sábado, 10 de maio de 2008

Trabalho e renda em Valença - a necessidade de uma revolução

Parte 2

Ensinos superior e técnico e a incubadora de empresas operárias

Apesar dos diversos problemas educacionais causados pelos políticos neoliberais e suas políticas de estado mínimo, Valença ainda pode se orgulhar de ter um dos melhores ensinos públicos do Estado do Rio, mesmo estando longe do ideal. Contudo, encontramos um grande gargalo quando falamos em acesso e manutenção no ensino superior.

Já que a única opção no município para o universitário é uma instituição privada, fica a pergunta: e os jovens que não têm condições de pagar pelos estudos e/ou morar em cidades com universidades públicas?

Uma das saídas aponta para o ensino técnico. Além de formar jovens qualificados para o mercado de trabalho, os centros técnicos são grandes motivadores da capacidade de inovação dos jovens. Inovação representada pela vontade de mudar sua realidade, através de negócios que gerem renda, emprego e uma melhoria de suas condições de vida e da sociedade por conseqüência.

Percebemos assim que a educação está intimamente ligada aos fatores emprego e renda. Portanto, devemos atentar para o seguinte fato: num município empobrecido como o nosso, o jovem está sendo estimulado em seu ambiente de estudos para a criação de novos negócios? A resposta é clara: não! “Se nem há dinheiro circulando em Valença, imagine pensar em criar mais um negócio!”, dirão alguns. Então, está mais que na hora de sairmos da mesmice, pensarmos alternativas e colocá-las em prática!

Em breve teremos o CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica) com alguns cursos que supostamente atenderão às necessidades da região. Porém, apesar de ser uma excelente escola, sabemos que não adianta formar empregados se não há fomento e condições para geração de novos postos de trabalho. Logo, precisamos que esses jovens não só saiam formados do CEFET, como também recebam estímulo e estrutura para gerar novos negócios no município.

E neste ponto entrariam dois atores fundamentais: FAA e Prefeitura. A Fundação articulando o ensino superior com o técnico, através de uma incubadora de empresas operárias, sendo estas geridas pelos próprios alunos-trabalhadores. E a Prefeitura conseguindo aporte financeiro e parcerias com instituições de fomento (SEBRAE, FINEP, Banco do Brasil etc), incentivando a pesquisa, divulgando as empresas e buscando novas oportunidades de negócio em Valença e região.

Desenvolver nos alunos a capacidade de criar negócios é um grande passo para resolver os problemas do primeiro emprego e da circulação de renda. Portanto, estaríamos, ao mesmo tempo, incluindo o jovem no mercado de trabalho e desenvolvendo tecnologias capazes de, por exemplo, estimular o fortalecimento e desenvolvimento das culturas populares e a criação de um centro de inovação tecnológica do manejo do solo e de práticas agroecológicas.

Enfim, uma gama enorme de oportunidades que podem ser descobertas apenas oferecendo condições aos jovens de decidirem seu próprio destino e construí-lo com suas mãos.

Bebeto
Engenheiro de Produção
cafo83@yahoo.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

If im in the situation of the owner of this blog. I dont know how to post this kind of topic. he has a nice idea.