ao sairmos da Choperia que fica em frente, a situação era pior. Garrafas de vidro no chão, carros passando por cima e quebrando as garrafas. Resolvemos ligar para a polícia e solicitar que algo fosse feito. A ligação foi feita às 3h e 20min da madrugada. O policial disse que imediatamente enviaria uma viatura ao local. Até às 3h e 50min, momento em que saímos, nenhuma viatura havia chegado.

As perguntas são:

- Há mesmo algum perigo nessa prática, ou as pessoas preocupadas estão exagerando?

- Porque os jovens escolhem um posto de gasolina como espaço de diversão?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Leite de Soja

Leitor@s do blog do VQ, vimos aqui pedir seu auxílio.

Há uma mulher na Ocupação Gisele Lima, no bairro Varginha, que necessita de leite de soja para alimentar seu filho, que tem alergia à lactose do leite de vaca, e que já perdeu um filho por este problema.

Fomos informados que nestes casos, onde a família não possui condições financeiras para alimentação especial e/ou medicamentos, o poder público municipal forneceria o necessário para a subsistência desta criança.

Alguém saberia dizer qual seria o processo que esta mãe deve tomar junto às autoridades competentes?

Agradecemos bastante.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

GLÓRIA A TODAS AS LUTAS INGLÓRIAS!

Luiz Carlos da Vila, compositor recém-falecido, nos deixou, entre tantos sambas de bamba, de singular lirismo, esta história reveladora: "um dia sentei num restaurante acompanhado de uma amiga, também negra, e pedimos uma garrafa de vinho. O garçom, meio desconcertado e tentando ser gentil, nos avisou que aquele vinho era muito caro. Olhei, agradeci e falei com ele: então eu quero duas garrafas. Meu objetivo não era tirar onda, pois não é a minha, mas mostrar para ele que um negro pode tomar uma garrafa de vinho mesmo que seja cara. Essa coisa do preconceito é tão complicada que os negros reproduzem o discurso dos brancos. A polícia, então, adora criar constrangimento quando o cara é da mesma cor. Forjou-se nesse país o estereótipo de que o negro é vagabundo, é desocupado, é ladrão e uma ameaça. Precisamos evoluir nesse sentido. Um país que discrimina, que segrega, é um país muito pobre."

De nada adianta ser uma República se não abolirmos definitivamente deste País a discriminação e a escravidão, que persistem de muitas formas. Como onde há opressão há resistência, nossa história registra também seguidas lutas do povo contra a exploração e o racismo. João Cândido, o Almirante Negro, líder da revolta contra a chibata, que enfim terá como homenagem algo mais que "as pedras pisadas do cais" na Praça XV, no Rio, é um exemplo.

Mas ainda há um longo caminho pela frente, ainda que nesses tempos de Obama presidente dos Estados Unidos. Pensando nesta Semana da Consciência Negra, observei alguns números do IBGE. No quesito autodeclaração de raça ou etnia, apenas 5,9% da nossa população se declara pretos - nem falam em negros. E, como 41,4% se declaram pardos, então 47,3% da nossa gente assume a condição, da qual eu também me orgulho, de não-branco. Mas poucos afirmam a sua negritude. E, dos 52% que se autodeclaram brancos, há fenômenos como o Ronaldo, o ex-centroavante da Seleção Brasileira que, em maio de 2005, declarou à Folha de S. Paulo que era branco. Por que será que um jovem tão cortês, tão bem-sucedido na sua habilidade de jogar futebol; por que ele, "o Fenômeno", dá essa declaração fenomenal? Ora, porque vivemos sob a pressão cultural e ideológica do embranquecimento. E isso que muitos queremos negar.
Tão logo se proclamou a República, há mais de 100 anos, surgiu no Brasil uma classe média e uma burguesia negra muito viçosas. Machado de Assis, por exemplo, destacou-se como escritor; Francisco de Paula, como editor. Lima Barreto, talentoso e questionador, não teve a mesma sorte...

Em alguns setores os negros conseguiram ascender na escala social, mas esse segmento não se cristalizou. Para os negros que se afirmaram após a abolição havia apenas dois caminhos: ou o embranquecimento, via casamento com famílias brancas, para manter o status, ou a exclusão reiterada, apesar do relativo sucesso econômico. Isso é muito grave.

Meu querido amigo, o historiador negro Joel Rufino dos Santos, diz que até no futebol se percebe essa discriminação. A maioria dos craques da Seleção Brasileira é negra, mas poucos árbitros de futebol, suas senhorias, são negros. E técnicos de futebol? Quase nenhum. Cartolas dirigentes, então, podemos contá-los nos dedos de uma mão. Por quê? Porque ao negro no Brasil ainda não é dado o direito da direção, da representação, da expressão. Aliás, esse direito não pode nem deve ser dado, ele tem de ser conquistado. Mas nós, ainda em minoria, vamos conquistando-o a cada dia.

