quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Programação Cine Glória 2 a 8/11

RANKENWEENIE (3D) de Tim Burton
Classificação: Livre
Gênero: Comédia, Aventura
Horários: 17:00, 19:00 e 21:00
Sexta, sábado e domingo sessão extra às 15:00 Dub / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

BUSCA IMPLACÁVEL 2
Classificação: 12 anos
Gênero: Ação
Horários: 19:30 – Dub. / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

ABRAHAM LINCOLN: O CAÇADOR DE VAMPIROS
Classificação: 12 anos
Gênero: Ação, Fantasia, Terror.
Horários: 21:30 – Dub. / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

www.cinegloria.com.br
(24) 2453 3040 / (24) 81341249

domingo, 28 de outubro de 2012

Não contavam com minha astúcia?

Por João Paulo Maia

Um prefeito pra fazer história?


Por Fabrício Itaborai

Posso dizer seguramente que novamente um Prefeito eleito em Valença tem condições de fazer história. Foi assim quando Fábio Vieira assumiu a prefeitura, e também da mesma forma quando nos braços de empresários foi alçado ao cargo o Vicente Guedes.

Infelizmente não foi isso que vimos nos dois casos. Hoje a cidade está mergulhada num caos, tivemos um concurso público mentiroso, onde boa parte dos aprovados não foram chamados. Colocaram uma vaga no edital, e encheram a Prefeitura de contratados em todas os setores

Há muitos anos a Locanty vem recebendo verdadeira fortuna e o seu legado foi um amontoado de lixo nas nossas ruas. Nunca houve uma preocupação com reciclagem e nem mesmo coleta seletiva.

Empurraram também goela abaixo do povo a CEDAE que chegou com preços abusivos e impondo seus serviços de forma truculenta. Devido a manifestações contrárias abaixou suas tarifas, mesmo assim acredito que momentaneamente, pois não existe empresário disposto abrir mão de lucros altos, e não acreditem nessa bobagem de autarquia, empresa do Estado

Temos ainda uma caixa preta, que no meu entender é o ponto mais crítico da cidade: PREVI-VALENÇA. Hoje da forma que foi constituída, está completamente a mercê do executivo e fadada a falência, o que significaria decretar de vez a ruína da cidade, uma vez que o grande empregador de Valença é a Prefeitura. Imaginem os servidores municipais sem dinheiro para suas aposentadorias e auxílio doença.

Portanto como disse no preâmbulo o novo Prefeito, seja quem for, porque esta questão ainda não está fechada: PODERÁ FAZER HISTÓRIA, se de fato governar para o povo.

O que significa dizer enfrentar os interesses da Câmara que há muito loteou a prefeitura indicando funcionários e impedindo a contratação via concurso público.

Significa dizer ainda aproveitar essa oportunidade e tratar o lixo com gestão ambiental e até porque não empresarial, concentrando esse serviço na mão do município

A questão Cedae por mais complexa que possa aparecer é muito mais simples que se imagina, pois não existe investimento pesado feito por ela, é preciso coragem e vontade política. E principalmente querer fazer um governo diferente.

A questão PREVI-VALENÇA, tem que ser enfrentada e seu estatuto mudando, ganhando mais controle e autonomia, embora mesmo com custo alto em minha opinião os servidores estariam mais seguros no INSS, e a volta para o regime anterior é possível e viável.

Por último ainda terá que fazer diferente de tudo que tem sido feito em relação a saúde, educação e valorização das demais categorias de servidores municipais.

Enfim, para fazer história precisará de coragem para mudar de verdade, contrariar velhos e novos aliados e ter em primeiro lugar o POVO VALENCIANO.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Saiu no O DIA...

Novo resultado nas eleições de Valença


TSE dá vitória a Álvaro Cabral, que estava com a candidatura a prefeito barrada

POR Ana Beatriz Marin

Rio - Valença tem novo prefeito eleito. Na terça-feira, decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) validou a candidatura de Álvaro Cabral da Silva (PRB), primeiro colocado na eleição do dia 7. Ela havia sido barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e, por isso, os votos do candidato não haviam sido computados.

Cabral foi o mais votado, com 12.445 votos, mas venceu com diferença de apenas 28 votos o segundo colocado, Luiz Fernando Furtado da Graça, o Fernandinho Graça (PP), que obteve 12.417.

Cabral teve suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) quando era prefeito, em 1996. Mas, em decisão individual, a ministra-relatora Nancy Andrighi afirmou que a Câmara Municipal de Valença já havia aprovado estas contas, e que este é o único órgão com competência para fazê-lo.

“A Justiça se fez. A decisão do TRE foi tomada sob pressão política porque não havia problema algum. Infelizmente, o que vale na política não é o fato, mas a versão que se cria dele. Prejudicaram minha campanha”, disse Cabral.

Fernandinho Graça afirma que o PP entrará com recurso contra o resultado. “É claro que o partido tem interesse em continuar lutando. Nunca imaginei que a decisão do TSE seria contrária à do TRE. Valença sai muito prejudicada com tudo isto”, disse.

‘A população está ansiosa’

Se o adversário de Álvaro Cabral entrar com recurso, o caso será levado ao plenário. Mas o novo prefeito eleito afirma que não está preocupado com uma possível nova decisão do tribunal e conta que já está pensando na formação de seu governo.

