sábado, 29 de março de 2008

BNDES se compromete a criar “cláusula socioambiental”

Manifestação com 300 pessoas na sede do banco protesta contra o financiamento às monoculturas da soja, da cana e do eucalipto. Direção do BNDES promete aprofundar debate sobre o apoio à agricultura familiar. Movimentos preparam uma Adin contra a lei que facilita a silvicultura no RJ.

Maurício Thuswohl - Carta Maior

RIO DE JANEIRO – Uma manifestação com cerca de 300 trabalhadores rurais e militantes dos movimentos sociais fluminense, mineiro e capixaba ocupou na quarta-feira (26) a entrada da sede do BNDES no Rio de Janeiro para protestar contra a política de financiamento do banco. Representantes de organizações como o MST, a Contag, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Rede Alerta Contra o Deserto Verde, entre outras, divulgaram durante a manifestação uma carta aberta ao BNDES, na qual criticam a concessão de dinheiro público para financiar as monoculturas da soja, da cana e do eucalipto que “contribuem para a destruição da Mata Atlântica, do Cerrado e da Amazônia”.

Uma comissão com oito representantes dos movimentos sociais foi recebida pelo diretor de Inclusão Social do BNDES, Élvio Gaspar, e pelo superintendente de Responsabilidade Social e Ambiental do banco, Ricardo Henriques. Após ouvir de seus interlocutores que diversas empresas financiadas pelo banco contribuem para a exclusão social e para a degradação do meio ambiente, os dirigentes do BNDES se comprometeram a trabalhar para a criação de uma “cláusula socioambiental” que esteja presente em todos os contratos firmados. Essa cláusula seria feita nos moldes da Cláusula Social, criada pelo banco no ano passado para impedir o financiamento a empresas envolvidas em denúncias de racismo, preconceito de gênero, trabalho escravo e trabalho infantil.

A direção do banco se comprometeu a criar um grupo de trabalho para elaborar a “cláusula socioambiental” ainda este ano. A promessa agradou aos movimentos: “Avançamos na discussão sobre a criação de um mecanismo que impeça o financiamento a projetos ou empresas que agridam o meio ambiente. A cláusula socioambiental deverá ser usada tanto previamente quanto durante a execução dos contratos, que poderão ser interrompidos”, afirma Sérgio Ricardo de Lima, que é dirigente da Rede Alerta Contra o Deserto Verde no Rio e integrou a comissão recebida pela direção do BNDES.

Outro ponto levado ao conhecimento do BNDES foi o repúdio dos movimentos sociais ao eventual financiamento de R$ 1 bilhão à empresa Aracruz Celulose para que esta se instale no Rio de Janeiro. A direção do banco, no entanto, afirmou que até agora nenhum pedido de financiamento feito pela Aracruz chegou ao conhecimento do Conselho de Crédito do banco: “Nós procuramos mostrar ao BNDES que, se financiar a Aracruz e os conhecidos danos sociais e ambientais trazidos pela empresa, o banco viverá uma profunda contradição entre a política socioambiental divulgada publicamente e sua prática”, conta Sérgio Ricardo.

A mobilização contra a Aracruz chegará também à Justiça. Nos próximos dias, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pela Contag, com o apoio das demais organizações, será protocolada no Tribunal Regional Federal (TRF) para tentar anular a lei, aprovada em junho do ano passado pelos deputados do Rio de Janeiro, que criou regras para facilitar a introdução da silvicultura nas regiões Norte e Noroeste do estado.

Uma nova reunião entre os representantes dos movimentos sociais e a direção do BNDES foi marcada para o dia 4 de abril. Até lá, o banco pretende consolidar algumas propostas para a construção de uma agenda de financiamento para pequenos projetos ligados à agricultura familiar, além de avançar na discussão sobre a criação da “cláusula socioambiental”.

A abertura do diálogo com o banco foi comemorada pelos movimentos: “Percebe-se uma mudança na cultura do BNDES, fato que já possibilitou a criação da Cláusula Social no ano passado. Não se muda a posição de um gigante de uma hora pra outra, mas o canal de diálogo está aberto. Nesse sentido, o resultado da manifestação foi muito positivo”, avalia Sérgio Ricardo.