O Brasil também precisa enfrentar outro problema: a discriminação sutil. Assim como temos uma democracia banal, formal, que não se traduziu ainda em igualdade social e em igualdade de oportunidades, convivemos também com uma discriminação à moda nacional, à brasileira, mascarada pela falácia de uma igualdade que não existe, apesar do discurso recorrente. E ainda dizem que o Brasil é diferente dos Estados Unidos, que acaba de eleger o filho de um queniano para o comando da República. Devemos pensar se a discriminação e o racismo lá, que são mais ostensivos, não provocaram reação mais efetiva do discriminado, que pôde se organizar e assumir de fato a sua luta, com Martin Luther King, Malcom X e tantos outros, à frente da defesa dos direitos civis. No Brasil, o país do jeitinho, a falácia que repete que não há preconceito porque "o negro tem alma branca", porque "o negro conhece o seu lugar", porque não há conflito. Mentira! E uma mentira muitas vezes oficial.

Mas estamos avançando, pouco a pouco, em direção à superação dessa discriminação disfarçada, não apenas manifestando o ódio contra essa discriminação odiosa, mas sobretudo afirmando nossos valores, nossas culturas - no plural, sim - , afirmando nossa religiosidade tão cheia de seiva e de vida, muito melhor do que aquela herança medieval da colonização ocidental lusa que parte da racionalidade absoluta. Menos mal que neste país Nossa Senhora Aparecida seja negra e isso esteja sendo assumido até por segmentos brancos da população.

Já estamos trazendo à tona a verdade que o Brasil precisa conhecer, a verdade que precisa chegar às nossas crianças e aos nossos jovens. Com a sua presença tão bonita, tão afirmada em colares, pulseiras, roupas, expressão, alma e coração, nossa afro-descendência diz que o Brasil negro não vai se render; vai, isto sim, se afirmar cada vez mais.

Caetano Veloso, ao compor uma música inspirada numa obra de Jorge Amado, criou versos definitivos para a revolução cultural da afirmação da nossa belíssima africanidade: "Quem descobriu o Brasil foi o negro que viu a crueldade bem de frente, e ainda produziu milagres de fé no extremo ocidente!".

Chico Alencar

Reabertura do Cine Glória


Notícia dada na coluna do Ancelmo Góis, no jornal O Globo, de 18/11/2008, enviada pela leitora do nosso blog Solange.

"O Cine Glória, este aí da foto, em Valença, RJ, deve fazer jus ao nome. Comprado pelo casal de comerciantes da cidade Augusto e Neldália Bastos, a velha sala, fundada em 1868, andava abandonada. Augusto e Neldália, apaixonados pela sétima arte, deram uma "guaribada" no prédio em estilo art déco, tombado pelo Inepac, e reabrem o cinema em grande e pomposo estilo com filme "Casa da mãe Joana', no dia 21. Dia 25, entra em cartaz "Orquestra dos meninos". O casal fechou parceria com as secretarias estaduais de Cultura e de Educação, que, até 2010, vão distribuir 1,7 milhões de vales-ingressos para alunos da rede pública. Viva!"

Vamos comparecer galera!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

... .. . . . Triste Fim ... .. .. .

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Caraca!


Até o sítio da Prefeitura Municipal de Valença (http://www.valenca.rj.gov.br/) está fora do ar...


O último que sair apague a luz... isso se a Light não cortar antes!


terça-feira, 18 de novembro de 2008

PIADA - O Que é Política?!

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- Pai, eu preciso fazer um trabalho para a escola! Posso te fazer uma pergunta?
- Claro, meu filho, qual é a pergunta?
- O que é política, pai?
- Bem, política envolve: 1. povo; 2. governo; 3. poder econômico; 4. classe trabalhadora; 5. futuro do país.
- Não entendi. Dá para explicar?
- Bem, vou usar a nossa casa como exemplo: Sou eu quem traz dinheiro para casa, então eu sou o poder econômico. Sua mãe administra, gasta o dinheiro, então ela é o governo. Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo. Seu irmãozinho é o futuro do país e a Zefinha, babá dele, é a classe trabalhadora. Entendeu, filho?
- Mais ou menos, pai. Vou pensar.

Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho, o menino, foi ver o que havia de errado. Descobriu que o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e viu que sua mãe estava num sono muito profundo. Foi ao quarto da babá e viu, através da fechadura, o pai na cama transando com ela. Como os dois nem percebiam a batidas que o menino dava na porta, ele voltou para o quarto e dormiu. Na manhã seguinte, na hora do café, ele falou para o pai:

- Pai, agora acho que entendi o que é política.
- Ótimo filho! Então me explica com suas palavras.
- Bom, pai, acho que é assim: Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente. O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!!!

LOL

sábado, 15 de novembro de 2008

Dois anos de Jornal Local

Há pouco mais de uma semana, o Jornal Local completou dois anos de existência. Em comemoração a esta data, entrevistamos – por email – o editor do Local, Gustavo Abruzzini. Abaixo a entrevista.

Dois anos do Local, quais as principais dificuldades encontradas?
Foram, seguramente, a estrutura limitada por conta da escassez de recursos para investimentos, sempre necessários, e, por outro lado, dobrar a desconfiança dos valencianos já tão descrentes do produto jornal. Durante décadas, com raras exceções, o produto jornal, em Valença e região, foi desvalorizado por conta de práticas e projetos voltados à política rasteira, manipuladora e sem vergonha. Daí nossa aposta em resgatar o produto jornal, respeitando-o como tal, reintroduzindo suas características essenciais, como venda em banca ou por assinatura, e foco em notícia, serviço e entretenimento.