“É disso que tenho que cuidar agora. A cidade tem muitos problemas, e a população está ansiosa por uma mudança”, afirmou Cabral.

Fernandinho Graça também se mantém tranquilo e diz que, caso não possa governar Valença, já começará a pensar na próxima eleição. “Não tenho por que desistir. Vou pensar em daqui a 4 anos”, disse.

Site do jornal O DIA

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Quem é quem na câmara de vereadores - Naldo



Com a ajuda de leitores, estamos fazendo um breve perfil dos integrantes da Câmara de Vereadores eleitos para a gestão 2013-2016. Apresentamos a primeira, do candidato mais votado. Continuamos recebendo contribuições sobre o perfil dos candidatos por email (valencaemquestao@yahoo.com.br)

Naldo (PMDB) - 1737 votos

José Reinaldo Alvez Bastos, o Naldo, tem 52 anos e foi eleito pela quinta vez consecutiva para o cargo de vereador em Valença. É funcionário público do estado (policial civil) e formado em Gestão Pública pela Universidade Severino Sombra. Sua votação é sempre expressiva no distrito de Barão de Juparanã.

Em maio de 2010 o vereador foi preso na delegacia de Barra do Piraí, após ser flagrado atirando a esmo na Rua Júlio Xavier, no bairro Laranjeiras, em Valença. Na ocasião foi apreendida uma pistola calibre 40, que, segundo os PMs, é de propriedade da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Ele foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Ficou preso por mais de um mês no Complexo Penitenciário de Gericinó, mais conhecido como Complexo de Bangu.

Em 2001 e 2002 – quando foi presidente da Câmara - teve as prestações de contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado. No entanto o TRE deferiu sua candidatura.

Bens declarados: R$ 88 mil
Limite de gastos com a campanha declarado: R$ 70 mil

Programação Cine Glória 26/10 a 01/11

TINKER BELL: O SEGREDO DAS FADAS (3D)
Classificação: Livre
Gênero: Animação
Horários: 17:30 - Dub / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

HOTEL TRANSILVÂNIA (3D)
Classificação: Livre
Gênero: Animação
Horários: 19:00 - Dub / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

TOTALMENTE INOCENTES
Classificação: 14 anos
Gênero: Comédia
Horários: 21:00 - Nacional / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

BUSCA IMPLACÁVEL 2
Classificação: 12 anos
Gênero: Ação
Horários: 19:30 – Dub. / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

ABRAHAM LINCOLN: O CAÇADOR DE VAMPIROS
Classificação: 12 anos
Gênero: Ação, Fantasia, Terror.
Horários: 21:30 – Dub. / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

www.cinegloria.com.br
(24) 2453 3040
(24) 8134 1249

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Álvaro Cabral é absolvido pelo TSE e será novo prefeito de Valença

O candidato Álvaro Cabral, que havia sofrido um processo de impugnação de sua candidatura, tornando-se inelegível (pelo TRE), recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decidiu hoje - 23 de outubro de 2012 - pelo provimento do recurso. Ou seja, o TSE se manifestou favoravelmente ao recurso interposto pela candidatura de Álvaro Cabral contra a decisão de juízes inferiores (no caso, os juízes do TRE-RJ).

A decisão ainda não é oficial, mas já foi encaminhada à Coordenadoria de Processamento (CPRO), para que seja publicada na sessão de hoje do Tribunal.

Com a decisão, que não cabe mais recurso, Álvaro Cabral deve ser considerado eleito pela Justiça Eleitoral como o novo prefeito de Valença, já que teve 28 votos a mais que Fernandinho Graça, o agora segundo colocado. Ao que parece, agora é apenas esperar o anúncio oficial da Justiça Eleitoral.


Acompanhamento processual e Push

Obs.: Este serviço é de caráter meramente informativo, não produzindo, portanto, efeito legal.
PROCESSO: RESPE Nº 6851 - Recurso Especial Eleitoral UF: RJ
JUDICIÁRIA
Nº ÚNICO: 6851.2012.619.0111
MUNICÍPIO: VALENÇA - RJN.° Origem: 6851
PROTOCOLO: 327042012 - 09/10/2012 17:46
RECORRENTE: ÁLVARO CABRAL DA SILVA
ADVOGADO: PAULO HENRIQUE TELES FAGUNDES
ADVOGADO: MÁRIO LÚCIO DE ALMEIDA JÚNIOR
ADVOGADO: ADIMILSON PARREIRA
RECORRIDA: COLIGAÇÃO VALENÇA SE RENOVA SEM PERDER A TRADIÇÃO
ADVOGADO: ALIEKSEYEV JACOB
ADVOGADO: LÍLIAN GONÇALVES TONI
RELATOR(A): MINISTRA FÁTIMA NANCY ANDRIGHI
ASSUNTO: IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DE CANDIDATURA - REGISTRO DE CANDIDATURA - RRC - CANDIDATO - INELEGIBILIDADE - REJEIÇÃO DE CONTAS PÚBLICAS - CARGO - PREFEITO
LOCALIZAÇÃO: CPRO-COORDENADORIA DE PROCESSAMENTO
FASE ATUAL: 23/10/2012 17:38-Recebimento
 
