quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ferramentas digitais para as eleições


Natália Mazotte, do Canal Ibase

As eleições municipais se aproximam e com elas a responsabilidade de eleger bons vereadores e prefeitos. Para facilitar um voto consciente, preparamos esta lista com algumas  ferramentas, disponíveis na web, que permitem desde o acompanhamento da atuação de um determinado político até a exigência de compromissos voltados a melhorias em sua cidade.

Verdade ou consequência
Neste site, produzido pela organização não governamental Meu Rio, o eleitor carioca pode optar por fazer uma pergunta ou exigir um compromisso dos candidatos a vereador do município, além de votar nas questões e demandas já feitas por outros eleitores. É bem simples participar e a ideia é que, com as respostas dos políticos, possamos escolher quem mais se aproxima do que consideramos prioritário para a cidade. Outra coisa bacana é que o código da iniciativa é aberto (veja aqui), o que permite que desenvolvedores repliquem a ideia em outros municípios.

Queremos saber
Inspirada no site inglês What do they know? (“o que eles sabem?”, em português) da organização My Society, a plataforma criada pela comunidade Transparência Hacker e pela Open Knowledge Foundation Brasil é uma mão na roda para os interessados em descobrir informações adicionais de candidatos que já passaram por algum órgão público. Basta escolher o órgão ao qual se deseja pedir informações e escrever o pedido. As perguntas e as respostas são automaticamente postadas em um banco de dados do site.

Guia das eleições
O portal UOL preparou um pequeno guia sobre as eleições, com as dúvidas mais frequentes dos eleitores. Não sabe o horário da votação? O que levar para votar? Como tirar o título eleitoral? Essas e outras questões são respondidas na página eletrônica.  Se você já sabe em quem votar, mas ainda está perdido em relação às regras eleitorais, este guia pode ser bem útil.

Excelências
Embora o Congresso Nacional não seja o objeto das eleições deste ano, mais de 90 parlamentares estão na disputa por um cargo de prefeito ou vice, como Gabriel Chalita (PMDB), que concorre à prefeitura em São Paulo, ACM Neto, em Salvador, e Rodrigo Maia, no Rio de Janeiro. Ou seja, antes de votar em um político que trabalha em uma das Casas legislativas, não custa conferir a atuação dele por lá. Afinal, se o seu candidato falta mais do que aparece em seus compromissos no Legislativo federal, o que lhe garante que será diferente em um cargo no Executivo municipal?

Basômetro
Seguindo a mesma lógica, é interessante avaliar como o seu candidato à eleição municipal se relaciona com o governo. Se o fisiologismo é um câncer político difícil de ser tratado, podemos ajudar evitando dar nosso voto aos parlamentares que votaram a favor de propostas duvidosas – como o novo Código Florestal ou a Lei Geral da Copa – apenas porque era de interesse da base (daí o nome, basômetro) governista. Criado pela equipe de jornalismo de dados do Estadão, o Basômetro traz visualizações da “taxa de governismo” de deputados federais por votações e por bancadas partidárias.

Vote na Web
Como a própria ferramenta da empresa Webcitizen se descreve, este é “um site para você se aproximar das decisões do Congresso Nacional que afetam diretamente a sua vida”. Na prática, os internautas podem consultar os projetos propostos pelos parlamentares em exercício e apoiar o que é, de fato, relevante, além de saber o que seu candidato anda propondo por aí. A navegação é simples e é possível filtrar os políticos por Estado e por cargo (senadores, deputados e presidentes).

Se você conhece outras ferramentas interessantes para o acompanhamento político, mande pra gente pela seção “Envie o seu texto”.

Programação Cine Glória 27/07 a 02/08

BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE (2D)
Classificação: 12 anos
Gênero: Ação
Horários: 14:50 (só 5,00 todos os dias)
18:00 e 21:10 Dublado  / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

VALENTE (3D)
Classificação: Livre
Gênero: Animação / Dublado
Horários: 17:15 e 19:15 / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 segunda-feira.

