quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Professores da rede estadual fazem novo protesto

Manifestação contra incorporação do Nova Escola para trânsito na Zona Sul

POR CELSO OLIVEIRA, RIO DE JANEIRO, do jornal O Dia

Rio - Cerca de 400 professores, funcionários e alunos da rede estadual de ensino fizeram uma passeata, na tarde desta quinta-feira, em direção ao Palácio Guanabara, na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, Zona Sul. A manifestação é contra o projeto do governo estadual que incorpora a gratificação do Nova Escola ao longo de seis anos.

Eles ocuparam todas as faixas da Rua das Laranjeiras e o tráfego foi interrompido na via. Os professores exibiam faixas e cartazes. Muitos levaram flores brancas para serem entregues aos PMs que integravam o cordão de isolamento em frente ao palácio e também para os que os acompanhavam.

Como os policiais disserem que não podiam receber as flores, os manifestantes as jogaram no chão e pisotearam. Diante da situação, o major Teixeira cedeu aos apelos do público e aceitou pelo menos quatro flores. O militar também cumprimentou alguns manifestantes.

Houve um grande apitasso no local, inflamado ainda por um carro de som. As pessoas gritavam palavras de ordem e ainda vaiaram o governdor Sérgio Cabral.

Os professores, funcionários e alunos já começam a deixar o local e seguem para o Largo do Machado. As ruas Pinheiro Machado e das Laranjeiras estão ocupadas e engarrafadas. O protesto da categoria segue pacífico e não há informações de feridos. A Polícia Militar acompanha a passeata e tenta organizar o trânsito, que está caótico naquela região da Zona Sul. Motoristas devem evitar a área.

Os diretores do Sepe estão convocando para uma assembleia, na sede da ABI, no Centro. Em nota, o governo do estado informou que o secretário de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy, irá receber o sindicato da categoria no início de outubro. Ele tratará especificamente do Plano de Cargos e Salários para os professores de 40 horas semanais, que somam seis mil profissionais.

Tumulto e pancadaria
Na terça-feira, um grande protesto de professores estaduais resultou em confusão. Após eles fecharem a Rua 1º de Março, uma das principais vias do Centro, repercutindo em engarrafamentos durante a tarde em várias partes do Rio, a PM disparou bombas de gás de pimenta e deu tiros com balas de borracha.

Foto: Felipe O'Neil / Agência O DIA

No fim, os gritos dos professores obrigaram o governo do estado a recuar e rever a proposta de incorporação da gratificação Nova Escola ao piso dos profissionais. A vitória parcial custou 13 feridos — nove professores, dois estudantes e dois fotógrafos —, dois detidos e não agradou à categoria, que resolveu manter a greve. Nesta quarta, somente algumas escolas abriram.

>>> Fotos: Manifestação de professores termina com 13 feridos

Após intensas negociações e os confrontos em frente à Assembleia Legislativa (Alerj), o governo cedeu à principal reivindicação da categoria: a manutenção do índice de 12% que hierarquiza a cada cinco anos o vencimento de cada nível da carreira do magistério estadual. A proposta original previa 7,5%. Os professores porém, não ficaram satisfeitos, porque o governo manteve o prazo de incorporação em seis anos e não aceitou a proposta de incluir docentes 40 horas no Plano de Carreira.

Nota do governo sobre o protesto
"O Governo do Estado do Rio de Janeiro aprovou na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) o programa de remuneração aos profissionais da Educação mais ambicioso e consistente dos últimos 30 anos. Não só com relação à valorização salarial substancial, mas no que diz respeito ao estimulo à especialização profissional com agregação remuneratória.

O secretário de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy, irá receber o sindicato da categoria no início de outubro. Ele tratará especificamente do Plano de Cargos e Salários para os professores de 40 horas semanais, que somam seis mil profissionais."

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