 
 Andamento  Distribuição  Despachos  Decisão  Petições  Todos 
Andamentos
SeçãoData e HoraAndamento
CPRO23/10/2012 17:38Recebimento
GAB-NA23/10/2012 14:57Remessa para CPRO.
GAB-NA23/10/2012 14:57Devolução decisão dando provimento - publicar na sessão de 23/10/2012
GAB-NA22/10/2012 15:56Recebimento
CPRO22/10/2012 15:46Remessa para GAB-NA.
CPRO22/10/2012 15:46Autos devolvidos .
CPRO22/10/2012 15:46Recebimento
GAB-NA19/10/2012 12:02Remessa para CPRO.
GAB-NA19/10/2012 12:02Autos encaminhados para cópias .
GAB-NA18/10/2012 16:22Recebimento
CPRO18/10/2012 15:43Autos devolvidos .
CPRO18/10/2012 15:43Remessa para GAB-NA.
CPRO17/10/2012 19:36Recebimento
GAB-NA17/10/2012 18:46Devolução para cópias.
GAB-NA17/10/2012 18:46Remessa para CPRO.
GAB-NA16/10/2012 18:01Recebimento
CPRO16/10/2012 10:18Remessa
CPRO16/10/2012 10:18Conclusão.
CPRO16/10/2012 10:17Juntada de parecer
CPRO15/10/2012 18:54Autos devolvidos
CPADI14/10/2012 12:30Entrega em carga/vista (Ministério Público Eleitoral: )
CPADI14/10/2012 12:29Liberação da distribuição. Sorteio em 11/10/2012 MINISTRA NANCY ANDRIGHI
CPADI13/10/2012 15:19Montagem concluída
CPADI12/10/2012 10:05Enviado para Montagem
CPADI11/10/2012 17:26Autuado - REspe nº 68-51.2012.6.19.0111
CPADI11/10/2012 16:23Recebimento
SEPRO10/10/2012 17:06Encaminhado para CPADI
SEPRO10/10/2012 17:06Documento registrado
SEPRO09/10/2012 17:46Protocolado

VQ // 45 // Poesia

Os miseráveis

Por Sérgio Vaz

Vitor nasceu no jardim das margaridas
Erva-daninha nunca teve primavera
Cresceu sem pai sem mãe sem norte sem [seta
Pés no chão, nunca teve bicicleta

Já Hugo não nasceu, estreou
Pele branquinha, nunca teve inverno
tinha pai, mãe, caderno e fada-madrinha

Vitor virou ladrão
Hugo salafrário
Um roubava por pão
O outro para reforçar o salário
Um usava capuz
O outro gravata
Um roubava na luz
O outro em noite de serenata
Um vivia de cativeiro
O outro de negócio
Um não tinha amigo, parceiro
O outro sócio

Retrato falado Vitor tinha cara na notícia
Enquanto Hugo fazia pose pra revista
O da pólvora apodrece impenitente
O da caneta enriquece impunemente
A um só resta virar crente
O outro é candidato a presidente

colecionadordepedras1.blogspot.com.br
 

VQ // 45 // Navegando

A dica deste mês junta uma tríade que agradará a muitos:

www.futepoca.com.br

O nome do blog é uma sigla para seus temas: futebol, política e cachaça. O endereço é praticamente um balcão de boteco, aquele em que se discute os principais problemas nacionais, a rodada do Brasileirão e ainda pode-se tomar algumas doses.

No ar desde 2006, o blog, que é escrito por 8 jornalistas, tem um acervo divertidíssimo - para os três temas. Boas entrevistas, comentários de jogos marcantes e matérias que não lemos por aí. Um bom exemplo é o texto sobre o deputado que iria propor uma emenda limitando a 20% os convocados da seleção brasileira que jogam no exterior! Ou ainda, o decreto publicado em Diário Oficial que “legaliza” os tipos de bebida alcólica comercializadas no Brasil. Diz o texto, baseado na lei: “se a base do produto contiver zimbro, o embriagado há de pedir por ‘genebra’ ou gim ou steinhaeger. Vodca é a branquinha extraída de destilados alcoólicos simples de cereais ou pelo álcool etílico potável”.

As resenhas dos jogos nacionais e da seleção formam a parte mais ativa do site. Uma pena é que a cobertura fica muito restrita ao eixo Rio x São Paulo e times da primeira divisão. Mas o blog é aberto a colaboradores. Se você, leitor, é torcedor do Botafogo da Paraíba ou do Volta Redonda, quem sabe possa escrever umas resenhas?


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

VQ // 45 // Memória

De creches e primaveras nas fábricas

Em 1993 despertei o interesse em estudar as raízes da industrialização no país, particularmente a presença de creches no interior das fábricas. A motivação está no fato de ser filha de operários e no resgate dos aspectos políticos e sociais ligados a essa iniciativa

Aos meus pais, Maury e Alzira, em memória, e aos meus irmãos Maury, Mauro, Marcilio, Getúlio e Marlene, em respeito ao que me possibilitaram ser

Por Marilda Vivas
Ilustração: João Paulo Maia


É interessantes dar sequência ao resgate da memória das indústrias têxteis valencianas, como forma de buscar compreender uma parte daquilo que é fundamental na formação de alguns milhares de valencianos. É um tema amplo e que comporta múltiplas facetas.

Nesse caso, sendo filha de operários, o que proponho é resgatar aspectos políticos e sociais ligados às construções de creches nas indústrias fabris. A motivação está no fato de termos sido, minha irmã e eu, “acolhidas” em uma delas, a da Cia. Progresso de Valença, em meados da década de 1950, no horário correspondente ao turno de trabalho de nossa mãe.