Como avalia o Local, sua evolução ao longo desses dois anos, sua importância para Valença?
Nossa evolução do ponto de vista comercial tem sido lenta, porém consistente. Hoje estamos fazendo circular, por praticamente toda a cidade, com grande receptividade e pouco encalhe, um produto que é identificado como de grande importância para a cidade. A proposta de buscar ser o mais profissional possível, apesar de nossa tímida capacidade estrutural, passadas as desconfianças iniciais, nos permitem afirmar que hoje o jornal ocupa lugar de destaque na consideração do valenciano consciente e crítico. Diante do cenário de total pessimismo na área do jornalismo local, quando começamos, só de cumprirmos a missão de sermos noticiaristas, informando e esclarecendo com o mínimo de ética, bom senso e responsabilidade, nos pautando com independência, já causou impacto favorável que se confirmou, ainda mais, quando perpassamos por uma eleição municipal ilesos às patrulhas ideológicas que a todo momento queriam nos decifrar ligados a alguma candidatura. Não conseguiram e o jornal ficou mais conhecido e popular.

Gostaria que comentasse a participação da sociedade no Local. Nas últimas edições tenho visto uma participação relativamente grande de cartas e contribuições de textos.
No começo, confesso que me decepcionei com a pouca participação dos leitores. Mas hoje percebo que à medida que foram conhecendo e confiando mais no Jornal Local, percebendo nosso compromisso maior com o leitor, as manifestações começaram a surgir mais variadas e com temas os mais diversos. E esta participação consideramos tão importante que fazemos questão que toda e qualquer colaboração desta natureza tenha lugar garantido em nossas edições. Não há restrição, nem mesmo quando batem em nós mesmos, seja no dia-a-dia, seja através de carta. Publicamos tudo, o leitor julga.

Essa participação também me parece relativa, já que algumas pessoas "colaboram" muito, e algumas questões acabam não sendo discutidas (que não fazem parte dos interesses dessa minoria que contribui). Há alguma perspectiva de cobertura dessas demandas sociais com a equipe atual (infelizmente reduzida)?
O jornal está aberto a todos, indistintamente, e permanecerá assim enquanto eu estiver à frente dele. Não tenho, neste momento, a preocupação em direcionar o jornal para o aprofundamento de debates e discussões que queiram consertar Valença. Acho que seria pretensão demais, com apenas dois anos, sem estrutura ideal e dificuldades financeiras latentes, chamar para o modesto Jornal Local esta responsabilidade. Nossa missão, ainda é, nesta nova alvorada do jornalismo profissional, em Valença, conquistar mais leitores, oferecer mais noticiário fidedigno, mais e mais prestação de serviços, mais parcerias comerciais e mais entretenimento para todas as faixas etárias. Acho que ainda estamos em construção e nesta curta caminhada o que aprendemos é que para subir seguro é preciso subir degrau por degrau. Ou seja, perspectivas ainda não há, mas acho que naturalmente chegaremos lá com a maturidade necessária para não metermos os pés pelas mãos.

Há algum projeto para o futuro próximo em relação ao jornal?
Vamos partir para melhorar nossa comunicação digital. Refaremos nosso site e a idéia é disponibilizar o jornal na internet. Além disso, estamos investindo no aumento da distribuição do jornal que já está em praticamente todos os bairros de Valença. Faltam ainda São Francisco, Passagem, João Dias e Osório, além dos distritos de Pentagna, Parapeúna e Santa Isabel. Queremos também lançar, talvez ainda este ano, um caderno de classificados, já em estudo, e novas seções no jornal voltadas para os públicos infantil e juvenil. Queremos ser parceiros do novo cinema e dos grandes eventos culturais do município. Há outros projetos e idéias de marketing que pretendemos implementar para tornar o jornal mais conhecido, mas que ainda estão em gestação.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jornal do interior do RJ tem distribuição reduzida após criticar prefeito reeleito

Do site da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)

O Jornal Atual, de Itaguaí, interior do Rio de Janeiro, teve sua distribuição significativamente reduzida desde 6 de novembro. Segundo o proprietário do jornal, Marcelo Godinho, as aproximadamente 15 bancas que negaram-se a distribuir o jornal são do mesmo dono, conhecido por Rodolfo, e que é um homem próximo ao prefeito Carlos Busatto (PMDB).

O Jornal Atual publicou matérias que criticam a administração do prefeito reeleito, entre elas, o suposto envolvimento no escândalo dos sanguessugas e a investigação na operação Cartas Marcadas da Polícia Federal.

Godinho conta que o prefeito reuniu-se com vereadores e que teria dito que "ninguém tinha que falar nada contra eles", além de ter citado várias vezes o jornal e o nome do jornalista. De acordo com o Godinho, quatro vereadores presentes confirmaram a ele o teor da reunião. Na mesma reunião, ele teria dito que conversaria com os anunciantes do jornal para que parassem de investir.

Godinho entrou em contato com um dos jornaleiros, que declarou: "Enquanto falar mal do prefeito, não vai mais circular. Ordens lá de cima". As bancas concentram-se em Itaguaí e Mangaratiba (administração anterior de Busatto).

