Terceiro maior colégio eleitoral do país, o Rio de Janeiro lidera um  inédito ranking da Polícia Federal sobre crimes eleitorais. 
Nos últimos quatro anos, a polícia fez mais de 3.400 investigações no  Estado para apurar delitos como compra de votos, caixa dois, inscrição e  transporte irregular de eleitores e boca de urna. Desde 2006, a Polícia Federal abriu mais de 20 mil inquéritos em todo o  país para apurar crimes relacionados às eleições, desde os pequenos até  os mais graves, o que resultou no indiciamento de mais de 5.500 pessoas. 
Alguns dos políticos que tiveram os mandatos cassados no período foram  alvos dessas investigações. Em segundo lugar no ranking está Minas Gerais, segundo maior Estado em  número de eleitores e onde a PF abriu 1.912 inquéritos nos últimos  quatro anos. O Estado de São Paulo, onde se concentra 22% do eleitorado, o maior do  país, vem logo abaixo, na terceira posição, quase empatado com o Rio  Grande do Norte, que tem 1,6% do eleitorado do país e que é o caso mais  representativo do Nordeste. 
O principal crime, considerado o mais grave para procuradores, juízes  federais e policiais ouvidos pela, é a compra de votos. Em seguida, dentre os delitos mais investigados pela PF, está o  cadastramento irregular de eleitores, prática que é mais comum durante  as eleições municipais. "A compra de votos é um reflexo da falta de credibilidade e desesperança  da população com os políticos", diz Sandra Cureau,  vice-procuradora-geral eleitoral. 
O balanço da Polícia Federal deve ser uma das ferramentas para tentar  diminuir, no pleito deste ano, a ocorrência desses delitos. A Polícia Federal, responsável por investigar crimes eleitorais, o  Ministério Público Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral deverão  atuar em conjunto --um convênio entre esses órgãos ainda deve ser  formalizado. Segundo a Folha apurou, o esforço é para tentar obter provas e  propor ações antes da diplomação dos políticos, e não depois, durante a  vigência do mandato, o que dificulta a punição. 
ATRASO 
Região onde se concentra a maior parte dos inquéritos da PF, o Sudeste  tem a liderança garantida pelo grande número de investigações no Rio de  Janeiro. "Ainda há muitos currais eleitorais, principalmente no interior. A  política no Estado é feita de uma forma antiga e anacrônica", diz  Silvana Batini, procuradora regional eleitoral do Rio. 
Apesar da liderança do Rio nos inquéritos, o maior número de  indiciamentos por crimes eleitorais ocorreu em Tocantins, (841 nos  últimos quatro anos), Estado cujo governador foi cassado pela Justiça  Eleitoral por abuso de poder econômico e político ao usar a máquina do  Estado para se reeleger, em 2006. 
Fonte: Jornal Folha de S.Paulo


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