Veja as reivindicações feitas pelos movimentos sociais na carta aberta enviada ao BNDES:
- A abertura de linha permanente de investimento do BNDES em agricultura familiar com cronograma definido, para financiamento e apoio a projetos e políticas públicas, tais como:
- Construção de agroindústrias de pequeno e médio porte sob gestão dos assentamentos e agricultores familiares organizados em associações e cooperativas de produção;
- Investimentos em pesquisa e tecnologia na área de agroecologia; e fortalecimento da assistência técnica rural de caráter público;
- Implantação de programas de fomento ao ensino rural e estruturação de escolas agrícolas agroecológicas nos principais municípios predominantemente agrícolas.
- Apoio ao cooperativismo agrícola e a implantação de empreendimentos cooperados.- Desenvolvimento de programas de recuperação das áreas degradadas e das matas ciliares (principalmente aquelas degradadas por projetos industriais financiados pelo próprio BNDES);
- Investimentos em infra-estrutura para a produção agrícola de gêneros alimentícios saudáveis;
- Apoio à construção de micro-usinas para produção de agrocombustíveis a partir do óleo vegetal, dentro da diversidade da produção, visando à soberania energética para os agricultores;
- Financiamento de projetos e programas destinados à reconversão das terras indígenas que foram retomadas por decisão da Justiça Federal da Aracruz Celulose, em Aracruz (ES) com base em sistemas produtivos agroflorestais, do cooperativismo e da Economia Solidária;
- Realização de Auditorias socioambientais independentes (a serem realizadas por universidades e centros de pesquisa públicos, etc) em todos os empreendimentos financiados pelo BNDES, com garantia de ampla divulgação destes estudos e compromisso de reparação dos impactos provocados, bem como seu envio para tomada de providências por parte dos Ministérios Públicos Estadual e Federal (Procuradoria Geral da República);
- Exige-se que o BNDES se comprometa a realizar audiências públicas com a população dos territórios e nos municípios e regiões onde se prevê a implantação de grandes projetos privados financiados ou em via de financiamento pelo Banco.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Educadores do município terão aumento e abono salarial

Reunidos na prefeitura no dia 24 de março, a direção do SEPE-Valença e as secretarias municipais de Educação e Administração definiram um acordo para a campanha salarial da categoria no ano de 2008.

Ficou acertado que todos os profissionais de educação da rede municipal (professores e funcionários) terão um abono de R$ 100,00 já no mês de abril, e um aumento de 5% em todos os vencimentos, referentes às perdas inflacionárias do ano de 2007 (data base), também antecipado para abril. A proposta inicial do SEPE era um aumento real nos salários que incidisse em todos os níveis do plano de carreira aprovado em 2007, mas a PMV alegou não haver viabilidade econômica para que isso ocorresse.

Triênios
Segundo o secretário de Administração, David Nogueira, são prioridades da PMV a área de educação e valorização dos servidores públicos. A direção do SEPE interpelou o secretário sobre os triênios congelados há quase uma década. David respondeu que a prefeitura vai encaminhar ainda este ano a proposta orçamentária para 2009 e nela estará previsto o descongelamento da primeira parcela dos triênios, ficando a cargo do próximo governo a continuidade desta política.

sábado, 22 de março de 2008

Um ano de ocupação Gisele Lima

Hoje foi dia de feijoada na ocupação Gisele Lima, no seio do bairro Varginha. Mas o quê há para se comemorar?

Quem tem (teve ou queira ter) a oportunidade de caminhar por aquele espaço , hoje contrastado entre solo rachado pelo sol com um lamaçal causado pelas últimas chuvas, pode e deve ficar com algumas perguntas na cabeça. Eu sempre fico, porém, hoje, foi bem diferente.

Foi minha 5ª ou 6ª visita à ocupação. E o sentimento, desta vez, não foi o de revolta. Fiquei feliz e em paz de espírito por ver e estar na ocupação Gisele Lima!

Opa, peraí! Alegria de ver aquelas casas inacabadas, abandonadas pelo descaso das "políticas públicas de habitação de nossa cidade e estado"? Como ficar em paz de espírito ao ver - aliás, não ver - saneamento básico, lazer, educação, infra-estrutura?

Estava feliz por saber que aquelas pessoas estão felizes. "Vamos pessoal, hoje comemoramos um ano de ocupação Gisele Lima!". "Olha a feijoada! Vamos nos unir mais uma vez!". "Estas são nossas casas, ninguém vai tirar! É muito melhor aqui do que onde eu estava antes de conhecer os sem-teto!".

