sábado, 14 de setembro de 2013

Carta da Educação ao Prefeito Álvaro Cabral.



Ofício n.26 do SEPE ao Prefeito de Valença suspendendo a greve de 81 dias da Rede Municipal de Ensino, em 14 de Agosto de 2013.

Ao:

Excelentíssimo Prefeito de Valença/RJ, Sr. Álvaro Cabral,


Agradecemos Vossa Excelência pela oportunidade de receber a representação eleita dos Profissionais Estatutários e Contratados da Educação Municipal (professores, orientadores, diretores, agentes educadores, merendeiras, secretárias, monitores, monitores de inclusão, inspetores, vigias, psicopedagogos), pois, antes mesmo de nos lembrar, via atenciosa Carta, que és um “amigo da Educação”, nós somos sabedores de que todos que estão na política por um ideal progressista, também o são.

Assim como V. Ex.ª, a categoria vem num crescente e histórico debate sobre o que é ser um “amigo da Educação”. Antes de tecermos comentários sobre isso, cabe assinalar que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação – SEPE – é sim o órgão autônomo, independente e ESCOLHIDO pelo trabalhador para representá-lo; e que dentro da nossa configuração política não existe a figura do Presidente, como V. Ex.ª imaginara, mas sim, de Coordenadores Gerais eleitos pelo voto direto e proporcional da categoria.

Voltando à nossa defesa da concepção de Educação Pública de Qualidade, vale lembrar que as lutas e grandes conquistas das(os) Educadoras(es) de Valença vem de longa data. O SEPE tem 36 anos de história na cidade, mas vamos nos ater às mais recentes. Em 2007 conseguimos aprovar a Lei do Plano de Carreira, no Governo Fábio Vieira, e em 2010, o Estatuto do Profissional da Educação, com Fernandinho Graça. Hoje, com uma clareza imensa, nós enxergamos que essas leis são as leis educacionais de carreira mais avançadas do País. Mérito de uma cidade que sempre foi rica em Arte, Cultura e Festas, mas também num avançado pensamento político e pedagógico, que transformou Valença no centro de talentos e inteligência que é para o Estado do RJ.

Nossos Documentos Legais, conquistados com muita luta e algumas GREVES, são os mais avançados do país porque garantem, entre outras coisas: 1) a Eleição Direta de diretor da escola pela comunidade escolar (gestão democrática); 2) Bolsas de Estudo superior 100% gratuita para quem trabalha na Educação (formação continuada); 3) a Progressão na Carreira através de ganhos proporcionais ao tempo de serviço e a escolarização e 4) Garantia da reposição salarial anual que todo trabalhador tem direito (Data-Base).

A partir da reserva legal (e moral) que estas leis nos proporcionam, junto com a Constituição Federal, a gente inicia nosso diálogo sobre as condições que a categoria, em assembléia soberana, decidiu para por fim a uma greve que já dura 77 (setenta e sete) dias. A pauta de reivindicações, que já é conhecida pelo governo através de ofício do SEPE de 16 de Abril de 2013, é: 1 – Recomposição da inflação mais ganho real; 2 - Chamamento de Aprovados em Concurso Público; 3 - Pagamento dos salários atrasados dos “contratados”; 4 - Repasse do vale-transporte dentro do prazo previsto na lei; 5 - Cumprimento das demais normativas do Estatuto (bolsa de estudo, eleição direta para diretores, concessão de licença-prêmio vencida, etc.); 6 - Cumprimento do Plano de Carreira; e 7 -, Pagamento da Insalubridade para quem trabalha em creches.

Daremos o solicitado “voto de confiança” ao governo municipal a partir do momento que o gestor público se comprometer a confiar também em quem mais sabe e se interessa pelo o assunto: o Profissional da Educação. Desta feita, tendo em vista nossa pauta, que é necessária e extensa, tiramos dois eixos básicos para negociação imediata, condicionada ao retorno dos grevistas às escolas e creches do município e o cumprimento integral do ano letivo. Nossos pontos são:

1.      Plano Emergencial de Recuperação das Estruturas Físicas e Pedagógicas das Escolas e Creches;

2.      Calendário do pagamento retroativo da data base da categoria, vencida em 1º de Maio de 2013.

No Ponto 1, a categoria decidiu dar mais 30 (TRINTA) DIAS de prazo, a partir do dia 19 de Agosto de 2013, para que sejam pelo menos planejadas e elaboradas ações emergenciais de recuperação das nossas Escolas e Creches, como pode perceber em fotos que estão em apenso. Inclusive com a projeção de novas obras públicas, pois estamos no limite de elaboração do Plano Plurianual de Investimentos (PPA), dispositivo constitucional que tem que ser aprovado até o fim do ano, assim como a Lei do Orçamento.

No Ponto 2, achamos pouco detalhada a resposta encaminhada pelo Poder Executivo, dizendo que a “receita está caindo vertiginosamente”. Caindo por que, onde e quanto? Onde está o erro de estimativa nas receitas do orçamento? Quais as categorias e fontes foram mais prejudicadas? Receitas próprias ou transferidas? Como está o processo de recolhimento da Dívida Ativa do Município? Qual proporção da “dívida de R$ 40.000.000,00” da Prefeitura é dívida flutuante e dívida fundada? Qual a proporção dessas despesas (liquidadas, empenhadas e dívida de exercício anterior)? Quais as ações sugeridas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, quando o ente apresenta baixa arrecadação, estão sendo tomadas pela PMV, como por exemplo, corte de cargos comissionados? Quantos funcionários têm hoje a Prefeitura de Valença, entre efetivos estatutários, celetistas, contratos temporários de excepcional interesse público e cargos de livre nomeação do chefe do Poder Executivo? Além dessas questões, achamos também que 30 (TRINTA) DIAS é um prazo razoável para que haja uma resposta com data estabelecida sobre a nossa Data Base Retroativa, garantida por lei.

Em relação à reposição de aulas, a categoria se comprometeu em assembléia que nenhum filho ou filha de Valença vai ficar sem receber o CONTEÚDO que foi deixado de ser passado durante a greve, e que se necessário for repor os dias parados, o calendário será elaborado em conjunto pelas Direções de Escola junto aos profissionais e os pais de alunos (comunidade escolar), para que seja feita uma reposição efetiva de acordo com a realidade e a diversidade de cada unidade e comunidade valenciana.

Assim informamos muito respeitosamente que acatada essa nova formulação e respondida as pertinentes questões, a categoria está SUSPENDENDO a Greve a partir de segunda feira, dia 19 de Agosto de 2013, num voto de confiança e compromisso democrático às alegações iniciais do Poder Executivo, e preocupados que estamos com a possibilidade de não encerramento do ano letivo para parte de nossos alunos(as), uma vez que para outros tantos, o ano letivo já está comprometido, pois estão desde o começo do ano sem professor, agente educador e estrutura mínima para o processo ensino-aprendizagem.

Sem mais, agradecemos a oportunidade e reiteramos votos de confiança e trabalho honesto.



