quarta-feira, 31 de outubro de 2007

PSOL apresenta programa mínimo para Valença/RJ

Tem início neste sábado, 3/11, às 10h, na Rua dos Mineiros, a apresentação do Programa Mínimo do Partido Socialismo e Liberdade para Valença. O partido decidiu em seu I Encontro, apresentar um programa mínimo de governo, tendo em vistas as eleições municipais de 2008. Este programa contará com diversos eixos temáticos (saúde, educação, meio ambiente, desenvolvimento econômico, etc) e servirá de base para uma proposta política alternativa para a cidade de Valença.

Nesta primeira semana, o tema apresentado será: “Administração Municipal – Valorização dos Servidores Concursados e Fim da Farra dos Cargos Comissionados”, proposta esta que versa, entre outras coisas, pela diminuição do salário do prefeito e demais cargos de confiança. O grupo de trabalho que elaborou esta proposta foi coordenado pelo doutor em Ciências Políticas e professor da UFJF, Paulo Roberto Figueira Leal, o Pabeto.

Quem quiser ler a resolução desta proposta basta clicar no seguinte link: http://img510.imageshack.us/img510/2843/psolpropostas01mo8.jpg

O secretário geral do PSOL em Valença, professor Samir Resende, lembra que o partido optou por apresentar quinzenalmente as propostas, divididas em eixos, para que haja um debate específico durante o período sobre o tema apresentado. Ele lembra ainda que nenhuma destas propostas é definitiva e que somente o debate público dará legitimidade ao programa do PSOL. “Não adianta pensar que somos donos da verdade, a construção política é um exercício coletivo. Não é só o médico que luta por uma saúde melhor, assim como não é o professor sozinho que vai definir o que é melhor na educação, estas são lutas do conjunto da sociedade”, concluiu Samir.

Na próxima quinzena, o PSOL definiu que o tema apresentado será “Educação – uma Ação para Prática da Liberdade” – e o grupo de trabalho constituído para esta tarefa será coordenado pela fração do partido que atua no Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE). As reuniões do PSOL ocorrem todos os domingos, às 10:30, na Rua Araújo Leite, 280

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Qual o tipo de Imposto você gosta? O Itaú e a Rodoviária

Com as tentativas de governo de prorrogar a CPMF mais uma vez observamos vai uma manifestação em nosso país de um movimento muito "curioso" de constetação aos impostos. Com o slogan "xô CPMF" alguns setores da sociedade brasileira, que não seja nenhum espanto o fato de eles serem os setores mais favorecidos economicamente, reclamam, com razão diga-se por sinal, da alta carga tributária que a população brasileira paga em impostos.
Contudo, percebi que há um alvo em preferência em torno dessas reclamações: o Estado. Há dois casos muito particulares que demonstram esse monopólio das criticas: o chamado "ingresso de acompanhantes" da Rodoviária Novo Rio e o saque dos caixas eletrônicos do Itaú fora das agências.
No primeiro caso, se você quiser acompanhar um familiar, um amigo, uma namorada até ao ônibus, você é obrigado a pagar a taxa de 1,50 reais para ter esse "privilégio". O mais interessante é que essa taxa é por pessoa, logo, quanto mais familiares, mais o administrador da rodoviária irá arrecadar. Perguntamos aqui: qual é a justificativa para essa cobrança? Qual é o "custo" dessas pessoas ao acompanhar a pessoa que vai viajar? Dúvidas, dúvidas.....
O segundo caso é mais rídiculo que o primeiro. O banco Itaú, que é um dos bancos com a maior taxa de cobrança para manutenção de conta corrente, "inventou" uma nova cobrança. Se você efetuar um saque nos chamados "quiosques" (caixas eletrônicos fora das agências) você será obrigado a pagar uma "taxa extra" no valor de 1, 40 reais. Isso mesmo, além de pagar mensalmente uma taxa de manutenção da conta, o banco Itaú instituiu essa "nova modalidade de imposto". Também nesse caso, qual seria a justificativa?
Nos dois casos há um consenso: eu nunca vi uma maniefstação contra esses "impostos", pelo menos não, nas chamadas "televisões abertas" (Rede Globo, Bandeirantes, SBT....). No entanto, todas elas parecem ser contra os "impostos do Estado". Interessante é a ausência dentro dos jornais dessas emissoras de qualquer menção a estas conbranças dessas prestatoras de serviço.
A pergunta que fica é a seguinte: qual é o tipo de imposto que você mais gosta? Devemos ficar atentos para não reproduzirmos discursos que escondem os privilégios de algumas empresas. Afinal, o Itaú é "feito para você". Eles se acham muito espertos....

domingo, 28 de outubro de 2007

Darcy Ribeiro

No último dia 26, Darcy Ribeiro completaria 85 anos. Darcy, que morreu de câncer aos 74 anos, em 17 de fevereiro de 1997, era antropólogo (formou-se em Ciências Sociais e fez doutorado na USP, em São Paulo, para onde mudou-se no início dos anos 40, depois de passar por Belo Horizonte e Rio), escritor e, principalmente, um educador.

Como foi relembrado essa semana devido à data de seu aniversário, escutei uma frase dele, que reproduzo abaixo:

Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras e não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias,
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.


Darcy trabalhou no Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, do Ministério da Educação. Coordenou pesquisas sobre a realidade brasileira para auxiliar os que ditavam a política educacional. No final dos anos 50, ficou obcecado com a idéia de criar a Universidade de Brasília. O sonho virou realidade em 1962, quando o próprio Darcy assumiu a reitoria da UnB. Em 1963, tomou posse no Ministério da Educação. Modernizou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), obrigando o governo federal a gastar 12,4% de seu orçamento em educação. Quando os militares assumiram o poder, em 1964, o percentual caiu para 4%.

Também foi chefe da Casa Civil de Jango antes de se exilar. Em 1974, em Paris, soube que precisava extirpar o pulmão esquerdo tomado pelo câncer. Tinha 5% de chances de sobreviver, e sobreviveu, após receber autorização dos militares para se operar no Brasil. Só voltaria em definitivo em 1979 com a anistia, aliando-se ao PDT de Leonel Brizola - foi vice-governador do Rio e senado e idealizador dos Cieps.

sábado, 27 de outubro de 2007

A hierarquia da vida no Rio

Em tempos de "Tropa de Elite", vemos a política de segurança do Estado do Rio de Janeiro se afirmar como fascista, contra a pobreza e todos aqueles que "ameacem" a paz da zona sul.