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) enviou um telegrama (veja abaixo) ao prefeito dia 7 de novembro, pedindo que ele interrompa as represálias e perseguições que vem promovendo contra o Jornal Atual e não mais ameace seu Diretor, Marcelo Godinho.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do gabinete do prefeito declarou que não há nenhum tipo de represália e que o prefeito busca apenas respostas legais contra matérias publicadas no jornal.

Telegrama"A Associação Brasileira de Imprensa apela a Vossa Excelência no sentido de evitar represálias e perseguições ao Jornal Atual e a seu Diretor, Marcelo Godinho, de modo a deixar claro que Vossa Excelência não é inimigo da liberdade de imprensa. Conto com a sua palavra tranqüilizadora a esse respeito. Cordialmente, Maurício Azêdo, Presidente da Associação Brasileira de Imprensa."

LITERATURA - Dostoiévski

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Fiódor Dostoiévski (* 11 de Novembro de 1821 - 9 de Fevereiro de 1881 +) foi um dos maiores escritores da literatura russa, sendo considerado o fundador do existencialismo, mais frequentemente por Notas do Subterrâneo, descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para existencialismo já escrita".
A obra dostoievskiana explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além da analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio; seus escritos são chamados por isso de "romances de idéias", pela retratação filosófica e atemporal dessas situações. O modernismo literário e várias escolas da teologia e psicologia foram influenciados por suas idéias.

Com a morte do pai, assassinado pelos próprios colonos, teve um ataque de epilepsia e a partir daí freqüentou prisões e foi condenado à pena de morte. Alguns autores crêem que esses problemas particulares auxiliaram Fiódor a produzir uma das maiores literaturas do planeta, mas de fato seu reconhecimento definitivo como "escritor universal" veio somente depois dos anos 1860, com a publicação dos grandes romances: O Idiota e Crime e Castigo. Seu último romance, Os Irmãos Karamazov, foi considerado por Sigmund Freud como o melhor romance já escrito.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

[JUSTIÇA] - "Seria cômico se não fosse trágico!"


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Três anos, seis meses e quinze dias de prisão. É a pena que pode pegar o algoz de Daniel Dantas, o delegado Protógenes Queiroz, se condenado for pelos crimes que a Polícia Federal pretende indiciá-lo: usurpação de função pública, quebra de sigilo funcional, desobediência, prevaricação e interceptação telefônica e telemática sem autorização judicial. A PF pretende indiciar Protógenes na semana seguinte àquela que o Supremo Tribunal Federal decidiu extinguir definitivamente a prisão temporária do banqueiro dono do Opportunity.

- Isso é um absurdo. Tiraram o foco do Daniel Dantas para o Protógenes - diz, incomodado, o ex-ministro da Justiça Fernando Lyra.

Para ele, não há dúvidas que o poder "político e econômico" de Daniel Dantas está permitindo a "inversão de valores" que se vê na decorrência da Operação Satiagraha - que prendeu, além do banqueiro, em julho, o ex-prefeito paulistano Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Os intestinos do Brasil continuam em funcionamento.

Lyra eleva o tom de suas críticas. Leva-as ao Supremo Tribunal Federal, que ratificou as decisões do presidente do órgão, ministro Gilmar Mendes, e manteve a liberdade a Dantas, acusado de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, entre outros:

- A posição do ministro Gilmar Mendes e de alguns membros do Supremo Tribunal Federal dão um sintoma de parcialidade muito forte. E quem está de fora, como eu, observando, tem a impressão, francamente, que o Supremo Tribunal Federal é mais advogado de defesa de Daniel Dantas do que o próprio advogado dele.

Leia os principais trechos da entrevista com o ex-ministro da Justiça:
Terra Magazine - O que o senhor acha dessa possibilidade de indiciarem o delegado Protógenes Queiroz?
Fernando Lyra - A causa fundamental de todo esse processo não está sendo apurada, que é o Daniel Dantas. Porque tudo isso aí decorre da prisão de um homem importante no contexto político e econômico do processo. E essa divisão da Polícia Federal tinha que ser resolvida internamente e não publicamente.

Até porque são órgãos de inteligência...
- Sim. E tem mais: a posição do ministro Gilmar Mendes e de alguns membros do Supremo Tribunal Federal dão um sintoma de parcialidade muito forte. E quem está de fora, como eu, observando, tem a impressão, francamente, que o Supremo Tribunal Federal é mais advogado de defesa de Daniel Dantas do que o próprio advogado dele.

O senhor enxerga uma certa inversão de valores no fato de o delegado estar próximo de ser indiciado?
- Claro. Isso é um absurdo. Tiraram o foco do Daniel Dantas para o Protógenes.

Isso é um caminho aberto para que a corrupção continue no Brasil? Digo: intimida os delegados que apuram esses crimes?
- Eu acho, eu acho. Isso aí é uma forma de inclusive desestabilizar a posição excelente da Polícia Federal, que tem um trabalho extraordinário.

Mas se houve excessos, por parte do delegado Protógenes ou qualquer outro policial, também devem ser investigados.
- Exatamente. Deve ser investigado, mas não com a dimensão que está sendo dada. Porque só está desse jeito porque é o Daniel Dantas. Se fosse outra, não teria nada disso.