Respeitosamente,



Assembleia da Educação de Valença/RJ
SINDICATO ESTADUAL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO - SEPE


(Anexo)
Escolas e Creches de Valença/RJ no ano de 2013



















quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Jornal Diário do Vale - Volta Redonda - 8/8/13


Audiência Pública pela Educação de Valença/RJ - Agosto de 2013

 "A greve não adianta nada", "Estão a serviço do vereador tal", "Eles são tudo(sic) uns baderneiros"... (com Professor Danilo Serafim e Deputados(As) Comte Bittencourt, Clarissa Garotinho, Ines Pandeló, Marcelo Freixo, Robson Leite, Andre Corrêa e Nelson Golçalves) 


Mídia NINJA Valença. Quase ao vivo da Ocupação da PMV. ‪#‎OcupaCabral‬, Álvaro Cabral!



Discurso do Dep. Marcelo Freixo (Psol) em Valença

sábado, 22 de junho de 2013

Carta ao Movimento Passe Livre e aos Movimentos Jovens que vêm surgindo na minha cidade.

Primeiro, parabéns a todos(as) por perceberem que só a luta traz a vitória e que Movimento não pode ser apenas uma brincadeira de uma semana, onde voltamos para nossas casas felizes, mas nada muda.

Não se apaixonem por si mesmos! O protesto não é o fim em si, mas um meio de conseguir o que sempre sonhamos: vida digna, trabalho honesto e valorizado, educação que liberte, cidade livre, meio ambiente sustentável, saúde, lazer e diversão para todas as idades etc. Fazer um carnaval é fácil e barato, difícil é fazer o trabalho diário de transformação das nossas vidas que se encontram tão ameaçadas. Valença, ultimamente, é uma prova disso. Doenças, mortes, assassinatos, suicídios, infanticídio...

Para mudarmos de verdade, não podemos só protestar sem apresentar soluções, pelo menos para serem debatidas. Minhas sugestões de pauta para nossos problemas se dividem em questões gerais e locais.

QUESTÕES GERAIS:

1) O primeiro ponto para mudar esse país é a REFORMA POLÍTICA COM FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA, ou seja, transformar as eleições num momento onde todas as correntes de pensamentos e ideologias tenham tempo e recursos parecidos para falarem o que pensam ao povo.

2) O segundo é a EDUCAÇÃO PUBLICA DE EXTREMA QUALIDADE, com garantias de acesso, permanência, proteção e valorização dos profissionais, com formação continuada. Uma bandeira tática dessa estratégia é a injeção imediata de 10% DO PIB e 100% DOS ROYALTIES O PETRÓLEO PARA EDUCAÇÃO.

3) Implementar o comando constitucional que vai TAXAR AS GRANDES FORTUNAS e fazer a REFORMA AGRÁRIA. Pois um dos maiores problemas do mundo é a desigualdade social, o desperdício e o latifúndio improdutivo.

4) Criação SUBSIDIADA de EMPRESAS PÚBLICAS DE COMUNICAÇÃO, gestada pela Sociedade Organizada em cada cidade do país, com rádio/TV e jornal impressos gratuitos ou ligados de maneira sustentável à atividade econômica. FIM DO MONOPÓLIO DA INFORMAÇÃO por empresas que enganam a população como Globo, SBT, Record, Band, Revista Veja, etc.

QUESTÕES LOCAIS (Valença):

1) Investigação imediata dos inúmeros atos de ofício impróprio (mentiras) da atual gestão e das anteriores da Prefeitura Municipal (PMV);

2) Reforma emergencial das quadras e praças de Valença, com prioridade sobre a realização de carnaval, festas, bailes etc.

3) Fim do monopólio absoluto das empresas de ônibus circular e intermunicipais. Licitação já! Contra a UTIL que cobra absurdos 60 reais para levar o valenciano à capital do estado.

4) Defesa do meio ambiente da cidade, principalmente da Concórdia e a mata atlântica que ainda nos abençoa.

5) Realização imediata da pauta de reivindicações dos profissionais de educação da cidade – SEPE - (professores, monitores, agentes, merendeiras, vigias, secretárias) pondo fim a uma greve municipal que já dura 20 dias.

6) Fora CEDAE, pela municipalização dos nossos recursos hídricos!

7) Criar (ou transformar a FAA) numa UNIVERSIDADE PÚBLICA DE VERDADE (do povo). Seja Federal, Estadual e até municipal.

8 ) Aumento progressivo do IPTU e outros impostos municipais à medida que a pessoa acumular patrimônio.

9) Apoio imediato aos trabalhadores da saúde que estão sendo demitidos inconsequentementes pelo prefeito de Valença.

Entre outras...

Espero poder ajudar e contem comigo, mesmo se as nossas opiniões forem diferentes. Não quero ser líder e nem porta voz, quero ser parte ativa. Até a vitória! Samir Resende G. Souza, cidadão.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Programação Cine Glória 19 a 25 de abril


JACK O CAÇADOR DE GIGANTES 3D
10 anos / Aventura / Dub
Horários: 19:00 e 21:20
Obs: Segunda-feira não terá sessão desse filme.

A HOSPEDEIRA
12 anos / Drama / Dub
Horários: 21:30
Obs: Terça-feira não terá sessão desse filme.

VAI QUE DÁ CERTO – Aceita Cinema Para Todos
12 anos / Comedia / Nac
Horários: 19:30
Sábado e domingo sessão extra às 17:10.
Obs: Terça-feira não terá sessão desse filme.

OS CROODS 
3D
Livre / Aventura, Comedia / Dub
Horários: 17:00*
*Obs: Em cartaz somente até domingo (21/04).

E dia 26 de abril teremos o lançamento do filme mais esperado do ano: 
HOMEM DE FERRO 3 3D. Já começou a venda antecipada de ingressos!
Cine Glória Valença RJ
cinegloria.com.br
Tel: (24) 2453 3040 / (24) 81341249

domingo, 7 de abril de 2013

Terreno cedido pela CSN a funcionários contém metais pesados e substâncias cancerígenas

Relatório aponta alto índice de abortos na região contaminada pela CSN em Volta Redonda

Um relatório feito em 2004 pela Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda (RJ) detectou que, em um período de cinco anos, 14 mulheres que viviam no condomínio Volta Grande 4 haviam sofrido abortos espontâneos. O estudo ouviu 144 pessoas.
Órgão estadual liberou casas em área contaminada pela CSN no Rio
O mesmo levantamento feito em outros bairros da cidade, com amostras semelhantes, apontou uma média de três a quatro abortos espontâneos.
O relatório foi anexado a ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal na ocasião.
A maioria das mulheres entrevistadas disse que o aborto aconteceu no terceiro mês de gestação por má formação do feto.
Também foram registradas oito pessoas com leucopenia --redução da quantidade de glóbulos brancos, o que baixa a imunidade.
O estudo não relaciona essas ocorrências à possível contaminação do solo local por metais pesados.
A secretária de Saúde de Volta Redonda, Suely Pinto, disse que vai analisar os dados de 2004 e fazer um novo levantamento de doenças registradas na região nos últimos anos.
Os próprios moradores farão um censo da saúde na região, a partir do dia 15, para verificar se há casos de doenças que possam ter sido causadas pela contaminação do solo. Eles dizem que, até agora, não receberam orientação de nenhuma autoridade.