A maneira como Estado exerce suas políticas de segurança pública corroboram a triste situação de uma "cidade partida". E isso não acontece só no Rio não! Varginha, Manoel Congo e manifestação na estrada em Barra do Piraí mostraram isso em nossa região.

Segue abaixo um texto retirado do saite do Observatório de Favelas (www.observatoriodefavelas.org.br) sobre o pronunciamento do nosso secretário de segurança pública.

Saudações alvinegras e contra a política de confrontos e criminalização da pobreza e espaços populares, Estrela Solitária.


A hierarquia da vida no Rio

A declaração do secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame, sobre a preocupação da polícia com a migração de traficantes para as favelas da Zona Sul, revela uma hierarquização do valor da vida, segundo Raquel Willadino, coordenadora do Núcleo de Violência e Direitos Humanos do Observatório de Favelas.

“Esta frase indica o atual processo de hierarquização do valor da cidadania e da vida em função da origem social, raça, classe econômica e local de moradia”, afirmou Raquel ao comentar a entrevista do secretário.


Na entrevista, que foi ao ar pela manhã na rádio CBN e na segunda edição do jornal RJTV, nesta terça (23), José Mariano afirma que a migração para a Zona Sul é uma das estratégias dos traficantes para escapar das recentes operações da polícia nas favelas situadas na periferia da cidade. Esta situação preocupa a secretaria de segurança, uma vez que, segundo Beltrame, é mais difícil que as ações da polícia se realizem em favelas da Zona Sul.

“Buscá-los [os traficantes] na Zona Sul, no Dona Marta, no Pavão-Pavãozinho, eu [polícia] estou muito próximo da população. É difícil a polícia ali entrar. Porque um tiro em Copacabana é uma coisa, um tiro na Coréia, no Alemão, é outra. E aí?”, afirmou o secretário.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Margarida Presburger, também criticou a posição do governo, em nota divulgada hoje (23) para a imprensa: “O secretário assumiu publicamente que, para o governo, o morador de classe média da Zona Sul recebe tratamento diferente e tem direitos de cidadania que o trabalhador que mora na favela não tem, quando é obrigado a ficar no fogo cruzado dos policias com os traficantes, tem sua casa invadida por uns e por outros e não tem onde se abrigar”.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

DEU NO GLOBO (23/10/07)




Paulo Roberto Figueira Leal (o nosso Pabeto), citado na coluna do Merval Pereira, edição do jornal O Globo de terça-feira, dia 23/10/07.

"Uma pesquisa feita em 2002 com mais de 80% dos deputados federais por Paulo Roberto Figueira Leal, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e professor da UFJF, mostra que a transferência de quadros dos movimentos sociais e sindicais para os espaços políticos institucionais ocupados pelo partido já estava delineada e em processo de crescimento antes mesmo de Lula chegar ao poder.

Segundo ele "a conquista do Planalto potencializou o processo, mas evidências anteriores já indicavam que havia um incessante crescimento do aproveitamento, pelos mandatos legislativos ou governos municipais e estaduais ocupados pelo PT, de lideranças oriundas destes movimentos".

"A informação mais elucidativa da grande importância estratégica das bases e de sua valorização na atuação cotidiana dos parlamentares petistas vem da política de contratação dos gabinetes: 61,7% afirmaram ter funcionmários contratados por indicação dos movimentos sociais ou outras organizações - em alguns casos, todos os funcionários foram escolhidos por este critério" - diz Paulo Roberto figueira.

Pergunta da pesquisa: "Em seu gabinete, a política de contratação obedeceu prioritariamente a que critério?" Respostas: indicação de bases eleitorais (movimentos sociais ou outras organizações): 36%; Indicação do partido: 17%; Indicação de tendência interna: 4,2%; Deliberação do coletivo do mandato: 2,1%; Expertise: 2,1%. Alguns deputados marcaram mais de uma opção".


LINK (só para assinantes): http://www.oglobodigital.com.br/flip/?idEdicao=7fabb7274174124d418ff8bdc15b03a1&idCaderno=&page2go=1&idMateria=4&origem=

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Nasceu Lavínia!

Gloriosos e demais,

Recebemos há pouco a feliz notícia de que ontem nasceu Lavínia, filha de Chico Lima e Luciana Miranda.

Desejamos à família toda felicidade do mundo. E, para que Lavínia seja mais feliz ainda, farei o possível para que ela opte por fazer parte da melhor torcida do mundo e do clube das maiores glórias. Os pais, infelizmente, optaram por outro caminho.

Parabéns Chico e Luciana. Bem-vinda Lavínia!

Um grande abraço de toda Rede Jovem Valenciana!

Demonstrativo de gastos da PMV

Botafoguenses e outros que não chegam perto de nossa glória,

Segue abaixo o demonstrativo de despesas realizadas pela PMV de janeiro a julho de 2007 enviado pelo vereador Marinho.


Será que tem vaga pra estagiário nessa OSCIP?

Saudações alvinegras

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Prévia do VQ 26

Botafoguenses e outros,

Segue abaixo um texto do Danilo Neves Vieira Serafim, estudante de Direito, sobre a situação da Faculdade de Direito de Valença.

Na próxima edição, além deste artigo, já contamos com um texto da Marcelle Sales, estudante de História, sobre a conjuntura em que a FAA se encontra. A entrevista provavelmente será com o responsável pela prova do exame da OAB.

Um grande abraço,

Estrela Solitária - de volta com o melhor futebol do Brasil

Onde Está o Direito?

Em Valença já tivemos uma das faculdades de Direito mais respeitadas do Rio de Janeiro. Faculdade que exportou grandes figuras, onde nomes importantes na área jurídica já lecionaram, e que já foi reconhecida como centro de excelência de formação de bacharéis em Direito.

No entanto, vivemos um momento histórico negativo da nossa vida acadêmica e da nossa Faculdade de Direito. Obtivemos resultados vergonhosos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENAD) e no exame da OAB, colocando a FDV como uma das piores faculdades relacionadas pelo Ministério da Educação.