O ESPETACULAR HOMEM ARANHA (3D) – Últimos dias
Classificação: 10 anos
Gênero: Aventura, Ação
Horários: 21h30 Dublado / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

A ERA DO GELO 4 (3D) – Últimos dias
Classificação: Livre
Gênero: Animação
Horários: 15h15 Dublado / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

terça-feira, 24 de julho de 2012

'Pacificação seguirá curso previsto', diz Secretaria após morte de policial

Reproduzido do site do jornal O dia.

Rio -  A Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) divulgou uma nota, na manhã desta terça-feira, na qual lamenta "profundamente" a morte da soldado Fabiana Aparecida dos Santos. De acordo com a Secretaria, Fabiana é a mais recente vítima dos fuzis de alto poder utilizado por traficantes que ainda resistem à pacificação nos Complexos do Alemão e da Penha.

Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, estava lotada a apenas 4 meses na UPP Nova Brasília | Foto: Reprodução Internet.
 
"O processo de pacificação seguirá seu curso previsto na região, até que esteja consolidada a reconquista de território dessas comunidades, com sua devolução completa e pacífica à cidade do Rio de Janeiro. Já foram instaladas três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Complexo do Alemão (Nova Brasília, Fazendinha e Alemão), a UPP Adeus/Baiana e mais duas UPPs no Complexo da Penha (Fé/Sereno e Chatuba). Muito em breve, serão inauguradas mais duas UPPs no Complexo da Penha: Parque Proletário e Vila Cruzeiro", diz a nota.

A Seseg convocou a população dos Complexos do Alemão e da Penha e do Morro do Adeus/Baiana a colaborar com a Polícia Militar, através do Disque-Denúncia (2253-1177) e do 190, fornecendo informações que possam levar à localização e prisão dos criminosos responsáveis pela morte da soldado Fabiana.

Surpreendida após jantar
O resgate de Fabiana Aparecida, que morreu após ser baleada num ataque de bandidos a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na Zona Norte, na noite de segunda-feira, foi feito sob intenso fogo cruzado dos criminosos. Primeiro policial de UPP a ser morto em serviço e confronto com bandidos, ela tinha acabado de lanchar e foi ferida fora da sede da UPP, segundo colegas. O policiamento foi reforçado na região após o incidente.

"Recebemos um pedido de socorro dela pelo rádio e fomos ao local. Ela já estava baleada, caída do lado de fora. Eles (bandidos) deram muito tiro em cima da equipe. Só tivemos tempo de resgatar a colega e deixar o local rapidamente. Vi pelo menos três deles armados de fuzis", contou um dos PMs da UPP da Fazendinha que socorreu Fabiana. A policial foi atingida no abdômen. Levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do Alemão, na Estrada do Itararé, ela não resisitiu ao ferimento. Na viatura ficaram marcas de tiros e na porta e banco traseiros marcas de sangue da PM e pertences dela.

Segundo o mesmo PM, Fabiana tinha acabado de lanchar quando foi para o lado de fora da sede da unidade, por volta das 21h. Pouco depois, cerca de 12 bandidos armados de fuzis começaram a disparar contra a sede e o container de apoio da UPP, a uma distância de cerca de 20 metros. As marcas do confronto ficaram nas duas bases. Surpreendida e armada apenas com uma pistola, a soldado ainda trocou tiros com os criminosos. O tiro que matou a policial foi disparado de um fuzil calibre 7.62. O projétil atravessou frontalmente o colete e o corpo da militar e ficou alojado na parte traseira.

Cerca de 10 minutos antes ao ataque à UPP Nova Brasília, cerca de oito bandidos atacaram uma patrulha com dois policiais na localidade Pedra do Sapo, no Morro do Alemão. Os militares pediram prioridade a outras unidades da região. Ninguém ficou ferido. PMs suspeitam que este ataque tenha sido promovido pelos marginais para desviar a atenção dos PMs e atacar a Nova Brasília.

Fabiana estava lotada a quatro meses na UPP Nova Brasília. Ele tinha se formado a cerca de um ano. Ainda segundo colegas de farda, a irmã dela também faz curso para ser policial. A família é natural de Valença, no Sul Fluminense, divisa com Minas Gerais. "Ela era jovem e tinha o sonho de ser policial, mas infelizmente seu sonho durou pouco. Foi mais curto que poderia imaginar”, disse um deles revoltado.