Órgão estadual liberou casas em área contaminada pela CSN em Volta Redonda


Um órgão ligado ao governo fluminense liberou a construção de casas no terreno de Volta Redonda (RJ) cedido pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para funcionários e que está contaminado com metais pesados e substâncias cancerígenas.
Relatório aponta alto índice de abortos na região contaminada pela CSN no Rio
A constatação levou a Justiça a pedir a inclusão do Estado, em janeiro de 2013, entre os réus que devem responder pelos danos ambientais e pela presença de 2.200 pessoas na área contaminada.
Anteontem, a CSN foi acusada pelo governo do Rio de expor as famílias à contaminação. O Estado afirma que a empresa poderá ser multada em até R$ 50 milhões.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, divulgou estudo do Inea (Instituto Estadual do Ambiente, ligado ao governo do Rio) para dizer que há "um monte de gente morando em cima de um coquetel de lixo químico".
O próprio Inea, porém, tornou-se um dos réus de ação civil coletiva movida pelo Ministério Público contra a CSN.
Isso ocorreu por determinação do juiz Claudio Gonçalves Alves. Ele pediu a inclusão do Estado na ação porque uma fundação estadual concedeu licença ambiental para construir as casas em 1998.
"Essa licença não considerou as determinações vigentes à época, pois o condomínio se encontra a aproximadamente 20 metros de aterro industrial", escreveu o juiz, em decisão de 13 de janeiro.
Na ação, a CSN é acusada de dano ambiental por ter enterrado lixo químico de maneira irregular na área onde houve a implantação do condomínio Volta Grande 4.
O Ministério Público havia colocado inicialmente apenas a CSN como ré e pedia que os moradores do condomínio fossem retirados devido ao risco de contaminação.
O juiz negou, porém, a remoção das pessoas. Segundo ele, os laudos apresentados não citavam a necessidade.
LISTA DE RÉUS
O secretário Carlos Minc disse ontem à Folha acreditar que a Justiça fará a retirada do nome do Inea da lista de réus da ação depois da divulgação, feita anteontem, da contaminação do solo e da intenção do Estado de remover os moradores do terreno.
Questionado se a decisão do governo do Rio de multar a siderúrgica foi uma reação à inclusão do Inea no chamado "polo passivo" [réu] da ação, Carlos Minc negou de maneira enfática.
"O que nós queremos é retirar as pessoas de lá."

Retirado da Folha de S. Paulo AQUI e AQUI

sexta-feira, 5 de abril de 2013

João Bonito sofre com as chuvas

O perfil de Julia e Junior Perroud no Facebook postou a foto acima, denunciando a situação caótica que se encontra o bairro do João Bonito durante uma forte chuva. Eles pedem que as autoridades valencianas tomem alguma atitude para minorar os problemas dos moradores da região. Segundo eles, choveu "ninguém entra, ninguém sai" do bairro, porque ficam ilhados.

Debate em Vassouras sobre o Plano Estatual de Cultural na Região Centro-Sul


Programação Cine Glória 5 a 11 de abril

clique na imagem para ampliar

segunda-feira, 25 de março de 2013

Fraude na folha de pagamentos de Valença

A Polícia Civil está investigando uma fraude na folha de pagamentos dos servidores da Prefeitura de Valença que, segundo estimativas do governo, pode ter dado prejuízo de mais de R$ 1 milhão aos cofres da municipalidade, durante a gestão do prefeito Vicente Guedes, que deixou o cargo no dia 31 de dezembro ano passado. O esquema foi comunicado ao titular da 91ª Delegacia Policial, Luiz Antonio de Mattos, pelo secretário de Administração, Carlos Alberto Almeida Santos. No inquérito instaurado já foi ouvido o funcionário terceirizado Mario Jorge Ferreira de Souza, que presta serviços à Prefeitura através da empresa Microcis, responsável por todo o sistema de informática da administração municipal. Mario é o principal suspeito de inserir funcionários fantasmas na folha de pessoal e confessou ter incluído na lista o nome do cunhado, usando para isso o cadastro de uma servidora aposentada. A fraude pode ter envolvido cerca de 500 pessoas. 

Além do nome do cunhado, Rogério Barros Ferreira, Mário incluiu também um irmão, Francisco Antonio Ferreira de Souza. Mário Jorge só admitiu em depoimento a responsabilidade sobre esses dois nomes e confessou ao delegado ter recebido, em nome de Rogério, o salário de dezembro do ano passado e o décimo terceiro. Rogério, que nunca trabalhou na Prefeitura e atua como açougueiro na empresa Sinale Comércio de Carnes, declarou que forneceu o nome e números do CPF e do RG ao cunhado a pedido de sua irmã. Mário afirmou ainda em seu depoimento que tinha conhecimento de “inúmeras fraudes na Prefeitura de Valença no ano de 2012”, o que o “induziu realizar tais ações, baseando-se na certeza da impunidade”.  Mário e Rogério estão indiciados por peculato, estelionato no setor público.

“Foi detectada pelos funcionários do RH uma irregularidade na folha de pagamento, onde a referência de uma funcionária era antiga e com idade e sexo incompatível. A partir daí começamos nossa investigação”, disse o secretário de Administração, acrescentando que o responsável pela fraude também usava as fichas de aposentados que não recebiam pela previdência municipal e os incluía no esquema.

Ainda segundo o secretário de Administração, o primeiro nome irregular descoberto foi o do cunhado do funcionário responsável pela fraude e no segundo passo da investigação foi descoberto o nome do irmão de Mário. “Nenhum dos dois é servidor público. Eles foram implantados no sistema para receber da Prefeitura. Já sabemos que ele fez o esquema na folha de pagamento de dezembro, 13º salário e na folha de janeiro e só não chegou à folha de fevereiro porque descobrimos antes”, completou Carlos Alberto.

 

 

  Fonte: Blog do Elizeu (http://www.elizeupires.com/index.php/1103-fraude-na-folha-de-pagamentos-em-valenca)

quinta-feira, 21 de março de 2013

Sobre o processo "simplificado" de contratações nas Prefeituras:



No Brasil de hoje, a forma de governar é o "presidencialismo de coalizão". Nosso sistema político admitiu a ascensão de um partido popular (e até então operário - PT) ao poder central - mesmo a um custo elevado do "aggiornamento" (mudanças no programa partidário).

Este voo que o PT e outros deram ao poder, em que pese a ganância de alguns ex-sindicalistas, não veio acompanhado de mudança no perfil conservador do Congresso Nacional.

