segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

6ª Caminhada na Natureza de Valença - Circuito Serra da Concórdia

No próximo domingo, dia 6 de março, a Federação Internacional de Esportes Populares, IVV, Anda Brasil - Circuitos de caminhadas na natureza e Ong SalveaSerra de Valença, promove uma caminhada ecológica pelo circuito da Serra da Concórdia.

O ponto de encontro será o restaurante Fogão de Lenha (próximo ao bairro de São Francisco, na e Estrada Valença-Barra do Piraí), das 8 às 9 horas. Cada grupo ou pessoa parte logo que fizer a inscrição e caminha no seu próprio ritmo. Qualquer pessoa, de qualquer idade, pode participar. Durante o percurso têm monitores ambientais e uma equipe de saúde para atendimento a qualquer necessidade.

A participação é gratuita e os organizadores sugerem que as pessoas tragam tênis, roupa de manga comprida, roupa de banho, chapéu e protetor solar. Na partida haverá distribuição de água mineral e frutas.

O percurso, de 12 km, tem atrativos como a Serra da Concórdia, o Santuário de Vida Silvestre da Serra da Concórdia, trilhas na Mata Atlântica, plantações de Sistemas Agroflorestais, banho de bica e na termina no Restaurante Fogão de Lenha com Pesque-Pague.
Mais informações pelos telefones (24) 2452-4864 e (24) 9907-3106 e pelo email santuariodaconcordia@uol.com.br.

Ações (?) realizadas pela secretaria de cultura e turismo em Valença

Retirado através do boletim de notícias da prefeitura municipal de Valença entre os anos de 2009 até 2011

26/01/2009. Em visita ao município de Valença, o vice-governador anuncia que Valença será o município com mais recursos no PRODETUR (programa de desenvolvimento do turismo do governo federal).

9/06/2009. É anunciado o recebimento de verba no valor de R$150.000,00 do PADEC (Programa de apoio ao desenvolvimento cultural dos municípios do estado do rio de janeiro) para a criação de oficinas musicais. O projeto faz parte do Plano estadual de cultura. No mesmo dia é anunciado que 350.000,00 reais foram empenhados para a infraestrutura turística no distrito de Santa Isabel do Rio Preto.

19/09/2010. Projetos do PRODETUR, em andamento, em nosso município:

Centro de Artesanato de Conservatória

Recuperação e Qualificação do Ambiente do Centro Histórico de Valença

Recuperação e Urbanização do entorno da Catedral de Nossa Senhora da Glória

Recuperação e Ampliação da Chácara Barcelos

Cabeamento subterrâneo das redes de Energia Elétrica e de telefonia

Sinalização Turística e Infra-Estrutura turística

Cobertura da Locomotiva de Conservatória

Reforma da Ponte dos Arcos

Reforma da Praça Getúlio Vargas

Reforma da Rodoviária Evangelino Nóbrega

Reforma do Mirante da Serra da Beleza

Reforma do Túnel Maria Nossar

Reforma da estruturação da Cachoeira da Índia

Reforma da Estação Ferroviária de Barão de Juparanã

Estrada Conservatória x Santa Isabel / Ponte do Zacarias / RJ-137

Parque Estadual da Serra da Concórdia

Qualificação Profissional em Meios de Hospedagem, Alimentos e Bebidas, Informação Turística, Agenciamento e Operações Turísticas e Eventos

Plano Diretor Estadual de Turismo

PROJETOS EM ANDAMENTO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL:

· Reforma e Modernização do Teatro Rosinha de Valença

· Adequação para o Centro Público de Cultura

CONSELHO MUNICIPAL DE TURISMO – Lei nº. 1796/98

· Reativação do Conselho Municipal de Turismo e

· Fundo Municipal de Turismo

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Momento Economia Política

O governo controla o gasto, não o déficit

No livro "Teoria geral sobre o emprego, o juro e a moeda", Keynes destruiu vários mitos sobre o funcionamento de uma economia capitalista. Hoje, em plena crise e com discussões acaloradas sobre finanças públicas, há outra ideia igualmente perigosa que Keynes combateu com tenacidade. Consiste na comparação das finanças públicas com o orçamento de qualquer família. Com essa ideia falaciosa, hoje se insiste que o déficit público e o endividamento são insustentáveis. Nos Estados Unidos e na Europa, o argumento é o mesmo: como qualquer família, o governo tem que reduzir seus gastos. O artigo é de Alejandro Nadal.

Alejandro Nadal – La Jornada

Em 1936, John Maynard Keynes publicou sua Teoria geral sobre o emprego, o juro e a moeda. É o livro de economia mais importante do século XX. Nele, Keynes destruiu vários mitos sobre o funcionamento de uma economia capitalista. Por isso a academia se encarregou de distorcê-lo, desvirtuá-lo, cooptá-lo e, quando isso não foi possível, relegá-lo ao esquecimento.

Uma das lendas mais importantes destruídas pela obra de Keynes foi a crença de que, quando existe flexibilidade nos salários, se reestabelece o pleno emprego. Baseado em sua análise da demanda agregada, o multiplicador e sua teoria monetária do investimento, Keynes demonstrou que a flexibilidade dos salários não só permite alcançar uma posição de pleno emprego, mas também pode conduzir para uma situação de crise. A razão, em poucas palavras, é que ao derrubar-se a demanda efetiva, o investimento e o emprego caem juntos.

Mas esta mensagem de Keynes (como outras) foi considerada demasiado subversiva. A academia, sempre tão preocupada com a ciência, dedicou-se a distorcer a mensagem das instituições keynesianas. O resultado foi um período de cinco décadas nas quais os economistas acadêmicos construíram e refinaram modelos cada vez mais inúteis sobre o funcionamento das economias capitalistas. Esses modelos foram utilizados pelos bancos centrais e ministérios de finanças de todo o mundo para o desenho e aplicação de políticas econômicas.

A base desses modelos é que as economias capitalistas são sistemas de equilíbrio geral, mas com fricções. Ou seja, o capitalismo é sempre bem comportado. Mas deixa de sê-lo quando enfrenta essas fricções que podem ser de todo tipo: desde regulações impostas pelo governo, passando pelos “perversos sindicatos” e chegando aos choques externos. Assim, a academia passou os últimos 50 anos refinando modelos sobre economias capitalistas de equilíbrio com turbulências. Esse esquema mental impede pensar a economia capitalista como fonte de instabilidade perigosa.
Hoje, em plena crise e com discussões acaloradas sobre finanças públicas, há outra ideia igualmente perigosa que Keynes combateu com tenacidade (mas parece que sem êxito). Consiste na comparação das finanças públicas com o orçamento de qualquer família. Com essa ideia falaciosa, hoje se insiste que o déficit público e o endividamento são insustentáveis. Nos Estados Unidos e na Europa, o argumento é o mesmo: como qualquer família, o governo tem que reduzir seus gastos.