Que força tem aquelas pessoas! Que poder de luta e organização! Quanta humildade, determinação e esperança! Num determinado local mostrei a um amigo um barraco construído com as capas plásticas que embrulham os colchões nos quais dormimos. Do lado, uma casa inteira de pau-a-pique relembrando o nordeste. Ele relembrou o acampamento Manoel Congo, na Fazenda do Vargas, onde já tinha visto aquelas cenas. Continuamos a caminhar, em silêncio, até que um pouco à frente vimos uma família inteira preparando as bandeirinhas (feitas de jornais e revistas) para enfeitar a quadra da Varginha para a festa que começaria mais tarde. Aquela cena marcou.

Naquele momento compreendi o motivo da festa. Hoje, 22 de março de 2008, os homens, as mulheres e as crianças da ocupação Gisele Lima comemoram a oportunidade que muitos nunca tiveram: ter uma casa e a chance de recomeçarem suas vidas.

Como foi bom comer aquele feijão com um arroz feito na hora (aliás, três pratos muito bem servidos! Tinha que ter voltado correndo pra continuar na dieta. Que dieta?).

Como foi bom ver aquela bandeira do MST, vermelha, imponente, representando a luta daquelas pessoas com os rostos sofridos, as mãos calejadas, mas o sorriso nos rostos. E aquela bandeira representa também a nossa luta, que se soma aos sem-terra e sem-teto, para tentarmos mostrar a sociedade um novo jeito de se viver, produzir, consumir, preservar, pensar e agir.

Parabéns à ocupação Gisele Lima! Parabéns a todos os homens e mulheres que constroem a cada dia o sonho de uma nova sociedade, justa, ecológica, fraterna, enfim, socialista, como mesmo dizem. Parabéns às crianças que ali moram e já sabem da luta que irão travar (e que já travam).

Que dia, que tarde! E, apesar do aniversário ser deles, quem ganhou o presente fomos nós: uma bela feijoada, uma tarde de bom papo e 4 quilos de quiabo orgânico, da melhor qualidade, produzido no acampamento Manoel Congo.

Comemoremos todos a oportunidade de termos em Valença um movimento que lute e organize nossa sociedade por causas verdadeiramente populares. Um viva à ocupação Gisele Lima e a todo MST!
"Um passo à frente e já não estamos no mesmo lugar." - Chico Science

sábado, 15 de março de 2008

Uma pena

Estava assistindo Soletrando, dentro de um programa da rede Globo de televisão. Programinha, a meu ver, péssimo. Coloca crianças disputando. Logo elas, responsáveis pelo nosso futuro. E o pior, as que perdem ficam lá, expostas, chorando a derrota. Outra coisa é que soletrar não quer dizer nada em relação ao aprendizado. E as crianças que erram, erram bobeiras. Um hífen aqui, um acento acolá. Coisas que qualquer um erraria.

Bom, mas aí me fez lembrar meus tempos de escola. Mais especificamente do Benjamim Guimarães, onde estudei até a oitava série (saí porque na época não tinha o ensino médio). Sempre orgulhoso do Benjamin.

Aí ontem recebi o jornal Local. E está lá, nos Parangolés do Gustavo, que na reunião no clube dos Democráticos de partidários do Luiz Antônio, os colégios Benjamin Guimarães e Rodrigues Silva levaram faixas agradecendo às futuras reformas nas escolas. Agradecendo a Leonardo Picciani. Como bem lembrou Gustavo, Leonardo é deputado e não secretário de Educação.

E mesmo se ele fosse secretário de Estado, nada mais que sua obrigação pensar na educação e possibilitar o mínimo de qualidade para as escolas. Não apenas essas duas, que fique claro. Outra lembrança de Gustavo é que as obras estão sendo anunciadas há mais de 5 anos e até agora nada.

Fora a decepção com a minha escola querida, fica essa imagem triste da nossa cidade, difícil de mudar: essa política de nomes, avessa a projetos, sempre procurando atender a interesses específicos, avessa à coletividade. Uma pena.

segunda-feira, 10 de março de 2008

A memória da água

Telê Santana era técnico do São Paulo e Faustão, na época repórter de campo da turma de Osmar Santos na Rádio Globo, acompanhava o mestre durante o dia todo da decisão da Copa Libertadores.

Depois de uma vitória suada, o então radialista comentou com o técnico nos vestiários, apontando para os jogadores no chuveiro:

– Eles podem lavar a alma com a sensação de dever cumprido!

Ao que Telê acrescentou, falando mais alto com as mãos em concha para os jogadores ouvirem:

– Mas quando eu jogava no Fluminense, pra passar sabão eu desligava o chuveirooooo!

É… além disso, quando eu e Telê éramos crianças, fosse nas Gerais, fosse no recôncavo da Bahia, o cara só tomava banho quente quando estava doente.