Assim, os partidos de centro esquerda que chegam ao poder tem que negociar até as calcinhas (cargos, indicações, empregos) com a direita do bispo, do pastor, do latifundiário e do parasita do mercado de capitais, que estão encastelados nas casas legislativas. Isto pra não falar dos crimes de lesa pátria, como a reforma da previdência e a privatização torta dos recursos hídricos (Cedae).

Enfim, a lógica é a mesma para as cidades e os estados, onde prefeitos e governadores "trocam" o apoio dos vereadores e deputados, ao custo de calcinhas (cargos, empregos, indicações). Por isso, somente disposição cosmética e cara feia não adiantam, quando vêm casadas com rebaixamento às raposas dominantes das assembléias legislativas e câmaras dos vereadores.

Outra maneira de enfiar apaniguados no serviço público é a contratação de firmas mafiosas para administrar o pessoal, trocando voto por emprego. Há anos esta lógica se alojou na Rede Estadual de Educação, onde o inspetor de aluno, a coordenadora de turno, a faxineira e até a diretora da escola (indicada) tem que ir pra rua, segurar bandeira do partido da ordem. A Saúde está indo pro mesmo caminho.

Entrevista do Vice Prefeito

Na última edição do Jornal Local, o vice prefeito de Valença, Sr. Munir Assis, deu uma entrevista preocupante. Disse que, passados quase 100 dias de governo, estava esperando oportunidade de “conversar” com o prefeito sobre importantes assuntos.

Não menos graves foram as posições do Sr. Munir em relação ao movimento de trabalhadores da PMV, que brigavam pra comer. Falar que o movimento grevista da Educação foi precipitado e que eles deveriam dizer "fizemos errado, pois estamos recebendo", sabendo que o pagamento atrasado de meses só saiu depois de muita passeata e greve, é brincadeira, né?

Outro aspecto que ficou marcante na entrevista é o total alheamento do PT nas decisões de governo, inclusive com o Dr. Munir insinuando que o Dr. Álvaro pode vir apoiar o Pezão em detrimento ao senador Lindberg. Isso mostra que as feridas da escolha para vice prefeitura ainda não foram cicatrizadas.

Enfim, mas vice em cidade província é pra isso mesmo: enfeitar como cereja o bolo municipal. Quem deveria estar dando explicações à população sobre a água barrenta da Cedae, o contrato emergencial milionário com a empresa de lixo, o processo “simplificado” para contratação de servidor, da dengue epidêmica e do lixo nas ruas é quem realmente manda nesta cidade: a turma do PMDB.

Vale do Café

Cidade de barões e coronéis é assim: manda quem pode, obedece quem tem juízo. E quando o povo reclama, eles lembram que, na época do chicote e da baioneta, as coisas eram piores. Enquanto não aprendemos que os problemas das nossas escolas (falta de merenda, teto caindo, sala superlotada, professor doente e com fome...) são também os nossos problemas – mesmo que meu filho(a) estude na escola particular - vai ficar tudo igual. Valença teve a chance do novo nas ultimas eleições: pela esquerda, pela direita e até pelo meio. E aí? O povo quis? As famílias deixaram?

É pesado... A maioria foi enganada mais uma vez, pois o sistema esta podre e é hereditário. O Rio sempre foi um sindicato de políticos e juízes corruptos, milicianos, contraventores, punguistas, sonegadores, jornalistas deslumbrados e outros escroques, salvo raras exceções. Enquanto estivermos dominados por esta bandidocracia, as coisas vão ser decididas no tribunal da máfia. Basta ver a quantidade absurda de jornalistas independentes e blogueiros que são assassinados no estado. Melhor eu parar por aqui...

Dr Álvaro já sabia disso. Tá faltando decidir se ele vai acender a vela pra Deus ou pro Diabo.

(Coluna publicada no Jornal Local, de 21/3/13)



segunda-feira, 18 de março de 2013

Eu vejo na TV que o que eles falam sobre o jovem, e não é sério.



Morando em Valença, uma cidade que ultimamente tem uma morte violenta a cada 15 dias, estou me acostumando a escrever obituários nesta indefectível Coluna. É, eu sei que isto é macabro, mas pior do que escrever sobre a morte dos outros, são os outros escreverem sobre a sua.

A Morte é a maior das reflexões que a filosofia alcança. Talvez a única definitiva, pelo menos para o corpo. E a sua exposição exaustiva em horário nobre de rádio, tv e internet colocam-me na obrigação de mandar mais um desabafo nesta roda viva de samba que é a Vida.

Chorão e (Hugo) Chavez talvez não tenham nada em comum, a não ser a letra C. Mas o desaparecimento destes dois, nesta semana que passou, provocou relativa comoção na sociedade, notadamente nos compartilhamentos virais da rede social Facebook, local moderno onde habita o ser humano em seu horário de folga (e de trabalho também).

O cantor morreu só, num apartamento bagunçado, doente e viciado em drogas, fazendo alusão ao arquétipo contemporâneo do “rockstar” gênio, mas solitário e depressivo. O presidente da Venezuela mostrou que as riquezas de um país são para aplacar primeiro as deficiências de seu povo, e não para luxúria e a ostentação de uma elite nacional deslumbrada e mimada por interesses inconfessáveis - como os que levaram o governador Sergio Cabral e seu Secretário de Saúde fazer bem longe do Rio de Janeiro (Paris) a famigerada “farra dos guardanapos”.

É claro que grande parte da mídia e até das pessoas trataram de heroificar o artista em detrimento ao político. Não que as letras do Chorão - agudas, hedônicas e bem humoradas - não fizessem dele um “herói”. Mas, uma leitura crítica dos episódios dá pistas de como andamos e com que lentes vemos o mundo.

Como hoje os meios de comunicação educam não só as crianças, mas principalmente os adultos, eu aprendi 5 lições assistindo a TV: 1 - populista é o político que reduz a pobreza e a desigualdade social. 2 - Ditador é aquele que não faz o que a imprensa e os EUA mandam. 3 - Caudilho é o político que eu não gosto e que seja Latino Americano. 4 - Demagogo é aquele que não fala o que eu quero ouvir. 5 - Golpista é aquele que vence as eleições contra o meu candidato. Jamais, na história da América Latina, um líder político alcançou uma legitimidade democrática tão incontestável. Desde sua chegada ao poder em 1999, houve 16 eleições na Venezuela. Hugo Chávez ganhou 15, entre as quais a última, no dia 7 de outubro de 2012. Sempre derrotou seus rivais com uma diferença de 10 a 20 pontos percentuais. Todas as eleições sob rigorosíssima fiscalização internacional.

Pessoas podem até não gostar da estética do Coronel Chavez, mas o que os meios de comunicação fazem na cabeça das pessoas é um dano quase irreversível na visão sobre Democracia e República. É tanta contra informação e pressão, que fazem o professor da escola desistir de ensinar (quem educa é a família e o Estado), abandonando o magistério ou ficando doente. Isso para não falar do salário...
...

