quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O neo-neoliberalismo do governo Lula

O governo Lula continuou com privatizações, sob outros nomes, como Serviço Florestal Brasileiro (SFB), ProUni, Parcerias Público-Privadas (PPP). Deve ser um neo-neoliberalismo.

Por Antônio Júlio de Menezes Neto*, originalmente publicado no Correio da Cidadania em 3 de junho de 2008

O governo petista sempre aponta, com toda razão, que o governo tucano era neoliberal, pois privatizou diversas empresas estatais. Essas denúncias são importantes, pois apontam a ideologia presente na idéia privatizante, qual seja, a da superioridade da esfera privada em detrimento da pública.

A idéia neoliberal ganhou força nos anos 1970, um período de crise do capitalismo, no qual os empresários começaram a questionar os impostos que pagavam, dizendo ser o Estado ineficiente para gerir estes recursos. Questionaram, principalmente, os gastos sociais, como a previdência pública; diziam que, se o dinheiro ficasse com a iniciativa privada, ela seria mais competente na gestão econômica. Propuseram o desmanche do Estado de bem-estar social-democrata.

Assim, com o apoio de governos como o de Reagan e de Margareth Thatcher, a nova ideologia ganhou o mundo e, especificamente, países como o Brasil. Collor iniciou esse período e Fernando Henrique deu continuidade. Quando Lula assumiu, esperava-se, no mínimo, uma auditoria das privatizações. Mas, para surpresa, o governo não tomou nenhuma atitude, apesar de continuar denunciando as privatizações de FHC no palanque eleitoral.

Mas é importante relembrar que o único argumento que o governo Lula usou para dizer que não era neoliberal era o de que não havia privatizado as empresas que os tucanos também não privatizaram (Petrobras, Banco do Brasil, Correios etc.). E, para surpresa ainda maior, o governo Lula continuou com privatizações, sob outros nomes, como Serviço Florestal Brasileiro (SFB), ProUni, Parcerias Público-Privadas (PPP). Deve ser um neo-neoliberalismo. Vejamos estes exemplos:

1) Privatização do ensino superior: ao invés de investir no ensino superior público, preferiu beneficiar as escolas particulares, através do ProUni. Esta política visou “ajudar” as faculdades particulares, através de troca fiscal por vagas, muitas vezes em escolas de duvidosa qualidade. Alguns estudos mostram que, com os recursos do ProUni, poderiam ser abertas mais vagas no ensino público do que nas privadas.

2) Parcerias Público-Privadas: o projeto do governo federal propõe a criação de PPPs, começando com a privatização de nossas estradas.

3) Privatização de florestas: o governo passa a permitir a concessão de florestas públicas para manejo privado. Assim, o governo defende a superioridade da gestão florestal privada sobre a pública. Os riscos são evidentes, pois podemos ceder riquíssimos recursos naturais a empresas privadas, inclusive para multinacionais.

4) Reforma agrária de mercado: o governo tucano privatizou a reforma agrária através da compra de terras (Banco da Terra) pelo governo com empréstimos realizados junto ao BIRD. O governo Lula continuou com a mesma lógica política, só que agora com o nome de “Consolidação da Agricultura Familiar”. Planeja oferecer financiamento público para os sem-terra para a compra de terras privadas.

Os exemplos são muitos. Assim, o governo Lula necessita assumir, publicamente, sua nova face: a de neo-neoliberal.

* Antônio Júlio de Menezes Neto é sociólogo, doutor em Educação e professor universitário.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Frei Betto: Peço desculpas*

Gostaria de manifestar minhas desculpas a todos que confiaram em mim. Acreditaram em meu suposto poder de multiplicar fortunas. Depositaram em minhas mãos o fruto de anos de trabalho, de economias familiares, o capital de seus empreendimentos. Peço desculpas a quem assiste às suas economias evaporarem pelas chaminés virtuais das Bolsas de Valores, bem como àqueles que se encontram asfixiados pela inadimplência, os juros altos, a escassez de crédito, a proximidade da recessão.

Sei que nas últimas décadas extrapolei meus próprios limites. Fiz a opinião pública acreditar que o meu êxito seria proporcional à minha liberdade. Reduzi todos os valores ao cassino global das bolsas, convenci parte da humanidade de que eu seria capaz de operar o milagre de fazer brotar dinheiro do próprio dinheiro.

Peço desculpas por ter enganado a tantos em tão pouco tempo e pela quebradeira que se desencadeará neste mundo globalizado. Fechadas as torneiras do crédito, as empresas padecerão a sede de capital; obrigadas a reduzir a produção, farão o mesmo com o número de trabalhadores. Países exportadores, como o Brasil, terão menos clientes; portanto, menos dinheiro e precisarão repensar suas políticas econômicas.

Peço desculpas aos contribuintes dos países ricos que vêem seus impostos servirem de bóia de salvamento de bancos e financeiras, fortuna que deveria ser aplicada em direitos sociais. Eu, o mercado, peço desculpas por haver cometido tantos pecados e, agora, transferir a vocês o ônus da penitência. Sei que sou cínico e ganancioso. Só me resta suplicar ao Estado que tenha piedade de mim. Não ouso pedir perdão a Deus, cujo lugar almejei ocupar.

* Frei Betto é autor do livro Cartas da Prisão. Texto retirado do sítio do jornal O Dia em 27/10/2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

I Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense


No dia 1º de novembro, pela primeira vez a região do Sul Fluminense realiza um Fórum de Mídia Livre, reunindo professores, jornalistas, pesquisadores, poetas, estudantes e setores da sociedade e movimentos sociais interessados em discutir a produção e difusão da comunicação na região. Realizado em Volta Redonda, estará em debate a ocupação, reformulação e construção de espaços contra-hegemônicos no campo da comunicação, propondo alternativas democráticas de produção de conteúdo, em que a sociedade se reconheça de fato representada pelos meios de comunicação.

A idéia do evento é, além de reunir grupos ou pessoas que trabalham a comunicação na região, ampliar a discussão sobre a proposta de uma mídia livre já discutida anteriormente no I Fórum de Mídia Livre nacional, realizado nos dias 14 e 15 de junho deste ano na cidade do Rio de Janeiro, que decidiu, entre os próximos passos, encontros sobre Mídia Livre em todos os estados brasileiros, além de passar a integrar a Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação e lançar a Campanha pela Democratização das Verbas Publicitárias.

O Fórum do Sul Fluminense será realizado durante a tarde de sábado, no Colégio Manoel Marinho, no bairro Santa Cecília, em Volta Redonda. As inscrições são gratuitas e qualquer pessoa pode participar.

Programação
14h – Palestras seguidas de debate
Oona Castro - Intervozes e Overmundo
Claúdia de Abreu - TV Comunitária de Niterói
Arthur William – Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social
Leandro Uchoas – Fórum de Mídia Livre

19h – Apresentações culturais
Lançamento de livros, esquetes teatrais, declamação de poesias, malabares e apresentações musicais com as bandas Tio Chico e Rádio Caos

I Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense
1º de novembro de 2008
14h – Palestras
Colégio Estadual Manuel Marinho, Vila Santa Cecília – Volta Redonda-RJ
19h – Mostra Cultural
Pontual Shopping - 2º Piso, Vila Santa Cecília – Volta Redonda-RJ
Inscrições gratuitas na Livraria Veredas (Pontual Shopping, Vila Santa Cecília – Volta Redonda-RJ) ou pelo e-mail midialivresulflu@gmail.com

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A chama não se apagou nem se apagará...

Como a de Candeia (1935 - 1978), a chama de Luiz Carlos da Vila não se apaga nesta segunda-feira, 20 de outubro de 2008, dia de luto no samba por conta da morte de um dos mais inspirados compositores do gênero. Luiz Carlos saiu de cena aos 59 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer no intestino. Mas fica seu nome, que incorporou o da Vila por morar em Vila da Penha, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ). Embora a Vila pudesse muito bem ser outra, a Vila Isabel. Até porque foi para a escola Unidos de Vila Isabel que, ao lado dos parceiros Jonas e Rodolfo, Luiz Carlos compôs o samba-enredo Kizomba, a Festa da Raça, obra-prima do gênero com o qual a agremiação faturou em 1988 o primeiro de seus dois históricos títulos no Carnaval do Rio.

Luiz Carlos da Vila fez - como poucos compositores fizeram, dentro ou fora do universo do samba - a festa da raça negra. Com justificado orgulho, ele exaltou em muitas músicas a negritude e a mistura de raças que tinge o Brasil com as cores da miscigenação. O samba-enredo Nas Veias do Brasil - gravado por Beth Carvalho em 1986 no álbum Beth - é exemplo dessa pulsante vertente da obra de Luiz Carlos, nascido em Ramos, subúrbio do Rio, em 21 de julho de 1949. Outro bamba da Vila, o Martinho, seria o produtor responsável pela estréia do colega no mercado fonográfico brasileiro, em 1983, com o disco intitulado Luiz Carlos da Vila.

Em seu último disco solo, Um Cantar à Vontade, produzido por Milton Manhães e lançado em 2005 pela Musart Music, Luiz Carlos da Vila deu uma geral na sua obra num registro ao vivo que atesta a alta qualidade poética e melódica de seus sambas. É possível que o grande público nem ligue o nome à obra, mas levam a assinatura de Luiz Carlos da Vila jóias do quilate de Além da Razão (samba composto com Sombra e Sombrinha, lançado por Beth Carvalho, em 1988), Doce Refúgio (composto em tributo ao Cacique de Ramos, o bloco que tanto abrigou Luiz Carlos entre suas tamarindeiras), Por um Dia de Graça (samba-enredo humanista lançado por Simone em 1984) e O Sonho Não Acabou, feito para Candeia com versos que, a partir de hoje, também já podem ser aplicados à Arte de Luiz Carlos da Vila: "O tempo que o samba viver / O sonho não vai acabar / E ninguém irá esquecer... Luiz Carlos Vila, luz de eterno fulgor, hoje em doce eterno refúgio.

