segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Royalties do petróleo: região perde R$ 48 milhões em 2013

Do Diário do Vale

A nova fórmula de distribuição dos royalties, aprovada na terça-feira pelo Congresso Nacional, tira R$ 48 milhões de receita do conjunto dos 15 municípios da região. Cinco deles, porém, terão ganhos, caso essa fórmula venha a ser adotada: Barra do Piraí, Pinheiral, Quatis, Valença e Vassouras. As maiores perdas serão para Angra dos Reis, que verá sua receita encolher da casa dos R$ 109 milhões para o patamar de R$ 83 milhões, e para Volta Redonda, que irá de R$ 23 milhões para R$ 11 milhões. O cálculo foi feito pela Confederação Nacional dos Municípios.

A mudança na distribuição dos royalties depende, agora, da presidente da República, Dilma Roussef (PT), que pode sancionar ou vetar a matéria aprovada no Congresso (veja box). A lei ainda pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), caso Dilma a sancione.

O motivo das perdas é a mudança do critério para a distribuição: atualmente, recebem royalties ou participação especial os municípios que tenham, em sua plataforma continental, atividades de extração de petróleo - caso inexistente na região - ou que sejam de alguma forma afetados pela retirada do produto; pela nova regra, o "bolo" dos royalties destinado aos municípios passa a ser dividido pelos critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Acontece que o FPM é um fundo que tem participação "Robin Hood", tirando dos ricos para dar aos pobres. Esse fundo, atualmente, retira parte da receita de certos tributos (principalmente o IPI) e distribui às prefeituras, privilegiando as que têm menor receita.  A extensão do critério do FPM para a distribuição dos royalties, portanto, ignora completamente a presença de instalações de exploração de petróleo e o fato dessa atividade afetar o município, entregando mais dinheiro para prefeituras teoricamente de menor receita.

A distribuição das receitas provenientes dos royalties entre os estados, conforme aprovada pelo Congresso Nacional, seria feita de acordo com o Fundo de Participação dos Estados. As consequências serão semelhantes ao que ocorre com os municípios, com o efeito "Robin Hood" prejudicando estados mais desenvolvidos e, teoricamente, beneficiando os mais atrasados.

Isso explica o motivo de as maiores perdas ocorrerem em municípios com economias mais desenvolvidas, como Angra dos Reis, Volta Redonda , Porto Real e Resende. As perdas desses municípios, juntas, chegam a R$ 47 milhões.

(...)

O texto aprovado pela Câmara não foi o proposto pelo Executivo e deixou de fora a previsão de repasse de 100% dos royalties dos poços que serão licitados para a educação, como queria o governo. A presidenta também defendia a manutenção dos atuais contratos de exploração do regime de concessão para preservar os ganhos dos principais estados produtores, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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