E a postura do ministro Tarso Genro, está adequada diante disso tudo? Afinal, ele é o chefe superior da Polícia Federal.
- O grande problema é que a divisão interna da Polícia Federal ser explorada publicamente é muito ruim. O ministro Tarso Genro deveria tomar uma posição para evitar essa polêmica. Porque isso enfraquece a Polícia Federal, não incentiva a atuação fantástica de muitos anos, que é um motivo de orgulho para todos nós.

Raphael Prado
Portal Terra

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Funk como manifestação cultural

Depois do texto do Tom Zé - que gosta de ser polêmico - alguns (poucos) comentários foram contra sua postura, de dizer que o "tô ficando atoladinha" era ótimo, etc. , etc. Como os comentários, também discordo do ponto de vista simplista do Tom Zé. Para alimentar o debate, posto um texto da jornalista Marianna Araujo, escrito originalmente para o site do Observatório de Favelas, e que fala do funk como manifestação cultural e de um grupo de funkeiros que estão lutando para a formalização do funk como cultura (para acabar com a discriminação) e também criando uma Associação de Profissionais do Funk (a APAFUNK).

Abaixo o texto, que vale a leitura.

Funk como manifestação cultural

Há alguns anos atrás, qualquer brasileiro, se perguntado sobre o gênero musical genuinamente carioca, responderia samba. De meados dos anos 90 para cá, essa resposta não sai tão fácil, pois outro som passou a ecoar entre as vielas das comunidades e as pistas de dança da cidade. Assim como o samba, o funk se firmou como o som que é a cara do Rio de Janeiro e rapidamente tornou-se conhecido por todo o país.

O ritmo surgiu no rastro das inovações musicais dos negros norte-americanos nos anos 60. Foi a partir do soul, do jazz e de outros gêneros, que DJs brasileiros, sobretudo o DJ Malboro, desenvolveram o “som de preto e favelado” que animava os bailes cariocas ao final dos anos 80.

Na década seguinte, o funk tornou-se popular e saiu do Rio para ganhar o país. Canções como o Rap do Silva, Rap do Solitário e cantores como MC Marcinho, Sapão e Bonde do Tigrão caíram no gosto da juventude e contribuíram para afirmar a força do movimento.

MC Leonardo, em apresentação durante o III Encontro de Comunicação Comunitária,
realizado na UFRJ (Foto: Ratão Diniz/Imagens do Povo)

Manifestação cultural da periferia
A popularização do ritmo, no entanto, trouxe consigo algumas mudanças. Como é comum acontecer com as manifestações culturais populares, setores das indústrias da cultura, sobretudo a fonográfica, perceberam o potencial mercadológico da música e a incorporaram entre seus produtos. Esse processo acaba por dar visibilidade a poucos artistas, além de ditar parâmetros para a produção, a partir de critérios midiáticos e de mercado.

MC Leonardo, cantor e compositor de funks, afirma que, desse modo, uma parcela específica de artistas e composições são privilegiados, em detrimento de outros tantos. “É preciso divulgar os trabalhos dos artistas que não estão se enquadrando no mercado apelativo”. Sobre esta questão, o manifesto do Movimento Funk é Cultura, ressalta que “sob o comando monopolizado de poucos empresários, a indústria funkeira tem uma dinâmica que suprime a diversidade das composições, estabelecendo uma espécie de censura no que diz respeito aos temas das músicas”.

MC Leonardo é um dos fundadores do Movimento que surgiu recentemente no Rio de Janeiro, procurando reunir artistas do gênero e fortalecer o funk enquanto manifestação cultural. Para os integrantes do Movimento, o gênero é hoje uma das maiores manifestações culturais de massa do país e “está diretamente relacionado aos estilos de vida e experiências da juventude de periferias e favelas”, afirmam em seu manifesto.

Representação do funk na mídia
Os participantes da iniciativa têm buscado, a partir da mobilização de artistas, levar adiante a criação da Associação de Profissionais e Amigos do Funk (APAFunk). Leonardo explica que a idéia da Associação surgiu da constatação da importância de se organizar para fortalecer o movimento. “Somente juntos poderemos lutar pra que o funk tenha papel social dentro das favelas, pois hoje é inviável desenvolver esse papel no mercado”, afirma o MC. A professora Adriana Facina, uma das idealizadoras do movimento, completa, afirmando que a APAFunk tem um papel fundamental na busca por “produzir espaços alternativos para a divulgação de uma produção musical que não encontra, hoje, lugar no mercado”.

Além de buscar divulgar o funk que está à margem da indústria da música e da mídia, a Associação também terá o papel de apoiar os artistas na garantia de seus direitos, oferecendo assessoria jurídica e de imprensa. Segundo Adriana, está última é importante porque notícias que associam o funk ao crime são freqüentes. “Se um jovem de classe média é assassinado na saída de uma boate da zona sul carioca ou de uma micareta, a imprensa não vai associar sua morte ao tipo de música que estava tocando nesses lugares”, afirma a professora.