Retirado do blog do jornalista Mauro Ferreira - http://www.blogdomauroferreira.blogspot.com/

I Feira Universitária na FAA

A Fundação André Arcoverde (FAA) realiza no próximo dia 31, das 9 às 21 horas, a sua I Feira Universitária, no campus localizado no Bairro de Fátima, em Valença. De acordo com a FAA, a proposta do evento é promover a integração entre acadêmicos e comunidade.

Durante o evento, serão realizadas atividades educativas, apresentações artísttcas, palestras e debates, além de atendimentos odontológicos gratuitos (serviços de prevenção e orientações sobre como evitar cáries), realizado pelos alunos de Odontologia. O curso de medicina também participa, com os acadêmicos prestando atendimentos clínicos gratuitos e orientações sobre a prevenção de doenças como o diabetes, câncer de mama e problemas do coração. Os alunos de direito realizam consultas jurídicas durante o evento.

Mais informações pelo telefone (24)2453-4809

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Eloá e o sentimento de Vingança

É com muita tristeza que nós estamos acompanhando o fim trágico da menina de Santo Andre: especialistas, psicólogos, jornalistas, toda uma série de profissionais são convidados para dar suas opiniões sobre quais os erros cometidos na operação policial.

Existem várias criticas sobre a atuação da polícia: demorou muito tempo, acreditou num rapaz desequilibrado. No entanto, a critica que mais me chamou a atenção é aquela que coloca a morte da menina como falta de uma postura “mais firme” da polícia, leia-se, mandar um sniper, atirador de longa distância, dar um fim no infeliz seqüestrador.

Nas rodas de conversa da segunda feira as pessoas são taxativas: “eu mandaria matar o seqüestrador na hora, sem nenhum tipo de diálogo”. Tal posição sobre os acontecimentos “esquece” as falhas cometidas pela polícia paulista em detrimento da seguinte opinião: Elóa morreu porque resolveram dialogar com o “bandido”.

É trágico observar como esse garoto, totalmente confuso, já tinha se transformado no “bandido” que apavora a todos. Nem parecia um jovem de vinte e poucos anos que estava cometendo uma série de erros. Ele era, na opinião de muitos, uma pessoa irrecuperável, sendo a única solução a eliminação do sujeito.

Fazendo uma ponte: durante a década de 80, a indústria do cinema americano tinha descoberto a fórmula “atire primeiro, pergunte depois” e do “exército de um homem só”. Lembro do filme do ator Sylvester Stallone intitulado “Stallone Cobra” onde temos uma cena antológica: um criminoso invade uma mercearia e faz alguns reféns. Aparecem a mídia e o negociador com o discurso do diálogo, de ouvir as exigências do seqüestrador. Num certo momento chega o Cobra, com óculos Ray Ban e um palitinho na boca e “resolve” acabar com o seqüestro através da eliminação do seqüestrador. Ele justifica seu ato com uma frase que virou bordão dos policiais linha dura: “Com maluco eu não discuto, com maluco eu mato”.

Voltando ao caso Eloá, observei um sentimento de vingança por parte da população no sentindo de não aceitar que o seqüestrador continuasse vivo depois de atirar nos seus reféns. Desejos de que a polícia dê-se um “sacode” no garoto ou que o seqüestrador, misteriosamente, fosse baleado. Em nenhum momento dentro da roda de conversa havia a colocação que ele iria ser julgado por uma instituição competente de nossa sociedade.

Vingança, termo feio numa sociedade cristã. Contudo ela continua existindo através da confusão entre Vingança e Justiça. A confusão dos conceitos está claramente exposta no caso Eloá: o seqüestrador merece ganhar um “sacode”, pois ele não poupou suas vítimas, é “justo” que uma pessoa que não respeita a vida alheia, também não tenha sua vida, ou a sua integridade física, respeitada pelas outras pessoas. As pessoas acreditam que isso se identifica como Justiça, mas, na verdade, é um sentimento de vingança interiorizado.

Justiça pressupõe o direito de fala ao acusado. Se, na medida, em que não respeitamos o direito desse jovem de expor sua versão sobre os acontecimentos, por mais que isso nos cause uma aversão tremenda, não estamos sendo justos. Parece até que estávamos desejando o aparecimento de um “Cobra” brasileiro na situação para resolver nossas pendências. E olha que o Brasil é um país essencialmente cristão, onde o principal guia é uma pessoa que foi crucificada por aclamação! Já pensou se fôssemos militaristas....

Comentários

Foram muitos os comentários durante o processo eleitoral aqui no Blog. Grande parte deles não colabora em nada com as discussões, mas apenas buscavam denegrir imagens, criar conflitos ainda inexistentes. Antes e durante o período eleitoral, achávamos que não deveríamos moderar os comentários, que as pessoas teriam bom senso, e os comentários ofensivos, repetidos acabariam por si só.

As eleições terminaram, e alguns comentários, sempre se valendo do anonimato, continuaram. Continuaram e dificultavam as discussões de leitores realmente interessados em discutir. Como os “anônimos” foram muito insistentes, criamos um meio de moderação dos comentários – contra a nossa vontade, gostaríamos imensamente de que isso não fosse necessário.

Nele, usamos de nosso direito de ver respeitados os nossos leitores. Nossa esperança é que a moderação seja apenas “fictícia” e que todos os comentários sejam publicados. A proposta não é qualquer tipo de censura a quem quer que seja, ou de evitar que “falem mal do VQ”. Não temos a menor preocupação em ser criticados. Mas prezamos pela boa discussão, sem insultos, baixarias, ofensas ou agressões. Também vamos “moderar” comentários que estejam repetidos em diferentes postagens.

Alguns blogs restringem também os comentários a textos relacionados com a postagem. Aqui, embora esse seja também de interesse, os leitores podem ainda usar o espaço dos comentários para manifestações e divulgação de atividades em nossa cidade (que podem, inclusive, a fazer parte das postagens).

Que todos comentem cada vez mais, discutam cada vez mais, mas respeitando o próximo.

sábado, 18 de outubro de 2008

Pinte Vassouras

Estão abertas até segunda-feira, dia 20 d eoutubro, as inscrições para o concurso de pintura Pinte Vassouras. O concurso acontece na quarta, dia 22 de outubro, e os inscritos registrarão o Centro Histórico da cidade (prédios, praças e monumentos) a as paisagens naturais.

O concurso é organizado pela Pró-reitoria de Extensão Universitária da Universidade Severino sombra, e coordenado pelo maestro Cláudio Pereira Moreira. Dividio em três categorias (óleo sobre tela, aquarela e desenha), o concurso premiará os três melhores trabalhos de cada categoria.

As inscrições serão realizadas na Pró-reitoria de Extensão Universitária, na Av. Exp. Oswaldo de
Almeida Ramos, 280, Bloco 2, 2º piso, Centro, Vassouras-RJ.

Mais informações pelo telefone (24) 2471 8358, das 8h às 12h e das 13h às 20h, dos dias 20/09/08 a 20/10/08, ou pelo email secretaria.extensao@uss.br.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"Os Seresteiros de Conservatória" fazem seu primeiro show no Rio

"Os Seresteiros de Conservatória" fazem seu primeiro show no Rio, neste domingo, 19 de outubro, às 21h30m, no Oi Casa Grande. Os cantores interpretam composições de Orestes Barbosa ("Chão de Estrelas"), Pixinguinha ("Carinhoso"), Vinicius e Toquinho ("Tarde em Itapoã"), de Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa, Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho e Silvio Caldas entre outros.

A Canção Brasileira: Serenatas e Serestas
Oi Casa Grande (Av. Afrânio de Melo Franco 290, Leblon)
Tel: 21 2511-0800
Data e hora: 19 de outubro (domingo) às 21h30m
Capacidade: 550 lugares (platéia)
Ingressos: R$ 40,00 e R$ 20,00 (estudantes e idosos)
Censura livre
Estacionamento pago: Shopping Leblon
www.oicasagrande.com.br

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O ano em que me tornei um Ceifador de Almas: “Feliz dia do Professor”