Foi em 1993, durante o curso de Metodologia do Ensino Superior, na FAA, que despertei interesse por estudar as raízes da industrialização no país e, particularmente, o sentido real da presença de creches no interior das fábricas. Até então desconhecia que dentro da realidade brasileira, as creches foram surgindo afinadas com a evolução da economia capitalista no país, em cujo rastro veio desabrochar os processos de urbanização e a expansão das atividades industriais e do setor de serviços, por essas paragens. E, também, que foi em função desse desenvolvimento e da consequente inserção feminina no mercado de trabalho que surgiu, por assim dizer, a necessidade de se criar locais onde as crianças pudessem ficar durante o período em que os pais se dedicavam ao trabalho.

Da parte do Estado, o que se tinha era uma completa omissão sobre essa questão. As poucas creches que existiam fora das indústrias, nas décadas de 1920 a 1950, eram de responsabilidade de entidades filantrópicas laicas e principalmente religiosas. Em sua maioria, estas entidades foram, com o tempo, passando a receber ajuda governamental para desenvolver seu trabalho, além de donativos doados por famílias mais ricas.

Embora mamãe reconhecesse nesse atendimento um aspecto vantajoso de seu trabalho, a verdade é que onde ela via cuidado, o capital industrial obtinha lucro através de uma produção mais eficaz de sua parte, visto que ela podia se dedicar mais e melhor ao trabalho sabendo que suas filhas estavam próximas de si, cuidadosamente “assistidas” pela mesma empresa que a empregara! Não havia como entender, em uma época de parcos estudos e de grandes privações, que sua inserção contraditória no mercado de trabalho respondia, tão somente, a uma situação criada pelo próprio sistema econômico? Isso era coisa que nem de longe se percebia. Não só ela como todas as demais mulheres e homens que se viram imersos nessa mesma situação. Não havia muito como entender (ou perceber) que o foco patronal estava em impedir a construção espontânea do proletariado enquanto classe e que a prática dos patrões consistia em criar e conceder benefícios sociais como meio de disciplinar e de controlar suas vidas, dentro e fora do ambiente de trabalho. E que, tal como as creches, pelos mesmos motivos foram sendo construídas, no entorno das fábricas, as vilas operárias, algumas com creches e escolas maternais (para seus filhos), os clubes esportivos (para seus pais) e as atividades festivas, como os piqueniques, para toda a família.

Olha, foi um choque tremendo para ela quando conversamos sobre isso. Até então, todos esses “benefícios” foram tidos como sendo um aspecto positivo surgido em meio a tantas e tantas privações pelas quais passavam a classe operária no Brasil. E não deixou de ser. Tanto assim que sempre me agradou a ideia de saber que, mesmo no trabalho, ela estava sempre por perto. E ai, quando senti, pela sua reação, que eu havia metido os pés pelas mãos, tratei logo de amaciar a conversa, pondo um fim no assunto, embora saiba que alguma coisa se rompeu.

Curioso é que quando tivemos essa conversa, as reivindicações por creches já haviam se solidificado como um direito do trabalhador e um dever do Estado. E tudo graças, justamente, à entrada das mulheres no mercado de trabalho a partir da expansão do capitalismo e da industrialização. Hoje, por exemplo, muitos dos avanços que observamos na Educação de crianças de zero a seis anos foram conquistas dos movimentos de operários e de mulheres, que lutaram por melhorias nas creches e pré-escolas e para que as mesmas passassem a ter um atendimento educacional e não mais assistencial, como no tempo de minha mãe.

Rupturas no sitema
Sabemos que o ano de 1968 é tido como aquele que trouxe a possibilidade histórica da ruptura com os valores e mecanismos da reprodução social, próprios do capitalismo. Por essa ocasião, cursava o terceiro ano Ginasial já com a certeza de que não seguiria os passos de meus pais e de alguns de meus irmãos. Lá atrás, esse determinismo fora rompido a poder de lutas históricas nascidas no interior do movimento operário brasileiro (tecelões, alfaiates, portuários, mineradores, carpinteiros, ferroviários, gráficos, alimentícios, entre outros, botavam pra quebrar). Lutas que tiveram desdobramentos em meados da década de 1970, contra as dificílimas condições de vida e a constante e espoliante exploração da força de trabalho do operário, que nunca deixou de existir. 

Quando penso em tantos acontecimentos, menos arredo o pé da certeza de que esses surtos de lembranças são importantes e vale a pena o registro. Minimamente porque são eles que nos levam a revisitar a história e nos impedem de burlar o DNA de uma cidade que tem os pés nas fábricas. Foram, e continuaram a ser, as lutas operárias a prova cabal de que Capital e Trabalho são irreconciliáveis. E são essas mesmas lutas que levam à confirmação de que a Primavera brota de onde menos se espera: das verdadeiras causas que nos marcam e nos distinguem.