No ano passado as economistas Ann Pettifor e Victoria Chick divulgaram uma pesquisa sobre a política tributária, a redução do gasto e a redução do endividamento na Inglaterra. Examinaram dados dos últimos 100 anos das contas públicas e analisaram os episódios nos quais o governo buscou melhorar sua posição fiscal e reduzir o nível da dívida por meio de cortes nos gastos. Os episódios de consolidação fiscal, nos quais o gasto público efetivamente caiu, foram comparados com períodos de expansão fiscal (nos quais o gasto aumentou). Os resultados contradizem de maneira irrefutável o que hoje se considera o ponto de vista dominante. A conclusão é que, quando se aumenta o gasto mais rapidamente, o nível de endividamento público (relativo ao PIB) cai e a economia prospera. EM troca, quando o gasto é reduzido, o coeficiente dívida/PIB piora e os demais indicadores (sobre PIB e emprego) evoluem desfavoravelmente.

Quando se quer reduzir o déficit, nem sempre é uma boa ideia cortar o gasto público. Para uma família a redução do gasto quase sempre conduz diretamente à redução de seu endividamento ou de seu déficit. Mas para um governo, as coisas não são tão simples. O que o trabalho de Pettifor-Chick demonstra é que o governo só tem controle sobre o gasto, não sobre o déficit. O déficit depende do que ocorre em toda a economia. Quando existe capacidade instalada ociosa (como é o caso na atualidade) um programa de investimento público é produtivo e gera maior atividade no setor privado por meio de um efeito multiplicador. Tudo isso gera maior arrecadação, reduz a necessidade de endividamento, assim como o pagamento de juros mais adiante.

Outra descoberta de Pettifor-Chick é que a redução do investimento público contribuiu para deprimir os ingressos fiscais. Um corte no gasto público só é acompanhado de aumento de arrecadação fiscal se há uma contrapartida de um aumento importante no investimento privado. Mas, na maioria dos casos analisados, a contração no gasto público esteve associada com um comportamento letárgico do investimento privado. Neste caso, os efeitos adversos do multiplicador são uma má notícia para o emprego e as contas públicas. A mensagem para o debate sobre o estímulo fiscal é bastante clara. Mas talvez chegue demasiado tarde.

Tradução: Katarina Peixoto - Agência Carta Maior

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Momento professor de História: acesse os encartes da Revista de História

Retirado do site da Revista de História da Biblioteca Nacional

A Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN), em parceria com o Ministério da Educação já chega em escolas públicas de todo o país, fazendo parte de seu material didático e tornando mais atraente o processo de ensino-aprendizagem nas salas de aula de todo o Brasil.

Para facilitar a programação pedagógica dos mestres, cada volume da Revista vem com um Encarte do Professor, material elaborado com o objetivo de oferecer sugestões de trabalhos na sala de aula, com propostas de atividades que buscam despertar a curiosidade dos alunos não só pela História do nosso país, como também pela leitura de um modo geral.

No entanto, a distribuição dos encartes para as escolas não acompanharão sempre a respectiva edição da Revista que possui o conteúdo mencionado no material didático. Deste modo, é preciso que os diretores e professores fiquem atentos para encartar as folhas nos números anteriores.

SÉRIE DE ENCARTES:

Colônia e República: rupturas e permanências (acesse aqui o encarte)
Bendito Doce, de Fabiano Dalla Bone
Delícias da Oca, de Leila Mourão
O mestre-cuca sem nome, de Leila Mezan
Degola no Sul, de Rafael Sêga
Prisões em Série, de Marcos Bretas

História e Micro-história (acesse aqui o encarte)
Os Monges e a Guerra do Contestado, de Tarcísio Motta de Carvalho
O Pecado Original da República, de José Murilo de Carvalho
Visionário de Minas, de Adriana Romeiro
Lobos em Pele de Ovelha, de Bruno Feitler
O Santo Ofício vai à Escola, de Ângelo Adriano Faria de Assis

História e Tradição (acesse aqui o encarte)
A arte dos caminhos, de Jurema Mascarenhas Paes
De 'ingênuo' a rebelde, de Álvaro Pereira do Nascimento
Tropa em marcha, mesa farta, de Alexandre Mendes Cunha
O marinheiro bordador, de José Murilo de Carvalho
Salve o Almirante Negro!, de Filipe Monteiro e Mariana Benjamin
Vice-almirante dá sua versão sobre a Revolta da Chibata, de Armando de Senna Bittencourt

História e Política (acesse aqui o encarte)
A Alemanha é aqui?, de René E. Gertz
Mudança de comando, de Marly de Almeida Gomes Vianna
Integralismo renovado, seção "Em dia"
Os anos rebeldes do tenentismo, Marieta de Moraes Ferreira

História e Representações (acesse aqui o encarte)
A nação em penas, de Lilia Moritz Schwarcz
Comer, beber, governar, de Masilia Aparecida da Silva Gomes
Eram os franceses missionários?, de Lilia Moritz Schwarcz
Quem conta um conto..., vários

História e Leitura
(acesse aqui o encarte)
Nem nobre, nem mecânico, de Márcia Moisés
Angola é aqui, de Mônica Lima e Souza
Divina transgressão, de William de Souza
A mistura que deu certo, de Adriana Rennó

História e Imagem (acesse aqui o encarte)
Máquina viajante, de Maria Inez Turazzi
Da prata ao pixel, de Lorenzo Aldé
Um continente no currículo, de Marina de Mello e Souza
Corpo fechado, de Leonardo Bertolossi
Bem na foto, de Mariana Muaze
Liberdade encenada, de Sandra Koutsoukos
O diabo do feitiço, de Mario Teixeira de Sá


Futebol e sociedade (acesse aqui o encarte)
A diplomacia dos gramados, de João Daniel Lima e Maurício Santoro
Corações em ação, de Leonardo Affonso de Miranda
Quando a pátria calçou chuteiras, de Fábio Franzini
Silêncio no Maracanã, de Eduardo Galeano e Armando Nogueira

Fotografia e História (acesse aqui o encarte)
O valor da aparência, de Sandra Sofia Machado Koutsoukos
Álbum de família, de Mariana Muaze

Tiradentes e o Altar da Pátria (acesse aqui o encarte)
A outra face do alferes, de Paulo da Costa e Silva
Herói em pedaços, de Maraliz de Castro Vieira Christo
Inconfidência em círculos, de Anita Correia Lima de Almeida
Desonrados e banidos, de Adelto Gonçalves
O movimento de 1789 foi a primeira inconfidência em Minas?, de Leandro Pena Catão
A Inconfidência foi estimulada somente por idéias iluministas?, de Luiz Carlos Villalta
Tiradentes foi diretamente influenciado pelo Iluminismo?, de Caio Boschi
Os inconfidentes conheciam a situação da capitania que pretendiam sublevar?, de Junia Ferreira
Joaquim José da Silva Xavier era um simples alferes sem posses?, de André Figueiredo
Os inconfidentes podem ser divididos em grupos bem definidos, de João Pinto Furtado
Quem defendeu Tiradentes?, de Hariberto de Miranda Jordão Filho
Qual o papel do contratador João Rodrigues de Macedo na conjuração?, de Angelo Alves Carrara
As Cartas chilenas têm um conteúdo político revolucionário?, de Joaci Pereira Furtado
As ossadas que estão no Panteão são mesmo dos inconfidentes?, de Carmem Silvia Lemos

Os descaminhos do ouro (acesse aqui o encarte)
A peso de ouro, de Angelo Alves Carrara
Primeira parada: Portugal, de Leonor Freire Costa, Maria Manuela Rocha e Rita Martins de Sousa
Eu quero é ouro!, de Paulo Cavalcante
Os falsificadores, de Paulo Cavalcante


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

População promove quebra-quebra, e prefeito foge de Valença (na Bahia)

A população da cidade de Valença, a 120 quilômetros de Salvador (BA), tenta nesta sexta-feira (25) retomar a rotina após uma noite de intensos protestos e depredações. Por causa da fúria popular, o prefeito Ramiro Campelo de Queiroz precisou deixar a cidade. Houve quebra-quebra, saques em lojas, interrupção do trânsito e muita confusão.