O ano de 2008 é o meu primeiro ano como professor de História. Contudo, olhando retrospectivamente parece-me que a experiência obtida em sala de aula equivale a anos de aprendizado.
“Entrar numa sala de aula é entrar numa zona de guerra”. Se me falassem tal expressão, no final da minha faculdade, eu escreveria algumas páginas onde colocaria que a “zona de guerra” é o resultado de uma aula “antiquada” para a geração atual. Como os alunos não se identificam com o conteúdo apresentado, eles não conseguem obter um rendimento acima da média. Ainda escrevendo o texto “acadêmico” colocaria a necessidade de planejar uma aula dinâmica, interativa com os alunos, dando exemplos atuais. Hoje, menos de 1 ano, percebo que todas as discussões da academia são apenas a ponta do iceberg de um problema chamado Educação.
Coloquei a Educação como problema, pois não acredito que ela seja a solução. Não acredito no discurso que a coloca como redentora de nossa sociedade injusta e hipócrita. Vi agora a pouco no jornal: um professor que faz uma caminhada enorme para poder dar aula para seus alunos. Ele justamente tinha orgulho de sua profissão e julgava ser importante e válido o esforço que ele fazia. A elaboração da reportagem já dava o dom de mostrar a grandeza desse professor em tentar “fazer a diferença”.
Todavia, depois da emoção, comecei a pensar na imagem que o jornal e, de certa forma, muitos setores de nossa sociedade, fazem d o professor. Parece que o “professor” é uma entidade mística, é aquele que cara que vai fazer, sozinho, a diferença em sua escola. Em nenhum momento a reportagem procura se informar se não tem como disponibilizar um transporte para que esse professor chegue à escola mais cedo. Não se informou, pois o objetivo a reportagem é solidificar a imagem de professor-herói.
O professor herói é o fruto de nossa incapacidade de pensarmos a educação em termos estruturais. É muito mais fácil homenagear um professor em especial do que ouvir as suas propostas. Talvez eu esteja sendo muito pessimista, ainda mais se quem estiver lendo o texto for uma pessoa sem a experiência de sala de aula, mas ser professor, hoje, é enfrentar uma série de dificuldades: falta de participação familiar na vida escolar do filho; a falta de condições estruturais para realizar aquelas aulas teorizadas na faculdade; falta de respeito dos alunos.
O paradoxo que vou descrever agora já é conhecido por muitos. Chegue numa roda de amigos e pergunte sobre a importância do professor. Muitos vão falar da “boniteza” da profissão, da sua importância para a sociedade e para o Brasil. Logo em seguida, faça a pergunta se eles trocariam suas profissões pela do professor ou, quando tiverem filhos, se eles gostariam que seus filhos se tornassem professores. A resposta vai ser radicalmente contraria. Até mesmo professores de longa carreira preferem que seus filhos não sigam os seus passos. Tudo indica que a profissão de professor é aquela que serve para ser admirada “de longe”.
Como é possível isso? Como uma profissão pode ser, ao mesmo tempo, admirada e rejeitada. Governos tratam os professores como lixo ao mesmo tempo em que reafirmam a importância da educação. Nós mesmos “aceitamos” o rótulo de que somos “heróis” e não discutimos, no espaço público, as condições que nós temos de garantirmos o direito de cada cidadão a ter uma escola pública com um ensino de qualidade.
Enquanto nós, como sociedade valenciana, não colocarmos a educação como um problema do nosso município a ser discutido seriamente, vamos continuar a ter uma visão idealizada do professor: quando mais as condições materiais se deteriorarem, mais seremos vistos como salvadores da pátria. Hoje vamos ser homenageados, não pelo que fazemos no dia a dia, mas sim por aquilo que as pessoas pensam que é a nossa única e exclusiva responsabilidade. Até lá eu me considero como um ceifador....

domingo, 12 de outubro de 2008

Peça teatral no Rosinha de Valença dias 18 e 19

No próximo final de semana - sábado 18 e domingo 19 de outubro -, a Cia. Amor e Arte apresenta a peça teatral "Apocalipse Brasil", no Teatro Rosinha de Valença, às 19:30 horas.

Os ingressos antecipados saem a R$ 5,00. Quem deixar para comprar no dia vai pagar o dobro, R$ 10,00 (a não ser estudantes, que pagam meia entrada).

Retirado do blog amigo aqui ao lado - Psi et Bonum Zine, do companheiro Fabrício

sábado, 11 de outubro de 2008

Saudações a quem tem coragem!

Estou muito preocupada com o papel da mídia em relação aos movimentos sociais, não é de hoje que isso acontece - em relação aos movimentos e locais - em que atuamos. Escrevo para pedir a ajuda do Movimento em relação à condição do movimento/Estudantes da UERJ. Todo mundo sabe que os estudantes da UERJ ocuparam a reitoria após assembléia estudantil no dia 10 de setembro, com pauta de reivindicação urgente (como bandejão, assistência estudantil, etc.*ver texto do blog: http://uerjocupada.blogspot.com/2008/09/comunicado-do-movimento-de-ocupao-em.html. Decidiu-se voto a voto, em duas assembléias pela manhã e a noite a participação na greve (iniciada pelos docentes no dia 8 de setembro - se não me engano). Após a assembléia da noite a ocupação teve início - decisão dos estudantes presentes na assembléia, em torno de 500 pessoas.

A tomada de rumo do DCE foi decidida perante as assembléias estudantis antes da ocupação e durante a ocupação.

A ocupação durou 20 dias. Hoje, dia 10, a saída da ocupação completa uma semana e três dias. De represálias e ataques terroristas estão sofrendo os estudantes que são diretores do DCE - Gestão eleita em julho de 2008 - posse em agosto se não me engano. Nessa gestão "Nada será como antes" o plebiscito pela majoritariedade venceu a proporcionalidade.


Abrindo um parêntese:

- Ano passado (2006-2007) a gestão foi composta por todas as 4 chapas que concorreram ao DCE. A chapa "Camarão que dorme a onda leva" – PC do B - UJS, diversas correntes do PT, Juventude do PSB – teve maioria dos votos e maioria da gestão proporcional, com a grana das eleições para governador do Rio. Grupos que consideramos de direita e conservadores, por atuarem na universidade de forma neoliberal e privatizante da instituição. Educação não é mercadoria.*Correu o boato de que nessa eleição essa chapa movimentou mais de 20.000 reais, durante as eleições para o DCE, com dinheiro vindo de diversos lugares, exemplo: das campanhas do PT para governador e deputados estaduais e federais. Eu mesma presenciei no dia do resultado das eleições a conversa com um cabo eleitoral de um deputado-PT da zona oeste do Rio, que com a vitória aprovou a "doação" de 3000 reais para a campanha desta chapa. Esse grupo político anda de braços dados com o governo Sérgio Cabral. Seus partidos ocupam cargos importantes do governo, tais como a Secretaria de Ciência e Tecnologia*a UERJ hoje está vinculada a essa secretaria (PSB), base do governo na ALERJ, etc. Além disso, esse grupo, onde se inclui a famosa UJS – União da Juventude Socialista do PCdoB, isso, a mesma que monopoliza a UNE (União Nacional dos Estudantes), foram cabos eleitorais da campanha para reitoria em novembro passado do atual reitor eleito democraticamente pelo colégio eleitoral da UERJ. Colégio Eleitoral = estudantes/ funcionários técnicos e docentes.*o voto é proporcional em relação ao colégio eleitoral das categorias, ou seja, o voto de um docente pode chegar a valer o voto de 49 estudantes.*Vieiralves tem um currículo invejável, é do PT e esteve afastado da universidade durante muito tempo (ocupando cargos no governo Sérgio Cabral e anterior) retornando para vencer as eleições e recolocar seu grupo político conservador no poder (UERJ 21).

Obs.Currículo do REItor: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4780741H0

No dia 9 de outubro saiu no jornal O DIA na página 12, a matéria da convocação da impressa feita no dia 8 de outubro pelo REItor, onde a nenhum estudante nem a TV UERJ (feita por estudantes da Faculdade de Comunicação da UERJ) foi permitido participar. E, que calunia os estudantes/ ocupação em relação à situação/condição da reitoria após a retirada da ocupação. Essas calúnias são instrumentos que nos desqualificam e nos expõem de tal forma terrorista e ainda mais, nos colocam no lugar contrário. Colocam-nos no lugar deles, porque eles sim desmontam a universidade pública. Bebem água Perrier (R$ 5,00 a garrafinha) e nós nem bebedouros temos Além das perseguições ditatoriais de um Estado Positivo de Direito, há a perseguição citada. Todos os diretores empossados do DCE são réus dos processos durante a ocupação, que se iniciaram na reintegração de posse. Essa perseguição continuou essa semana, quando o reitor e um funcionário do Tribunal de Contas do Estado foram a 18DP - Praça da Bandeira, e fizeram duas queixas-crime. A do TCE é sobre um suposto laptop e um pendrive. Esse sujeito disse que fazia um trabalho na UERJ e esqueceu lá seu laptop e seu pendrive. Alegando foram furtados por algum estudante/pela ocupação. Nesse processo ele coloca o nome de uma estudante - que também é diretora do DCE e faz parte da comissão de comunicação da Ocupação - para prestar esclarecimentos/ depor na delegacia. Já o processo do REItor, Ricardo Vieiralves, é relacionado a supostos danos ao patrimônio público. Com valor de total (dos supostos prejuízos) somados em R$ 50.000. Nesse todos os estudantes são os autores da suposta desgraça - principalmente aqueles que ocuparam a reitoria. Ou seja, os supostos danos são: "desaparecimento de laptop, pendrive, pixação, e furtos de alguns objetos". As fotos que o REItor divulgou para a imprensa foram forjadas. Repito isso é uma armação!! No início da ocupação foi feito um inventário do que havia no local com uma comissão inclusive de pessoas da Administração Central e seguranças da UERJ - seguranças que são patrimoniais e seguranças pela segurança mesmo = seguranças da repressão, se é que vocês me entendem. Na retirada dos estudantes, foi feita uma nova comissão que inventariou e relatou a situação do local - composta por diversos membros e entidades da UERJ: ASDUERJ associação de docentes da universidade do estado do rio de janeiro www.asduerj.org.br e do SINTUPERJ sindicato dos trabalhadores das universidades públicas estaduais http://www.sintuperj.org.br/.

Podem ser lidos textos a respeito da situação da REITORIA após a ocupação nos endereços da ASDUERJ, do SINTUPERJ e do blog da ocupação (uerjocupada.blogspot.com).

Peço a contribuição do MOVIMENTO VALENÇA EM QUESTÃO, de outros MOVIMENTOS e das pessoas pela não criminalização dos movimentos sociais, ajudando a divulgar mais uma mentira da mídia burguesa. Sendo veículo de apoio do movimento e dos estudantes da UERJ, mostrando o nosso repúdio ao poder da mídia burguesa e dos poderosos, que deturpam nossas atuações e nos terrorizm com processos criminais. Peço que leiam o blog da ocupação: http://www.uerjocupada.blogspot.com/. Mandem apoio para ocupacaouerj@gmail.com. Me refiro ao apoio individual e das entidades.