Setenta dias de um novo ano e até agora a novidade que veio dar à praia (ou à serra) é o aumento dos casos de dengue. Culpa de alguém, claro. Do caos que tomou conta da Saúde em Valença; mas nossa culpa também, que estamos acostumando a não limpar nossa casa e a espalhar sujeira por aí, inclusive na urna. Outra nova é o desfalque milionário da empresa Microcis na folha de pagamento da PMV e que corre em “segredo” de Justiça. Ah! Tem também um contrato emergencial de R$ 700.000,00 mensais com a “nova” empresa de coleta de lixo. Ainda tem salário atrasado e gente sem receber, etc, etc. Tem coisas boas também, mas ainda são mais cosméticas (trânsito) e paliativas (pronto socorro da dengue). Vamos torcendo por melhoras, mas por enquanto é fé em Deus e nas crianças, mas nas crianças vai repelente também.

(Coluna publicada no Jornal Local de 14/3/13)

quinta-feira, 7 de março de 2013

Valença enfrenta epidemia de dengue

Valença está com epidemia de dengue. Neste ano, Valença confirmou 386 casos da doença. No total, 792 casos foram investigados, sendo que 110 foram descartados e 296 aguardam o resultado. Outros 768 casos aguardam investigação.

Somente entre os dias 20 e 25 de fevereiros foram registrados 1254 atendimentos no Centro Municipal de Atendimento a Dengue.

Diário do Vale

Programação Cine Glória 8 a 14/03


Livre / Aventura
Horários: 16:30 e 19:00 Dub
21:30 Leg
Obs: Segunda-feira não terá sessão desse filme.
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TAINÁ 3: A ORIGEM
Livre / Aventura / Nac
Horários: 19:15
Obs: Terça-feira não terá sessão desse filme.
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INATIVIDADE PARANORMAL
14 anos / Comedia / Dub
Horários: 21:00
Obs: Terça-feira não terá sessão desse filme.

Dicionário da Imprensa Brasileira:

 

Populista = Político que reduz a pobreza e a desigualdade social.

Ditador = Aquele que não faz o que a imprensa e os EUA manda.

Caudilho = Político que eu não gosto e que seja Latino Americano.

Demagogo = Aquele que não fala o que eu quero ouvir.

Golpista = Aquele que vence as eleições contra o meu candidato.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Quase R$ 1 milhão é desviado da prefeitura de Valença

Joseane Ramos

A prefeitura descobriu essa semana um esquema de desvio de dinheiro da folha de pagamento dos servidores estimado em cerca de R$ 1 milhão. O dinheiro foi retirado dos cofres públicos, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. O esquema foi montado por um funcionário da Microcis - empresa terceirizada responsável pela manutenção do sistema de informática da prefeitura - que foi levado para a 91º DP e confessou a fraude nas folhas de pagamento. O nome do funcionário foi preservado pela Polícia Civil, que alegou que poderia atrapalhar na investigação de e impedir a descoberta de outras pessoas envolvidas.

O secretário de administração, Carlos Alberto Almeida dos Santos, explicou que a gestão anterior já havia informado que os valores das folhas de pagamento estavam elevados. Por isso, foi iniciada a apuração dos valores.

- Na última sexta-feira foi detectada pelos funcionários do RH uma irregularidade na folha de pagamento, onde a referência de uma funcionária era antiga e com idade e sexo incompatível. A partir daí começou nossa investigação profunda - explicou, acrescentando que o responsável pela fraude também adquiria as fichas de aposentados que não recebiam pela previdência municipal e incluía no esquema.

O secretário informou que o primeiro nome irregular descoberto foi o do cunhado do funcionário responsável pela fraude. No segundo passo da investigação foi descoberto o nome do irmão do servidor na lista de pagamento da prefeitura.

- Nenhum dos dois é servidor público, eles foram implantados no sistema para receber verba da prefeitura. Já sabemos que ele fez o esquema na folha de pagamento de dezembro, 13º salário e na folha de janeiro, que só não chegou à folha de fevereiro porque descobrimos antes - informou.

Carlos Santos afirmou que já foi nomeada uma comissão de sindicância para apurar as irregularidades e se existem outros nomes envolvidos no esquema.

O secretário enfatizou que a verba desviada é proveniente do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e, por isso, o caso pode ser encaminhado à Polícia Federal.

- Vamos pedir o ressarcimento por parte do responsável aos cofres públicos, porque é dinheiro do povo - justificou.

Nova licitação
O prefeito Álvaro Cabral (PRB) explicou que a empresa Microcis foi chamada a comparecer na prefeitura para prestar esclarecimentos. Além disso, ele afirmou que será feito um edital de licitação para contratar uma nova empresa de informática para prestar os serviços ao Executivo.

- O ocorrido criou uma insegurança muito grande, porque confiamos em um sistema que existe em várias cidades e fomos furados pela própria empresa que era para manter a segurança. Em menor tempo possível nós vamos colocar outra empresa para trabalhar porque não há confiança neles mais - afirmou.

O prefeito acredita que cerca de 500 nomes fictícios foram incluídos na folha de pagamento:

- Vamos fazer o recadastramento de todos os funcionários para que não fique nenhum rastro. Além disso, o relatório de nossas investigações será encaminhado ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e a Polícia Federal - disparou.

Saúde
O prefeito informou que assim que a nova empresa de informática for contratada será feita uma auditoria na área da Saúde. Ele disse que existem indícios de irregularidades envolvendo a pasta e desvios de verbas.

- Recursos que eram para ser passados e não foram, e superfaturamento dos materiais utilizados são os principais indícios de desvios e fraudes. Vamos apurar e punir os responsáveis se houver - disse.

Outros problemas
Álvaro Cabral disse ainda que está surpreso com o número de problemas que giram na prefeitura. Ele disse que há uma dívida de R$ 34 milhões, além de escolas e veículos sucateados.

- É um volume muito grande de processo e problemas aqui na cidade, está difícil de responder a todos. Porém, estamos trabalhando para melhorar cada vez mais as condições de vida população - disse.

O prefeito enfatizou que todas as escolas do município já estão recebendo a merenda escolar e que o aterro controlado do município já está em manutenção para chegar a ser um aterro sanitário.

- O prefeito anterior assinou um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público para não contratação. O contrato dos funcionários acabou e eu não podia contratar mais ninguém. Ou seja, muito trabalho sem trabalhador. Mas vamos continuar lutando - finalizou.

Diário do Vale

sexta-feira, 1 de março de 2013

TCE determina que Fábio Vieira, ex-prefeito de Valença, devolva R$ 165 mil aos cofres públicos


Do Monitor Mercantil

O plenário do TCE-RJ determinou na última terça-feira que o ex-prefeito de Valença Antônio Fábio Vieira devolva aos cofres públicos cerca de R$ 165 mil. O Tribunal detectou sobrepreço na compra de alimentos e materiais de limpeza e higiene em contratos do município celebrados em 2006 e em 2007.

No primeiro voto, do conselheiro Marco Antonio Alencar, referente ao contrato de 2006, celebrado com a empresa H.M.I de Souza Ventura, o ex-prefeito terá de devolver R$ 134 mil. No segundo voto, do conselheiro Julio L. Rabello, em contrato celebrado com a empresa SRG e Souza Ltda, foi determinada a devolução de R$ 31 mil.

