domingo, 28 de outubro de 2007

Darcy Ribeiro

No último dia 26, Darcy Ribeiro completaria 85 anos. Darcy, que morreu de câncer aos 74 anos, em 17 de fevereiro de 1997, era antropólogo (formou-se em Ciências Sociais e fez doutorado na USP, em São Paulo, para onde mudou-se no início dos anos 40, depois de passar por Belo Horizonte e Rio), escritor e, principalmente, um educador.

Como foi relembrado essa semana devido à data de seu aniversário, escutei uma frase dele, que reproduzo abaixo:

Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras e não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias,
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.


Darcy trabalhou no Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, do Ministério da Educação. Coordenou pesquisas sobre a realidade brasileira para auxiliar os que ditavam a política educacional. No final dos anos 50, ficou obcecado com a idéia de criar a Universidade de Brasília. O sonho virou realidade em 1962, quando o próprio Darcy assumiu a reitoria da UnB. Em 1963, tomou posse no Ministério da Educação. Modernizou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), obrigando o governo federal a gastar 12,4% de seu orçamento em educação. Quando os militares assumiram o poder, em 1964, o percentual caiu para 4%.

Também foi chefe da Casa Civil de Jango antes de se exilar. Em 1974, em Paris, soube que precisava extirpar o pulmão esquerdo tomado pelo câncer. Tinha 5% de chances de sobreviver, e sobreviveu, após receber autorização dos militares para se operar no Brasil. Só voltaria em definitivo em 1979 com a anistia, aliando-se ao PDT de Leonel Brizola - foi vice-governador do Rio e senado e idealizador dos Cieps.

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