Muito obrigada e me desculpem se em algum momento do desabafo não me expressei bem e não me fiz entender. Conto com o apoio de vocês e dos movimentos. Se puderem divulgar os textos que estão no blog, será de grande valia. Não se esqueçam de visitar e viajar nas postagens antigas da ocupação da UERJ.

Mais informações entrar em contato com a comunicação da ocupação através do email ocupacaouerj@gmail.com


Saudações aos corajosos,


Luciane Barbosa de Souza
Pedagoga/ UERJ – Estudante de Ciências Sociais UERJ – lesada desde 2002, ano de vestibular/ingresso na UERJ.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Que Valença queremos?

Lendo o texto do Danilo e os comentários que ele gerou, lembrei da formação da Assembléia Popular de Valença, que teve à frente principalmente o MST (que já trabalha em diversas localidade com a idéia de Assembléia Popular), o Psol, o Sepe e o Valença em Questão. Era início da ocupação das casas populares na Varginha, e a expectativa era grande em relação aos novos militantes que chegavam na Gisele Lima.

Nesta quarta fui ao lançamento de um livro no Rio, e conversava com um ex-militante do Movimento Estudantil. Falava com ele da minha birra com os estudantes, que ao partidarizarem as discussões, brigam entre si e não alcançam objetivos que poderiam ser unificados. Isso serve para toda a esquerda, que se atém mais às diferenças do que aos interesses comuns.

Esse amigo, ex-militante, disse que hoje é pior ainda, porque não conseguimos enxergar nada que unifique essas lutas. O processo do neoliberalismo, o Lula no poder e seu governo neoliberal, deixaram muitos desacreditados. As disputas internas dentro desses grupos só dispersam os interesses coletivos mais urgentes e mais importantes. O capitalismo e o neoliberalismo são bons no que fazem.

Cidadãos que moldem o seu próprio destino
No texto, Danilo fala da importância dos movimentos de esquerda se unirem na busca por uma sociedade mais justa. Não só em Valença, mas no Brasil, temos uma injusta distribuição de renda. Temos umas das economias mais dinâmicas do mundo (ficamos atrás apenas dos oito grandes, integrantes do G8), mas apresentamos índices de exclusão e de miséria, ou seja, de injustiça social, entre os maiores do mundo. De acordo com relatório do Banco Mundial, o Brasil é o país com o maior grau de concentração de renda no mundo. Os 10% mais ricos tem quase a metade da renda (48%) e os 20% mais pobres detêm apenas 2%. Nosso 1% mais rico é mais aquinhoado proporcionalmente que o 1% mais rico dos Estados Unidos e da Inglaterra.

Temos que superar esse obstáculo, criado pela forma como se dá o processo econômico de globalização, extremamente competitiva e nada cooperativa. É preciso pensar em uma forma de cidadania onde os cidadãos tenham capacidade de moldarem seu próprio destino, em consonância com o destino comum da humanidade.

Essa superação passa por todo o país, e claro, por Valença, que deve se garantir um futuro autônomo, relacionando-se com o resto do mundo. Sem isso, viveremos atrelados ao destino decidido por outros, omitindo-nos a dar uma colaboração singular ao futuro comum da humanidade. É um conjunto complexo de ações, que devem ser iniciadas o mais rápido possível.

Novo rumo, mais humano e solidário
Talvez o grande desafio seja descobrir a forma de transformar as massas anônimas, deserdadas e manipuláveis, em cidadãos conscientes e organizados, entendendo por cidadania o processo histórico-social que capacita a massa humama a forjar condições de consciência, de organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e passar a ser povo, como sujeito histórico capaz de decidir o seu próprio destino.

É a crença de que ainda há tempo para mudanças que pode reorientar nossa cidade em um rumo mais humano e solidário que motiva nossas reflexões e a permanência de nossas lutas. Os grupos sociais hegemônicos hoje controlam a sociedade não apenas pelos aparelhos coercitivos – polícias, presídios, repressão –, mas principalmente através dos aparelhos de hegemonia – TV, jornais, igrejas, sindicatos, etc.

Esses aparelhos de hegemonia, de coerção pelo convencimento, contribuem na formação política, intelectual e moral da sociedade. É o que podemos chamar de dominação ideológica. Mas é justamente nesse espaço do convencimento que os movimentos de esquerda devem trabalhar. Podemos pensar em processos que sejam contra-hegemônicos, no sentido de combater essa idéia hoje dominante, procurar formas de conscientização das pessoas em relação a suas condições de vida.

Organicidade aos movimentos
O Estado procura – e na maioria das vezes com sucesso – assimilar a cultura popular e esvaziá-la de qualquer sentido contra-hegemônico e crítico que ela possua. Como exemplos podemos citar o funk das favelas cariocas, que foi apropriado pelo sistema e transformado e nada mais do que em um estilo de música de baixaria. E ponto. Pouco se sabe de um movimento que vem resgatando o caráter crítico do funk no Rio de Janeiro. Isso não interessa aos grupos sociais hegemônicos. Ou então a cultura hip hop, surgida como uma das mais pungentes críticas do sistema capitalista, hoje é tocada em boates como se fossem músicas apenas para dançar, sem crítica, descontextualizando a cultura hip hop (que envolve, além do rap – música – o grafite, o break e o mestre de cerimônias – MC).

Precisamos pensar em ideologias orgânicas, que são historicamente necessárias, uma ideologia que se transforma na perspectiva de dar respostas aos processos políticos dos sujeitos. E não uma ideologia arbitrária. Essa ideologia orgânica se faz necessária na medida em que cria junto às massas o modo de consciência, determinando os interesses de determinado grupo ou classe social.

O grande problema é como colocar em prática toda essa “teoria”, como fazer com que as massas cumpram esse papel revolucionário. Uma perspectiva colocada pelo pensador italiano Antonio Gramsci, seria que os partidos políticos realizassem esse papel de representar a sociedade e seus interesses, encarnando a vontade coletiva. Mas o que vemos hoje são esses aparelhos de hegemonia esvaziados de pessoas que possam influir na busca pelos interesses da maioria. Em Valença, os partidos de esquerda são esvaziados e muitas das vezes nada fazem. Para piorar, entre si existem poucas possibilidades de alianças ao entorno de projetos. Os partidos são formados por pessoas, e as pessoas se conhecem, têm problemas pessoais, não gostam disso ou daquilo outro, e nada de conversa civilizada. Já é tempo dos partidos acabarem com isso em nossa cidade.

A mobilização em Valença
Escrevem nos comentário aqui no blog de que o VQ deveria fazer isso ou aquilo. Em alguma medida, isso chega a ser irritante. Porque o VQ tem que fazer isso sozinho? As pessoas acham que um grupo de jovens, que trabalham, estudam, têm uma vida pessoal têm como resolver os problemas de Valença – e se não o fazem, é motivo para críticas severas. Temos consciência que sozinhos não vamos fazer nada. Mas faltam apoios. Grande parte do que lemos nos comentários são críticas a deficiências do movimento. Mas pouco pensam em colaborar, ou em demonstrar caminhos a serem seguidos.

Mas minha crença é que as pessoas têm que se envolver. O grande problema é que as pessoas, quanto menos têm, mais se preocupam em saber o que elas vão ganhar com isso. E no curtíssimo prazo. Uma barra tentar convencer as pessoas. Por isso levo fé hoje em nossa cidade na Ocupação Gisele Lima, que possui uma organização capaz de mobilizar algumas pessoas, do Valença em Questão, que há quatro anos tem um grupo firme, ao MST, que em nossa cidade mobiliza uma galera, ao SEPE, que mobiliza os professores. Mas o grande problema é que nesses quatro “grupos”, muitas pessoas se “repetem”.

E é pensando nessa perspectiva de mudança, de mostrar o que não é mostrado, de valorizar o que não é valorizado, de dar voz a quem é emudecido pelo sistema, que o Valença em Questão se mantém firme, e sempre aberto a quem se interessar a colaborar conosco. Dentro ou fora do movimento.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eleições: Análises, Reflexões e Lutas.

Imponderável. É desta forma que caracterizo o processo eleitoral em Valença em 2008. E os fenômenos que cercam essa “imponderabilidade eleitoral”, que não conseguiu animar, e menos ainda, demonstrar a importância desse momento pra o eleitor é o que será objeto deste texto.

Campanha e poder econômico

Desde o primeiro momento ficou claro que nenhuma das candidaturas vitoriosas em potencial trariam mudanças substantivas a realidade valenciana. O que as diferenciou foi o menor ou maior abuso do poder econômico no decorrer da eleição até as renúncias. Eu, apesar de jovem, não lembro de um rio de dinheiro derramado assim na cidade em eleições passadas, acredito que essa foi recordista em usar e abusar da máquina de cooptação burguesa. Foram milhões gastos em placas, panfletos, carros de som, e, principalmente, em compra de votos.

Também acredito que pela primeira vez na história mostrou-se óbvio ululante que a real disputa que acontece não são entre aquelas máscaras que estão concorrendo oficialmente, mas sim, entre os rostos e os corpos por trás da máscaras. Rostos e corpos externos que buscam tomar e ou permanecer hegemônicos na cidade explorando e expropriando as pessoas em busca de um interminável projeto de poder.

Há de se falar também nos candidatos a câmara municipal, tão pouco debatido, inclusive por nós.