Em seu voto, o conselheiro Marco Antonio Alencar constatou que, em 2006, a Prefeitura de Valença pagou R$ 2,65 pela dúzia de ovos de galinha, valor que supera em 107% o preço praticado pelo mercado, incluindo os gastos com frete, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O valor calculado pela FGV foi de R$ 1,28.

Outra irregularidade detectada em 2006 foi na compra do quilo de chuchu. O município desembolsou 139% a mais pelo quilo desse produto: pagou R$ 1,58 contra R$ 0,66 do preço praticado pelo mercado, também de acordo com a FGV.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Programação Cine Glória 1º a 7 de março


INATIVIDADE PARANORMAL
14 anos / Comedia / Dub
Horários: 21:00
Obs: Terça-feira não terá sessão desse filme.
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MEU NAMORADO É UM ZUMBI
14 anos / Comedia / Dub
Horários: 19:00
Obs: Terça-feira não terá sessão desse filme.
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JOÃO E MARIA: CAÇADORES DE BRUXAS 3D
14 anos / Ação / Dub
Horários: 19:30 e 21:30
Obs: Segunda-feira não terá sessão desse filme.
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AS AVENTURAS DE TADEO 3D
Livre / Animação / Dub
Horários: 17:30
Obs: Segunda-feira não terá sessão desse filme.

www.cinegloria.com.br
(24) 2453 3040
(24) 81341249

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

VQ // 49 // Quadrinho

Por Panta
(Clique na imagem para ampliar)

Vq // 49 // Poesia


Poesia dos tempos modernos

Por Rabib Jahara

Poesia dos tempos modernos
Meu título de eleitor plastifiquei
e nem me dei conta do que gastei.
Dinheiro suado do fim do mês
Que arranquei do último freguês
Que me comprou o computador.
Fiquei sentado e esperei
E a fila, como imaginei,
Era extensa outra vez:
Podia se dividir em três,
se houvesse mais um vendedor.


VQ // 49 // Navegando


A dica do mês é viajante:



“Gabriel quer viajar” podia ser mais um blog sobre roteiros turísticos. Mas não dá para chamar um blog que propõe roteiros para o Sudão ou Coréia do Norte propriamente de turístico. Não que estes países não mereçam ser visitados, mas certamente não são reconhecidos por nós como destinos turísticos.

No blog, o Gabriel lista curiosidades, monumentos, locais para visita e outros pontos de interesse de países que, digamos, você talvez nunca tenha pensado em visitar. Ou já tenha pensado e não sabe por onde começar. Fugindo dos roteiros mais óbvios – afinal o que não falta por aí são guias para Paris ou Buenos Aires – Gabriel se interessa por destinos bem diferentes.

O último lugar visitado por ele, por exemplo, foi a Coréia do Norte, conhecido por ser o país mais fechado do mundo. Os relatos sobre a viagem ao Laos também são bem interessantes. E mais: o blog não trata apenas das viagens que Gabriel já fez. Mas também das que ele ainda quer fazer. Nesses posts, ele partilha a pesquisa que faz sobre os países que pretende visitar e isso pode ser útil para quem planeja viagens também. Ou mesmo para despertar curiosidade em quem nunca imaginou visitar o Uzbesquitão ou o Dijibuti, por exemplo.

Foto: CharlesFred (CC BY-NC-SA 2.0)


domingo, 24 de fevereiro de 2013

VQ // 49 // Meio ambiente

Por que Valença é o município que menos investe em meio ambiente?

Recebendo irrisórios R$ 27 mil de ICMS Verde – comparando com Rio das Flores e Barra do Piraí, por exemplo, que embolsam mais de R$ 1 milhão –, Valença demonstra sua total falta de preocupação com o meio ambiente

POR Flávio Nunes

O município de Valença é a segunda maior cidade do estado do Rio de Janeiro em extensão territorial, perdendo apenas para o município de Campos dos Goytacazes. Possui uma área verde imensa, com inúmeras possibilidades de investimento e desenvolvimento de trabalhos que podem beneficiar não só os donos das terras, mas todos os cidadãos. Aqui não me refiro às atividades ruralistas, mas as atividades de preservação do meio ambiente, sustentabilidade, ecoturismo, entre outros.

Recentemente li o artigo “Valença é a cidade que menos investe no meio ambiente no estado do Rio” no Blog do VQ. O texto traz a relação de todos os municípios do Rio e os respectivos valores que recebem do governo sobre conservação do meio ambiente, o chamado ICMS Verde (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Quanto maior é o investimento em conservação ambiental, maior o repasse do ICMS Verde.

O objetivo do ICMS Verde é ressarcir os municípios pela restrição ao uso de seu território e recompensar os municípios pelos investimentos ambientais realizados, como, por exemplo, o tratamento de esgoto e na destinação de seus resíduos. Os valores repassados são: 45% para unidades de conservação, 30% para qualidade da água e 25% para gestão dos resíduos sólidos.
Valença é a cidade que menos recebe o ICMS Verde, apenas vinte e sete mil reais (R$ 27.368,00). Qual foi minha surpresa ao ver que Vassouras recebe mais de oito vezes o valor de Valença – quase 220 mil reais (R$ 218.878,00). Já Barra do Piraí (R$ 1.033.534,00) e Rio das Flores (R$ 1.121.014,00) recebem mais de um milhão de reais.

Não estou desmerecendo as cidades que nos circundam e nem questionando sua administração pública, mas estes valores, por serem tão discrepantes, me trouxeram certo incômodo. Aqui cabem três perguntas que imediatamente vêm a minha mente:

1) Para onde vai o valor que Valença recebe de ICMS Verde?

2) Por que e como cidades menores como Rio das Flores recebem mais de um milhão?

3) Por que Valença não faz nada para melhorar neste aspecto?

Soluções?
Infelizmente há tanto para ser feito, mas tão pouco é realizado. Há pessoas de bem em nossa cidade, pessoas que acreditam em seu potencial e que se esforçam para ver uma Valença cada vez melhor. Todavia, enquanto alguns procuram utilizar o tempo e os recursos que tem para ver mudanças acontecerem, outros “perdem” tempo com discussões políticas em plena Rua dos Mineiros sobre “melhorias” que não passam de um “blá-blá-blá” sem sentido. Outros, porém, desejam aparecer em cada foto do jornal, para ilustrar as manchetes com seus nomes, no intuito de serem vistos e lembrados – quem sabe almejando um cargo elevado na prefeitura.

Nascido e criado em Valença, fiz faculdade de Medicina Veterinária na FAA e pós-graduação na Universidade Federal de Lavras (UFLA). Como acontece com muitos, por falta de oportunidades saímos de Valença e migramos para outras cidades. Assim o fiz sem nunca perder o foco que algo precisa ser feito pelo nosso município. Foi assim que fiz contato com professores, mestrandos e doutorandos da Universidade de São Paulo (USP), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), além de representantes de ONGs, entre elas a WSPA (World Society for the Protection of Animals – Sociedade Mundial de Proteção Animal).