O grupo do Movimento Funk é Cultura está reunindo recursos e construindo parcerias para legalizar a associação. Mas segundo seus integrantes, ela já existe de fato, principalmente por conta das rodas de funk que vêm organizando periodicamente e do festival que acontecerá em novembro. Adriana alerta que no dia 19 de novembro, haverá uma roda organizada pelo grupo, juntamente com o professor Samuel Araújo, na Escola de Música da UFRJ, em comemoração ao dia da consciência negra. “Já são milhares de pessoas que freqüentam nossas rodas, se emocionam. Gente de classes sociais diversas, de faixa etárias que vão de 0 a 80 anos, homens e mulheres, comprovando o potencial comunicativo que o funk tem”, conclui.

Funk na lei
Ainda na busca por afirmar o ritmo como expressão cultural, o Movimento buscou apoio na esfera legislativa do Estado. Foram encaminhados dois projetos de lei, um na Assembléia Legislativa e outro na Câmara dos Deputados, elaborados pelos deputados Marcelo Freixo e Chico Alencar, respectivamente, que reconhecem o funk como manifestação cultural de caráter popular. Se aprovadas, as leis também garantirão que o gênero não poderá ser tratado de forma discriminatória. Adriana Facina ressalta que essa questão é relevante para que artistas e público possam “confrontar comandantes de batalhões e outros agentes privados ou do estado que impeçam a realização de bailes e festejos do funk”.

O que se vê é que, mesmo com seu sucesso e alcance, o gênero - e principalmente seus artistas - ainda são tratados com discrimação. A associação com o crime é apenas uma das formas de manifestar o preconceito. Há ainda quem afirme que a batida não pode ser considerada música ou que é apenas a expressão do vazio cultural que emana das periferias. Aos críticos, Adriana, que é professora da faculdade de história da UFF, responde, lembrando que “o gosto é uma construção histórica e de classe. Os que hoje se ofendem com a batida do funk são herdeiros culturais dos senhores de escravos que temiam os batuques vindos de suas senzalas, pois eles demonstravam a autonomia e a potência dos que estavam no cativeiro”. MC Leonardo faz coro à professora e conclui: “ver o funk como lixo cultural, é ir na contra-mão da história”.

Leia o Manifesto do Movimento Funk é Cultura

Leia o projeto de lei do Deputado Chico Alencar

Links interessantes
http://www.oicult.blogspot.com/

http://www.funkderaiz.com.br/

Prefeitos itinerantes podem perder cargo

Matéria publicada no jornal A Voz da Cidade, no dia 23 de outubro de 2008. De lá pra cá, pouca mudança em relação ao tema. Apesar de quase 20 dias da publicação da matéria, vale a postagem, já que rolou discussão nos comentários de uma postagem que nem tinha relação. A matéria original pode ser acessada no link abaixo:
http://www.avozdacidade.com/portal/politica/htm000020311.asp

Prefeitos itinerantes podem perder cargo; Vicente Guedes se enquadra na situação

Prefeitos itinerantes. Essa prática é bastante comum em algumas cidades do país. Tão comum que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a julgar uma ação que pode definir a situação de políticos que após dois mandatos consecutivos em uma prefeitura se mudam para outra cidade e concorrem ao mesmo cargo. A situação do prefeito eleito de Valença, Vicente Guedes (PSC), é essa. Ele foi eleito para dois mandatos consecutivos em Rio das Flores (2001 a 2004 e 2005 a 2008), se desincompatibilizou no início deste ano do cargo e se candidatou à Prefeitura de Valença, onde sagrou-se vencedor, surpreendendo muitas pessoas.

No TSE, os ministros disseram que essa medida é uma forma de burlar a legislação, pois, segundo a Constituição, é permitida apenas uma reeleição para o mesmo cargo. Se o TSE entender que essa mudança de cidade não é permitida, muitos administradores podem perder o cargo. E Vicente Guedes se encaixa nessa situação, já que entrará em seu terceiro mandato consecutivo. Nesses casos, os mandatos poderão ser questionados no tribunal pelo Ministério Público ou partidos adversários. Vicente Gudes foi eleito no último dia 5 com 50,08% dos votos válidos, contra 45,26% dos votos dados para Álvaro Cabral (PRB). Em terceiro lugar ficou Vivili (PRTB), com 3,96% dos votos válidos e em quarto, Afonso Diniz (PDB), com 0,70%.

O prefeito eleito de Valença não foi encontrado até o fechamento desta edição para falar sobre o que acha da discussão do TSE.

TSE
A discussão do TSE sobre os prefeitos itinerantes começou com a situação do prefeito de Florianópolis, em Santa Catarina, Dário Berger (PMDB), que foi prefeito de São José, outra cidade do estado por oito anos e está liderando as pesquisas para o segundo mandato em Florianópolis. Outro caso que está sendo analisado pelo tribunal é o do prefeito de Porto de Pedras, em Alagoas, que foi reeleito. Ele, irmão de PC Farias, foi preso no último dia 15, acusado de fraude eleitoral. Rogério está sendo julgado por estar à frente do cargo de prefeito por 12 anos. Ele já administrou a cidade de Barra de Santo Antônio por oito anos. O Ministério Público Eleitoral de Alagoas recomendou no mês de julho a impugnação de candidaturas dos chamados prefeitos itinerantes.

sábado, 8 de novembro de 2008

"Troco tudo o que fiz por ‘tô ficando atoladinha’"

A ironia fina de Tom Zé se cristaliza a partir de certas declarações suas, consideradas por alguns interlocutores como puro sarcasmo, mas ele os contesta com veemência: “No caso desse refrão ‘tô ficando atoladinha’, fui lá no meio do mundo selvagem recolher uma pedra preciosa. Veja bem, estou dizendo que troco minha obra toda por essa música, troco tudo o que eu fiz por ‘tô ficando atoladinha’, morro de inveja porque é um metarrefrão microtonal e plurissemiótico. É difícil um artista conseguir tanta intensidade informacional, ser um portador de uma estética tão forte quanto esse refrão”.