As razões desses resultados são anos e anos de atraso e conservadorismo da direção da FAA e da FDV, pois os cargos de direção da FDV são meramente políticos, o compromisso daqueles que dirigem a faculdade é apenas com quem os indica, deixando os acadêmicos em segundo plano e a mercê da vida profissional que virão a enfrentar fora da academia.

Dentro desse quadro triste e desanimador perguntamos: Qual a solução?


Minha impressão é que a solução só pode ser criada pelos únicos e reais interessados em elevar o nome da faculdade: nós, os alunos, e a sociedade valenciana. Afinal, se dependermos da capacidade de gestão de nossos atuais “manda-chuvas“, cada vez mais estaremos próximos da destruição da FDV. E escrevo isso sem exageros.

Ainda é tempo para que o movimento estudantil se estruture em Valença e combata com muita vontade os desmandos da direção da FAA e da FDV. A verdadeira força só virá do movimento estudantil forte, estruturado pela legitimação não só dos acadêmicos, mas também pela sociedade valenciana e pelos movimentos sociais.


Cabe a nós traçarmos uma jornada de lutas para que consigamos reerguer a FDV, com a apresentação de projetos e com mobilização para construirmos atos para tentarmos resgatar aquela velha faculdade de direito que um dia nossa cidade já teve.

Acredito também que toda a sociedade valenciana tem papel protagonista em lutar por sua faculdade que outrora já deu muito orgulho e alegria para Valença.

Portanto, devemos nos comprometer única e exclusivamente com a FAA e a FDV e nos mostrarmos favoráveis a um novo modelo de faculdade, já que este está fadado ao fracasso e não atende às demandas necessárias para a vida da FDV. Não podemos mais aceitar as mudanças superficiais com que tentam nos ludibriar. Devemos sim lutar por mudanças radicais na estrutura da faculdade e de toda a FAA.

E quanto àquela pergunta do título, não sei bem a resposta, sei apenas onde ele não está.

Danilo Neves Vieira Serafim – estudante de direito e secretário de comunicação do Diretório Central dos Estudantes da FAA

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Aniversário Fã Clube RBD

O Fã Clube Eternamente RBD completa um ano no próximo sábado, 27 de outubro. A comemoração acontece no Roge Guts, a partir das 18 horas. Em email enviado para nós, as fãs convidam "todos os valencianos para esta comemoração!!!".

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Libório novo secretário de Cultura e Turismo

Duas boas notícias hoje (19/10). A edição 25 já está pronta, impressa, e amanhã pela manhã já está nos pontos de distribuição. Outra, melhor ainda, é que Libório Costa, o nosso entrevistado da edição 24 e parceiro da Rede Jovem, é o novo secretário de Cultura e Turismo de nossa cidade. Ele assume na segunda 22.

Abaixo vão trechos da entrevista da edição 24. Pra quem não leu, uma ótima oportunidade. Pra quem leu, bom relembrar o que Libório comentou.


Gestão cultural em Valença
Numa região como Valença onde a questão da memória e do acervo histórico são totalmente vazios, onde nunca existiu uma política de formação de acervo, onde não existe um museu municipal, e onde os que se dizem museus não seriam classificados assim por uma análise técnica, nota-se a falta de uma política da gestão cultural.

O poder público tem que apoiar as demandas que vêm da sociedade, mas tem que elencar as prioridades, se não vira balcão de negócios. Por outro lado, o poder público tem que ter políticas públicas de cultura! Existe, dentro da estrutura da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, um departamento de museologia e acervo (ou coisa assim) e não tem ninguém trabalhando nessa área!

Então, existe um monte de ações a serem implementadas em várias frentes pra formar os acervos da memória valenciana e não existe nenhum trabalho sendo feito, a não ser atitudes isoladas como o pessoal do Diretório Acadêmico de Filosofia da FAA em apoiar o Sr. Sebastião do Museu Ferroviário. Valença está fazendo 200 anos de freguesia, 150 anos de cidade, 165 anos de município e não se vê no horizonte nenhuma preocupação em se trabalhar a memória e identidade! É complicado! Um povo que não preserva sua história, não vive o presente e não constrói o futuro. Se você não tem uma visão crítica do passado pra construir sua identidade no presente, você não irá construir futuro nenhum!

Essa tão falada crise que Valença vive é função de falta de identidade, da falta de reconhecer e valorizar a cultura da população. Na política, predomina a visão coronelista, tratando o povo como gado, não como sujeito de transformação e de objeto da democracia substantiva. E, por outro lado, Valença com um território enorme, uma economia fraca, e uma das piores distribuições do PIB no Estado do Rio, está partida.

Valença está partida entre dois coronéis. Não existe unidade na diversidade. O povo, ao mesmo tempo que é vítima se vitimiza, e acaba criando uma situação de alimentação da sua própria desgraça, pois ele não consegue enxergar que enquanto se contentar em ser objeto da democracia formal, não irá construir sua cidadania, não conseguirá se mobilizar para transformar.

O Paulo Roberto Figueira escreveu sobre a questão da mobilização e que Valença vive uma crise e isso é unânime. Não existe perspectiva no momento: é unânime. A gente chega a conclusão que a velha mobilização é a única saída pra Valença. Mas como mobilizar? Essa é a questão.

Fórum Municipal de Cultura
Estamos vivendo uma revolução silenciosa no Brasil que é provocada pelas políticas públicas do Ministério da Cultura: a rede Cultura Viva, inclusão digital, os Pontos de Cultura. Essas iniciativas - sejam de ONG´s, mídia comunitária, o Hip Hop, a Capoeira – possibilitam as pessoas a construírem suas cidadanias através de ações solidárias. Então, acho que Valença está precisando passar por isso. Vencer essa cultura da cidade partida, da fofoca da Rua dos Mineiros.

Daí entra a questão dos Fóruns - a gestão democrática da cidade – que é um processo em que Valença está atrasada há anos! As pessoas se mobilizam para conquistarem sua cidadania, deixarem de ser objeto para serem sujeito de sua história, aprenderem a falar e serem ouvidas, e formularem políticas para a cidade.