Após o ataque, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) entraram na comunidade. Policiais do Batalhão de Choque (BPCHoque) e do 16º (Olaria), 22º (Maré) e 4º (São Cristóvão) batalhões reforçam o policiamento nas vias de acesso às comunidades do complexo do Alemão. Durante a madrugada não foram registrados novos conforntos ou prisões. A informação de que uma outra pessoa teria sido ferida na ação dos bandidos não foi confirmada.
O Rio tem 25 UPPs, com 5.500 PMs.


vq // 42 // Tirinhas

Por André Dahmer


Encontro anual dos donos do mundo

Quadrinhos dos anos 10

VQ // nº 42 // Poesia

Apelo valenciano

Por Alexsandro Ramos

Valença, minha eterna oficina,
meu palco de sonhos e desejos,
minha vida que aqui se passa
em casa ou num banco de praça
mostra um valenciano de raça
que não para de sonhar.

Como esse povo que aqui vive
entre atos e barreiras,
vendo a praça da bandeira
como uma ruína a te olhar.
Que saudade do casarão,
que, em olhares distantes, foi transformado em vitrines
de um jeito tão sublime
um aquário de solidão.

Minha pacata Valença,
povo de muita crença de fé e religião,
que sempre teve cultura,
hoje por uma política obscura
se perde na imensidão.

Imensidão que hoje é fato,
cadê o nosso teatro,
nossa grande oficina
que hoje vejo ruínas;
tijolos, ferragens e matos.

Sonho com uma Valença de cultura e de glória,
um palco de muitas histórias,
que ainda vão ser contadas.
Quero viver feliz,
longe da ambição e da guerra
e pedir aos governantes:
SALVEM NOSSA PRINCESINHA DA SERRA!

VQ // nº 42 // Navegando

Conteúdo livre
Cumprindo o compromisso assumido, a bola da vez é uma dica de leitura:

www.sergyovitro.blogspot.com.br

Como o próprio nome diz, a ideia é libertar informação. Mas não é qualquer conteúdo. O blog publica diariamente colunas e textos de opinião dos principais jornais do país. É uma espécie de clipping focado em cultura, política e economia. A página existe desde 2009 e preza pela simplicidade. Os textos são corridos na página principal e a ordem é apenas cronológica. O importante é: se há algum texto do Caetano Veloso, da Eliane Catanhêde ou do Vladimir Safatle sendo comentado nas redes sociais, pode procurar no Conteúdo Livre que você vai achar. Eventualmente, textos que fogem da temática do blog, mas tratam de assuntos muito debatidos, também são disponibilizados. É o que explica, por exemplo, colunas do José Simão, da Folha de São Paulo, perdidos em meios a colunistas e entrevistas de ex-presidentes. O que vale é o acesso livre ao conteúdo diário que circula pelo país. Esse é para visitar todo dia. Boa leitura!

Se você visitou o blog Conteúdo Livre, escreva contando se gostou. E se tem algo para recomendar, escreva também. Esta é uma sessão aberta a sugestões.
valencaemquestao@yahoo.com.br



segunda-feira, 23 de julho de 2012

VQ // nº 42 // Entrevista

‘Não escrevo para acomodar,  
escrevo para incomodar

Fotos VQ
Ilustração João Paulo Maia




Com seis livros publicados, o poeta Carlos Brunno, de 33 anos, é professor de português e gosta de lembrar que todos os seus livros foram “editados de forma independente”, com o apoio de amigos, em especial de Felipe Duboc, que colaborou na diagramação dos últimos livros. Nos lançamentos, ponto alto de suas publicações, sempre realiza Saraus, com a presença constante do grupo Arte e Ofício. Nascido em Barra do Piraí, mas passando a juventude em Valença, Carlos Brunno S. Barbosa teve seu caminho trilhado pela leitura: “Sempre trabalhei com papel. Trabalhei na editora Valença, no jornal Correio do Vale, na fábrica de papel em Barra do Piraí e como professor. Logo, o papel sempre me seguiu”, comenta. Ele é um dos integrantes do Sarau Solidões Coletivas, que se apresenta no lançamento das edições do VQ, além de realizar e participar de diversos outros saraus. A conversa com o poeta se deu na Praça do Bairro São José das Palmeiras, que já serviu de inspiração para diversos poemas, mas hoje se encontra degradada. A seguir, leia os principais trechos do bate-papo.