A própria torneira, esse recurso magnífico da civilização, eu só conheci já adolescente, em Salvador. Abrir uma torneira pela primeira vez foi uma emoção inesquecível: um jorro de água, ali, imediato-farto-ininterrupto, uma fonte trazida para dentro de casa e, torcendo duas vezes para a direita, pronto: a fonte voltava para o nascedouro, no pé de alguma montanha distante; a casa, normal, como se nada tivesse acontecido. Olha, a gente podia ser ridículo aos 13 anos, mas era levado a pensar profundamente nas coisas que a modernidade engendra.

Quando cheguei a São Paulo em 1965, para fazer Arena Conta Bahia, eu e Caetano nos hospedamos num hotel da avenida Rio Branco e na hora do banho fiquei surpreso porque o chuveiro não tinha água normal, quer dizer, água fria.

– Rapaz, eu não estou doente, pra tomar banho quente.

Mesmo em Salvador, durante o colégio e a universidade, morando na pensão de Iolanda, a temperatura da água era a do encanamento. Na infância mesmo, nem encanamento.

Certa manhã meu pai me encontrou lavando o rosto numa pequena bacia de água morna e falou, rincalhão:

– Meu filho, agora que você está resfriado, pode ser. Quando sarar, volte para a água fria. Não é por gastar lenha, é que com água morna todo dia você fica muito fraco, acaba virando um menino amarelo!

Meu pai não era de fazer economia à custa de nossos pequenos confortos, mas naquele tempo a vida diária era permeada por um respeito tácito para com o universo e a finitude de seus recursos.

Creio que o tom da voz de Telê Santana tinha mais a ver com aquele mundo-universo-integrado do meu pai. Esse sentimento tem voltado muito ao meu coração nos dias de hoje.

Entre os confortos fantásticos da vida moderna há coisas soberbas como a luz elétrica, o carro com ar refrigerado, o sorvete; e me causa profunda admiração o pão quente encontrado na padaria de manhã cedo, todos os dias da semana, chova ou faça sol. Se Nabucodonosor comesse um pão tão bom como o que se come hoje, se ele tivesse um luxo desses lá na Babilônia, talvez não fosse tão fissurado em conquistas e guerras.

Água potável também a gente encontra hoje em todo lugar. Passar sede é quase uma expressão esquecida, mas antigamente muito levada em conta pois uma pessoa poderia fazer uma viagem de mês e meio pelas brenhas do sertão imenso, passando simplesmente a água e pão.

Atualmente, a vida comum mais proverbial é cheia de prazeres e confortos.

Quanto a mim, já uso água quente até pra lavar as mãos, a qualquer momento, em hotéis, na casa alheia, na minha casa. Desfrutamos essa fartura com total indiferença.

Vai ver por isso é que as vozes do ponta-direita do Fluminense e de meu pai, Éverton, voltaram a soar, como sinos de Combray, depois de muitos anos de uma vida voraz e dissipada.

A tal torneira de água quente, por exemplo, é sempre mais quente do que se pode suportar. E o danado do aquecedor elétrico, lá debaixo da pia, só pode ser regulado pelo volume de água que a gente faz correr. Ah… eu me sentia muito mal de ver toda aquela aguaria jogada fora e lá me voltavam as vozes do pai e do ponta-direita.

Ocorreu-me fazer um cálculo e concluir que, com os dois banhos diários – sem desligar o chuveiro pra passar sabão –, mais as descargas do vaso sanitário, mais a lavagem da roupa, mais o cozimento de duas refeições, mais saciar a sede, assim pelo alto e esquecendo vários itens, eu consumia cerca de seis latas de água por dia. O que daria 120 litros. Nossa! Imaginei visualmente um tanque de 120 litros no meio da sala e me assustei.

Bem, a recomendação de Telê Santana era difícil de seguir porque, em São Paulo, fechar o chuveiro pra passar sabão dá um frio danado. Mas verifiquei que com a janela do banheiro fechada, fechando também a porta e a cortina do box, o ambiente se mantém morno por tempo suficiente pra passar sabão e até cantar uma boa Traviata.

Já para a torneira de lavar as mãos, depois de alguns estudos, vi que a melhor solução era abri-la um tempo para esquentar e fechá-la de repente para interromper o aquecedor. Como o próprio recipiente dela guarda uma quantidade razoável de água aquecida, é fácil tirar o sabão deixando escorrer bem devagar essa água que, com a interrupção anterior do jorro, permanece morna lá dentro. O novo cálculo me deu uma diferença de 60 litros: a metade.