Os grandes nomes, por assim dizer, usaram cada um da máquina que dispunham para conseguirem seus objetivos. Uns usaram única e exclusivamente do poder econômico na compra de votos, outros além da compra de votos usaram o seu sobrenome “famoso” que é de se achar graça ou gracioso talvez, tiveram aqueles que se prendiam nas promessas de um possível cargo comissionado e ainda os que prometiam o “imprometível” com promessas que vão além das prerrogativas inerentes a um cargo do legislativo.

É indispensável analisar as campanhas tanto para prefeito quanto para vereador foram totalmente esvaziadas de programas e propostas realmente concretas, emancipadoras e modificadoras da realidade da população valenciana.

Personalidades Eleitorais

Não querendo ser redundante, mas o sendo, o grande aspecto ou o grande protagonista nessa eleição, como na ampla maioria de cidades brasileiras, foi o abuso do poder econômico, da maquina publica e da compra de votos.

Mas, além do dinheiro e das personagens exteriores com seu projeto de poder, vou tentar abordar as personalidades mais vivas (ou espirituais, como entenderão mais a frente) destas eleições municipais.

Começo por essa personalidade espiritual. O finado ex-prefeito Fernando Pereira Graça que mais uma vez provou ser um fenômeno de votação mesmo do além, e que o ranço coronelista, clientelista, personalista e assistencialista permanece vivo. Conseguiu eleger numa tacada só um filho e um sobrinho usando de um mesmo sofisma. Prática que o manteve, alternadamente com outra força, no poder por um longo inverno que ainda perdura. Pode parecer uma ignomínia de minha parte dizer isto, mas é verdade, o coronel – fantasma ou o fantasma-coronel elegeu 20% da câmara de vereadores de Valença, coisa que outras “forças” vivas não conseguiram. Incrível!

O imponderável aliado a força cooptadora do deputado Picciani e sua vontade de ser a força hegemônica fizeram algumas "vítimas fatais", provavelmente. São as principais "vítimas" o ex-prefeito Luiz Antonio e o PT, além do atual prefeito que teve participação discretíssima durante o processo eleitoral.

O ex-prefeito, apesar do filho deputado, encerrou sua participação na política do município saindo pela porta dos fundos de forma vergonhosa e desprezível. A sua renúncia desconsiderou e desrespeitou o seu eleitorado – que por incrível que pareça ainda existia– demonstrando que o mais importante para ele e o seu grupo político é o projeto de poder para continuar explorando e expropriando a classe trabalhadora da nossa cidade, além da falta de autonomia de idéias e ações na sua vida pública.

Outra "vítima" foi o PT. Que já andava mal das pernas, desde a perda de seus mais históricos e combativos militantes como Paulo Roberto Figueira, Danilo Serafim, Chico Lima, entre outros. Desde então, o PT nunca teve potencial mobilizador, e não esteve e nem está presente nas lutas dos movimentos sociais, nas lutas que buscam a emancipação humana ou algum movimento que busque o horizonte socialista ou lutas sociais. Teve um papel obviamente ridículo e oportunista ao entrar na campanha do adversário e contradizer tudo o que haviam dito, que o adversário era lobista, grileiro de terras, etc. Apesar de ter feito um vereador, que corre o risco de expulsão do PT por não ter se bandiado para a outra campanha, acredito piamente que desta agora o PT/Valença some de vez.

Desta forma Dr. Álvaro e o prefeito eleito Vicente Guedes protagonizaram o “segundo turno” pós renúncias. Essa nova polarização fez com que os investidores externos das campanhas despejassem ainda mais dinheiro para tentar arrebanhar aqueles votos soltos depois das renúncias. Aumentando assim o volume da compra de votos e de tentativas extremas de ganhar a eleição a todo o custo. Tal foi que no dia da eleição alguns candidatos a vereador e também o Dr. Álvaro foram detidos por fazer boca de urna.

A falta de propostas e programas verdadeiros, alijando os valencianos de escolher seu candidato através do programa que rompa com a lógica neoliberal, elege a máscara nova de corpo e rosto bem conhecido, velho e corrompido.

Futuro e Lutas

A eleição de uma câmara amplamente renovada e a eleição do prefeito de máscara nova prova que além do poder econômico sobrepor o programa nas práticas eleitorais, há a ânsia das pessoas, que tem sua força de trabalho tão explorada e expropriada, por mudanças políticas concretas e substanciais que possam emancipá-las humanamente e politicamente. Essa mudanças políticas que certamente não serão apresentadas pela direita neoliberal que é hegemônica na nossa cidade e no resto do Brasil.

É fundamental que formemos uma rede revolucionária orgânica que seja capaz de combater amplamente, fazendo duramente a luta contra-hegemônica. Formada pelos movimentos sociais, partidos da verdadeira esquerda revolucionária (PCB, PSTU, PSOL), e por aqueles e aquelas que não se conformam com essa lógica neoliberal que mata, explora, expropria, empobrece e aliena a classe trabalhadora.

Por isso convoco a todos e a todas para envergar essa bandeira de lutas unificadas para que nos próximos 4 anos e também no longo prazo, lutemos, fiscalizemos, cobremos e combatamos toda essa lógica política nefasta que é visceral em nossa cidade e agora reafirmou seu poder após esta eleição do imponderável.


Danilo Neves Vieira Serafim – estudante de direito

Futura disponibiliza conteúdo educativo

O Canal Futura desenvolveu uma ferramenta que disponibiliza seu conteúdo educativo pela internet. Os programas podem ser gravados para uso educativo. O caminho é pelo site Futuratec, que possibilita a gravação de programas em CD para assistir em aparelhos de DVD.

A proposta da ferramenta é ampliar o alcance da programação do Canal Futura e de seu potencial educativo, possibilitando que os programas sejam utilizados pelos mais variados atores. Uma vez gravado em mídia digital (CD), a exibição do programa não exige mais o uso do computador nem conexão à Internet, apenas uma TV e um aparelho de DVD.

Para baixar os programas, é necessário preencher um cadastro no site. Os perfis serão avaliados pela equipe do Canal Futura e serão liberados para aqueles que estiverem vinculados a instituições que podem fazer uso educativo dos conteúdos. Para o processo de gravação o próprio site indica softwares a serem utilizados, todos gratuitos, e o processo de instalação dos mesmos estão disponíveis em tutoriais no site.

Os conteúdos são organizados por temas e há uma opção de busca que facilita a procura do programa desejado. Quem ainda tiver dificuldades, pode buscar uma solução na seção de dúvidas ou no fórum do site.

Atualmente o Futuratec disponibiliza cerca de 30 títulos diferentes (séries produzidas pelo Canal Futura) através de 400 episódios. Além dos vídeos, o Futuratec também permite que sejam disponibilizados materiais complementares. Ao baixar um arquivo, o "telespectador virtual" também pode ter acesso a conteúdo pedagógico, sinopses, fichas técnicas e informações institucionais.

Acesse o serviço em www.futuratec.org.br

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Desafio

Lanço aqui um desafio aos leitores do blog. Aos que moram em Valença, aos que moram longe, aos que nem conhecem Valença. Como esse espaço (como o do jornal) se pretende ser a voz de uma galera que não tem espaço em outros meios de comunicação e nosso espaço é meio que ilimitado (diferentemente do jornal impresso), gostaria muito que as pessoas contribuíssem, não apenas com pautas e sugestões, mas com textos que possam ser postados e discutidos através dos comentários.

O desafio é simples. A única preocupação é que os textos não tenham caráter ofensivo a quem quer que seja e que os argumentos tenham algum embasamento – nada teórico, mas não dá pra colocar um “eu ouvi falar” ou “estão falando por aí” que perde a credibilidade. Opiniões pessoais estão abertas, conquanto que não sejam ofensivas.

A idéia é que sejam textos curtos e simples (não impedindo que textos maiores e complexos não entrem), que podem ser por exemplo um relato de um acontecimento que aconteceu no seu bairro, ou na sua escola, ou enquanto estava numa boate. Pode ter um caráter de denúncia (fundadas, pra não nos trazer problemas). Se tiver como enviar uma foto, melhor ainda. Pode ser sobre um buraco na rua que a prefeitura ou a Light não consertou. Ou o cinema que fechou por falta de público. Os assuntos podem ser os mais variados.

As matérias, reportagens, artigos, loucuras e afins devem ser enviados para o email do Valença em Questão (valencaemquestao@yahoo.com.br). Outra coisa, é que o autor tem que assinar, nem que seja com pseudônimo, que não dá pra colocar um “anônimo” assinando. Mas pelo menos no email, a pessoa tem que se identificar, porque se não fica meio complicado dar credibilidade ao texto.

E aí, quem vai encarar?

"Morro pela Arte"

Vídeo premiado como melhor filme pelo voto popular no Cine Cufa. O vídeo fala do grupo sócio-cultural Raízes em Movimento, que tem sua sede no conjunto de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro

"Arte revolucionária deve
ser uma mágica capaz de enfeitiçar
o homem a tal ponto que ele não mais
suporte viver nesta realidade absurda"
Glauber Rocha





terça-feira, 7 de outubro de 2008

Imagens...

ALGUMAS IMAGENS DOS ÚLTIMOS DIAS, QUE AINDA ESTAVAM NA CÂMERA...

Seminário Patrimônio Histórico na FAA, realizado dia 19 de setembro


Público que assistiu ao Seminário (cerca de 50 pessoas se não me falha a memória)


Campanha do Afonso, dia 27 de setembro, na Rua dos Mineiros, pela manhã



Cineclube Sem Tela no Vale Verde, realizado dia 27 de setembro (parceria do Movimento Valença em Questão, Associação de Moradores do Vale Verde e Observatório de Favelas). Mais de 100 crianças começaram a assistir ao filme "O Menino Maluquinho 2", mas nem todo mundo ficou até o final, muito por causa da chuva que caia no dia.