Trabalho
Com 15 anos comecei a trabalhar na Editora Valença e foi lá que comecei a conviver com o mundo da literatura. Já escrevia, mas ali eu começo a conviver mesmo. O jornal Correio do Vale foi onde publiquei meus primeiros poemas, porque tinham buracos e eles me chamavam para preencher. No jornal eu era o office boy, quem pegava as notícias de cultura, entregava o jornal, revisava e ainda pegava as notícias de assessoria de imprensa.

Estímulo à poesia
Eu adorava o rock da década de 80. Minha formação é toda do rock, mas sempre gostei de ler. Eu estudava no Theodorico Fonseca e a professora de literatura era a Ieda – que não sei o sobrenome e nunca mais a vi, mas foi quem me fez entrar para o mundo da literatura. Eu estava no primeiro ano e ela declamava Camões com muita empolgação. Aprendi a amar literatura com ela.

Quando teve o intercolegial [as escolas realizavam competições de música, poesia e teatro] eu não escrevia poemas, mas como tinha notas boas o pessoal da turma falou que eu teria que escrever. A professora Ieda apoiou essa ideia. Aí os três CDFs da turma escrevem: eu, Carlos Rodrigo e o André Diniz. O poema do André era muito bom. O meu poema, honestamente, não tinha como ganhar e fui desclassificado. O André e o Carlos Rodrigo também foram eliminados. E a que ganhou foi uma sobre o Ayrton Senna e o Denner (jogador do Vasco), que tinham morrido recentemente. Só que era uma coisa assim: “Senna era piloto, Denner era jogador de futebol, os dois morrem na estrada da vida”. Era muito ruim. E ele classificou e o André não. Sabe aquele lance de você comprar a briga dos outros? Pra me deixar mais irritado, descubro que o vencedor era filho de professor, e era comum os filhos dos professores ganharem.

No ano seguinte concorro pelo Theodorico a um concurso estadual da Biblioteca Euclides da Cunha e ganho a menção honrosa (que significava ficar entre os três primeiros). Eles ganham o municipal e eu ganho o estadual. Foi aquela coisa meio de birra. Aí que vi o apoio da Escola. Eu fui pro Rio receber o prêmio, mas era num dia de prova. Pedi segunda chamada, mas não me deram. Me ferrei. As escolas não tinham esse costume. Hoje como professor mando meus alunos para todo concurso que tenha área juvenil. Mesmo assim você vê escola que a direção não apóia.

Educação
Nossa educação hoje tem política demais influenciando no trabalho do professor. A gente fala tanto de bullying, mas é o professor que mais sofre bullying pelo Estado e município. O que também atrapalha muito, especialmente as políticas municipais, é o excesso de projeto político que interfere no projeto pedagógico. É muita gente de fora interferindo no trabalho pedagógico do professor. Tem muita política nisso tudo. E perseguir o professor faz parte da política, porque o salário dele está defasado, faz parte dessa política que é uma forma de justificar que ele trabalha mal, e você paga pouco.

Porque ser professor
Eu tinha uma tia, professora, que me dava livros e me levava pra escola dela quando eu tinha oito anos. Ela me deixava na biblioteca. O que uma criança faz na biblioteca? Ela não pode falar, não pode correr. Eu pegava os livros. Ela me fez ler.

Acredito também que se houver uma revolução, ela não será política. Ela será educacional e cultural. Se você tem um grupo bem educado, estruturado, você impede por exemplo que ele se deixe levar pelo consumismo, de ser enganar por um político sacana. Ele vai estudar história para o político não enrolar ele.

Isso é o que me motiva. Eu demoro pra fazer a faculdade. Eu termino o Ensino Médio em 1996 e por razão de trabalho, de ajudar em casa, tive que trabalhar, ao invés de escolher a faculdade. Se eu fizesse uma federal, fora de Valença, não daria pra trabalhar pra ajudar em casa. Aí trabalhei em fábrica, e é nesse momento que escolho fazer Letras. Foi a professora Ieda que mudou meus rumos. Eu queria ser desenhista. Eu sei o poder que o professor tem, de construir ou destruir um sonho.

