terça-feira, 7 de abril de 2009

Genocídio sem fim

Entre os dias 14 e 17 de abril, no Riocentro, o Brasil recebe durante a Latin America Aero & Defence os mais renomados comerciantes e produtores de guerra no mundo. Entre eles, os responsáveis diretos pela invasão na Faixa de Gaza: fábricas militares de Israel, privadas e estatais e também o seu Ministro da Defesa estarão no Rio de Janeiro. A feira como um todo, com aliados de todo mundo à indústria da guerra, da tortura e da extirpação de povos como o nosso, latinoamericanos, é ultrajante após o recente e agora "admitido" massacre palestino.

"Do embargo total à indústria bélica: fim à ocupação criminosa da Palestina e à limpeza étnica internacional."
(adaptado da campanha promovida pelo BNC)

Militares de Israel revelam abusos em GazaPor (FSP 20/03/2009 07/04/2009 às 01:00)

Soldados relatam ordens de atirar em mulheres e crianças palestinas desarmadas; governo promete abrir investigação Ministro da Defesa diz que Exército é "o mais ético do mundo", mas reservista conta ter sido instruído a deixar sua moral de lado

Soldados israelenses que participaram da recente ofensiva de 22 dias na faixa de Gaza relataram assassinatos de civis desarmados e atos sistemáticos de vandalismo contra casas de palestinos. As narrativas, de formandos na Academia Militar de Oranim, vieram a público ontem, pelo jornais israelenses "Haaretz" e "Maariv". Mais tarde, o Exército abriu investigação para apurar violações na ofensiva, que matou mais de 1.400 palestinos e 13 israelenses.

As revelações foram feitas pelos soldados em 13 de fevereiro e chocaram o diretor da escola, Danny Zamir. Ele relatou o episódio aos superiores, que solicitaram uma transcrição do que fora dito. O "Haaretz" promete publicar mais detalhes do documento hoje. Os textos divulgados ontem apontam que alguns envolvidos nas ações tiveram questionamentos éticos ao receberem ordens como derrubar a porta de entrada de uma residência e revistá-la cômodo a cômodo, disparando indiscriminadamente em quem estivesse lá dentro. Mas revelam que houve reclamações quando foi revogada a ordem de atirar nos moradores sem alertas prévios.

"Devemos matar todo mundo [no centro de Gaza]. São todos terroristas", disse um militar, segundo o "Haaretz". O "Maariv" publicou a declaração de um soldado que recebeu ordem de jogar os bens dos palestinos pela janela das casas invadidas "para colocá-las em ordem e abrir espaço". Para o ministro da Defesa, Ehud Barak, os incidentes relatados são exceções. "Passei dezenas de anos de uniforme. Temos o Exército mais ético do mundo", disse o ex-premiê.

"Moral à parte" - O documento obtido pelos jornais israelenses não é a única fonte de relatos sobre abusos. O "New York Times" publicou entrevista do historiador Amir Marmor, na qual o reservista se disse chocado pela maneira como as baixas civis foram debatidas no treinamento, antes de sua unidade de tanques entrar em Gaza.

"Atirem e não se preocupem com as consequências", foi a orientação de um tenente-coronel. "Ele [o instrutor] disse que não poderíamos correr riscos na operação. Moral à parte, temos que fazer nosso trabalho", relatou Marmor. "O que é ótimo em Gaza: você vê uma pessoa no caminho e você pode simplesmente atirar, sem que ela precise estar armada", declarou um comandante de patrulha indagado sobre a morte de uma idosa, segundo o "New York Times".

Outro relato de assassinato publicado ontem foi de uma mulher e seus dois filhos, mortos por um franco-atirador depois de deixarem o prédio onde haviam sido confinados e caminharem para o lado oposto ao que os militares mandaram. O "Haaretz" publicou que um soldado que viu o episódio contou que o atirador "não se sentiu tão mal, porque, afinal de contas, cumpriu ordens". E justificou: "As vidas dos palestinos são muito, muito menos importantes que as vidas de nossos soldados". (...)

[http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/04/444203.shtml]

9 comentários:

Carlos Henrique disse...

Isso e muito mais ainda virá a público, pois o que ocorreu em janiero foi algo muito escandaloso, na verdade, o que vem ocorrendo na Palestina há décadas.

Anônimo disse...