Vicente Guedes, já eleito, na Rua dos Mineiros, no dia 5 de outubro.

Auto-estima ou punição?

Fui, há duas semanas, conhecer o projeto de uma amiga, que ministra oficinas de jornalismo para um grupo de alunos da Escola Estadual Anacleto de Medeiros, que funciona dentro do presídio Evaristo de Moraes, no Rio de Janeiro. Lá, acompanhando o processo de produção do jornal, alguns detentos liam os textos que produziram. Uns reportagens, outros artigos. Abaixo, reproduzo um artigo escrito pelo detendo Sérgio Miranda de Almeida, que foi publicado também no site do Observatório de Favelas.

Auto-estima ou punição?

Por Sérgio Miranda de Almeida*

Sinto que ao participar do espaço que o colégio estadual Anacleto de Medeiros oferece aos detentos do Evaristo de Morais, minha auto-estima, como a de todos que participam das atividades, cresce a cada dia. Minha esperança aumenta e meus olhos conseguem enxergar oportunidades que há anos atrás eu não veria dentro do sistema penitenciário. Anos que, se formos analisar, não estão distantes da realidade atual em que nós, internos do sistema penitenciário, vivemos.

A verdade é que, olhando para outros presídios do estado do Rio de Janeiro e dos demais estados, verificamos que o presídio Evaristo de Morais é um dos poucos que tem uma direção que permite atividades para que o interno supere a ociosidade, aprenda coisas novas, acrescentando conhecimento ao interno e criando um novo caminho na vida daquele que um dia cometeram algum tipo de crime ou delito.

Acredito que estamos em um século em que devemos começar a pensar em recuperação e não só em punição. Se a punição ainda for algo primordial em nossa sociedade, então devemos começar a punir as autoridades responsáveis pela ordem de nosso país. Autoridades que permitem, por exemplo, a prisão de uma menina de 15 anos dentro de uma cadeia para maiores do sexo masculino, na qual foi estuprada e se prostituía em troca de alimento. Ou ainda, autoridades que prendem uma mãe que ao levar sua filha para o hospital, foi acusada de colocar cocaína na mamadeira da criança, mas depois de quase dois anos em reclusão foi liberada, após ser provado que não havia cometido crime algum.

Casos em que a justiça errou gravemente e não foi punida, mas sim eximida de qualquer responsabilidade. Por outro lado, as pessoas que sofreram com estes erros não tiveram nenhum respaldo do Estado nem da própria sociedade que se faz de cega, surda e muda, assim como o judiciário. Não houve da parte de ninguém, uma ajuda para que estas pessoas pudessem reaver parte de sua dignidade que foi maculada. Se é que casos como esses ainda permitem a um ser humano se reabilitar.

Se, em pleno século XXI, devemos acreditar na punição e não na possibilidade de recuperação, devemos em primeiro lugar punir nossa justiça brasileira. Justiça que não segue o que nossa Constituição descreve como os direitos do cidadão e a qual determina que somos todos inocentes até que se prove o contrário. Devemos, por fim, punir a todos aqueles que não acreditam que o marginalizado pode realmente sair das margens e se reintegrar socialmente. Devemos de fato punir a punição.

*Sérgio Miranda de Almeida é detento e cumpre pena no presídio Evaristo de Morais

Veja todos os vereadores e sua votação

Para quem quiser ver como foi a votação para prefeito e a relação de votação de todos os vereadores (inclusive com um mini currículo de cada - é só clicar no nome), acesse o link abaixo, do Uol.

http://placar.eleicoes.uol.com.br/2008/1turno/rj/?cidade=59218

Palestra e Oficina - "Jogos RPG e a Educação"






Forum de Educação FAA – 2008

Oficina RPG e EDUCAÇÃO.

Palestra com o professor RABIB FLORIANO ANTONIO.

Dia 10 de outubro de 2008 as 19h.

ENTRADA FRANCA.

Local: FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DOM ANDRÉ ARCOVERDE
Rua Sargento Vitor Hugo, 161, Valença, RJ.
Informações pelo tel da Fundação (24) 2453-1888 (falar com a Filosofia)Ou para o palestrante (24) 92545997.


O Role-Playing Game é um jogo muito popular entre os adolescentes no mundo todo. Ao contrário dos jogos tradicionais, o RPG não prioriza a competição e sim a cooperação entre seus jogadores, por isso o torna ideal para ser usado como elemento de estímulo no processo educacional. Todas as disciplinas curriculares podem se utilizar do sistema, que também favorece infinitamente a interdisciplinaridade.

Os primeiros RPG’s surgiram na década de 70, com o pioneiro Dungeons & Dragons desenvolvido originalmente por Gary Gygax e Dave Arneson, e publicado pela primeira vez em 1974. Hoje o jogo é publicado pela Wizards of the Coast. Suas origens são os wargames de miniaturas (principalmente o Chainmail). A publicação do D&D é considerada como a origem dos RPGs modernos. Desde então o RPG se tornou alvo de teses de mestrado, doutorado, críticas diversas, etc. Foi considerado jogo satânico, coisa de maluco, culpado de distúrbio em adolescentes, etc. Tudo isso passou de lenda e hoje o RPG é aplicado como sistema educacional em países como Inglaterra, França, Suíça e Brasil. Hoje, o Brasil é uma referência na pesquisa sobre o tema como nas teses de Andréa Pavão e os estudos do professor Marcos Tanaka Riyis.

Na oficina os participantes poderão:

a Conhecer o mundo do RPG;

a Obter informações dos principais estudos sobre RPG e Educação;

a Adquirir o manual básico de regras para usar em sala de aula;

a Tirar dúvidas sobre o tema;

a Participar de mesas de jogos desenvolvidos especialmente para o trabalho em sala de aula;


A entrada é franca mas as vagas são limitadas.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Rádio Cultura na internet

Agora com mais calma – do que no calor das apurações das eleições – indicamos aqui o site da Rádio Cultura do Vale, que o inaugurou recentemente e disponibiliza sua programação ao vivo para os internautas.

Fundada em 1947, é a primeira rádio de Valença a disponibilizar seu conteúdo na rede. Além de escutar a programação ao vivo, há informações sobre a própria programação, galeria de fotos – disponível para download -, histórico de Valença, previsão do tempo, serviços e notícias.

Abaixo, uma foto retirada da galeria, do aniversário de 10 anos da Rádio Cultura, em 1958.

Para acessar, segue o link:
http://www.radioculturadovale.com.br

domingo, 5 de outubro de 2008

Veja os candidatos eleitos para a Câmara Municipal de Valença

Fernandinho Graça - PP
1985

Naldo - PMDB
1591

Dodô - PSB
1242

Celsinho do Bar - PPS
1066

Zan - PSC
982

Paulinho da Farmacia - PPS
963

Pedro Graça - PTB
962

Zé Otávio - DEM
917

Carlinhos de Osorio - PSB
856

Felipe Farias - PT
625

Nulos - 1510
Brancos - 1330
Abstenções - 8912

Vicente Guedes é o novo prefeito de Valença

Vicente Guedes foi eleito com 50% dos votos (21.672). Em segundo lugar ficou o candidato Álvaro Cabral, com 45% (19.587). Em terceiro, ficou a candidata Vivili, com 3% dos votos (1.714)., seguida do candidato Afonso Diniz, com 301 votos (menos de 1%).

Votos brancos (1.082), nulos (2.832) e abstenções (8.912) representaram 23%.

Votação para vereadores

Com 88% das urnas apuradas

Fernandinho Graça - PP
1927
Naldo - PMDB
1580
Dodô - PSB
1214
Celsinho do Bar - PPS
1053
Zan - PSC
936
Carlos Gomes - PP
928
Paulinho da Farmacia - PPS
923
Zé Otávio - DEM
899
Carlinhos de Osorio - PSB
833
Pedro Graça - PTB
826
Romulo Milagres - PPS
812
Waltinho Pmv - PT do B
774
Walnir - PSB
762
Lourencinho Capobianco - PPS
762
Genaro Rocha - PC do B
757
Stela - PPS
666
Paulo Cesar - PRB
644
Marinho - PPS
639
Hélio Suzano - PTB
632
Felipe Farias - PT
609

Votos nulos: 1.381 (3%)
Votos brancos: 1.196 (2%)
Abstenções: 7.743 (15%)
Fonte: TRE

88% de urnas apuradas

VICENTE GUEDES: 18.468
ÁLVARO CABRAL: 18.006
VIVILI: 1.540
AFONSO DINIZ: 284

Apuração pela internet

Pra quem quiser escutar a apuração pela internet, a rádio Cultura de Valença possibilita isso. É a primeira rádio de Valença na internet. Abaixo o link:

http://www.radioculturadovale.com.br/page/radioonline.asp

29% das urnas apuradas

ÁLVARO CABRAL - 5987 VOTOS

VICENTE GUEDES - 5861 VOTOS

VIVILI - 523 VOTOS

21% DAS URNAS APURADAS

ÁLVARO CABRAL - 4194 VOTOS

VICENTE GUEDES - 4110 VOTOS

VIVILI - 362 VOTOS

AFONSO DINIZ - 70 VOTOS

TADEU - 1 VOTO

Urnas em 10%

Foram apurados até o momento (17:50) 4523 votos, totalizando 10% do total.