Projetos para Valença
O motivo de todos estes contatos que cultivei – e ainda cultivo – tem apenas um objetivo: conseguir apoio para desenvolver projetos em Valença, para melhorar a qualidade de vida da nossa população, com projetos culturais e ambientais e que terão como consequência um maior engajamento de nossos cidadãos nestes ramos da sociedade, dentro e fora do país.

Enquanto morava em Valença, desenvolvi alguns projetos voltados para questões ambientais e culturais, mas todos sem repercussão e importância por parte dos nossos representantes governamentais. Um dos projetos envolveu nove escolas municipais e uma escola de crianças especiais (CIMEE). O objetivo foi incentivá-los a pensar o meio ambiente local por meio de desenhos e redações. Desenvolvi um sistema de premiação e fui de escola em escola, de turma em turma, sozinho, para divulgar e recolher os trabalhos. No dia da premiação a satisfação era não só dos jovens, dos professores e pais dos alunos, como minha também. O próximo passo seria tentar instituir uma “Semana Científica” nas escolas. Fica aqui a dica e a disponibilidade para a retomada desta ideia.

Outro projeto tinha a finalidade de transformar Valença num posto de referência no desenvolvimento de estudos ambientais para estudantes de pós-graduação da USP, diminuindo a distância entre nossos jovens e o ambiente acadêmico, podendo gerar intercâmbios, parcerias e formação de gente qualificada para trabalhar na área ambiental. Precisava apenas de um lugar que tivesse condições de abrigar uma sede e que estivesse próximo à mata atlântica, de preferência com um lago ou nascente. Eu tinha este lugar na época. Uma vez que houvesse concordância no desenvolvimento das atividades, uma comissão da USP viria para pensarmos juntos como faríamos para gerar renda e desenvolver atividades no local. Desenvolveríamos, entre outras coisas, atividades locais relacionadas ao meio ambiente, cursos, palestras, simpósios, semanas acadêmicas e workshops. Também não tivemos apoio.

ICMS Verde
Eu já sabia que Valença era a cidade que menos recebia o repasse do ICMS Verde, só não sabia que era tão pouco. Conheço cidadãos valencianos competentes e que levam as questões ambientais muito a sério, mas pelo visto, se não tiram do próprio bolso ou realizam esforços magnânimos, nada vai adiante. Eles foram – e ainda o são – guerreiros das causas ambientais. Depois deles, há uma nova geração que apareceu com garra e força, mas ainda, pelo que tenho visto, os esforços não estão sendo suficientes para mudar a mentalidade dos cidadãos e políticos valencianos. Desculpa a franqueza, e me corrijam se eu estiver errado, mas algo precisa ser feito, algo duradouro e gerador de respostas concretas que se perpetuem para as futuras gerações. Isso, em outras palavras, significa ser sustentável.

Como eu, muitos saíram da cidade para melhorarem de vida, mas não o teriam feito caso as oportunidades estivessem diante deles. Poucos foram espertos o suficiente para enxergarem estas oportunidades a tempo e desenvolvê-las, com esforço e dedicação.

É louvável o desenvolvimento industrial do município, isso gera novos empregos e, como consequência, fará o dinheiro girar dentro do município. Entretanto, gerar trabalho sem uma base adequada para desenvolvimento pessoal, na minha visão, é como fazer um pequeno roedor acreditar que, preso dentro de sua gaiola, girando em sua rodinha, um dia vai dar a volta ao mundo.
Para finalizar, peço desculpas por não ser capaz de levar adiante os projetos que tenho, para ver uma
Valença melhor para todos. Não era o meu desejo permanecer longe e nem “evadir”, mas fui forçado e se não o fizesse corria o risco de ser apenas mais um reclamando que entra governo, sai governo, e nada acontece de diferente. O poder dos governantes está nas mãos de sua população. O povo tem o poder de desejar o que quiser e de mudar os seus destinos. Se a população nada fizer e não se unir para cobrar das autoridades os seus direitos, nada muda. E o pior acontece, seremos governados por pessoas que não possuem todas as qualificações que desejamos e queremos.

Deixo ainda minhas últimas perguntas: Quais são os projetos que Valença tem para desenvolver atividades ambientais e de conservação do ambiente (me refiro não só à zona rural, mas à urbana também)? Como nossos jovens estão engajados nisso? Quais são as parcerias existentes com ONGs e universidades no estado e fora dele? Qual é a perspectiva de desenvolvimento e elevação do ICMS Verde do nosso município? Já foram à Barra do Piraí, Vassouras e Rio das Flores (entre outros municípios), para perguntar como desenvolvem seus projetos e como fazem para gerar resultados satisfatórios?

Sempre falei e sempre vou repetir: o município de Valença tem um tesouro ambiental nas mãos. É uma pena não conseguirmos, enquanto governantes e cidadãos, enxergar isso. Como filho dessa terra eu continuarei levantando a bandeira para a potencialização de melhorias nas práticas ambientais e culturais no nosso município.

Flávio é médico-veterinário

sábado, 23 de fevereiro de 2013

VQ // 49 // Cultura

112 anos de Clementina, a Rainha Quelé

Da periferia Clementina foi para o centro do cenário cultural de sua época e tornou-se ícone da cultura negra. Era a representação da resistência cultural, era o que a cultura brasileira tinha de mais puro, o mais próximo de sua raiz e tradição. Era o velho e era o novo.

POR Letícia Serafim

Clementina de Jesus nasceu em Valença, no bairro do Carambita, ao sétimo dia de fevereiro de 1901. Era católica, devota de Nossa Sra. da Glória, de São Jorge e Nossa Sra. da Penha, mas tinha o corpo fechado na macumba. Seu pai, violeiro, ajudou a construir e sua mãe foi zeladora da Capela de Santo Antônio do Carambita. Com Dona Amélia Rezadeira, sua mãe, aprendeu os cantos e os ritmos dos seus antepassados negros vindos da África, que encontraram, no contexto da escravidão da região do Vale do Paraíba, a maneira de ressignificar sua tradição e cultura.

A trajetória de vida de Clementina é a mesma de muitas famílias negras no período de pós-abolição. Nesta época houve grande êxodo das comunidades negras do Vale do Paraíba para regiões Norte, Oeste e Centro da cidade do Rio de Janeiro. Em 1910, por volta dos oito anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro buscando melhores oportunidades de vida.

A herança dos cantos negros das fazendas de Valença viajaram com ela até a capital. Na Praça Seca, subúrbio rural do Rio de Janeiro, Clementina, se destacando por sua voz e desenvoltura, passa a fazer parte de um grupo de pastorinhas e de folia de reis liderado por um vizinho, João Cartolinha. Essa tradição cultural foi fortemente influenciada pelos negros libertos. Foi a partir das folias e das pastorinhas que surgiram os cordões e ranchos, primórdios das escolas de samba, cujos membros se fantasiavam, usavam máscaras e desfilavam nos dias de carnaval.