Segundo moradores da região, a população protestava exigindo mais segurança. O estopim para a revolta foi o latrocínio de um jovem, ocorrido dentro de casa. O corpo permaneceu dois dias à espera de um legista para a necropsia. Ele teria sido a 14ª vítima da violência neste ano no município, que tem uma população estimada em pouco mais de 88 mil pessoas.

Foi necessário o reforço de policiais da região para conter os ânimos. A população apedrejou prédios como o da prefeitura e o da Receita municipal. Lojas da família do prefeito foram saqueadas e depredadas.

“Eu ainda estava no gabinete, despachando com alguns vereadores, quando ouvi os gritos de "fora, prefeito". Se não fosse a proteção policial, eles teriam invadido a prefeitura e nem sei o que poderiam ter feito. Foi terrível, nunca vi isso em minha cidade”, disse Campelo, que foi escoltado para Salvador.

“Ainda tentei argumentar que essa questão do legista não é de responsabilidade municipal, mas do governo do Estado. Porém, os revoltosos não quiseram ouvir”, completou .

Segundo informações da polícia, existem apenas dois legistas para atender a região, o que justificaria a demora na liberação dos corpos. Já houve caso de corpos aguardarem até três dias no Departamento de Polícia Técnica para serem necropsiados.

O prefeito admite que os índices de violência são crescentes na cidade e afirmou que aproveitaria a sua estada em Salvador para conversar sobre o assunto com o governador Jaques Wagner (PT). O governador, no entanto, viajou para a Coreia do Sul. Segundo a assessoria do governo baiano, Campelo deverá ser atendido pelo governador em exercício, Otto Alencar.

Notícia retira do UOL

Está faltando transparência no site da prefeitura municipal de Valença.

Último boletim oficial da prefeitura disponibilizado no site é o de número 387 de 11 de novembro de 2010.

Entra prefeito, saí prefeito e a falta de transparência parece cargo vitalício.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Vice de Sérgio Cabral, Pezão, tem bens bloqueados e é acusado de ligação com a máfia dos sanguessugas

Reprodução da Folha de São Paulo de hoje.


A casa está caindo no Governo Sérgio Cabral, a operação Guilhotina da Polícia Federal revelou a a lama nos bastidores da segurança pública, apesar de estarem tentando abafar as investigações muita sujeira ainda deve vir a tona.


Agora mais uma vez a imprensa de São Paulo revela que o vice-governador Pezão está com os bens bloqueados desde dezembro do ano passado.

E pasmem, o bagulho é pesado, coisa de profissional, o vice de Sérgio Cabral responde a oito ações civis públicas, sendo em cinco delas vinculado pelo Ministério Público Federal à máfia dos sanguessugas.

Claro que Pezão nega todas as irregularidades, diz que é um "santo" e "inocente", mas as provas nos processos vão de encontro as alegações de Pezão, conforme revela a Folha de São Paulo.

E Sérgio Cabral ainda quer fazer Pezão o seu sucessor.

Isso realmente é uma vergonha, e um caso de polícia.

Reprodução da Folha de São Paulo on line, clique aqui e leia na íntegra.



O vice-governador do Rio, Luiz Fernando de Souza (PMDB), o Pezão, tem desde dezembro parte de seus bens bloqueados pela Justiça Federal. Ele responde a oito ações civis públicas, sendo em cinco delas vinculado pelo Ministério Público Federal à máfia dos sanguessugas.

As supostas irregularidades apontadas pela Procuradoria ocorreram quando o vice-governador foi prefeito de Piraí, entre 1997 e 2004.

Pezão é o candidato preferido pelo governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), para concorrer à sua sucessão, em 2014.

Ele é secretário de Obras e também o coordenador no Estado do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

Em cinco processos, a Procuradoria diz que a máfia dos sanguessugas "estendeu um de seus tentáculos de atuação até o município de Piraí".

O Ministério Público Federal utilizou como base auditorias da CGU (Controladoria-Geral da União) feitas após a divulgação do escândalo, em 2006.

SEGUNDA INSTÂNCIA

O vice nega as irregularidades apontadas. Afirma que os convênios considerados suspeitos foram auditados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) e pela própria CGU em 2004 sem a identificação de nenhum problema.

A Procuradoria pediu o bloqueio de, no total, R$ 269 mil dos bens em nome do vice-governador.

SANGUESSUGAS

Segundo relatórios da CGU, houve superfaturamento na compra das ambulâncias e irregularidades no processo de licitação. O objetivo, diz a Procuradoria, era direcionar o resultado para as empresas do esquema.

De acordo com o Ministério Público Federal, a máfia dos sanguessugas atuava na elaboração de projetos para municípios apresentarem ao Ministério da Saúde, na aprovação do convênio, e na fraude da licitação de compra da prefeitura.

A Procuradoria vincula o então prefeito à quadrilha com base no depoimento de Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam, principal empresa do esquema. Ao detalhar a ação criminosa, ele afirma que o grupo agiu em Piraí.
 

Sergio ´Kadafi´Cabral manda prender bombeiro que reclamou por melhorias


Na Líbia o ditador Muamar Kadafi está tentando acabar com o povo e os seus opositores a tiro, em outras palavras, exterminar quem se opõe a ele.

No Rio de Janeiro o Governador Sérgio Kadafi Cabral faz algo bem parecido, Kadafi Cabral não aceita críticas, quantas vezes já não atacou a imprensa de São Paulo.

Se você é amigo de Sérgio Kadafi Cabral tudo bem, mas se não, ele pode ser um Kadafi na sua vida.

Eu mesmo já presenciei o lado Kadafi de Sérgio Cabral quando o flagrei tomando esporro de moradores do Morro do Bumba, quase fui preso, tive que parar de filmar, e fui retirado do local sob escolta da polícia (clique aqui e veja o vídeo).

Mas vamos ao que interessa, ao caso GRAVE e ABSURDO do Capitão do Corpo de Bombeiros Lauro Botto.

Para quem não sabe, o parceiro Lauro Botto, se assim me permitem chamá-lo por ser um admirador dele, é um guerreiro que luta pelos direitos e melhorias dos Bombeiros Militares do Rio.

Ano passado o Capitão Lauro Botto mandou uma mensagem para o celular do Secretário de Kadafi Cabral da pasta da Saúde, Sérgio Cortes, mandando o "bobão" trabalhar, disse Botto na mensagem:

"Se tiver o mínimo de vergonha nos próximos 4 anos, tente ao menos olhar para os que são bombeiros da sua secretaria. Feliz 2011!"

Apesar do Capitão Lauto Botto não ter cometido nenhum crime, apenas exerceu o seu direito de liberdade de expressão e de comunicação, o ditador ditador Sérgio Kadafi Cabral mandou prender o Capitão Lauto Botto por 12 dias, a tal COVARDIA foi publicado por Botto no seu blog, o que gerou uma certa repercussão, inclusive a Folha de São Paulo publicou uma matéria sobre a prisão dele.