Qualquer governo que assuma o poder tem que entender que eles estão ali para implementarem políticas nas diversas áreas que estejam em ressonância com o que a população quer! Os fóruns são pra isso. Ainda mais numa cidade como a nossa, onde existem alguns Conselhos Municipais, mas a maioria não está instalada, os fóruns servem para esta ligação entre poder público e sociedade. Exemplo seria um Fórum de Educação para aproximar escola e comunidade, ouvir se está se aproximando dos anseios da comunidade, se está atendendo as demandas daquele local.

Numa cidade onde não há equipamentos culturais, as escolas são espaços para trabalhar oficinas artísticas, oficinas de memórias, os jovens entrevistando os mais velhos, recuperar as histórias que estão espalhadas e perdidas pelas periferias, principalmente após o fim da estrada de ferro, quando a população urbana cresceu absurdamente vinda do interior do município, de Santa Rita de Jacutinda, Rio Preto etc. Toda essa cultura rural ainda com traços fortes de afro-descendentes, uma arqueologia humana a ser feita em Valença incrível! O apagamento da história do índio em Valença intencionalmente, encontrar os remanescentes dos Coroados que existem por aí. Tem muito trabalho.

Precisamos criar a cultura da unidade dentro dos seguimentos dos produtores culturais, das bandas de rock, dos mestres de Folia de Reis, do pessoal das escolas de samba, dos grupos de capoeira, artesãos, poetas, seresteiros, pessoal de teatro e por aí vai, e partir para o que une e deixar de lado o que diverge, para montarmos uma rede maior, que é o Fórum Municipal de Cultura e o Conselho Municipal de Cultura.

As pessoas precisam saber o que elas realmente querem e precisam, fazerem seus autodiagnósticos, e daí partirem para a discussão nestes fóruns e cobrarem seus direitos culturais, que estão na Constituição, e formularem políticas públicas de cultura para Valença. Não é apoio nem favor, é direito. Chega de política de evento pra gente bater palma e o artista voltar pra sua cidade.

Onde está o apoio para o surgimento de novos talentos locais. Será que se a Rosinha nascesse hoje ela teria espaços como teve na Rádio Clube de Valença e fazendo programas de auditório? Se ela nascesse hoje ela seria a Rosinha de Valença que foi? Quantos talentos estão espalhados pela cidade e não têm oportunidade de se expressar, de evoluírem nos seus fazeres artísticos.

Valença pode ser um grande centro de indústria criativa, basta querer! O momento de crise é o momento de surgirem as idéias. O Fórum Municipal de Cultura, e os outros fóruns, são os espaços onde as diferentes idéias se unem para a construção de uma plataforma conjunta, que atenda a essa diversidade cultural. Não existe receita de bolo para Valença, o que precisamos é mobilizar para o encontro.

E ai?! Como foram as comemorações dos 150 anos de Valença?

Então turma, como foram as comemorações dos 150 anos de Valença? Eu não posso responder, pois na mesma data estava nos shows (Milton Nascimento, Monobloco, entre outros) de comemoração do aniversário de Vassouras, que cai no mesmo dia daqui.

Alguns me contaram que teve um "baile funk" nas ruas do Monte Douro. Pô, funk é maneiro pra dançar, não tenho nada contra, mas quem ficou chateada foi minha vovozinha que mora lá e teve que passar a manhã seguinte ao "baile" lavando sua calçada mijada. Me falaram também que teve uma "espécie" de Festival no Jardim de Cima, parece que foi muito inspirado nos dois últimos festivais que uma tal Rede Jovem Valenciana construiu em Valença, e que este ano não aconteceu por motivos menores.

Aliás, segundo o boletim oficial da prefeitura, na pag 16 (http://www.valenca.rj.gov.br/leis/Boletins/bo203.pdf), "todos os participantes não representaram nenhum ônus para o município" numa "parceria por amor à Valença".

Legal saber que o municipio não teve nenhuma despesa financeira com o evento, e que Elemento Acústico, Leticia Belluso, Jefferson Baiano e demais artistas que eu gosto muito tocaram de graça para o município. Parabéns pela iniciativa.

Pena, pelo que me falaram, choveu pra caramba no dia. Mas enfim, com esta seca toda, até que foi bom né??!

Enfim, 150 anos é história pra chuchu, espero que daqui a mais 150 (se o mundo não explodir), meus trinetos tenham oportunidade de comemorar a data aqui nestas terras, coisa que eu optei em fazer em Vassouras por uma questão de gosto pessoal na seleção de repertório.

Boa sorte pra nós.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Cinema nos Bairros

Relembrando os tempos de Cinema nos Bairros, que muito provavelmente voltam em 2008...

Fogão Meia Boca

Esse negócio de botafoguenses pra lá, botafoguenses pra cá, tá foda...


quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Isso eu já sabia há tempo...

Botafoguenses e outros,

Aproveitando a triste notícia de que Valença está pegando fogo, venho falar do meu Fogão.

A novidade não é novidade. Segundo mais uma pesquisa, desta vez da CNT/Sensus, a torcida alvinegra-gloriosa-triunfante é muito maior que o aglomerado da camisa tricolor mais cafona do mundo: a do Fluminense.


Podemos estar numa situação muito triste ao final deste ano, onde diversos títulos escaparam de nossas mãos. Porém, torcer pelo Botafogo sublima qualquer sofrimento momentâneo e nos glorifica com o orgulho de sua história, honradez e bom futebol.

Afinal, ninguém, e nada, conseguem calar o amor de sua imensa torcida pelo alvinegro de Vavá, Didi, Garrincha, Quarentinha, Nilton Santos, Jairzinho, Zagallo, Heleno, Maurício, Gonçalves, Túlio, Dodô e tantos outros.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Fogo destrói 110 hectares de parque estadual em Valença

Do site G1
Incêndio pode ter sido causado por fazendeiros da região. Quarenta homens combatem as chamas.

O Corpo de Bombeiros combate na tarde desta terça-feira (16) um incêndio no Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença, na região Sul Fluminense, que devastou mais de 110 hectares (algo como 110 campos de futebol) de mata e pasto, de acordo com as estimativas do Instituto Estadual de Florestas. O fogo está sendo combatido por cerca de 40 homens do IEF e dos bombeiros, com apoio de funcionários do Campo Experimental Santa Mônica, da Embrapa.