Tradição
Em Valença impera o tédio. A queda do Casarão das Artes simboliza a queda da Rua dos Mineiros, a queda de uma certa tradição adolescente, de ficar ali. Tinha o Bar do Santana, o Fliperama. A sensação que tenho é que a gente tem perdido algumas raízes, tinha ali aquela aglomeração em volta daquele espaço. Sem querer a gente fazia a tradição. Hoje em dia está muito espalhado, algumas culturas não ajudam, como a cultura dos proibidões do funk. Isso preocupa, porque as novas manifestações consideradas culturais, alienam ao invés de enriquecer. Isso reflete na educação, reflete em falta de atenção, em gravidez precoce. Acho que a juventude está muito perdida.

Trevas coloridas
Hoje vivemos a ditadura da alegria. Você tem que estar sempre sorrindo, sempre em festa. Se você fala que está triste, é excluído do grupo. Você não tem mais o direito a uma certa individualidade. É tudo programado para você sorrir, ser feliz, comprar. Seguir a vida como se não tivessem várias coisas incomodando. E se você não fica triste você não pensa. Quando a gente fica feliz a gente fica meio besta. É o que eu chamo de “trevas coloridas”. Todo mundo é a favor de todos os sexos, todas as cores, ninguém é racista, todo mundo sorri. E se você fala que é contra, você não entra, é excluído, é esquecido. A pedagogia hoje em dia tenta investir nessa ditadura da alegria.

Arte valenciana
A gente tem muita arte em Valença. Em cada esquina você encontra um artista, alguém que declama, toca violão, escreve. Mas faltam eventos culturais na cidade. Tem artista mas não tem espaço. São as cinzas do Casarão, é o teatro Rosinha que está caindo. Você não tem onde aglomerar nem marcar um evento para promover esses artistas. A prefeitura tem o espaço de arte, mas de segunda a sexta até às 5 da tarde. Então quem trabalha não pode participar? O outro espaço é a Casa Léa Pentagna, que até abrem para eventos alternativos, mas tem todo um ranço elitista.

Isso faz com que os atores fiquem cada vez mais espalhados. Por exemplo o Edinho Batera, que tem um bloco que trabalha com a madeira, com material que a gente joga no lixo, e que não tem divulgação. Você tem o Wallace Remf que já ganhou concursos de Rap no Rio e se ele não te fala você nunca vai ficar sabendo.

Eu lembro de um sonho do Kareca. Ele dizia que a praça dos sonhos dele era o Jardim de Cima virar a praça dos artistas, de fazer uma concha acústica, etc. Você tem artista na cidade, mas não tem um local para agregar. Isso que o Kareca falava. E também não tem apoio. É aquela história, que infelizmente não é só em Valença: “qual é o seu partido, de onde você é, qual é o seu sobrenome, o que você quer com isso, o que eu ganho com isso?”.

Em cidades como Valença, a gente precisa apoiar a arte local, se não ela desintegra. Se você só apóia as coisas de fora, ela vai ser engolida. Se a gente se pensa como um local turístico – que é o que mais ouvimos sobre Valença vindo dos políticos – você precisa ter uma cultura local forte.

Apoio cultural
Em janeiro de 2008 a gente fez o “Universos culturais em Valença” para agregar a galera. A gente teve até um certo movimento, apesar da chuva. Foi no Teatro Rosinha – um dos últimos eventos lá, com goteira porque choveu. Aí reclamaram que os músicos beberam dentro do Teatro – mas eles não estavam ganhando nada, não quebraram nada, não fizeram nenhuma sacanagem. Agora querem que os caras não bebam? Isso porque não foi ninguém da Secretaria de Cultura, foi apenas a atendente. A única coisa que a gente pediu foi o som e o espaço.

Depois do evento, eu volto pra Teresópolis para trabalhar, eu não consigo mais fazer contato com a secretária. Ela nunca estava aqui na sexta-feira, que era quando eu conseguia estar. Quando eu volto, o Aílton Faria, artista plástico que organizava o evento comigo, disse que tentou, que a Secretaria marcava e remarcava e nunca o atendiam e que eles não aceitavam que os artistas bebessem. Pensei comigo, não tem lógica. O cara está fazendo a arte dele, se expondo de graça, e você ainda quer cobrar um puritanismo? Pra mim era arrumar desculpa para não apoiar.

