domingo, 18 de abril de 2010

Entrevista com Vivili Marques (candidata 2008)

Publicada na edição 34 do VQ impresso, segue abaixo a entrevista com a então candidata à prefeitura de Valença Vivili Marques.


O que a levou a ser candidata e qual seu histórico político?
Bem, entrei na política em 96. Fui convidada pelo então prefeito Fernando Graça a me candidatar a vereadora, para complementar a porcentagem de mulheres para a chapa.

Fui então participando do processo e vendo como as coisas desencadeavam. Naquele primeiro momento fui candidata e não pedi nenhum voto, devolvi todos os 5 mil santinhos ao ‘seu’ Fernando, porque eu entendia que se ele me deu e eu não gastei, eu tinha que devolver. E obtive 98 votos.

Daí eu pensei: se existem 98 pessoas que acreditam em você, sem fazer campanha, me despertou. a vontade de ser prefeita de Valença, essa vontade brotou no meu coração, porque dessa forma eu vou conseguir fazer as coisas caminharem com justiça, transparência e responsabilidade.

E continuei minha caminhada política sendo candidata a vereadora também em 2000 e 2004. Até que em 2007 o deputado Edson Albertassi fez o convite para eu ser candidata à prefeitura. Daí acreditei que meu trabalho estava sendo valorizado. Trabalhei na cultura, quando o Miúra me convidou para que eu estivesse à frente do casarão. Depois fui orientar o Onça a cortar árvores em Valença.

Até que fui convidada para a promoção social e comecei a desenvolver o Cemapo (Centro Municipal de Assistência à População de Rua). Consegui fazer o projeto junto ao Centro Espírita. E tentei disponibilizar junto à prefeitura os profissionais qualificados para o funcionamento do Centro e infelizmente esse projeto não foi levado adiante, por conta da política, porque eu seria candidata a vereadora.

Como é feito o financiamento da sua campanha?
Ainda bem que não temos esse rio verde que se apresenta nas outras candidaturas. Porque esses empresários que investem, investem com o intuito de receber algo em troca futuramente, uma contrapartida. A minha campanha é financiada através de colaborações das pessoas, os carros de som são amigos, as pessoas se oferecem para caminhar junto comigo. Que acreditam que nossa candidatura é uma luz no fim do túnel. Quem também nos ajuda é o deputado Edson Albertassi.

Qual o seu programa sobre educação?
Eu sou professora, pedagoga, psicopedagoga. A primeira atitude pra mim é reabrir as escolas de zona rural, mas não aceito de forma alguma turmas multiseriadas. Mas já me questionaram que eu iria gastar muito, porque eu iria ter quatro professoras por turma dando aula para dois ou três cada. E eu não vejo isso como gasto, vejo como investimento. E outra, eu não posso tratar os alunos da zona rural de forma diferente dos que o da zona urbana.

Na Associação Evangélica no Espaço de Jesus criamos uma escola que eu fui diretora e minha primeira preocupação foi dizer que a escola precisava de um pediatra, de um fisioterapeuta, de um fonoaudiólogo e uma nutricionista, e as creches hoje não oferecem nada disso, nem orientador pedagógico!

É necessário investir em escolas de tempo integral, porque é a possibilidade das mães deixarem os filhos seguros. Já que as mulheres em Valença têm grande facilidade de conseguir emprego, como faxineira, para tomar conta de criança e etc.

Também tem esse plano de carreira aceito agora, que tem que ser revisto. Porque daqui a alguns anos estaremos ganhando um salário de novo. E junto com o plano de carreira tem que ser revisto o regimento. Nós montamos um projeto que é o Escola da Família, que tem como objetivo abrir as escolas aos sábados e domingos e também nas férias de 8 as 17 horas. E qual é o gasto disso pra prefeitura? É só a equipe, e os benefícios são todos pra sociedade. E verba tem, estadual e federal, mas são perdidas por irresponsabilidade. Não adianta ser amigo do presidente, do governador, já ter sido prefeito e não querer fazer, falta vontade e amor que eles não tem. E eu posso garantir que isso eu tenho. E é possível se governar com transparência, com responsabilidade, com amor, porque nós amamos esse povo.

E os projetos para a saúde de nossa cidade?
Cada real investido na saúde vai ser por uma saúde de qualidade, e que ao invés de construir é melhor dar qualidade àqueles que já existem com profissionais de qualidade e com equipamento para eles exercerem um bom trabalho. Porque ficamos na dependência do funcionamento dos postos, que pouco funcionam, mas que na nossa gestão vão funcionar todos os dias 24 horas.

Em relação à falta de trabalho em Valença, quais são as soluções apontadas por você?
Uma de nossas ações é o primeiro emprego, reduzindo taxas para aqueles que empregarem jovens. Vamos fazer investimentos também na área de esporte, cultura e lazer. Que hoje os governantes encaram isso apenas como um gasto e não observam que isso resgata os jovens, que é na verdade um investimento.