No show que faz esta sexta no Circo Voador, lançando o ótimo "Estudando a bossa - Nordeste Plaza" (Biscoito Fino), ele desenvolve essa idéia numa canção inédita, feita especialmente para o show. Na música, de quebra, ainda relaciona o "Atoladinha" com a bossa nova - tema central de seu disco (leia mais aqui). O cruzamento aparece explícito em versos como "E como bom filho do pato" (referência a "O pato", sucesso na voz de João Gilberto) e "O referido 'Atoladinha' / É bossa-nova-batidã o".


Segue a letra da nova canção do baiano, na qual ele entra de cabeça na atmosfera sexual que transpira dos pancadões:

EXEGESE DO REFRÃO "ATOLADINHA" , EM SUA TRÍADE:


MICROTONAL
META-REFRÃO
PLURI-SEMIÓTICO

MICROTONAL

Escutem, manos e minas:
pois como é natural
em todo o prazer carnal
quando a gruta da gatinha umedece molhadinha,
ela só chega no bom subindo quartos de tom.
Pois o soluço carnal
que vem nos quartos de tom
é coisa microtonal.
Ó mina, chega de prosa
ó mano, relaxa e goza.
E como diz por aí
aquela tal Suplicy:
ó mina, chega de prosa,
ó mano, relaxa e goza.



META-REFRÃO

O referido "Atoladinha"
é bossa-nova-batidão
pois é um meta-refrão
que bota os outros no chão.



PLURI-SEMIÓTICO

Sendo pluri-semiótico
não deixa o mano neurótico
e como bom filho do pato
informa bem ao ouvido
e reverbera no tato.
A mina fica no tópico erótico-utópico.
Ó mina, chega de prosa,
ó mano, relaxa e goza.
E como diz por aí aquela tal Suplicy
ó mina, chega de prosa,
ó mano, relaxa e goza.

*Retirado do blogue MPB Player e do sítio A TARDE On line

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

06 de novembro de 1917*

Inicia-se a segunda etapa da Revolução Russa

A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até 1991.

A Revolução compreendeu duas fases distintas:

- A Revolução de Fevereiro de 1917 (março de 1917, pelo calendário ocidental), que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II da Rússia, o último Czar a governar, e procurou estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal.

- A Revolução de Outubro (06 a 07 de novembro de 1917, pelo calendário ocidental), na qual o Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lênin, derrubou o governo provisório e impôs o governo socialista soviético.

Antecedentes
Até 1917, o Império Russo foi uma monarquia absolutista. A monarquia era sustentada principalmente pela nobreza rural, dona da maioria das terras cultiváveis. Das famílias dessa nobreza saíam os oficiais do exército e os principais dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa.

Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha a maior população da Europa, com cerca de 171 milhões de habitantes em 1914 . Defrontava-se também com o maior problema social do continente: a extrema pobreza da população em geral. Enquanto isso, as ideologias liberais e socialistas penetravam no país, desenvolvendo uma consciência de revolta contra os nobres. Entre 1860 e 1914, o número anual de estudantes universitários cresceu de 5.000 para 69.000, e o número de jornais diários cresceu de 13 para 856.

A população do Império Russo era formada por povos de diversas etnias, línguas e tradições culturais. Cerca de 80% desta população era rural e 90% não sabia ler e escrever, sendo duramente explorada pelos senhores feudais. Com a industrialização foi-se estabelecendo progressivamente uma classe operária, igualmente explorada, mas com maior capacidade reivindicativa e aspirações de ascensão social. A situação de extrema pobreza e exploração em que vivia a população tornou-se assim um campo fértil para o florescimento de idéias socialistas.


Pergunta do VQ: os antecedentes da revolução não se repetem hoje em dia?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Valença faz excursão pra show da RBD

O Fã-clube Eternamente RBD, dirigido por valencianas, convida para o show que a banda Rebeldes fará no Rio de Janeiro no próximo dia 28 de novembro. Para o show o Fã-clube está organizando uma excursão e os interessados devem entrar em contato com Léa Tur no telefone (24) 9256-7874.

O show será no HSBC Arena, que fica na Barra da Tijuca, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno, nº 3.401. Mais informações sobre o show podem ser acessadas no endereço eletrônico do HSBC Arena – http://www.rioarena.com.br/.

A classificação etária do show é de 14 anos (pessoas mais novas têm que estar acompanhadas dos pais ou responsáveis). O valor dos ingressos não são dos mais acessíveis: o mais barato (cadeira nível 3) sai a R$ 100,00. O mais caro (VIP e Camarote) a R$ 500,00. No site não tem informação sobre meia entrada para estudantes.