Achei interessantíssimo, a matéria postada, pela Ana, porque se formos analisar a fundo, nós vivenciamos situações análogas no Brasil, mas precisamente no Estado do RJ, e até algumas situações em Valença-RJ.
Digo isso, com base nas reportagens, que são trazidas pelos jornais. "Polícia mata 14 suspeitos de integrarem o tráfico", "Sergio Cabral manda atirar para matar", agora eu pergunto será que todas esses 14 que morreram eram traficante, será que todos estavam armados. Será que é correto o Governador incentivar a violência dessa forma. Sem falar em outros diversos absurdos que ficamos sabendo pelos diversos meios de comunicação que existem hoje em dia.
Já quanto a Valença, eu já presenciei vários excessos cometidos por políciais, mas chamo a atenção para um evento que teve maior repercusão, e que foi denunciado por uma mãe da Biquinha, dizendo que seu filho foi espancado covardemente por PM, e o pior, a mãe disse ainda que um dos PMs falou que o juiz já tinha autorizado a eles agirem daquela forma, que já teve a oportunidade de conversar com algum, policial ou ouvir algumas palestras de um dos Juizes da Cidade, acredita que alguma parte da estória pode ser verdade.
Assim, dou meus parabéns a Ana, pela iniciativa e peço que esse meio de mais espaço para esse tipo de coisa.
Por fim, quem quiser saber mais detalhes desde caso de Valença procure a edição nº 124, do Jornal Local, localizado na Rua dos Mineiros, 03, sala 202.

Marcos Paulo de Souza

Vitor Castro disse...

Caro Marcos, eu iria mais longe. Mesmo se os 14 fossem traficantes, não concordo que deveriam ser eliminados. Essa lógica de confronto, de matar o inimigo, é danosa demais pra essa gente. A vida, independente de quem seja, acredito, deve ser respeitada.

Mas no Rio em especial, a violência contra as comunidades pobres é absurda e cada vez menos velada. Não à toa, o secretário de seg. pública disse certa vez disse que 'um tiro em copacabana é uma coisa, um tiro na favela da coréia ou no complexo do alemão é outra'.

Em Copacabana tem que se ter cuidado para a repercussão negativa de se atingir inocentes e integrantes das classes menos pobres. Triste, mas é o que vem acontecendo.

Em relação ao caso específico de Valença, da mãe da Biquinha que denunciou o caso, parabéns a ela. Situações parecidas devem acontecer com muito mais frequência do que imaginamos. É preciso um primeiro caso vir à tona, a coragem - nesse caso - de uma mãe, para que o tema tenha repercussão.

Parabenizo inclusive o Jornal Local pela cobertura do caso. Nas duas últimas edições que recebi (por estar fora de Valença, às vezes atrasa a entrega) o tema foi tratado. Na última (que não sei se é a 124), falou da ida da mãe no conselho de segurança.

O que fica cômico são os argumentos dos policiais em relação ao caso. É difícil acreditar na versão dos "defensores da justiça".

abs.

Anônimo disse...

BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO.
A POLÍCIA TEM QUE LARGAR O AÇO NA BANDIDADA E REPRIMIR TAMBÉM OS USUÁRIOS DE DROGAS.ESSES SIM SÃO OS QUE FINANCIAM ESSA FARRA E CONSEQUENTEMENTE ESSA VIOLENCIA TODA.

DEVANIR BASTOS
RIO DAS FLORES RJ

Anônimo disse...

"Já quanto a Valença, eu já presenciei vários excessos cometidos por políciais"
Sugiro ao Marcos Paulo que faça essa denuncia ao Ministério Público.
Vir aqui no bolg e escrever que presenciou não soma em nada para sociedade.

PAULO FARIA
SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS

Anônimo disse...

é isso aí
bandido nao tem que ser readaptado a sociedade
tem q ir pra vala
sem essa de regeneração, é terra e cal por cima
quem fala isso, é pq nunca teve um revolver na kbça como eu tive ha 2 anos atras
se eu fosse da policia, ja tava num grupo de esterminio

Anônimo disse...

Concordo em gênero, número e grau com o comentário do Capilo, quanto ao Devanir prefiro ignorar o que ele escreveu, para o Paulo Faria, primeiramente, digo que ele deve ter feito o comentário, por falta de conhecimento, pois, em primeiro lugar, só quem pode apresentar denúncia é o próprio MP, o que eu poderia fazer é ir a delegacia, ou fazer uma representação no próprio Batalhão da PM, todavia, nenhuma dessas medidas iria resolver, ou seja, nenhum polícial seria punido, tentariam me convencer de VARIAS MANEIRAS, a deixar isso pra lá, e ainda, eu seria mais um a sofrer perseguição. Em segundo lugar discordo com ele quando diz que relatar no Blog não vai adiantar nada, na minha opinião, um blog como este,é uma arma, ou melhor um escudo, nessa guerra diária em que vivemos.
Por fim, apenas ressalto que respeito a opinião de todos, cada pessoa pensa de uma forma, cada um escreve, fala e faz o que sua inteligencia é capaz de fazer.
Um abraço para todos, que Deus seja o condutor de nossas vidas.

Marcos Paulo de Souza

Anônimo disse...

Marcos

Com certeza existe falta de conhecimento de minha parte afinal de contas o grande jurista aqui é você.
Com relação ao fato de não denunciar porque não daria em nada, quero deixar registrado que em meu dicionário isso tem outro nome (covardia)ou talvez as denuncias sejam uma viajem de sua mente tão brilhante e inteligente.

PAULO FARIA
SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS

Anônimo disse...

A teoria na prática é outra.