Reprodução da manchete da Folha de São Paulo (clique aqui e leia a postagem).

O Capitão Lauro Boto, como dito apesar de não ter cometido nenhum crime, cumpriu a sua prisão, ficou preso do dia 1 ao dia 12 de fevereiro, após ter sido liberado, foi novamente perseguido por Kadafi Cabral e transferido para Resende.

Agora leiam a postagem feita hoje no blog Bombeiros do Brasil.

É isso mesmo, chega a ser inacreditável, o ditador Sérgio Kadafi Cabral mandou ILEGALMENTE prender novamente o Capitão Lauro Botto por 5 dias, motivo, por que Botto postou no seu blog a sua prisão.

Como assim ???

O Capitão Lauto Botto foi preso novamente por 5 dias apenas por ter informado sobre a sua "primeira" prisão e motivos no seu blog ???

Sim.

A verdade é que é o ditador Sérgio Kadafi Cabral não permite que pessoas que sejam subordinadas a ele façam críticas ao seu governo, o que é o caso do Capitão Lauro Botto, que sempre criticou de forma pacífica e ordeira, quase sempre através do seu blog, a forma humilhante de como os Bombeiros Militares são tratados.


Esse é o Sérgio Cabral, esse é o Kadafi do Rio de Janeiro.

Mas um AVISO ao FANFARRÃO do Governador Sérgio Kadafi Cabral, tal como o ditador do Egito, Hosni Mubarack, foi deposto pelo povo, assim como o ditador Kadafi está sendo também deposto pelo povo, a sua hora chegará Kadafi Cabral.

Quem acompanha a política do Rio de perto sabe a lama e a sujeira que é o Governo do Sérgio Kadafi Cabral, por exemplo, sabe também que a operação Guilhotina foi abafada, mas Kadafi Cabral um dia a casa vai cair para o seu lado, se já não começou a cair.

Lauto Botto mandou o Secretário Sérgio Cortes trabalhar, eu mando você, Kadafi Cabral, se ferrar seu covarde.

Se cuida Kadafi Cabral, lembra do Governador José Roberto Arruda ?


Por fim, deve-se registrar aqui que o Capitão do Corpo do Corpo de Bombeiros Lauro Botto não foi o único a ser perseguido, muitos outros policiais, bombeiros militares, e servidores são vítmas da mesma covardia do Kadafi Cabral.


Isso é uma VERGONHA, isso é uma COVARDIA, isso é DITADURA, isso é Kafafi Cabral.

Em tempo, o parente lá do secretário de saúde que está sendo acusado de ROUBALHEIRA o Sérgio Cabral Kadafi Cabral não manda prender por que ?
 
Fonte: Ricardo Gama

Com a imprensa do Rio até Tiririca se elege governador

A propaganda é a alma do negócio, dizem que com um bom marketing vagabundo consegue vender até "merda".

Me desculpem pelo "merda" acima.

Mas abaixo eu reproduzo duas manchetes, uma do Globo, e outra do G1.com, porém, ambas se referem a mesma notícia, uma pesquisa que foi feita pela Fundação Getúlio Vargas.

Vejam as duas manchetes com ATENÇÃO.

Reprodução do Globo on line.
Reprodução do g1.com

A manchete do Jornal O Globo on line é totalmente tendenciosa, buscando apenas enaltecer a UPP - Unidade dePolícia Pacificadora, programa do Governo Sérgio Cabral, ao dizer que moradores se sentem mais seguro após a pacificação.

Já a manchete do G1.com aborda o tema principal da pesquisa, qual seja, a forma distinta de como os moradores de comunidades carentes são tratados em relação dos que vivem no "asfalto".

Um detalhe interessante, a pesquisa foi feita com 1200 pessoas, no Alemão apenas 400 pessoas foram ouvidas, mas mesmo assim o Globo preferiu dar destaque a esse ponto.

O G1.com não sai nas bancas, mas o Globo sim, são milhares de exemplares vendidos, e outros milhares que ficam expostos nas bancas de jornais do Rio de Janeiro para as pessoas passarem e verem, o que dependendo da manchete poderá ser uma "ótima propaganda", certo ???

Posso até imaginar a capa do Globo de amanhã: "Moradores do Alemão se sentam mais livres depois da implantação da UPP".

E o que aconteceu nesse caso narrado, é o que vem acontecendo todos os dias.

Aí eu volto ao tema da propaganda, e abordo também a influência da imprensa na opinião pública, com uma "propaganda" dessa, como é que o Governador Sérgio Cabral não pôde ser reeleito ???

Esse é o problema, infelizmente o Rio de Janeiro não tem uma imprensa imparcial e livre, as notícias divulgadas pelos grandes meios de comunicação são totalmente tendenciosas, e desvirtuadas, com o único objetivo de favorecer o Governo Sérgio Cabral.

Tal tiro na democracia é causado pelos milhões que Sérgio Cabral vem repassando para os meios de comunicação no Rio, somente no primeiro mandato, Cabral gastou R$ 500 milhões em propaganda oficial com a mídia, e para este segundo mandato a previsão é de uma aumento substancial.

Por isso, eu volto a repetir, com uma propaganda dessa, até Tiririca teria sido eleito Governador do Rio ???

Tiririca desculpa aí !

Esse é o grande problema do Rio, o povo está se deixando influenciar pelos meios de comunicação.

Agora eu pergunto, existe uma democracia verdadeira no Rio de Janeiro ?

De qualquer sorte, a pesquisa traz dados muito interessantes, e vale a pena ler, comprova que as pessoas mais carentes são tratadas de forma diferente daquelas que vivem no "asfalto".
 
 

Professores ganham aumento de 16% no piso

Retirado do site O Estado de São Paulo

Docentes da rede pública de todo o País vão receber R$ 1.187,97 por jornada de 40 horas; MEC flexibilizará regra para liberar recursos.


Tânia Monteiro - O Estado de S.Paulo

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anuncia hoje o novo piso salarial dos professores da rede pública do País. O valor será de R$ 1.187,97 para docentes de nível médio que cumprem carga horária de 40 horas - uma alta de 15,84% sobre os R$ 1.024,67 adotados em 2010. Para os professores que cumprem 20 horas, o piso será de R$ 593,98.

O governo anuncia também o abrandamento das regras para a liberação de recursos federais para as cidades que têm dificuldades para pagar o piso salarial. Atualmente, para receber o recurso adicional quando não é possível atingir ao piso mínimo, o Estado ou o município tem de destinar 30% de seu orçamento para a educação - e não os 25% exigidos pela Constituição. Pela nova regra, valerá o porcentual definido na Constituição.

O Ministério da Educação (MEC) vai flexibilizar também a regra que determina que, para repassar a verba, o município precisa atender 30% dos alunos na área rural. A condição deverá ser derrubada.

Fundeb. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, questiona o valor estabelecido pelo MEC e acusa o Ministério de não seguir a decisão da Advocacia-Geral da União. Segundo a AGU, o reajuste do piso tem de ser baseado no valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) efetivamente realizado.