Nesta quarta-feira (17) técnicos do IEF e um perito do Instituto Carlos Éboli vão vistoriar a região para verificar se a origem do incêndio ocorreu em fazendas da região. Segundo o IEF, há fazendeiros que recorrem às queimadas para renovação de pasto, mesmo no período de estiagem, o que aumenta os riscos do fogo se alastrar e atingir áreas protegidas. As primeiras estimativas indicam que outras áreas atingidas no entorno do parque podem totalizar outros 100 hectares.

“A destruição de um dos últimos remanescentes expressivos de Mata Atlântica na região do Médio Paraíba é um fato absolutamente lamentável, mas identificaremos os autores deste crime ambiental para que sejam responsabilizados cível e criminalmente” afirmou o presidente do IEF, André Ilha.

O Parque da Serra da Concórdia, com 804 hectares, foi criado em 2002 para a proteção de remanescentes de Mata Atlântica que se regeneraram após a devastação causada pelo cultivo de café e abertura de pastagens no Vale do Paraíba.

domingo, 14 de outubro de 2007

A política dos agradecimentos.....

Resolvi postar esta mensagem para divulgar um fenômeno bem antigo da política valenciana: as placas de "agradecimento" aos políticos pela realização de obras em nossa cidade. Ao passear pelas ruas de nossa cidade, percebo sempre o mesmo esquema: "Associação tal agradece político pela realização de tal feito" ou então uma outra bem pior, utilizada na chegadas de "grandes" políticos em nossa cidade, "O político X agradece a presença do senhor Fulano em nossa cidade". Comecei a pensar sobre o que essas placas querem dizer com essas expressões. Minha explicação para esse fato é a seguinte: A utilização dessas placas servem para "divulgar" para a população a paternidade das obras. É muito comum ouvirmos a expressão "lei do vereador x, lei do vereador y" O que não sabemos que isso não é possível já que, para a aprovação de uma Lei, é necessário a votação de todos os vereadores. Ao ler até está parte, um crítico poderia falar: mas isso que você está falando é uma mera obviedade, já que todos sabem disso. Eu desconfio dessa obviedade. Penso que seria muito interessante investigarmos esses fenômenos das placas de agradecimento partindo da idéia da existência de "currais" eleitores divididos nos bairros da nossa cidade. Acredito também que estas placas são sintomas da privatização da política, de torna-lá uma coisa bem personalista tanto para aqueles que estão dentro da instituição política como para aqueles que já possuem a expectativa de entrar nesse jogo político. Em resumo: esse negócio de ficar "agradecendo" pessoas por elas estarem realizando aquilo que elas se propuseram a fazer é uma coisa ridícula. Como sociedade política temos que observar quais os interesses por detrás dessas Placas.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tropa de elite???

O filme “Tropa de Elite”, desde a distribuição e comercialização de cópias piratas até seu lançamento oficial, vem suscitando debates e polêmicas relacionados aos modos de atuação do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro – Bope, e as políticas de segurança pública desenvolvidas no combate ao crime e, em especial, ao tráfico de drogas e de armas nas favelas e espaços populares da cidade.

Dessa forma, procurar-se-á abordar aqui a forma como essa obra expõe, evidencia, relaciona e apresenta os diversos atores sociais envolvidos na trama e no cotidiano real da cidade, buscando ampliar de forma qualificada esse debate.

Partindo do ponto de vista da personagem do Capitão Nascimento, construído pelo diretor a partir de entrevistas com policiais e oficiais do Bope, podemos perceber elementos que nos permitem deduzir uma visão largamente difundida nesse grupamento e na sociedade de modo geral.

Um primeiro objeto de análise diz respeito à forma caricatural como são retratados os movimentos sociais e as Ongs. No filme, a sociedade civil aparece como uma reunião de estudantes e voluntários deslumbrados que, por um lado, realizam trabalhos com crianças, distribuem camisinhas, dentre outras ações de caráter educativo e assistencial, e por outro, servem de cabo eleitoral de candidatos políticos e se aproveitam de sua proximidade com o tráfico de drogas para se transformarem, eles mesmos, numa espécie de filial junto a outros jovens universitários pertencentes à classe média e alta.

Muito pelo contrário, grande parte das organizações da sociedade civil se constituem, na atualidade, como um instrumento de diálogo e articulação entre o poder público, a iniciativa privada, organismos de cooperação internacional e as diversas instituições comunitárias para formulação, proposição, implementação, monitoramento e avaliação de projetos, programas e políticas públicas, exercendo o controle social para a efetivação dos princípios constitucionais democráticos.

No entanto, quando assistimos declarações afirmando que essa abordagem perniciosa do filme condiz com a realidade dos movimentos e organizações sociais, fica evidenciada nestes discursos uma tentativa de desqualificar as instituições e os trabalhos voltados para a defesa e promoção dos direitos humanos, deslegitimar o controle social exercido, e, dessa forma, desmoralizar a própria democracia.

Outro ponto, politicamente lamentável do filme é a forma como se demoniza o usuário de drogas, como o principal financiador e culpado do tráfico e dos crimes a ele vinculados. Enquanto o próprio governador já se posicionou publicamente a favor do debate e da revisão da legislação penal relacionada, quando especialistas de todo o mundo apontam a perversidade e inadequação do enfoque policial do uso de drogas, sendo antes uma questão diretamente implicada no âmbito da Saúde Pública, novamente vemos ressurgir essa categorização maniqueísta e superficial do problema.

De certa forma, o que fornece veracidade ao discurso apresentado pelo policial fictício é o processo de treinamento e formação pelo qual os componentes devem passar para se tornar um ‘caveira’. Treinamento este, apresentado em uma versão talvez até mais branda que a realidade, cujos motes centrais são a exacerbação da cultura militar e a celebração da morte, cantada nos exercícios e reafirmada nas cruzes fincadas a cada abandono dos chamados fracos, que desistem de se tornarem assassinos frios, cruéis e impiedosos em suas incursões e confrontos.

A passagem por esse treinamento, de certa forma, autoriza dizer que toda essa visão simplista, superficial, maniqueísta e beligerante, deriva dos pensamentos de um daqueles formandos. Ponto de vista calcado numa gama de preconceitos e posições preconcebidas, acerca dos estudantes, das universidades e, principalmente, dos moradores das favelas, que não têm voz nem espaço, são rendidos, afrontados, têm suas crianças sob a mira de pistolas e fuzis, suas casas invadidas, enfim, cidadãos que têm seus direitos desrespeitados. Cidadania esta, desconsiderada pela força policial que deveria protegê-la e resguardá-la.