Redução da Jornada de Trabalho*


..

Comecei minha vida de engenharia agora. Conversando com os mais antigos, perguntei como faziam antes do excel, MS Project etc para preparar cálculos, análises, previsões, estimativas etc.

Eles utilizavam o trabalho braçal: folhas de cálculo imensas, calculadoras, lápis, réguas e horas imensas no final do mês para fechar tudo (o famoso fechado para balanço). Conseqüentemente, o trabalho era mais demorado.

Agora, com computadores e programas de alta produtividade, o que essa galera fazia em 3 meses, fazem em menos de um.

Mas é aí que bato de frente com este texto do administrador João Luiz Mauad (publicado no Globo de 30/7/2008 e reproduzido aqui nos comentários deste tópico): apesar de serem mais "produtivos" , os caras estão cada vez mais malucos com a quantidade de coisas que têm que fazer. Sabe por quê? Porque não existe nada mais importante no mundo para as empresas do que o lucro (o que é legítimo até certo ponto). Mas a lógica é apenas a seguinte: já que o cara é eficiente, taca trabalho nele, pra produzir mais, mais, mais, a um custo para o empresário cada vez menor.

O progresso, para muitos, é apenas dinheiro gerado. Esquecem da qualidade de vida, da emancipação humana. Como um cidadão que acorda às 04:30h da manhã em Nova Iguaçu para chegar ao Rio às 07:00h e sair do trabalho às 19h e chegar em casa só às 21:30h, vai poder pensar em estudar mais, curtir a família, cuidar da saúde, freqüentar aparelhos culturais. Querem que tenhamos vida apenas em finais de semana. Eu não concordo com isso.

Marx prova, por a + b, que o lucro não surge do nada, ele surge da força de trabalho (vide a última charge que o Fael mandou - em anexo). Então, não concordo com este texto.

A redução da jornada de trabalho é boa para os trabalhores, ruim para os gananciosos. Se quisermos viver num mundo decente, temos que repensar nossa produção - a quantidade do que é produzido, como é produzido e por quem é produzido. Progresso é muito maior do que aumento de PIB e lucro para as empresas.

* Adaptação do email do engenheiro e carnavalesco valenciano C. A. Fernandes de Oliveira.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

MVQ apóia ação contra a exploração sexual de crianças e adolescentes

O MVQ apóia e convida todos os leitores a aderirem a ação intitulada “Rompa o Silêncio!”, promovida pelo UNICEF, que tem como objetivo incentivar as pessoas a apoiar medidas de combate a exploração sexual de crianças e adolescentes e a denunciar casos de violação.

Esta é uma ação de mobilização para colher assinaturas de pessoas que desejam contribuir com os esforços de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.

As pessoas interessadas podem incluir seu nome no abaixo-assinado on-line, acessando o site http://www.unicef.org.br/, ou acessando diretamente o link http://www.euapoiounicef.com.br/

Além de deixar sua assinatura, o internauta poderá ser um agente multiplicador da ação ao convidar, por meio do site, outras pessoas para que participem da iniciativa.

As assinaturas farão parte de um documento que será entregue às autoridades presentes no III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O evento será realizado entre os dias 25 e 28 de novembro no Rio de Janeiro. No congresso, espera-se a participação de três mil delegados, representando 150 países.

O III Congresso Mundial é uma realização do UNICEF, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e das Relações Exteriores.

Também participam da coordenação do congresso a Articulação Internacional contra Prostituição, Pornografia e Tráfico de Crianças e Adolescentes (ECPAT) e o Grupo de ONGs para a Convenção sobre os Direitos da Criança (NGO Group for the CRC).

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O que poderia ser feito com a ajuda aos bancos?

Os governos imperialistas, com Bush à frente, já destinaram quatro trilhões de dólares para salvar os bancos falidos.

Esse dinheiro entregue aos banqueiros representam o correspondente a 1.300 reais de cada um dos habitantes do planeta. Esse dinheiro vai ser tirado de trabalhadores e países dominados de todo o mundo. Saiba então que, se voce tiver uma família com 5 pessoas, vão ser tirados do seu bolso 6.500 reais para pagar a crise dos banqueiros. Esse valor será pago pelos trabalhadores com redução nos salários, cortes na educação e na saúde.

A sociedade capitalista não é formada por “cidadãos” iguais entre si. De um lado estão os trabalhadores explorados. De outro os exploradores: banqueiros, multinacionais, grandes empresas.

Infelizmente, já no início da crise o governo Lula demonstra que fez sua opção: garantiu os lucros altíssimos dos banqueiros durante o crescimento e agora está querendo ajudá-los.

O governo já destinou 160 bilhões de reais aos banqueiros. Isso soma quatro vezes o gasto em cinco anos no Bolsa Família (41 bilhões de reais). Ou ainda, dois orçamentos anuais para saúde (48 bilhões) e para educação (31 bilhões), juntos. Com esse dinheiro seria possível dar um aumento de 300 reais por um ano a todos os brasileiros que ganham até dois salários mínimos.



Retirado do Boletim nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - Nº 25 de novembro 2008
www.pstu.org.br/crise