No último dia 26, Darcy Ribeiro completaria 85 anos. Darcy, que morreu de câncer aos 74 anos, em 17 de fevereiro de 1997, era antropólogo (formou-se em Ciências Sociais e fez doutorado na USP, em São Paulo, para onde mudou-se no início dos anos 40, depois de passar por Belo Horizonte e Rio), escritor e, principalmente, um educador.
Como foi relembrado essa semana devido à data de seu aniversário, escutei uma frase dele, que reproduzo abaixo:
Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras e não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias,
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.
Darcy trabalhou no Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, do Ministério da Educação. Coordenou pesquisas sobre a realidade brasileira para auxiliar os que ditavam a política educacional. No final dos anos 50, ficou obcecado com a idéia de criar a Universidade de Brasília. O sonho virou realidade em 1962, quando o próprio Darcy assumiu a reitoria da UnB. Em 1963, tomou posse no Ministério da Educação. Modernizou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), obrigando o governo federal a gastar 12,4% de seu orçamento em educação. Quando os militares assumiram o poder, em 1964, o percentual caiu para 4%.
Também foi chefe da Casa Civil de Jango antes de se exilar. Em 1974, em Paris, soube que precisava extirpar o pulmão esquerdo tomado pelo câncer. Tinha 5% de chances de sobreviver, e sobreviveu, após receber autorização dos militares para se operar no Brasil. Só voltaria em definitivo em 1979 com a anistia, aliando-se ao PDT de Leonel Brizola - foi vice-governador do Rio e senado e idealizador dos Cieps.
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