Diante disso, o mais chocante em toda essa polêmica gerada pelo filme é a legitimação e a aceitação pública manifestada pelos espectadores diante do uso de métodos de tortura, humilhação, constrangimento de moradores vistos como suspeitos, truculência exagerada e a propagação da morte por entre as casas, ruas e becos das diversas favelas e espaços populares da cidade.

A seqüência de irregularidades, crimes e violações cometidas pelos oficiais do Bope, espancamentos, torturas, execuções sumárias, invasão de domicílios sem mandato de busca, dentre outros, e sua aprovação pública evidencia que, no Rio de Janeiro, estamos mal. Mal de polícia, estamos mal de segurança pública e, o que é pior, de tão mal, já distorcemos o entendimento do que pode ou não ser considerada uma tropa de elite.

Rodrigo Bodão - www.ombudsmandocapeta.blogspot.com

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Novo piso de professores é aprovado

Comissão da Câmara aprova piso salarial para professores de nível médio e superior

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou hoje (3) o Projeto de Lei que institui o piso salarial para professores: R$ 950 para docentes com formação em nível médio e R$ 1.100 para os de formação em nível superior.

Esses valores devem ser atingidos gradualmente até 2010.

O texto aprovado hoje é o substitutivo do relator da matéria na Casa, deputado Severiano Alves (PDT-BA), aos Projetos de Lei 7.431/O6, do Senado Federal e 619/07 do Executivo.

O projeto do Executivo previa piso de R$ 850 para os professores de nível médio, enquanto o do Senado previa um piso de R$ 800 para docentes com a mesma formação. Os valores para os professores de nível superior não foram alterados pelo deputado.

Para a presidente da Confederação dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Jussara Dutra, a aprovação do piso é uma conquista para os professores, mas ainda não é o suficiente para a categoria.

"Ela é fundamental, mas, evidentemente, queremos ainda um aperfeiçoamento, porque ele não coincide com as nossas pretensões e necessidades como trabalhadores em educação".

A entidade pede R$ 1.050 de piso para professores com formação em nível médio e R$ 1.575 para formação em nível superior.

O projeto aprovado hoje segue para análise nas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; de Constituição e Justiça e de Cidadania.

domingo, 7 de outubro de 2007

sábado, 6 de outubro de 2007

Aborto: sou contra

1 Com dois meses de gestação o que se encontra na barriga da mulher é igual a uma planta.

Primeiramente, é preciso deixar claro qual a razão em que se embasa para afirmar que o ser com dois meses de gestação é igual uma planta. Pois, o que se quer dizer com planta aí? Quer se dizer que neste momento o que há é uma vida que tem a mesma estrutura de uma planta? Ou, quer se dizer simplesmente que isto que se dá na barriga da mãe não pode ser dito contendo vida realmente?

Bem, se tal fato não for esclarecido dificilmente poderemos empreender um debate, já que a nós poderia caber simplesmente dizer que não é igual a uma planta e, sim, um ser humano, e aí ficar-se-ia o dito pelo não dito.

Agora, suponhamos que se quer dizer que isto que se forma na barriga da mãe com dois meses de gestação não tem vida propriamente falando. Isso deve ser questionado, visto que desde a formação do embrião nota-se a produção de células, e estas não podem ser ditas próprias da mãe, uma vez que contêm DNA distinto do da mãe. Quer dizer, não se pode considerar que estas células que se formam são próprias do corpo da mãe, pois o corpo da mãe não pode conter células contendo DNA diferente. Por isso, é necessário dizer que estas células são estranhas ao corpo da mãe e, deste modo, não pertencem a ele.

Todavia, poderia se supor ainda que estas células constituídas que são estranhas ao corpo da mãe são iguais a uma planta, isto é, não se encontra sob o estatuto de vida humana. Porém, é fato que o DNA que se encontra nestas células constituídas são próprios de um ser humano, e não próprios de uma planta. Portanto, como é possível comparar isto que é gerado na barriga da mãe com uma planta, se a estrutura constitutiva daquele é completamente distinta desta?

Deste modo, este corpo estranho que se forma na barriga da mãe não é uma planta e nem tem o mesmo estatuto de vida que esta tem. Por isso, não é legítimo apresentar esta comparação como argumento para retirar isto que se forma da barriga da mãe como se tira uma planta da terra.

Agora, independente deste indivíduo que se forma na barriga da mãe não poder ser uma planta e nem mesmo comparado a esta, não nos seria lícito retirá-lo por ele ainda não ter liberdade? Ora, dizer que este indivíduo que se forma não tem esta "liberdade" não nos autoriza a retirar-lhe a vida. Pois é fato que um indivíduo humano de 1 ou 2 anos (por exemplo) também não tem isso que se está chamando de liberdade, e nem por isso iríamos concordar se alguém ou a própria mãe decidisse retirar-lhe a vida. Porque esta falta de "liberdade" que se está referindo aí só nos permite decidir como iremos educá-lo, instruí-lo, enfim, como determinaremos o seu caminho enquanto este não adquire "liberdade", mas não autorização para decidir se este irá viver ou não.

Desta forma, não se pode argumentar que porque este indivíduo que se forma não tem "liberdade", toda mãe tem autoridade para tirar-lhe a vida. Visto que ao mesmo tempo não consideramos legítimo que toda mãe tire a vida de um bebê de 1 ou 2 anos fundado nesta mesma razão.

2 O segundo maior número de mortes cirúrgicas se dá na cirurgia conhecida como aborto, por isso, deve-se legalizá-la de modo a tornar esta cirurgia mais segura e, consequentemente, obter um número de mortes menor.


Tendo em vista o que foi dito acima, não se poderia concordar com esta afirmação, pois se se considera que ninguém tem autoridade para intervir naquela vida que se processa na barriga da mãe, então, seria totalmente descabido melhorar as condições de saúde via um ato que não legitimamos. Pois seria como impedir um erro por um outro.