VICENTE GUEDES - 2008 VOTOS

ÁLVARO CABRAL - 1975 VOTOS

VIVILI - 164 VOTOS

AFONSO DINIZ - 32 VOTOS

TADEU - 1 VOTO

NULOS - 201 VOTOS

BRANCO - 142 VOTOS

Urnas em 4%

Votos válidos (atualizados às 17:36h)

Vicente Guedes - 49%

Álvaro Cabral - 47%

Vivili - 4%

Afonso Diniz - 1%

Será que ainda vem mais por aí?

Na eleição do imponderável nada mais é surpreendente.

Eu saía de casa a caminho do meu local de votação exercer meu pseudo-direito nessa pseudo-democracia, quando me deparo com uma viatura da polícia federal (um belo carro por sinal!) se aproximando. Resolvi esperar pra ver no que iria dar.

Os agentes então descem da viatura e vão abordar um homem de branco que estava no meio da multidão que gritava desvairada é "Deeeeeeeeeeeeeez!!!", como sou míope no primeiro momento pensei que aquele homem fosse um medico prestando auxílio a algum "militante"(???) que se sentia mal. Minha míopia não me enganou tanto, pois sim, aquele era um médico, mas era "o" médico do momento, o prefeitável Dr. Alvaro Cabral.

Nesse momento o Dr. Alvaro é informado que por ordem judicial do juiz Dr. Cláudio Gonçalves seria detido e deveria acompanha-los até a 91ª DP onde seria advertido e logo depois seria solto.

Logo depois do ocorrido, fui confirmar o que eu acabava de presenciar com o comandante da PM. E ele confirmou o que descrevi à cima e que no mais tudo estava correndo na mais perfeita ordem nas eleições de Valença.

Depois das renúncias, das denúncias, dos boatos, das detenções do prefeitável Alvaro e de 3 de seus vereadores, resta saber o que mais vem por aí. Será que a eleição do imponderável nos reserva mais alguma surpresa?

Apuração das eleições em Valença

O blog vai acompanhar as apurações das eleições em Valença. Mais um meio de acompanhar.

ABRAM O OLHO!

sábado, 4 de outubro de 2008

O voto Triste

“Portanto, eu voto nulo porque eu não gosto de fingir para mim mesmo que tenho algo que não tenho”. Essa aqui é uma frase que eu considero perfeita. Faltando 1 dia para as eleições municipais, o sentimento de tristeza está estampado na minha cara.

Tristeza porque, mais uma vez, não há diferença na pratica política dos dois candidatos concorrentes. E numa guerra, como os cabos eleitorais gostam de falar, não há espaço para ficar falando como a política deveria ser.

Nós não temos educação de qualidade, saúde, infra-estrutura. No entanto, temos “prefeito da saúde”, “do emprego”, “de Valença com cara nova”. Todas as denominações possíveis, mas a situação de nossa cidade não melhora.

Como prezamos aqui o debate com os nossos leitores,e não com instrumentos dos políticos, queremos discutir a noção de “coisa pública”, fundamental numa República e numa Democracia.
A “coisa pública” sempre tem que ser objeto primordial da política. Por exemplo, todos concordam que a Educação e a Saúde são deveres do Estado (Valença). Todos os políticos, com certeza, os valencianos, ao deixar o cargo público, se vangloriam de deixar o posto numa situação melhor do que quando chegou ao governo. Contudo, não preciso ser partidário para falar as péssimas condições de realização desses direitos aqui em nossa cidade. Como cidadão, eu posso perguntar aos candidatos os seus projetos para as áreas. O que me causa surpresa é identificar a ausência de plano de governo. Eles se comprometem a melhorar tudo, mas não sabem explicar como fazer isso.

Políticos, parece que tudo gira ao redor desses indivíduos. Pode até mesmo parecer que nós odiamos à política. Nada mais equivocado, o que estamos criticando é a maneira pela qual fazemos política em Valença. Nosso objetivo é fornecer os argumentos necessários para que a população valenciana, a maioria que não foi “comprada” pelos políticos, possa refletir sobre os rumos da nossa cidade.

Como venho afirmando que a Democracia, em sua roupa representativa, está perdendo, de goleada, para a corrupção e pelo abuso de poder econômico. Tipo, o político valenciano pode muito bem defender que, no seu governo, a saúde e a educação estarão no topo das prioridades e, ao mesmo tempo, matricular seus filhos numa escola privada e garantir um plano de saúde privado para os mesmos. Partindo do pressuposto que os políticos, muitos deles são cristãos, aceitam que a “família” é uma coisa importante, muito diferente, na opinião deles, da política, qual seria o significado de não querer colocar um ente querido numa escola pública ou num hospital público?

Minha interpretação sobre isso mostra que, na verdade, os políticos valencianos possuem a mentalidade patrimonialista. O Estado Patrimonialista é ocupado pelos governantes que estão preocupados com o seu próprio interesse, ou então, do interesse do seu grupo político. Eles garantem para os seus entes políticos tudo aquilo que o dinheiro pode fornecer em contrapartida da imensa população valenciana que é enganada com a política do possível.

É muito comum ouvir daqueles políticos mais “experientes” a expressão: “Sempre foi assim, o povo gosta de pão e circo”. Quando aceitamos a expressão, também caímos na falácia desses políticos, justamente porque são esses políticos que “formam” o seu eleitorado. Sabendo que não possuem mais nenhuma credibilidade junto com a população, o único meio desses políticos de se manterem no poder consiste na compra de votos e na obtenção de “migalhas” dos direitos de cada cidadão escritos na nossa Constituição. É nesse ponto que nos reencontramos com os nossos velhos amigos CABOS ELEITORAIS, sim, eles de novo.

A utilização dos cabos eleitorais é a única forma que os políticos de nossa cidade encontraram para manter o status quo de sua dominação. Conceituando o termo: cabos eleitorais são os indivíduos que venderam o seu tempo de ociosidade para defender o candidato que paga mais, incapazes de perceber que nem todos os moradores da nossa cidade precisam “vender” a sua indignação perante o modo como a política é feita em nossa cidade, nos atacam falando que vão “sair” do nosso blog assim que a eleição acabar. Não sabem que, afirmando isso, só nos demonstra o pequeno grau de interesse deles com a discussão sobre os problemas de nossa cidade. Eles vão sair não porque achem que o nosso blog não tem nenhuma discussão relevante ou porque achem que nós somos por demais convencidos. Eles vão sair porque o que os movem é o dinheiro, quando acabar a farra do dinheiro, coincidentemente, amanhã! O interesse deles pela política vai diminuir na mesma proporção do dinheiro ganho. Eles vão ser “desmobilizados” pelos grupos políticos.

Tristeza é ver como a nossa cidade não encontra forças para sair desse estado de letargia. Como ela sofre com os parasitas políticos. E, o pior, como tem gente que é conivente com isso....
Bom voto triste para Todos

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Picciani x Graciosa

Matéria e nota extraídos do jornal O Extra, de 03/10/2008.

VIRADA DE MESA - por Berenice Seara

Quando percebeu que ia perder as eleições em Valença, no Médio Paraíba, o PMDB sacudiu o pano e trocou o jogo para tentar a virada. Retirou a candidatura de Luiz Antônio (pai do deputado André Corrêa e apoiado pelo presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani), que estava em segundo lugar. E, em seguida, passou a apoiar o terceiro colocado, Álvaro Cabral (PRB). Além do apoio, o PMDB transferiu para o moço toda a sua estrutura - inclusive a financeira. Com a turbinada, Cabral, um médico respeitado na cidade, encostou no primeiro colocado, Vicente Guedes, do PSC.


MUITO ALÉM DAS URNAS

A eleição em Valença tem rendido novos capítulos na guerra entre Alerj e o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Primeiro, o TCE aprovou a privatização dos serviços de água e esgoto da cidade - mesmo com o esforço contrário, ainda que nos bastidores, do ex-presidente José Graciosa, que apóia Guedes. Ponto para Picciani. Na semana passada, porém, o edital de licitação para a operação da TV Alerj, um orçamento de quase R$ 7 milhões, empacou. Graciosa pediu vistas do processo - e deu o troco.

----------------------------------------------------------------------------

Na página 5 da seção "Geral", há ainda a notícia sobre a investigação do Ministério Público no TCE, denúncia feita primeira pela revista Veja. Segue abaixo a reprodução da nota.

INVESTIGAÇÃO DO MP NO TCE

O Ministério Público está investigando cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. O inquérito, instaurado no dia 15 de agosto, apura denúncias de que cinco conselheiros, entre eles José Gomes Graciosa, então presidente do tribunal, e dois funcionários teriam recebido R$ 130 mil para aprovarem as contas de Carapebus, em 2004. O caso está na 4ª Promotoria de Tutela Coletiva.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Por que o voto nulo é útil

O voto nulo atualmente não é considerado mais voto válido. Isso pode nos levar a crer que ele é inútil, uma vez que ele não serve para um possível impedimento das eleições. Mas será que ele é realmente inútil? Ou seja, será que ele não pode representar nada?
No meu ponto de vista o voto nulo ainda pode representar alguma coisa. Primeiro, porque não é possível negar se posicionar (isto é, se anular) sem estar necessariamente se posicionando. Segundo, porque - no caso de uma eleição - anular o seu direito de escolha pode representar exatamente que não há escolha alguma para se fazer.
Por que no parágrafo anterior eu disse que "pode representar" e não necessariamente representa a idéia de que não há escolha a se fazer? Porque quando se anula um voto você pode ter muitas coisas "na cabeça" e não necessariamente a idéia de que você não tem nenhuma escolha. Portanto, o seu voto nulo pode ser útil (ou seja, representar algo) se você votar consciente de que este ato busca demonstrar que não há escolha a se fazer.
Por que creio que este é o caso de Valença nestas eleições? A partir do momento em que você (eu, no caso) não encontra ninguém que seja o melhor de todos os candidatos que estão aí, mas apenas candidatos que podem ser menos piores do que os outros, o que sobra é a carência de se sentir representado. Tendo em vista que o voto tem o intuito de escolher alguém que lhe represente, então quando você não se sente representado por ninguém você necessariamente não tem escolha.
Portanto, eu voto nulo porque eu não gosto de fingir para mim mesmo que tenho algo que não tenho.