Segundo Ziulkoski, o reajuste do piso não deveria ser feito agora, em fevereiro, mas apenas em abril, quando já se terá contabilizado o valor executado do Fundeb. Segundo seus cálculos, o valor atual do piso deveria ser de R$ 994 e não R$ 1024. "Se eles fixarem o piso agora e não em abril, incorrerão no mesmo erro do ano passado e prejudicarão inúmeros municípios." Ziulkoski também lembrou que estudos da confederação apontam que pelo menos nove Estados não têm condições de pagar o piso mínimo dos professores.

Repasse. O MEC rebateu as queixas e informou que, de 2003 até hoje, dobrou o repasse de recursos do Fundeb para os municípios, passando de R$ 37,5 bilhões para R$ 83,8 bilhões. Segundo o ministério, houve aumento também do repasse de recursos do salário-educação, que saltou de R$ 3,8 bilhões em 2003 para R$ 6,6 bilhões em 2010. Segundo o MEC, foram também repassadas verbas para transporte e merenda escolar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

SP reprova professores que tiveram depressão

Retirado do site do Estadão

Professores aprovados no último concurso para a rede estadual de São Paulo estão impedidos de assumir seus cargos por terem tirado, em algum momento de suas carreiras, licenças médicas por motivo de depressão. Por essa razão, devem continuar com contratos temporários. Especialistas afirmam que a decisão é preconceituosa.

O Estado conversou com dois professores que passaram por todo o processo do concurso que selecionou docentes para atuar no ciclo 2 do ensino fundamental. O concurso tem diversas etapas: prova inicial, curso de preparação (que dura cerca de quatro meses), prova pós-curso e diversos exames de perícia médica - fase na qual foram "reprovados". Docentes míopes e obesos também foram impedidos de assumir seus cargos nessa mesma seleção.

Jair Berce, de 36 anos, que leciona na rede pública desde 1994 com contrato temporário, é um dos barrados. Ele conta que, na primeira perícia, foi considerado apto. Seu nome foi publicado no Diário Oficial em 8 de janeiro, na lista dos professores nomeados. No entanto, no dia 26, Berce foi convocado para uma nova perícia. O psiquiatra questionou as licenças médicas que ele havia tirado em 2003 (cinco dias afastado) e em 2004 (duas vezes: dez dias e depois duas semanas).

"Eu nem lembrava mais disso, foi há tanto tempo. Tomei fluoxetina (um tipo de antidepressivo) por seis meses. Hoje não tomo mais, estou muito bem. Foi um período difícil na minha vida: minha mãe tinha morrido, minha irmã tinha sofrido um acidente e eu estava terminando minha tese", lembra. Berce é formado em Ciências Sociais pela USP e tem mestrado em Antropologia pela PUC-SP. Ele também leciona na rede municipal de Barueri.

Nessa mesma perícia, Berce passou pelo teste de Rorschach - que consiste em interpretar dez pranchas com imagens formadas por manchas simétricas de tinta. "Depois que soube da reprovação, pedi para ver o prontuário. Nele, havia a seguinte anotação: "visto avaliação psicológica F-32 - sugiro temerário o ingresso" e "não apto"", conta. F-32 é o código da Classificação Internacional das Doenças (CID) para depressão.

O professor C.Z., de 34 anos, que, assim como Berce, leciona Sociologia, atua na rede estadual há dez anos e foi vetado no concurso pelo mesmo motivo. No ano passado, ele terminou um casamento de cinco anos e precisou se afastar do trabalho. "Foi um período difícil, que me consumiu muito e fui orientado a procurar um psiquiatra para tirar uma licença", lembra ele.

Z. ficou um mês fora da sala de aula. "Eu nunca havia tirado licença do trabalho. E nunca tomei remédio", afirma. Segundo ele, na perícia do concurso, o médico marcou "não apto". "Eu vi quando ele escreveu e perguntei o porquê. Ele disse que era por causa da licença. Tentei argumentar e explicar os motivos, mas ele não quis me ouvir."

Os dois professores continuam dando aulas como temporários. "É contraditório: como posso continuar trabalhando se eles me vetaram?", questiona o professor Berce.

Ambos recorreram da decisão e foram convocados para novas perícias, que devem ocorrer nesta semana (mais informações nesta página).

Discriminação. A psiquiatra da Unifesp Mara Fernandes Maranhão afirma que vetar um docente pelo fato de ele ter tido depressão é preconceito. "Toda pessoa está sujeita a passar por situações difíceis", explica. "Aquelas que têm propensão ou componente genético desenvolvem processos depressivos."

Segundo Mara, são poucos os quadros realmente curáveis, já que há grande chance de recorrência. "Mas a doença é tratável e, com acompanhamento, o paciente pode voltar a trabalhar normalmente. Não existe razão para rejeitá-lo."

Eli Alves da Silva, presidente da Comissão de Direito Trabalhista da OAB-SP, concorda. "Essa pessoas estão sendo discriminadas pelo próprio Estado, que é quem deveria combater esse tipo de coisa."

Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o governo deve "propor acompanhamento a todos os casos de professores com problemas de saúde e não alijá-los do trabalho". A entidade ressalta que seu departamento jurídico tem ingressado com ações na Justiça para garantir aos professores nessa situação o direito de lecionar.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Tá tudo dominado no RJ

Amigos, o Rio de Janeiro está dominado, o Superintendente da Polícia Federal que comandou operação Guilhotina na Polícia Civil acaba de ser afastado.

Enquanto isso, a presidenta Dilma (a esquerda que a direita gosta!) janta com os donos da Folha de São Paulo. 

E lembrar que tem muitos amigos meus que defenderam o voto "útil" na Dilma pra evitar "a volta da direita". [Risos!]

Contra cheque de fevereiro no ar (pago em março) e Auxílio Transporte prometido por Sergio Cabral ainda não apareceu

Depois de quase um mês do ano letivo de 2011 iniciado, o tão exaltado Auxílio Transporte no valor exorbitante de R$ 4,80, que resolveria todos os problema da classe educacional, não foi depositado nas contas.

Agora é esperar o mês de Abril pra ver se ele aparece, ou então no recesso de meio de ano, né?

Ensino médio: a pior etapa da educação do Brasil

Retirado do site Ig educação.
Autora: Cínthia Rodrigues

Há duas avaliações possíveis em relação à educação brasileira em geral. Pode-se ressaltar os problemas apontados nos testes nacionais e a má colocação do País nos principais rankings internacionais ou olhar pelo lado positivo, de que o acesso à escola está perto da universalização e a comparação de índices de qualidade dos últimos anos aponta uma trajetória de melhora. Já sobre o ensino médio, não há opção: os dados de abandono são alarmantes e não há avanço na qualidade na última década. Para entender por que a maioria dos jovens brasileiros entra nesta etapa escolar, mas apenas metade permanece até o fim e uma pequena minoria realmente aprende o que deveria, o iG Educação apresenta esta semana uma série de reportagens sobre o fracasso do ensino médio.



O problema é antigo, mas torna-se mais grave e urgente. As tecnologias reduziram os postos de trabalho mecânicos e aumentaram a exigência mínima intelectual para os empregos. A chance de um jovem sem ensino médio ser excluído na sociedade atual é muito maior do que há uma década, por exemplo. “Meus pais só fizeram até a 5ª série, mas eram profissionais bem colocados no mercado. Hoje teriam pouquíssimas e péssimas chances”, resume Wanda Engel, superintendente do Instituto Unibanco, voltado para pesquisas educacionais.