No entanto, suponhamos que teríamos o direito de intervir nesta vida que se processa ali. Ora, primeiramente teria que ser dito o seguinte: fazer uma cirurgia é sempre uma operação arriscada, visto que é sempre a intervenção de algo estranho ao processo natural de seu corpo. Portanto, isso continuaria sendo uma operação arriscada para as mulheres. Todavia, precisa ser dito que as coisas seriam feitas com maior segurança e, por isso, provavelmente se diminuiria o número de óbitos de mães nestas operações. Contudo, aumentando o acesso, logicamente que a demanda iria aumentar também, porque não há nada proibido que tenha alta demanda que quando legalizado esta também não aumente; ainda mais nestes tempos que nossas mulheres vêm dando a luz tão cedo. Nesse sentido, é razoável supor também que provavelmente o número de óbitos nestas cirurgias continuará praticamente o mesmo, embora não seja igual caso se considere proporcionalmente.

Desta forma, a questão que deve ser colocada é: será realmente que legalizando o aborto se diminuirá o número de óbitos de mulheres? Ora, diante deste risco de não conseguirmos evitar isso que queremos via um decreto, parece valer muito mais a pena fazermos uma campanha consistente dentro da sociedade para a prevenção de gravides. Isso já vem ocorrendo? Deve-se dizer que de alguma maneira sim, pois todo homem e mulher das classes média e alta (pelo menos) sabe como conseguir os contraceptivos que previnem (o que faz pensar que as pessoas destas classes que defendem o aborto parecem mais querer se livrar das conseqüências de seus atos do que livrar um indivíduo de viver sob condições precárias).

Mas de uma outra maneira deve-se dizer que isso não vem ocorrendo. Pois aqueles que nascem de famílias que vivem em condições precárias não têm muita consciência de onde encontrar os objetos preventivos e nem como usar contraceptivos, uma vez que muitos não sabem nem ler, quanto mais como evitar uma gravides não desejada - mas neste caso é óbvio que eles não podem ser responsabilizados por tal fato, pois a responsabilidade sobre as conseqüências é proporcional ao nível de consciência do ato.

Portanto, é muito mais razoável lutarmos para a formação de agentes comunitários responsáveis em acompanhar as famílias mês a mês em suas casas, mostrando-lhes - tanto aos pais quanto aos filhos - como adotar métodos contraceptivos nestas comunidades. Pois adotar a solução, via simplesmente a instauração de um decreto, pode não dar conta de resolver o problema, uma vez que há um grande risco não só de não evitar que as famílias que vivem nestas comunidades ou nas ruas tenham muitos filhos (visto que dependerão do SUS), como também de não evitar o grande número de óbitos de mulheres que praticam o aborto. Ou seja, é muito mais razoável evitar um problema agindo sobre suas causas do que sobre suas conseqüências.

Ainda assim, poder-se-ia supor que o mais razoável seria adotar as duas coisas ao mesmo tempo, isto é, tanto legalizar o aborto como empreender uma campanha de conscientização da sociedade. Responde-se a isso da seguinte forma: como se disse acima, são as famílias que vivem em condições precárias que têm o maior número de filhos. Segundo o ponto de vista legalista, estas são as que precisam ter melhores oportunidades de fazer o aborto para evitar que nasçam filhos que viverão em condições precárias. Contudo, estas só poderão realizar tal cirurgia no SUS; pois ninguém em nosso país, que vive em condição precária, tem oportunidade de se utilizar de clínica particular. Deste modo, nota-se que elas não poderão fazer o aborto, visto que a cirurgia só pode ser feita até o segundo mês de gestação, e no SUS para ser atendido se espera meses, imagine o quanto então não se esperará para realizar uma cirurgia. Portanto, esta legalização só irá favorecer as pessoas de classes média e alta.

Não se nega que estas pessoas destas classes devam ter o mesmo direito que as mais pobres, não se nega a igualdade de direito (até porque eu me enquadro entre estas pessoas). Mas, como se vê, estas pessoas têm acesso a todo tipo de propaganda de conscientização, ao ponto de se sentirem cansados de todas essa propaganda, então, será que é justo que elas não se responsabilizem por seus atos? E tais pessoas não podem dizer que têm o direito de fazer o aborto com a justificativa de que não têm condições de dar uma vida digna a seus filhos, pois se trata de pessoas de classes média e alta, e não de pessoas que vivem em condições precárias.

Com isso, a legalização do aborto só servirá para tornar legítimo as pessoas não se responsabilizarem por seus atos, e não proporcionará a diminuição de filhos nascendo em condições precárias, visto que aqueles que têm muitos filhos não terão acesso ao aborto, dependendo somente da efetivação do programa de conscientização que deverá ser montado.

Mas vejam, será que realmente estas duas coisas serão implementadas conjuntamente? Como em nossa sociedade só se implementa as coisas se tal for uma demanda das classes altas e médias, dificilmente será feito tal programa de conscientização, pois, uma vez que estas classes resolverão este problema via o aborto, não terão nenhum interesse de lutar pela efetivação deste programa. Sendo assim, lutar pela legalização do aborto em conjunto com esta campanha de conscientização é o mesmo que esquecer tal campanha, visto que as coisas só se realizam com cobrança, e não havendo cobrança destas classes que geralmente atuam sobre o poder, tal coisa não se realizará.

Deste modo, acabará se efetivando somente a legalização do aborto.Conclui-se, então, que a legalização propriamente dita não irá servir para a diminuição do número de filhos que viverão em condições precárias, pois os pais destes acabarão não tendo direito de realizar o aborto, devido as condições precárias de nossa saúde pública; e esperar nossa saúde pública melhorar para ver essa lei fazer efeito, é o mesmo que ter que chegar num lugar com urgência e esperar um trem que te leva até lá, mas não quando você precisa.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Veja e Che Guevara

Botafoguenses e demais,

Compartilho com vocês um ótimo artigo do Celso Lungaretti, retirado do saite da Agência Carta Maior: www.agenciacartamaior.com.br

"Veja" mira Guevara e dá tiro no pé

A matéria da revista sobre Che não passa de mais um exercício do "jus esperneandi" a que se entregam os que têm esqueletos no armário e os que anseiam por uma recaída totalitária, com os eventos desastrosos e os banhos de sangue correspondentes.


Os 40 anos da morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, a se completarem no próximo dia 9, dão ensejo a uma nova temporada de caça ao mito Che Guevara por parte da imprensa reacionária, começando por Veja, que acaba de produzir uma das matérias-de-capa mais tendenciosas de sua trajetória.