A fábrica Progresso: registro de infância
Gostaria, ainda, de registrar algumas lembranças da Progresso, construídas ainda na minha primeira infância. Morávamos na Rua 27 de Novembro, na Santa Cruz. Bastava subir as Piteiras (Rua Tanguara) e já estávamos, praticamente, no portão da fábrica, pois era hábito nosso esperar mamãe na saída do turno – muitos faziam isso. Ficávamos ansiosos do lado de fora do portão. As lembranças surgem a partir do momento em que ela pede e consegue do porteiro da fábrica, permissão para nos mostrar o local onde a creche fora construída. Na ocasião, o que vi foi um enorme pátio povoado por gigantescos fardos de algodão e de bobinas. Tudo ao seu redor me impressionou. Grande era a vontade de entrar lá dentro e ver as máquinas funcionando. Mas isso nunca nos foi permitido.

Com o tempo, eu e meus irmãos convencemos o porteiro a nos deixar esperar a saída pelo lado de dentro, sentados no alpendre da varanda que dava acesso ao escritório e demais dependências da fábrica (pode ser que haja imprecisão nessas imagens, mas é assim que elas me ocorrem). Se em princípio comportados, com o tempo (sempre o tempo) a farra já corria solta naquele pátio. Por vezes escapulíamos da vigilância (pouco severa sobre nós) e nos escondíamos no escritório, onde disputávamos, entre e risos e empurrões, a cadeira giratória do chefe do setor. No começo era só ele sair que a gente corria pra lá. Depois, nem isso. Já íamos chegando, mesmo. Mexíamos em tudo: carimbos, papel carbono, elásticos, lápis... Foram muitas as estripulias. Só mesmo o apito da fábrica para por um ponto final no nosso comportamento. Não me recordo de haver outras crianças, além de nós, com tão grande “influência” no pedaço. Mas é quase certo que sim, como certo é o fato de termos sido, de alguma forma, incorporados como sendo “os filhos da Alzira”. Cheguei mesmo a conquistar o direito de fazer soar o apito da fábrica, uma única vez! Talvez por ser a caçula, entre todos. Nesses instantes, muito me impressionava a quantidade de homens e mulheres que entravam e saiam durante a troca de turnos. Alguns operários carregavam no bolso traseiro das calças, uma garrafinha de vidro, arrolhada e cheinha de café. Rostos cansados, cabelos de algodão, mãos e roupas manchadas... apenas um ou outro se dispunha a fazer algum gracejo. Se brilho houvesse seria o meu, extasiada por tudo.

A volta pra casa era quase sempre muito festiva. Tirando o medo de passar diante da fábrica de fazer sabão (para onde podiam ir os maus meninos), havia um cruzeiro, logo adiante, passando a Ponte das Piteiras, bem no alto de um barranco e onde sempre parávamos para rezar às Santas Almas Benditas. O resto da festa ficava por conta do que fôssemos encontrando pelo caminho. Um bicho, uma pedra lançada contra um passarinho (para espantar, somente) ou alguma coisa, menos ou tão esquisita que pudesse atravessar aquela estrada de chão batido.

Como se vê, sou alguém que teve infância.

Marilda é professora da rede estadual de educação, aposentada


domingo, 21 de outubro de 2012

VQ // 45 // Política

Pelo contraditório político, mas com civilidade

Quando passa a valer tudo para derrubar o oponente, pode até existir ganho eleitoral de curto prazo. A longo prazo, contudo, há perdas para o processo político e para a própria democracia

Por Paulo Roberto Figueira Leal

Muitos assuntos poderiam ser dominantes numa avaliação crítica das últimas eleições valencianas: a controvérsia jurídica que nos impede de saber, nesse exato momento, quem exatamente assumirá a prefeitura em janeiro; a pouca renovação efetiva da Câmara; o recorrente uso (e, infelizmente, o eventual sucesso) do poder econômico na campanha, de forma explícita ou velada – vide a exploração de trabalhadores segurando bandeiras horas a fio (em troca de quanto mesmo?).

Mas outro aspecto merece atenção: a profunda e arraigada dificuldade das elites políticas valencianas em travarem uma disputa sem apelar para a total e completa desqualificação dos adversários (que, curiosamente, nem sempre foram adversários – aliás, podem ter sido aliados até anteontem, como ressaltei num artigo anterior publicado pelo VQ - edição 42, de julho de 2012).

Chamam a atenção os excessos verbais, reverberando a tese de que a vitória de um ou de outro será inaceitável; os papeluchos distribuídos na calada da noite, todos eles não recomendáveis para menores de idade; as falas agressivas, bélicas mesmo, com que uns se referem aos outros. Enfim, chama a atenção o nível de incivilidade que tem marcado as últimas eleições no município.

Longe de se defender aqui a ingênua tese de que a disputa política pode ser feita sem a explicitação das diferenças. Ao contrário, a política precisa do contraditório para fazer sentido: deixar claras as divergências, mostrar à sociedade os distintos rumos que se oferecem pelos distintos partidos e candidaturas, acentuar criticamente questões públicas que merecem discussão na trajetória política ou nas propostas dos adversários... Tudo isso é compreensível e legítimo.

Que o eleito governe
Esse acirramento, em qualquer lugar do mundo, tende a se acentuar no final das campanhas. Em primeiro lugar, porque a cada momento diminui o número total de indecisos; em segundo, porque a proximidade da votação amplia naturalmente o calor das discussões e as torna mais emocionais; e, em terceiro, porque a posição de cada um dos candidatos depende da posição dos outros – em linguagem de Teoria dos Jogos, trata-se de um jogo de soma zero, no qual o que cada um conquista provém em grande medida do que o adversário perdeu.