Ao mesmo tempo, a abundância de jovens no País está com tempo contado, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O Brasil entrou em um momento único na história de cada País em que há mais adultos do que crianças e idosos. Os especialistas chamam o fenômeno de bônus demográfico, pelo benefício que traz para a economia. Para os educadores, isso significa que daqui para frente haverá menos crianças e adolescentes para educar.

“É agora ou nunca”, diz a doutoranda em Educação e presidente do Centro de Estudos e Memória da Juventude, Fabiana Costa. “A fase do ensino médio é crucial para ganhar ou perder a geração. Ali são apresentadas várias experiências aos adolescentes. Ele pode se tornar um ótimo cidadão pelas décadas de vida produtiva que tem pela frente ou cair na marginalidade”, afirma.

História desfavorável
O problema do ensino médio é mais grave do que o do fundamental porque até pouco tempo – e para muitos até agora – a etapa não era vista como essencial. A média de escolaridade dos adultos no Brasil ainda é de 7,8 anos e só em 2009 a constituição foi alterada para tornar obrigatórios 14 anos de estudo, somando aos nove do ensino fundamental, dois do infantil e três do médio. O prazo para a universalização dessa obrigatoriedade é 2016.

Por isso, governo, ONGs e acadêmicos ainda concentram os esforços nas crianças. A expectativa era de que os pequenos bem formados fizessem uma escola melhor quando chegassem à adolescência, mas a melhoria no fundamental não tem se refletido no médio.

Para o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a questão envolve dinheiro. Quando o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) foi criado, em 1996, repassava a Estados e municípios verba conforme o número de matrículas só naquela etapa. “O dinheiro não era suficiente para investir em tudo e foi preciso escolher alguma coisa”, diz o especialista.

A correção foi feita em 2007, quando o “F “da sigla foi trocado por um “B”, de Educação Básica, e os repasses de verba passaram a valer também para o ensino médio. “Só que aí, as escolas para este público já estavam sucateadas”, lamenta Cara.

A diferença é percebida pelos estudantes. Douglas Henrique da Silva, de 16 anos, estudava na municipal Guiomar Cabral, em Pirituba, zona oeste de São Paulo, até o ano passado quando se formou no 9º ano. Conta que frequentava a sala de informática uma vez por semana e o laboratório de ciências pelo menos uma vez por mês.


Foto: Amana Salles/Fotoarena

À esquerda, escola municipal Guiomar Cabral e, em frente, a estadual Cândido Gomide em São Paulo: diferença que pode ser percebida por quem passa é maior para quem estuda.

Em 2010, no 1º ano do ensino médio, conseguiu vaga na escola estadual Cândido Gomide, que fica exatamente em frente à anterior. Só pelos muros de uma e outra, qualquer pessoa que passa por ali já pode notar alguma diferença de estrutura, mas os colegas veteranos de Douglas contam que ele vai perceber na prática uma mudança maior.

“Aqui nunca usam os computadores e não tem laboratório de ciências”, afirma Wilton Garrido Medeiros, de 19 anos, que também estranhou a perda de equipamentos quando saiu de uma escola municipal de Guarulhos, onde estudou até 2009. Agora começa o 2º ano na estadual de Pirituba, desanimado: “Lá também tinha mais professor, aqui muitos faltam e ninguém se dedica.”

Até a disponibilidade de indicadores de qualidade do ensino médio é precária. Enquanto todos os alunos do fundamental são avaliados individualmente pela Prova Brasil desde 2005, o ensino médio continua sendo avaliado por amostragem, o que impossibilita a implantação e o acompanhamento de metas por escola e aluno e um bom planejamento do aprendizado.

A amostra, no entanto, é suficiente para produzir o Índice da Educação Básica (Ideb), em que a etapa é a que tem pior conceito das avaliadas pelo Ministério da Educação. Foi assim desde a primeira edição em 2005, quando o ensino médio ficou com nota 3,4; a 8ª série, 3,5; e a 4ª série, 3,8; em uma escala de zero a 10. Se no ensino fundamental ocorreu uma melhora e em 2009 o conceito subiu, respectivamente, para 4 e 4,6, os adolescentes do ensino médio não conseguiram passar de 3,6.

“A etapa falha na escolha do conteúdo, que não é atrativo para o estudante, e também não consegue êxito no ensino do que se propõe a ensinar”, diz Mateus Prado, presidente do Instituto Henfil e colunista do iG que escreverá artigos especialmente para esta série, que durante os próximos dias conduzirá o leitor a conhecer o tamanho do problema e refletir sobre possíveis soluções.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Revista Época – A frente gay no paredão do Congresso

Revista Época – 18/02/2011 – Reportagem de ANA ARANHA
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Vencedor do programa BBB, o deputado Jean Wyllys tenta criar uma bancada em defesa dos direitos dos homossexuais, mas esbarra na resistência dos parlamentares com aversão ao tema
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A chegada do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), primeiro gay assumido a levantar a bandeira do movimento, provocou agitação no Congresso. Liderado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), um grupo começa a se alinhar em uma bancada informal antigay. Ela é formada por deputados da Frente Evangélica, somados aos da Frente da Família e a outros que compartilham a contrariedade em ver a discussão sobre direitos homossexuais avançar.

Wyllys começou seu mandato na ofensiva. Ele vai propor um projeto de lei que institui o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, em vez de insistir apenas na regulamentação da “união civil” – termo adotado por alguns integrantes do movimento gay, para evitar a discussão no campo religioso. “Tem de ser casamento civil porque é o mesmo direito para todos”, afirma. “Quando um cônjuge morre, o parceiro da união estável só tem direito a herança se não houver nenhum herdeiro direto. Já no casamento, ele é herdeiro direto.” Sua primeira ação, como deputado, foi recolher assinaturas para a Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Na semana passada, Wyllys sentiu uma pequena demonstração do incômodo gerado por sua movimentação. Menos de 24 horas depois de ter começado a percorrer a Câmara pedindo assinaturas para a Frente, sua página no Facebook foi bloqueada. Isso ocorreu porque uma série de usuários da rede fez uma ação coordenada para denunciar a página como falsa. Wyllys diz que sabia que sua presença iria provocar reação e que está preparado para o embate. Jornalista e professor universitário, ele demonstrou habilidade para o debate público quando ganhou o programa Big Brother, em 2005, contra um grupo de participantes que tinham em comum o orgulho da masculinidade. Na arena política, porém, vai enfrentar opositores mais experientes.

A principal voz na Câmara contra a discussão sobre direitos dos homossexuais é a de Bolsonaro, deputado no sexto mandato e capitão do Exército. Enquanto os representantes da Frente Evangélica e os da Família medem as palavras ao tecer críticas aos projetos que combatem a homofobia, Bolsonaro é desabrido e promete enterrar os projetos do colega (leia as entrevistas de Wyllys e Bolsonaro abaixo).
Segundo João Campos (PSDB-GO), líder da bancada evangélica, o grupo respeitará as posições de Wyllys e de sua Frente. Um dos pontos de atrito entre eles é o material contra a homofobia, a ser distribuído pelo Ministério da Educação nas escolas. “Somos contra discriminação, mas não queremos que o governo faça apologia da homossexualidade”, diz Campos.