Pretendo também criar escolas profissionalizantes e fazer parcerias com a FAA para aproveitar o potencial dela. Temos em Valença uma grande diversidade cultural e isso não é aproveitado, não se investe nisso. É um descaso! Vamos formar uma secretaria de juventude e uma coordenadoria das associações de moradores porque são eles que conhecem a fundo todas as necessidades de cada bairro.

Vou provar que uma Vivili sem sobrenome - o que parece ser essencial em Valença é de qual família você é – é capaz de fazer uma gestão da melhor forma para o povo, sendo ela totalmente democrática, e fazer Valença voltar ao desenvolvimento. Meus secretários serão aqueles que serão bons para o povo, com o prazo de seis meses para mostrar serviço. Porque a precariedade dos serviços é culpa tanto dos gestores quanto dos secretários, que são postos lá não porque são bons e sim por conchavo. Meu compromisso é com o povo, não sou técnica e nem tenho que ser técnica, tenho que ser gestora. Os técnicos serão meus secretários.

Qual o seu projeto em relação à Fundação Educacional Dom André Arcoverde?
Lei pra mim é pra ser cumprida, tem que se fazer valer o estatuto e o regimento da FAA. Nós vamos sentar e conversar com os dirigentes da Fundação e mostrar para eles a importância da FAA para o povo. E o povo só tem a ganhar, pois vamos agir sem politicagem e sem jogo de interesses.

Quais devem ser as formas de investimentos para que Valença encontre sua vocação econômica?
Nós vamos direcionar para todas as áreas possíveis, principalmente a agrícola. Vamos investir muito nas zonas rurais e proporcionar um meio de geração de renda a eles. Nós também somos a segunda maior bacia leiteira do estado. O secretário de agricultura vai ser indicação dos próprios agricultores.

Nós vamos fazer valer o plano diretor para habitação e conversaremos com esses grandes latifundiários para saber quais medidas devem ser tomadas. Vamos investir também no patrimônio cultural da cidade, nos nossos monumentos que estão destruídos. O casarão, por exemplo, serve de base de apoio para placa de candidatos, nunca vou colocar uma placa minha lá. É um desrespeito!

Qual seu projeto habitacional para a cidade e em especial sobre a ocupação Gisele Lima, na Varginha?
Uma coisa que sempre me preocupou foi a não continuidade das obras de um governo para o outro. Com esse olhar, a partir de primeiro de janeiro tudo o que não foi feito nós vamos fazer lá. Sabemos que em outubro foram liberados 117 mil reais para o termino das casas populares do Vadim Fonseca, e até hoje nada. É falta de respeito! Não tem compromisso, não tem transparência com as verbas públicas. Não se investe no saneamento, em estrutura, em nada. A legislação diz que é responsabilidade do município o saneamento básico, e eu vou cumprir a lei. Nós queremos propor um êxodo urbano, dando condições necessárias para as pessoas no campo. Queremos agrovilas, com estrutura. Só que não vou dar nada, porque quando é dado não se valoriza. Vou fazer um financiamento das casas.

Como você vê a privatização dos serviços públicos, como a água e o lixo por exemplo?
Tudo que é terceirizado objetiva o lucro. E nós vamos voltar a dar caráter publico aos serviços, porque havendo lucro, esse lucro volta para a população e não vai para as mãos de empresários.

Deixe uma mensagem final para os leitores do Valença em Questão
Vamos buscar a felicidade do povo valenciano. Eu quero fazer o povo valenciano voltar a sorrir. E se for da vontade de Deus eu vou fazer como prefeita, com muito respeito e seriedade, esse povo feliz de novo. Porque não estamos disputando uma eleição, estamos disputando uma geração, porque através das mudanças que vamos realizar mudará a vida de toda essa geração que esta sem perspectiva. Que Deus abençoe a mim e aos outro candidatos para que possam fazer uma campanha justa e com amor.

É como eu falo para vocês jovens: oportunidades na vida nós não podemos perder, pode ser qual ela for, abrace ela, faça o que esta no seu coração. E como isso já estava no meu coração e como eu creio num deus que tudo é em seu tempo, vi que essa era a minha hora. No meio desses que já tiveram suas oportunidades, eu possa vir a ser candidata para dar uma perspectiva aos jovens e à cidade. Sempre com justiça, respeito e transparência, que é o que o povo precisa.

Um comentário:

Marcelo disse...

Conheço a mãe, vó, professora e a cima de tudo serva de DEUS, VIVILI. Sei de sua dedicação para com o povo e acredito que se ela tiver essa oportunidade dada pelo povo, teremos com certeza uma "VALENÇA ABENÇOADA", por isso
eu Marcelo ajudei e ajudo a candidata VIVILI, porque creio, acredito que DEUS + um (VIVILI), com certeza fará a diferença.