O contraditório político é salutar: afinal, a democracia só se sustenta se os eleitores de fato se virem diante de escolhas – e marcar diferenças é fundamental no processo de tomada de decisão. Mas há limites (éticos e civilizatórios) que devem ser respeitados. O problema é que as eleições em Valença, há tempos, vêm deixando de respeitar esses marcos.

Quando passa a valer tudo para derrubar o oponente, pode até existir ganho eleitoral de curto prazo. A longo prazo, contudo, há perdas para o processo político e para a própria democracia. Por que será que Valença foi a cidade da região com maior taxa de abstenção (quase 20% dos eleitores nem foram votar)? Não é coincidência: é sintoma do fastio do eleitorado, cansado de quatro eleições – duas realizadas (2008 e 2012), duas canceladas (2010 e 2011) – com um nível de virulência, de ódio e de jogo baixo acima da média.

A hipocrisia de anunciar o iminente fim do mundo se fulano ganhar, a estratégia de demonizar beltrano, o rumo de desqualificar pessoalmente sicrano: tudo isso só faz afastar importantes segmentos da sociedade da participação política. Se a política parece ser isso, quantos não desejam por esse motivo se distanciar dela? 

Valença não pede muito. Que o eleito (quem quer que a Justiça determine ser o eleito) governe, que a oposição fiscalize e se oponha, que os cidadãos concordem ou critiquem, que outras eleições venham e premiem ou punam o grupo que estiver no poder. Sem drama, sem fim do mundo, sem apelação. Numa palavra: normalidade – o que implica contraditório, disputa política, crítica, mas não incivilidade nem jogo baixo para derrotar o adversário a qualquer custo.

Paulo Roberto é professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), autor de diversos livros, entre eles “O PT e o dilema da representação política” (FGV), “Identidades políticas e personagens televisivas” (Corifeu);  e “Mídia e identificação política” (Multifoco).


sábado, 20 de outubro de 2012

VQ // 45 // Música

Música: fiel companheira

Por João Júnior

Mais do que nossos mais próximos amigos, nada é tão fiel à nossa companhia quanto uma música que a gente curte.

Você pode esquecer de pessoas, imagens e situações.

A música tem o poder de te fazer lembrar delas, assim como um perfume.

Um déjà vu.

Atos nos magoam. A Música não.

Palavras nos magoam. A Música não.

Está sempre ali disposta a soar nos nossos ouvidos quando quisermos, sem reclamações, sem obrigações e sem cobranças.

Ela nunca nos abandona. É nossa fuga, nosso apoio.

Pode o mundo desabar, mas desde que um alto falante vibre essas ondas, tá tudo bem.

Muita gente não valoriza o que se pode ser considerado “música”, mas todo mundo já chorou ouvindo uma que tocou no rádio e na alma. Acredito que os surdos também ouvem suas músicas.

Não é só arte.

Não é só um discurso.

Nem uma simples tendência ou moda, muito menos só para dançar. A música vai além.

Nada como um jazz pra te relaxar.

Nada como um metal pra te encorajar.

Nada como um hino pra te inspirar.

Nada como um hard core pra te pirar.

E eles vão estar lá, na prateleira do cantinho da sua estante arquivados em CD, vazando pelo furo que seu “dial” der no radio de pilha, registrados nas bolachas de vinil ou digitalmente num pequeno mp3 player. Ou ainda, vindo das cordas, sejam elas de nilon, aço ou vocais. Ou de metais ou tambores.

Sempre que qualquer motivo alterar nosso equilíbrio emocional, quantos “plays” forem precisos dar, nós daremos, pra que o silêncio sempre se renda ao som, e deixe a música passar por dentro de nós, pra aliviar ou encher a alma de algum sentimento.

João é músico e vocalista da banda The Black Bullets

VQ // 45 // Entrevista

Celeiro de artistas valencianos

Formada pelos valencianos Igor Almeida (vocal e guitarra), Fred Ielpo (contrabaixo e violão), Daniel Barbosa (bateria) e João Maia (guitarra), o Celeiro das Rochas pretende inovar. No dia 10 de novembro a banda realiza, no Cine Glória – é isso mesmo! – o show “O som da cor”, que mistura imagem e o som da banda. Como diz Igor Almeida, quem pensou esse projeto, a ideia era mesmo fazer algo “totalmente diferente do que já foi apresentado pela banda e também em Valença”. Para assistir ao espetáculo, os interessados devem entrar no site da banda e fazer sua reserva. O detalhe é que a lotação é de 150 pessoas. A seguir leia trechos da conversa com Igor Almeida sobre a banda e o show que vão realizar no próximo dia 10 de novembro.

Integrantes
Eu e Daniel tocamos muito tempo juntos na igreja e resolvemos começar a tocar as composições que eu fazia e umas versões de clássicos da MPB que a gente gostava. Mas foi só em 2010 que a gente resolveu atacar com força: procuramos um produtor, o Paulo Grua, e fomos atrás de um estúdio e gravamos nosso EP (um CD com menos músicas) intitulado “Capítulo I”. Nesse EP, três canções eram minhas e duas fiz em parceria com o Daniel Barbosa.