Leitura da Carta de Renúncia de Luiz Antônio: uma interpretação

O objetivo desta postagem é mostrar como um acontecimento político é transfigurado pelos grupos políticos de nossa cidade com o único objetivo de ganhar, cada vez mais, capital político. É sempre difícil propor um debate sobre a maneira que a política é feita em nossa cidade. É como mexer num vespeiro. No entanto é interessante observar como a propaganda dos candidatos é o oposto da agressividade anônima. Recebi em minha casa uma explicação do porquê Luiz Antônio ter abandonado às eleições de 2008. Vou utilizar dela para demonstrar a construção da auto-imagem que os políticos fazem deles próprios.

Para começar temos que concordar que o texto é lindo, bem educado, fazendo referência à família, é uma carta cristã, o nome de Deus é escrito três vezes. O leitor desavisado acaba de ler o texto e fica com a impressão: “Ele é o Messias”. Quem fez o texto deve ter pensado: vou pegar tudo o que o brasileiro respeita, respectivamente, Deus e Família, e juntar isso com a imagem de Luiz Antônio.

A escrita do texto é direta: “Abri mão da minha candidatura por Amor a Valença”. O texto segue querendo comprovar a tese de que o ato de renúncia de Luiz Antônio foi movido pelo sentimento de desapego dele, pelo amor, por ter um objetivo maior na sua vida. Percebo que não há menção sobre o fato de seu financiador de campanha ter “pedido” sua renúncia e o apóio ao Candidato adversário como forma de reverter uma possível vitória da coligação “Valença de Cara Nova”. Isso é esquecido para mostrar o alto grau de seriedade que move o “Prefeito do Emprego”.

No segundo parágrafo tem uma afirmação que deveria entrar na galeria das grandes inverdades da história valenciana. Lá vai: “Não sou nem rico nem sou pobre”. Como assim? Ele fala que tem uma “vida estabilizada”. Ao ler me perguntei qual seria o interesse de um candidato em falar que não é rico, ainda mais ele que vem de uma família que sempre disputou os cargos públicos. Fui consultar então o site do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro e estava lá a declaração de bens do candidato. O total do seu patrimônio é de R$ 488.340,73 (Quatrocentos e oitenta e oito mil, trezentos e quarenta reais e setenta e três centavos). Em minha opinião ele é “muito” bem estabilizado... Ainda mais se pesarmos na quantidade de miseráveis em nosso país e na nossa, sempre presente, desigualdade de renda.

Os dois parágrafos já nos bastam para o nosso objetivo do texto. Aceitamos o fato que cada candidatura tem o direito de escrever o que bem entender. Contudo, ainda existe o chamado bom senso, ou ainda, a investigação. O grau de amadorismo desta carta é tão alto que nos passa a impressão: “não precisamos de muito para enganar a população”. No entanto, como defendemos aqui no blog, queremos mudança na forma de fazer política. Para isso, torna-se necessário investigar a maneira como nossos políticos atuais omitem acontecimentos e interpretam, equivocadamente, outros com o objetivo do ganho pessoal.

Defendo aqui a interpretação da renúncia do Luiz Antônio que considero mais satisfatória: a sua desistência não foi decidida por amor à Valença. Ela foi decidida pelo seu financiador da campanha. Foi decidida no espaço privado e não consultando o seu eleitorado. Poderíamos até mesmo falar que o povo, nós, estamos assistindo “bestializados” as reviravoltas da política em nossa cidade. Como uma pessoa, com 30 anos de participação na política, divulga um documento que tem esse tipo de explicação para um acontecimento de tal gravidade em nossa política. E como se acreditássemos que George Bush realmente invadiu o Iraque para levar a democracia e a Civilização para aquela região.

Amigos leitores, os articuladores políticos da candidatura do finado 15 devem pensar que, em nossa cidade, não existe consciência crítica. Se eles tivessem respeito pelos eleitores, nunca dariam tal explicação, que, no fundo, só favorece a construção de uma imagem que não existe. É mais um sinal que a democracia está sendo decidida no espaço privado, nas conversas de gabinete.

Chegará o dia em que os políticos terão mais respeito pelos seus eleitores. Até lá ficaremos a mercê desse tipo de propaganda “às avessas”. Como diria o Barão de Itararé: "Certos políticos brasileiros confundem a vida pública com a privada"

O que eu entendo

O que eu, como integrante do grupo há 2 anos e meio, entendo sobre o movimento Valença em Questão, em poucas palavras, é que além de buscar e estimular a discussão em nossa cidade por um projeto de gestão pública mais eficiente e justo, é que ele sempre esteve preocupado com as minorias, sempre apoiou os que sofrem algum tipo de opressão da ordem vigente, os que não tem espaço na grande mídia para expor sua luta e seu ponto de vista. O movimento, através do jornal Valença em Questão, nunca se recusou a deixar claro que esteve ao lado do MST, dos moradores da ocupação Gisele Lima na Varginha ou do SEPE nas lutas destes movimentos por conquistas de seus direitos.

Quando vejo aqui no blog, pessoas pedindo para declararmos abertamente nosso apoio a determinado candidato, vejo o quanto essas pessoas desconhecem nosso objetivo e o que temos feito (muito pouco perto do que gostaríamos, mas enfim, isso é outra discussão) nesses três anos de movimento e jornal Valença em Questão.

Não temos um só candidato que apoiamos, por sermos um grupo heterogêneo, como já foi dito, com muitas afinidades ideológicas, porém com independência para exercer sua cidadania através do voto de forma livre. Confesso que eu, e acho que a maioria dos integrantes do movimento, adoraria ter um candidato ao qual defender e levantar a bandeira, como a maioria dos comentaristas deste blog. Mas não é o caso, nenhum dos candidatos nos suscita tanta emoção. Por isso não apoiamos abertamente nenhum dele. E esperamos, sinceramente, que nas próximas eleições exista algum ao qual a gente possa apoiar de peito aberto, e não por conta de interesses pessoais, ou dinheiro, mas porque acreditamos no caráter e proposta política do mesmo.

Fazemos questão de nos mantermos uma mídia e um movimento independente para podermos nos expressar sem qualquer rabo preso. É comum ouvirmos as pessoas perguntarem, “esse jornal é de quem?”, tão acostumados que estão de verem a mídia em Valença a serviço de interesses políticos de um ou de outro manda-chuva. Fico orgulhosa de poder dizer que esse jornal é de NINGUÉM é de TODOS, queremos que, cada vez mais, as pessoas se apropriem dele, colaborem com textos, sugestões de pauta, críticas. Nós, inclusive, precisamos contribuir com uma quantia mensal para que o jornal seja impresso, circule e seja distribuído pela cidade gratuitamente. Fazemos isso porque prezamos acima de tudo por essa liberdade.

Por isso, estaremos sempre dando espaço, seja no blog, seja no jornal a todos que tenham alguma informação ou assunto relevante para os leitores, como foi a carta do SEPE, que por coincidência o primeiro a assinar foi o Vicente, mas se tivesse sido o Álvaro, ou o Afonso ou a Vivili, estaria postado da mesma forma. Assim como daremos espaço a direito de respostas a quem se achar lesado com alguma publicação, como já fizemos com a ex-secretária de cultura de Valença Danielle Dantas, por exemplo. Temos a maior preocupação em ser um espaço o mais democrático possível.

Não estamos aqui para malhar ninguém, nem louvar ninguém. Estamos aqui para apoiar ações, lutas e reivindicações que entendemos ser legítimas para a sociedade e para denunciar e criticar atos que prejudiquem ou venham contra o interesse da população valenciana. Temos nossas limitações, reconhecemos que o que fazemos ainda não é o suficiente, mas ainda achamos que é preciso fazer, do jeito que dá, sem querer ser perfeito, ao invés de ficar de braços cruzados reclamando.

Enquete, e não 'pesquisa' (mais uma vez...)

Foi divulgado, pelo menos uma vez, pelo deputado André Corrêa*, a enquete realizada em nosso blog, como “uma pesquisa importante”. Ou ele não leu as postagens que fazem referência à nossa enquete, ou está agindo de má fé. Como teve acesso à pesquisa, a segunda opção é mais provável. Mas não podemos garantir.

Então, caro André, antes de falar novamente sobre esta “pesquisa importante”, preocupe-se em saber se ela tem alguma regulamentação. Como já dito, é uma simples enquete de opinião, utilizada em nosso blog para motivar o debate em relação às próximas eleições municipais, sem qualquer fundamento de pesquisa se opinião.

Desde sempre fizemos questão de dizer por aqui que seus números não podem ser considerados como oficiais porque ela se restringe os votantes quem têm acesso à internet e não tem qualquer metodologia de pesquisa. Esta enquete nunca se propôs a ser uma “importante pesquisa” sobre as eleições municipais. Nos causa espanto o uso indevido e eleitoreiro de tal enquete, na tentativa absurda e inaceitável de ludibriar a população. Lamentável.

André e demais, para lerem as postagens anteriores, acessem:

Sobre comentários e a “pesquisa”

Mais ‘pesquisa’

* Não ficamos sabendo de outras pessoas ou candidatos que tenham utilizado ou considerado a enquete do blog como uma pesquisa oficial. Caso tenha acontecido, o recado é o mesmo.