No Senado, a Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT é liderada pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), que desarquivou o projeto de lei que torna a homofobia crime. Marta e Wyllys começam a procurar parlamentares simpáticos a seus projetos. “Vamos atrás dos que se inclinam a nos apoiar, mas não têm coragem por questões eleitorais”, diz Marta. Não foi difícil mapear o inimigo. Wyllys precisa, agora, encontrar os aliados para o dia do paredão.
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Jean Wyllys: “O movimento GLBT chegou”
O deputado estreante pretende propor o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, uma evolução da união civil

ÉPOCA – Qual é a pauta da Frente GLBT?
Jean Wyllys – Primeiro, a defesa do projeto Escola Sem Homofobia. Depois, também vou protocolar o projeto de casamento civil [entre pessoas do mesmo sexo]. Vou propor e protocolar no dia do lançamento da frente. Existe um projeto tramitando de união estável, nós vamos propor outro. Não é “casamento gay”. Quando a imprensa coloca assim, provoca um equívoco quanto à noção do sacramento do casamento. Não estamos tratando disso, mas de um direito civil. O Estado é laico e o casamento é um direito civil, ele tem que ser estendido ao conjunto da população, independente da orientação sexual e identidade de gênero. Se os homossexuais têm todos os deveres civis, então têm que ter todos os direitos. É assim que funciona uma república democrática de verdade.

ÉPOCA – E o projeto que criminaliza a homofobia?
Jean Wyllys – O projeto que criminaliza a homofobia foi desarquivado agora pela senadora Marta Suplicy, que faz parte da Frente no Senado. Esse projeto altera a lei do racismo e inclui discriminações por identidade de gênero e orientação sexual. Essa lei não vai proibir ninguém de continuar odiando homossexual, para aqueles que odeiam. Quem quiser que continue alimentando seus ódios, privadamente. É um direito. Agora, publicamente ela não pode impedir um homossexual de acessar um direito e nem de expressar publicamente a sua sexualidade. E quase sempre o homossexual é impedido de acessar um direito e expressar sua homossexualidade de maneira violenta.


ÉPOCA – Como é a reação a suas ideias?
Wyllys – Meu Facebook foi tirado do ar em uma ação orquestrada. É natural que minha presença na Câmara provoque uma reação. O movimento GLBT chegou ao Congresso. Por enquanto, não tive muito contato com os deputados da bancada evangélica e cristã. Vou ter esse contato porque estou reestruturando a Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT. Ela existiu com o nome Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual, mas como a maioria das frentes aqui, não tinha uma agenda de atividades e ação concreta. A primeira decisão que tive, depois de uma conversa com a Associação GLBT, é que a frente vai funcionar de verdade. Acho que há condições de criar um ambiente propício. Mesmo no contato com a bancada evangélica, embora muitos deputados tenham se colocado publicamente. Eu acredito no meu papel pedagógico, de sentar e explicar as questões que merecem ser explicadas para que os preconceitos sejam derrubados. Eu não sei se vai haver terreno fértil do outro lado. Mas para mim o exercício da política é esse.

ÉPOCA – Como vê a reação contra o programa que combate a homofobia na escola?
Wyllys – É uma ignorância que persiste por má-fé. O material não ameaça os valores cristãos. Pelo contrário, ele assegura algo que é valoroso para os verdadeiros cristãos: o valor da vida e o respeito ao outro. Quem fala o contrário fala por má-fé, porque não quer ver seus espaços de poder ameaçados.
Bolsonaro é a caricatura de um deputado nostálgico de tempos sombrios de ditadura e repressão às liberdades. Às vezes penso que nem ele acredita no que diz.
ÉPOCA – O deputado Bolsonaro diz que o material incentiva a homossexualidade.
Wyllys – Bolsonaro é a caricatura de um deputado nostálgico de tempos sombrios de ditadura e repressão às liberdades. Às vezes penso que nem ele acredita no que diz. É mais para produzir um efeito midiático e despertar o que há de pior nas pessoas para ter ganho eleitoral. Ele faz uso da ignorância popular e dos preconceitos que são reproduzidos e dos quais as pessoas não se livram exatamente porque não há um projeto sério que radicalize na defesa dos direitos humanos no país.

ÉPOCA – Como avaliou o material do kit Escola Sem Homofobia?
Wyllys – O material cumpre a função a que se propõe. Ao contrário do que alguns deputados de orientação evangélica têm falado, cumpre muito bem o que se propõe sem ferir brios, sem ferir a moral. É um material muito bem elaborado que contribui para construir uma cultura livre de direitos humanos e diversidade na orientação sexual nas escolas, que é hoje o espaço privilegiado de reprodução da homofobia.

ÉPOCA – Como o material vai mudar essa realidade?
Wyllys – Ele é destinado aos formadores de opinião dos alunos, aos monitores e professores. Hoje o bullying e a homofobia são praticados largamente pelos alunos, mas também pelos professores que não reconhecem outras sexualidades que a heterossexualidade. Quando reconhecem, é sempre numa perspectiva de discriminação, de algo menor. Por exemplo, os professores de ensino médio tem uma dificuldade enorme de lidar com as transexuais e travestis. Não deixam que usem o nome social e, quando usam, transformam em objeto de injúria – o que faz essas alunas abandonar a escola. Os professores não sabem lidar com os alunos afeminados, que fogem dos papéis de gênero definidos pela sociedade.
Eu fui um menino que fugia das normas. Não curtia futebol, das brincadeiras de briga. Eu gostava de desenhar e de ler e por isso eu sofria muito e não era protegido pelos meus professores. Muito pelo contrário, eu era constrangido a me enquadrar naquele modelo ali.

ÉPOCA – Alguma vez o senhor sofreu violência por parte dos professores?
Wyllys – Violência física não, mas simbólica constantemente. Os professores sempre me constrangeram. Eles diziam ‘tome jeito de menino’. Só não sofria mais porque era um excelente aluno. O material do projeto Escola sem Homofobia incide no imaginário desses professores, sensibiliza-os para outras realidades. Principalmente os vídeos que dramatizam as histórias de vida. Em um país como o nosso, em que a telenovela tem papel preponderante na formação das mentalidades, a dramatização das histórias das vítimas da homofobia é fundamental para sensibilizar o professor para essa outra existência violentada permanentemente.
Além disso, tem um material escrito que explica o que é identidade de gênero de maneira didática. Para que as pessoas compreendam, por exemplo, que existem pessoas como as transexuais e que a maneira delas se perceberem não está de acordo com o que a natureza lhes deu. A saúde psíquica dessas pessoas depende da aceitação do outro. O professor tem que entender que existem diferentes orientações sexuais e que o papel de gênero do menino pode ser dilatado. Quem foi que recebeu um fax dos céus dizendo que menino se comporta dessa e não daquela maneira? Que tem que gostar dessa ou daquela cor? A escola tem que ser um campo aberto para a pluralidade de comportamentos e existências.
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Jair Bolsonaro: “Vamos fazer de tudo para enterrar”

Capitão do Exército, o deputado não reconhece a legitimidade da discussão sobre direitos dos homossexuais

ÉPOCA – Como vê a criação da Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT?
Jair Bolsonaro – O primeiro passo para desgraçar um país é mexer na célula da família. Eles vão atacar agora o ensino fundamental, com o “kit gay”, que estimula o “homossexualismo” e a promiscuidade. Tem muito mais violência no país contra o professor do que contra homossexuais. Quando eles falam em agressões, é em horário avançado, quando as pessoas que têm vergonha na cara estão dormindo. A regra deles é a porrada e querem acusar nós, os normais, os héteros.