"Veja conversou com historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha e no governo cubano na tentativa de entender como o rosto de um apologista da violência, voluntarioso e autoritário, foi parar no biquíni de Gisele Bündchen, no braço de Maradona, na barriga de Mike Tyson, em pôsteres e camisetas”, afirma a revista, numa admissão involuntária de que não praticou jornalismo, mas, tão-somente, produziu uma peça de propaganda anticomunista, mais apropriada para os tempos da guerra fria do que para a época atual, quando já se pode olhar de forma desapaixonada e analítica para os acontecimentos dos anos de chumbo.


Não houve, em momento algum, a intenção de se fazer justiça ao homem e dimensionar o mito. A avaliação negativa precedeu e orientou a garimpagem dos elementos comprobatórios. Tratou-se apenas de coletar, em todo o planeta, quaisquer informações, boatos, deturpações, afirmações invejosas, difamações, calúnias e frases soltas que pudessem ser utilizadas na montagem de uma furibunda catalinária contra o personagem histórico Ernesto Guevara, com o propósito assumido de se demonstrar que o mito Che Guevara seria uma farsa.

Assim, por exemplo, a Veja faz um verdadeiro contorcionismo retórico para tentar tornar crível que, ao ser preso, o comandante guerrilheiro teria dito: "Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto". Ora, uma frase tão discrepante de tudo que se conhece sobre a personalidade de Guevara jamais poderá ser levada a sério tendo como única fonte a palavra de quem posou como seu captor, um capitão do Exército boliviano (na verdade, eram oficiais estadunidenses que comandavam a caçada).

É tão inverossímil e pouco confiável quanto a “sei quando perco” atribuída a Carlos Lamarca, também capturado com vida e abatido como um animal pelas forças repressivas.

E são simplesmente risíveis as lágrimas de crocodilo que a Veja derrama sobre o túmulo dos “49 jovens inexperientes recrutas que faziam o serviço militar obrigatório na Bolívia” e morreram perseguindo os guerrilheiros. Além de combater um inimigo que tinha esmagadora superioridade de forças e incluía combatentes de elite da maior potência militar do planeta, Guevara ainda deveria ordenar a seus comandados que fizessem uma cuidadosa triagem dos alvos, só disparando contra oficiais...

É o mesmo raciocínio tortuoso que a extrema-direita utiliza para tentar fazer crer que a morte de seus dois únicos e involuntários mártires (Mário Kozel Filho e Alberto Mendes Jr.) tenha tanto peso quanto a de quatro centenas de idealistas que arriscaram conscientemente a vida e a liberdade na resistência à tirania, confrontando a ditadura mais brutal que o Brasil conheceu.

Típica também – e não por acaso - da retórica das viúvas da ditadura é esta afirmação da Veja sobre o legado de Guevara: “No rastro de suas concepções de revolução pela revolução, a América Latina foi lançada em um banho de sangue e uma onda de destruição ainda não inteiramente avaliada e, pior, não totalmente assentada. O mito em torno de Che constitui-se numa muralha que impediu até agora a correta observação de alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas”.

Assim, a onda revolucionária que se avolumou na América Latina durante as décadas de 1960 e 1970 teria como causa “as concepções de revolução pela revolução” de Guevara e não a miséria, a degradação e o despotismo a que eram submetidos seus povos. E a responsabilidade pelos banhos de sangue com que as várias ditaduras sufocaram anseios de liberdade e justiça social caberia às vítimas, não aos carrascos.

É o que a propaganda enganosa dos sites fascistas martela dia e noite, tentando desmentir o veredicto definitivo da História sobre os Médicis e Pinochets que protagonizaram “alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas”.

Não existe muralha nenhuma impedindo a correta observação desses episódios, tanto que ela já foi feita pelos historiadores mais conceituados e por braços do Estado brasileiro como as comissões de Anistia e de Mortos e Desaparecidos Políticos. Há, isto sim, a relutância dos verdugos, de seus cúmplices e de seus seguidores, em aceitarem a verdade histórica indiscutível.

E a matéria-de-capa da Veja não passa de mais um exercício do jus esperneandi a que se entregam os que têm esqueletos no armário e os que anseiam por uma recaída totalitária, com os eventos desastrosos e os banhos de sangue correspondentes.

Celso Lungaretti é jornalista e escritor, ex-preso político e autor do livro "Náufrago da Utopia".

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Política de Cultura Valenciana



Botafoguenses e outros,

Nosso estimado companheiro Libório nos enviou um link do IBGE referente a uma pesquisa sobre a estrutura da cultura nos municípios brasileiros.

http://www.ibge.gov.br/munic2006cultura/sel_tema.php?munic=330610&uf=33&nome=

Acreditem se quiser: Valença possui uma política de cultura!

Dêem uma olhada e comentem.

OBS.: apesar dos diversos e-mails e comentários neste blog com o endereço do vídeo "Tropa de Sofredores", aviso que 2007 foi o ano da preparação e 2008 será o ano dos títulos e glórias. Só mais uma coisa: apesar de tudo, ninguém irá calar meu amor pelo Botafogo!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

E agora?

Botafoguenses e outros,

Infelizmente não tivemos tempo de tratar do aniversário de Valença (e da façanha do Botafogo perder para o River Plate) na edição do VQ que está por vir.

Aliás, aproveito o espaço para explicar brevemente os motivos dos atrasos da publicação. Como divulgado sobre o III Festival de Inverno, as pessoas que compõem a Rede Jovem estão a cada dia mais atarefadas com seus trabalhos e processos de finalização da graduação e pós-graduação. Preparar os textos, fazer entrevistas, diagramar etc, leva bastante tempo. E tempo está difícil nestes últimos meses do ano de 2007. Mas temos a certeza de que isso é passageiro, afinal, o tempo somos nós que construímos.

E falando em tempo, nossa Princesinha da Serra (não a dos ônibus) completou, no último dia 29/09/07, 200 anos de freguesia, 150 anos de cidade, 165 de município.

Abro aqui o espaço para discussão: o que temos a comemorar, a esquecer, a construir e/ou destruir nestes 150 anos e para os próximos?

Parabéns valencianos! E não deixemos que ninguém cale esse nosso amor por Valença, nem pelo Botafogo!