O Celeiro das Rochas
Chegar a esse nome é uma história complexa. Foi a forma que achamos para representar Southern Rock em outras palavras, que é um estilo um tanto quanto caipira, lá da América do Norte, que mistura Country, Blues, Jazz e Rock. Celeiro representa o Country e Rochas representa o Rock. O problema é que hoje muita coisa do nosso som mudou: o puro Southern Rock já deu as mãos pro Indie Rock e pra muita coisa de Progressivo. E sendo sincero: o significado do nome a gente inventou depois da banda já formada, justamente pra ter o que responder em entrevistas!

Prêmios
O Celeiro das Rochas foi 1° Colocado e Melhor Arranjo no 3° FIM de Rio das Flores, 2° Colocado no 2° Festival de Música da Associação Balbina Fonseca, a Banda Revelação de Valença em 2010 e Melhor Letra (com a música “Fim de Jogo”) pelo Zine Mundo Underground. A música “Fim de jogo” integra duas coletâneas: Southern Rock Brasil Collection Volume 2 (2012) e no Killinf for metal volume 1 (2010). Pra fechar, a canção “Balada pros dias de incerteza” entrou esse mês na coletânea Southern Rock Brasil volume 3.

O som da cor
Seremos a primeira banda de Rock valenciana a fazer um som dentro do Cine Glória. Montamos um filme que vai rodar sem parar no telão do cinema, com cenas, clipes e músicos que a gente achou que combinava com nosso som. Dai o show se desdobra em vários conceitos diferentes. Em partes do show, colocamos vídeos de músicos como Lenine, Zé Ramalho, Paulinho Moska, Lô Borges, David Gilmour, entre outros tocando voz e violão. E por cima deles vamos desmontar e remontar novos arranjos. Ou seja, aonde era só voz e violão, vai ser colocada guitarra, baixo, bateria, outra voz... Em outras cenas do filme optamos por usar imagens que melhor representassem aquela canção, ou entrevistas sobre aquela canção. Em outras, fizemos uso de vídeos que a gente gravou exclusivamente para esse show. No fundo é um baita trabalhão de semiótica.

www.oceleirodasrochas.com.br


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

S.O.S. Serra da Glória *

A Serra da Glória clama por socorro. Depois da frustrada tentativa de usar a maquina pública na campanha política, nossas autoridades chegaram a conclusão que as máquinas que foram levadas ao alto daquela serra, às vésperas da eleição, não serviriam para o trabalho de contenção do morro; e até hoje, enquanto escrevo essa coluna, pelo menos uma dúzia de famílias de lá não dorme em paz, sem antes fazer uma oração para que uma tragédia anunciada não acometa por cima de suas cabeças.

Um deputado estadual que está há quase duas décadas no Palácio Tiradentes soltou nota na Internet relatando as reuniões de gabinete que estão sendo feitas para uma ação emergencial. A mesma nota diz que a Defesa Civil de Valença já promoveu a remoção das famílias em risco e diz ainda que o terreno pertence a particular, ainda que há mais de 50 anos sirva de via pública daquela numerosa comunidade.

A meu ver (me advirtam se eu estiver sendo muito inocente), essas terras da Fazenda Santa Rosa deveriam ter sido desapropriadas há muito tempo, com justa indenização (aquela que o povo decidir por projeto de lei) ao seu proprietário.

A melhor solução, se a área já estiver condenada, é mesmo remover as 16 famílias em risco direto, com opção de indenização ou uma nova casa, por exemplo, naquelas do Cambota que o Governo Federal tá pagando.

A situação não é nova, no fim do ano passado a TV Rio Sul fez uma reportagem onde moradores denunciaram que o "aluguel social" que o Governo do Estado diz pagar não estava chegando ao bolso dos moradores. É óbvio que esse dinheiro não estava sendo investido em campanhas milionárias e farras nababescas com empreiteiros na Europa.


* * *


 Passado o grito das urnas, ainda ecoam algumas conclusões:

1) Nunca o dinheiro falou tão alto na periferia da periferia - Valença - a ex-princesinha que hoje é uma Japerí sem trem, uma extensão mais pobre a por enquanto menos violeta que a Baixada Fluminense, graças à religiosidade e reza do nosso povo. A dinheirocracia não é uma exclusividade nossa, mas a desordem urbana, a (des)organização social caótica e a malandragem patológica das autoridades é uma marca carioca que o tempo não apagou. Somos uma sociedade deslumbrada gerida por engomadinhos e tecnocratas! Que inveja dos municípios da zona da mata mineira, pequeninos e limpos. Nunca fui tão municipalista e mais do que nunca é hora de emancipar e empoderar o povo das localidades de Conservatória, Santa Izabel e Juparanã.

2) O PSOL foi um partido que fez bonito nas eleições ao nível nacional, por ser um partido ideológico em defesa da luta de classes. Fez significativos vereadores entre os mais votados em Niterói, Rio, Salvador, Porto Alegre... tem chances de governar duas capitais (Belém e Macapá). No Rio, infelizmente Marcelo Freixo não foi ao segundo turno. Também pudera, se tem duas máquinas hoje imbatíveis no estado são o Governo do PMDB e a Máquina Tricolor de Fred e cia!

Agora um desejo pessoal: em que pese as desastradas declarações do prefeito eleito de Valença (sub-júdice) após a vitória, onde destilou um corolário de amargura e ataques aos adversários, o que leva o valenciano duvidar que o prefeito "durão" tenha amolecido aquele grande coração, torço sinceramente para que a vontade das urnas seja respeitada pela Justiça Brasileira. E torço ainda para que o doutor, se confirmada sua diplomação, tenha paciência e sagacidade de um líder estadista e republicano, não generalizando a oposição, uma vez que ele não é o governo dos 12 mil que nele votaram e sim da totalidade da população deste belo, mas castigado, município.