ÉPOCA – O senhor não teme estimular a violência com essa retórica?
Bolsonaro – Negativo. Só quero que a opção sexual se revele na intimidade do quarto, não obrigar um padre a casar um gay. O bigodudo vai dar um beijo na boca do careca, na frente dos convidados, e isso é legal?

ÉPOCA – Como vai ser o diálogo com o deputado Jean Wyllys?
Bolsonaro – Vou ter atrito com ele no campo das ideias e dos projetos, que vamos fazer de tudo para enterrar nas comissões. Se depender de mim, e de muitos outros, não vai para a frente. Em nome da família e dos bons costumes. Eles vão querer o quê? Vamos colocar um espanador na orelha? Vão vender os serviços de “homossexualismo” deles, é isso?
ÉPOCA – Se a homofobia virar crime, o senhor vai parar de criticar os gays?
Bolsonaro – Tenho imunidade para falar. Não vou medir palavras. Eu defendo a pena de morte, que é mais grave que criticar homossexual. O pessoal me chama de retrógrado, dinossauro, mas a verdade é que o Brasil está piorando desde o fim do regime militar.

ÉPOCA – O kit contra homofobia nas escolas não é importante para reduzir a violência contra os alunos gays?
Bolsonaro – Não tem nada a ver. Ele está é estimulando o homossexualismo e a promiscuidade. Dependendo do público que você permite a informação, vai deturpar. Nesse kit, consta três filmetes, um deles é o “Encontrando Bianca”. A história é esquisita. É um menino, que pinta as unhas, que quer ser chamado de Bianca, que quer frequentar o banheiro feminino. E no final ele passa a ser uma referência na escola. Eles alegam que é da 5ª série em diante, mas não tem como você botar uma linha porque os prédios são de 1ª à 9ª série, como vai dizer que aqui só pode ver quem está na 5ª série para cima?

ÉPOCA – Qual é o problema do filme?
Bolsonaro – É um estímulo ao homossexualismo. É uma porta aberta para a pedofilia. Você vai aguçar a curiosidade dessa molecada numa idade muito precoce. Acho que a garotada vai para escola para aprender matemática, língua portuguesa, história e, se possível, um pouquinho de educação moral e cívica, que hoje não existe mais.

ÉPOCA – Em discurso, o senhor disse que “se um garoto tem um desvio de conduta (de orientação sexual), ele tem que ser direcionado para o caminho certo. Nem que seja pelas palmadas”. O senhor não teme estimular casos de violência dentro de casa, que podem levar a agressões físicas graves e até a morte?
Bolsonaro – Essa política de defender o coitadinho já está aí desde que o Figueiredo saiu e olha como está a situação da educação no país hoje em dia. O professor tem preocupação de dar nota baixa porque ele pode apanhar do aluno. No meu tempo, os meus colegas tinham medo de comentar nota baixa com os pais. Eu não quero abrir mão de dar umas palmadas na minha filha se preciso for. Tem um projeto de lei criminalizando isso aí. O espancamento, que é uma lesão física, está previsto em lei que você não pode, é crime. Mas, quando um filho nosso começa a ter desvios, ter comportamento violento, você pega uma cinta, dá três lambadas e ele se endireita. E se você pode direcionar o comportamento agressivo, porque não o comportamento delicado demais? Eu tenho pavor, Deus me livre um filho meu começar a entrar para esse lado de ser delicado demais.

ÉPOCA – O senhor acha que falar mal de gays publicamente é um direito?
Bolsonaro – Qual o problema? Eu vou continuar criticando porque eles querem ser uma classe de primeira categoria. É o plano do Projeto de Lei 122 [que criminaliza a homofobia] que está no Senado. Se aprovar aquele projeto e um dia eu tiver que aprovar alguém comissionado, eu já nem pego o funcionário se perceber que joga no outro time. Isso porque, na hora de ser mandado embora, você nunca sabe o que ele vai alegar. Olha que absurdo, numa escola, dois moleques de 16 anos começam a trocar beijos e, se o diretor advertir, começa com três anos de detenção. Quer dizer, começa com “kit gay” na escola, uma proibição como do PL 122, mais a lei da palmada, esse país vai virar terra de ninguém.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Coluna publicada no Jornal Local de 17/2 (antes das fotos)


Meus heróis morreram de overdose!

"Ronaldo, passe a bola, pô!
Ronaldo gorducho se aposentou (nada contra gorduchos não atletas) e, segundo a mídia, parece que o cara morreu defendendo a Queda da Bastilha! Romário foi mais bola e não teve tanta papagaiada! Claro, Romário não tinha papas na língua e dizia o que lhe convinha. O Ronaldo surgiu fazendo uma linha mais “bom moço”, foi garoto da UNICEF, jogou muita bola, mas numa fatídica noite, ele vestiu uma camisa rubro negra e andou aprontando umas num motel do Rio de Janeiro. A partir dalí (e claro, de outros episódios), o Fenômeno vacilou em determinados aspectos cruciais naquilo que o ethos nacional apelidou de malandro do futebol.

Não queria aqui desfilar apenas minha opinião medíocre sobre o universo futebolístico. Futebol para mim é somente um jogo que você ganha, perde ou empata, como muito bem disse o lateral da seleção Daniel Alves, quando perguntado sobre como enfrenta os “problemas” da carreira internacional. Na verdade, este texto é pra discutir como o brasileiro, via imprensa de massa, constrói na sua imaginação aquilo que chama de ídolo.

Acompanhar o espetáculo midiático onipresente é deprimente e sufocante. Mesmo não querendo, somos obrigados (na rua, academia, internet..) a acompanhar uma dramatização horrenda que na verdade não existe no universo multimilionário do futebol. E digo que o Ronaldo da televisão, de lágrimas sinceras e um futebol impressionante, é apenas a ponta de um iceberg no cassino internacional que envolve os donos do futebol mundial. Abramochiv (empresário russo), Eurico Miranda, Ricardo Teixeira, lavagem de dinheiro, sonegadores e outros escroques que o digam.

Acho que a mídia encobre os verdadeiros heróis da nação (professores, trabalhadores, 85% do povo que luta e trabalha a troco de 500 reais) e endeusa umas pessoas meio sem noção. Sem querer parecer futurólogo, proponho uma brincadeira aos 17 leitores que normalmente concordam comigo: vamos agora apostar com quantos votos o Ronaldinho vai ser eleito deputado nas próximas eleições? Eu aposto de 500 mil pra cima e vai levar um monte de mala pesada com ele.

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Valença tem "novo" prefeito, e o povo que não precisa trabalhar pra essa turma não agüenta mais. Tenho em mim dois sentimentos ambíguos: de um lado torço para que o atual prefeito termine logo seu mandato, para não sermos mais importunados por esse “negócio” que são as Eleições. Por outro, torço para que o Supremo (re)casse o prefeito e convoque novo pleito (de preferência perto do Natal), pois só assim o populacho vê a cor de algum (dinheiro) ao fim do ano. Bom Carnaval!

Festinha ontem (17/2) na casa de Ronaldo, link