O cultivo dessas manifestações culturais afro-brasileiras era uma forma de manutenção da identidade e da união do povo negro na construção de uma nova forma organizacional de vida. Clementina tinha grande circulação nessa comunidade negra que estava em plena efervescência cultural e artística, influenciando e sendo influenciada. Nas famosas festas do terreiro de Tia Ciata, no Zicartola ou em reuniões em casa de amigos, Clementina conviveu com figuras como Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres.

Sendo mulher num período em que o universo feminino era bastante limitado e restrito quase exclusivamente ao lar, Clementina era livre e independente. Gostava mesmo era de vadiar – como dizia a música de Candeia “–Não vadeia Clementina. –Fui feita para vadiar!” –, gostava da rua, das festas, das rodas de samba e de uma boa cervejinha. Casada grande parte da vida com o Pé Grande da Mangueira, pai de uma de suas filhas, Clementina circulava com desenvoltura em espaços marcadamente masculinos. Partideira de mão cheia, era uma das poucas mulheres que se arriscavam a improvisar nas rodas de samba. Nos anos 50, foi diretora da Unidos do Riachuelo e da Índios do Acaú, cargo que até os dias de hoje foi ocupado por poucas mulheres.

Todo o seu processo de socialização, desde os cantos africanos da infância em Valença, passando pela influência do catolicismo e dos amigos da macumba, a participação no grupo das pastorinhas e no samba naturalmente foram compondo a identidade musical de Quelé, como era chamada. No seu repertório, dominavam os gêneros musicais relacionados à tradição negra como os caxambus, corimas, batucadas, jongos, cantigas de reisado, cantos de senzala, ladainhas, cantos de trabalho e sambas. Sua música e seu cantar são marcas de sua sociabilidade, de sua memória e da identidade de seu grupo.

Assim como a maioria das mulheres negras e pobres do período, Clementina trabalhou como empregada doméstica durante a maior parte da vida. Descoberta pelo produtor e compositor Hermínio Bello de Carvalho, aos 63 anos, enquanto cantava em uma roda de samba durante uma festa de Nossa Sra. da Glória, Clementina surge no cenário musical brasileiro em 1964, no espetáculo Rosa de Ouro, ao lado de Aracy Côrtes, Paulinho da Viola e Elton Medeiros.

A grande estrela do espetáculo era Aracy, mas a força de Clementina no palco – mulher, negra, velha, vestida de branco com turbante na cabeça – e de seu timbre primitivo que parecia ressuscitar as festas dos negros nas senzalas, repercutiram fortemente no público e Quelé explodiu para o Brasil e internacionalmente. Classe artística e a mídia da época estavam impactados com sua figura e curiosos para ver o que mais ela tinha para mostrar. Carismática, tornou-se uma espécie de grande mãe do grupo de artistas que frequentava, reunia pessoas a sua volta para cantar, contar fatos sobre sua vida, sobre seus antepassados e sobre os cantos que aprendera na infância.

Da periferia, Clementina foi para o centro do cenário cultural da época e tornou-se ícone da cultura negra. Era a representação da resistência cultural, era o que a cultura brasileira tinha de mais puro, o mais próximo de sua raiz e tradição. Era o velho e era o novo. Segundo Hermínio Bello de Carvalho, Clementina surge como um “elo antropológico que recompõe o tecido de uma cultura”.

Em sua carreira, Clementina gravou cinco LPs e participou em mais de 20 gravações de outros artistas de destaque nacional. No final de sua vida, com problemas sérios de saúde e com dificuldades de fazer shows, chegou a ter dificuldades financeiras.

Conhecida pelo grande público já na velhice, Rainha Quelé não foi descoberta, não foi produzida. Ela foi transportada em sua essência das rodas de samba da Penha até os palcos do mundo. Era genuína. Era a própria história do que cantava. Por isso, era única. Ainda hoje, em tempos de pasteurização da indústria cultural, quando escuto sua voz, seu timbre primitivo, estou certa de que não há de nascer outra como Clementina de Jesus.

Letícia é jornalista e também gosta de vadiar

“Clementina colocou o canto negro num patamar maravilhoso. Ela deu qualidade e prestígio a essa maneira de cantar.”
Elton Medeiros

“Não se pode viver uma vida no Brasil sem saber da existência da Clementina.”
João Bosco

“Clementina é tudo na minha vida. Quando vi Clementina cantando me decidi como sambista”.
Beth Carvalho

“Eu convivi com muitas pessoas ligadas às escolas de samba, aos blocos, mas eu mesmo não tinha consciência da importância de uma pessoa como a Clementina de Jesus”.
Paulinho da Viola

A imagem que ilustra a capa desta edição é do ilustrador Glen Batoca. O desenho recebeu Menção Honrosa no 39º Salão Internacional de Humor de Piracicaba (2012). Para conhecer mais do seu trabalho, acesse o blog do artista:
www.glenbatoca.blogspot.com


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

VQ // 49 // Educação


Profissionais da educação e a força da mobilização

Os meses de janeiro e fevereiro não foram fáceis para os profissionais da educação em Valença. Com o salário de dezembro atrasado e as contas para pagar, os educadores foram às ruas lutar por seus direitos. E deram um ótimo exemplo da força popular.

A luta continua, já informa o Sindicato dos Profissionais da Educação, o Sepe, mesmo após a vitoriosa campanha para o recebimento integral do salário de dezembro, que estava em atraso para os profissionais da educação municipal. O pagamento foi realizado no último dia 15 de fevereiro, de forma integral, após os educadores entrarem em greve no dia 31 de janeiro e o Sindicato entrar na justiça exigindo o pagamento integral. No entanto, falta ainda o pagamento dos profissionais contratados, que continuam com o salário atrasado.

Após o pagamento, em assembleia no dia 16 de fevereiro, os profissionais da educação decidiram o retorno imediato às atividades na segunda-feira dia 18. Mesmo com a volta dos profissionais à ativa, a prefeitura adiou o início do ano letivo do dia 18 para o dia 25 de fevereiro. A prefeitura, em sua defesa, explica que quando a nova gestão assumiu, os salários já estavam atrasados, e que está fazendo todo o esforço necessário para colocar os pagamentos em dia.

A primeira proposta do governo era dividir o pagamento em quatro parcelas durante os meses de março a junho. Houve quem apoiasse a decisão, dizendo que, na atual situação financeira da prefeitura, seria uma ação válida. Não foi o que os educadores acharam – afinal, eram eles que estavam sofrendo com contas atrasadas, sendo que muitos estão com o nome sujo no Serasa (Centralização dos Serviços Bancários S/A) e no SPC (Serviço Nacional de Proteção ao Crédito).

Além da luta pelo pagamento dos contratados, o Sepe continua a discutir a situação do Previ Valença e também reivindica que os profissionais que passaram no último concurso sejam enfim
chamados pela prefeitura.

Fotos: Sepe