Puxa! Afinal de contas, nós somos uma espécie que sabe fazer cálculos, o que pode afastar bastante certas arrogâncias. O fato é que agora sinto muita alegria toda vez que me lembro do meu pai ou do ponta-direita.
Tom Zé
Revista Piauí

domingo, 9 de março de 2008

8 de março é dia de lutar!

A mulher Sem Terra é duplamente oprimida, pela exploração do capital e por ser mulher. Não enfrentam somente as privações sobre seu próprio corpo impostas pela sociedade capitalista machista, mas também a dura caminhada pela sobrevivência na luta pela terra que lhes pertence e pela terra que é hoje devastada pela ambição produtivista imposta pelo capitalismo.

É por sabermos dessa condição que temos o 8 de março como dia de luta contra a opressão da mulher e do sistema que agudiza tal opressão. É nessa data também que apresentamos, principalmente, a pauta nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no que diz respeito ao modelo agrícola. Isso porque são sobretudo as mulheres quem sofrem o impacto do atual modelo agroexportador baseado na pilhagem da natureza e no sufocamento da produção camponesa por conta das grandes transnacionais.

É nesse momento que mulheres Sem Terra de todo o país mobilizam-se para o enfrentamento com o agronegócio, buscando mostrar à sociedade a existência de um projeto alternativo de agricultura, baseado na produção camponesa em pequenas propriedades que respeitem a biodiversidade, além de um projeto alternativo de sociedade, livre de critérios produtivistas e da cega lógica capitalista que torna impossível condições igualitárias para homens e mulheres.


8 de março é dia de lutar!

Entre o fim de fevereiro e o começo de março as mulheres socialistas do início do século XX na Rússia, na Europa e nos Estados Unidos celebravam seu dia de luta a partir de acontecimentos importantes: greves, manifestações, enfrentamentos.

Em plena Guerra Mundial, em 1917, na Rússia, as mulheres socialistas realizaram seu Dia da Mulher no dia 23 de fevereiro, pelo calendário russo. No calendário ocidental, a data correspondia ao dia 8 de março. Neste dia, em Petrogrado, um grande número de mulheres operárias, na maioria tecelãs e costureiras, contrariando a posição do Partido, que achava que aquele não era o momento oportuno para qualquer greve, saíram às ruas em manifestação; foi o estopim do começo da primeira fase da Revolução Russa, conhecida depois como a Revolução de Fevereiro.

Ao longo dos anos, o 8 de março foi se tornando um dia de valorização do fútil, da beleza, do comércio, da confraternização, porém cultivamos o princípio de sua criação como um momento em que as mulheres vão às ruas para se manifestar, fazer suas reivindicações.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Queremos a LAST FM de volta!

isso aki tá uma ditadura, mandaram a LAST FM pro paredón, parece até Cuba (rsrsrs)


Queremos a LAST FM de volta!!!


quinta-feira, 6 de março de 2008

Normandy do Triangulo Ltda.

Numa edição do jornal Local, Leila, uma leitora, escreveu uma carta, contando problemas com a Normandy, que hoje praticamente monopoliza as linhas intermunicipais em Valença (Rio, Niterói, Barra Mansa e Volta Redonda). Ela elogia um grupo de trabalhadores da CSN, que exigiram e (com muito custo!) conseguiram que a empresa reservasse um carro extra para a ida para Valença, véspera de carnaval.

A leitora comprou passagem para às 20:35h. O carro, que sairia às 18:50 chegou à rodoviária às 20:40h, com uma hora e meia de atraso. Ou seja, chegou depois do horário do próximo ônibus. O próximo chegou às 21:10h,junto com um ônibus extra. Essa a vitória dos trabalhadores: conseguir um ônibus extra.

Para quem não está acostumado a viajar de ônibus, pode parecer uma história incomum, que só deve ter acontecido esta vez. Ô. Já viajei muito do Rio pra Valença e já fiquei mais de quatro horas na rodoviária, em épocas de feriados, esperando ônibus. Coisa de irritar. Você paga mais caro num ônibus que sai as quatro (isso chegando na rodoviária à uma da tarde pensando em viajar às duas) e deixa de comprar o das 18h, que era mais barato. Moral da história? Nesse caso específico, o ônibus do meu horário saiu junto com o das seis e o das cinco, às 11 da noite.

Felizmente tenho andado pouco de ônibus. Felizmente porque esses problemas eram constantes, e porque a passagem era absurdamente cara. Não fosse isso, seria vantagem