* (Artigo publicado no Jornal Local de 18/10/12)

VQ // 45 // Editorial

O lançamento da edição será neste sábado, dia 20 de outubro, no Costelão, a partir das 18:30h. Estão todos convidados


Mais uma eleição, mais indefinição na política valenciana

A disputa pela prefeitura de Valença, diferente da maioria do país, não acaba com as eleições. É preciso ainda esperar o julgamento do TSE para definir o novo prefeito
 
Contar para os amigos de fora de Valença os últimos acontecimentos da nossa cidade chega a parecer piada de tão inacreditável. Em quatro anos, tivemos quatro eleições municipais, duas delas canceladas antes mesmo da votação. Agora, mesmo com a eleição terminada, o candidato com o maior número de votos não foi eleito. Mas Fernandinho Graça, o segundo colocado – considerado eleito pela Justiça Eleitoral – também precisa esperar o resultado do processo contra Álvaro Cabral ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ter certeza de que será o novo prefeito. Isso porque tivemos o prefeito atual – Vicente Guedes – cassado e depois de volta ao cargo. Além de parecer piada é confusa a história toda.

Nessas eleições, mais uma vez o que vimos foi a preocupação em atacar os outros candidatos, em detrimento à discussão de  projetos para Valença. Não é à toa que o eleitorado valenciano está desgastado. Foram quase 20% de abstenções, um número significativo. Paulo Roberto Leal, na análise que fez do processo eleitoral em Valença, indica que o problema não é o contraditório. Ao contrário, o debate e as discussões são bem vindos e necessários. O que não é aceitável é o nível de incivilidade, pontua Paulo Roberto. Como ele diz, o que a população valenciana quer é muito pouco, é apenas uma definição da justiça. Os últimos quatro anos de indefinição desgastaram a população.

Dando continuidade à memória de nossa cidade – que começou por aqui na edição 43 (agosto) do VQ –, Marilda Vivas, filha de operários, conta um pouco de sua história e das fábricas de Valença, com enfoque nas creches criadas para os filhos das operárias (Marilda foi uma dessas crianças). Mas mais do que contar sua história, Marilda contextualiza esse momento com a história do nosso país e da nossa cidade. As memórias de sua infância nos fazem refletir sobre as condições trabalhistas. Vale ressaltar que a ilustração do artigo é de João Paulo Maia.

Complementando a edição, trazemos uma pequena entrevista com Igor Almeida, vocalista da banda O Celeiro das Rochas, que fará uma apresentação inovadora no dia 10 de novembro, no Cine Glória. Além do show dentro de um cinema, ele conta um pouco da história da banda. Falando em música, o vocalista da banda The Black Bullets assina um texto em que se mostra apaixonado pelo que faz. João Júnior diz que nada é mais fiel a nossa companhia do que a música que a gente gosta.

Na nossa última página, a seção Navegando traz a dica de um site que mistura futebol, política e cerveja. A tendência é agradar a gregos e troianos. Na seção de poesia, apresentamos o poeta Sérgio Vaz, fundador da Cooperifa, na periferia de São Paulo, e complementamos com os Quadrinhos dos anos 10, de André Dahmer.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Programação Cine Glória 19 a 25 de outubro

TINKER BELL: O SEGREDO DAS FADAS (3D)
Classificação: Livre
Gênero: Animação
Horários: 21:00 - Dub / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

HOTEL TRANSILVÂNIA (3D)
Classificação: Livre
Gênero: Animação
Horários: 17:00 e 19:00 - Dub / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

TED
Classificação: 16 anos
Gênero: Comédia
Horários: 21:30 – Leg. / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

E A VIDA CONTINUA...
Classificação: 10 anos
Gênero: Drama
Horários: 19:30 – Nacional / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

Cine Glória Valença
www.cinegloria.com.br
(24) 2453 3040 / (24) 81341249

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Quanto custa um vereador em Valença?



Na quarta-feira que antecedeu as eleições municipais, os vereadores valencianos aprovaram um projeto que aumenta seus salários em mais de 60%. O salário de um vereador era de R$ 5.535 e passou para R$ 8.600. Esse salário passa a vigorar em janeiro de 2013, quando os 12 novos - mas não tão novos - vereadores assumem o cargo.

Por mês, serão R$ 103.200 só de salários. Em um ano os salários dos vereadores ultrapassa a cifra de 1 milhão de reais (R$ 1.341.600), levando em conta o 13º salário. E se levarmos em conta todo o mandato (4 anos), o custo com salários dos vereadores chega a quase 5,5 milhões de reais (R$ 5.366.400).

À sessão que aprovou o novo salário estiveram presentes Paulinho da Farmácia, Naldo, Dodô, Carlinhos de Osório, Celsinho do Bar e Pedro Graça. Os outros quatro – Zan, Felipe Farias, José Otávio e Fernandinho – não compareceram.

Outro detalhe é que o salário de um vereador não pode ser maior do que 40% do salário do deputado estadual, que hoje é de 20.042,35. O novo salário dos vereadores equivale a 42,9% desse valor, o que seria ilegal.