Poesia x rebeldia
Ferreira Gullar fala que a poesia nasce do espanto. Você toma um susto quando tem uma dor na coluna e aí você descobre que ela existe. Quando ela dói você percebe a presença dela. Esse incômodo com a existência, com o que se passa a sua volta. É uma outra forma de você olhar o que está muito tranquilo. Eu acho que a poesia tem relação com a rebeldia. Pelo menos a minha nasceu muito de rebeldia. 70% sem causa e 30% porque diziam que jovem não tem o que falar. Se eu não posso falar eu escrevo. A jogada foi essa.



domingo, 22 de julho de 2012

VQ // nº 42 // Homofobia

O bonde da contemporaneidade

Com a proposta de emenda constitucional para garantir o casamento civil igualitário e o apoio da sociedade, é possível retirar gays e lésbicas da condição de pessoas de segunda categoria

Por Jean Wyllys
Ilustrações Débora Vaz



No Dia Internacional do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), comemorado 28 de junho, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República anunciou pesquisa que registra cerca de 280 assassinatos relacionados à homofobia em 2011. Juntamente com a ocorrência de quase sete mil denúncias de violações aos direitos humanos desse segmento da população durante o mesmo período, esses números fazem do Brasil o primeiro no ranking mundial de crimes de ódio motivados por homofobia. A estatística – imprecisa, diga-se de passagem - expressa o ódio que abate hoje muitos homossexuais no Brasil e viola outros tantos direitos.

A homofobia se expressa letalmente por meio das agressões dos assassinatos, mas também, e sobretudo, por meio da violação de direitos. Ela vigora em diferentes instituições e espaços, da família, passando pelas escolas e igrejas, que são reprodutoras da homofobia, e até mesmo no Congresso Nacional, onde vários deputados se organizam politicamente pra impedir que a cidadania avance e contemple os LGBT. Nós, LGBT, somos alijados de mais de 70 direitos - somos cidadãos de segunda categoria.

O que muita gente não entende – e isso fica bem claro com as abordagens que recebo de pessoas perguntando o porquê de nos preocuparmos tanto com “um número tão baixo” de mortes, sendo que milhares de heterossexuais são assassinados anualmente – é que, sim, cada um/a de nós está sujeito à violência urbana, mas há um tipo de crime de ódio que assola somente a comunidade LGBT (e principalmente as travestis, as que mais sofrem com a transfobia e discriminação). Esse tipo de crime motivado por ódio é, por exemplo, o que faz com que um assassino arranque o falo de sua vítima e o enfie em sua boca enquanto a esfaqueia mais de 50 vezes. Quando uma pessoa pratica esse tipo de crime, não está tentando atingir e aniquilar somente sua vítima, mas sim uma comunidade inteira.

Direitos iguais?
Apesar de hoje existir a tipificação do crime específico de racismo, ainda não há legislação que puna a homofobia. No Brasil, a violência não é institucionalizada, o Estado não pune a homossexualidade como em outros países. Aqui, as mortes acontecem no vácuo da legalidade. Estamos carentes de políticas públicas que instruam e construam nas pessoas um espírito republicano. Precisamos de engajamento dos meios informais de educação no sentido de ensinar à população que você pode até discordar de determinados modos de vida, mas você não pode negar direitos.

O mundo mudou, as famílias mudaram, e as leis têm obrigação social de acompanhar essa evolução, mas a sociedade brasileira não reconhece as relações homoafetivas como dignas e geradoras de direito. Algumas conquistas no último ano marcaram um avanço na garantia de direitos da população LGBT, mas a comunidade LGBT apresenta diversas demandas que estão sendo ignoradas pelo Poder Público e a homofobia está implícita na ordem legal, uma vez que o ordenamento jurídico não concede os mesmos direitos a todas as pessoas sem distinção de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.

Em 2011 o Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Em maio deste ano, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa aprovou projeto de lei da senadora Marta Suplicy (PT-SP) que introduz no Código Civil a união estável entre casais homossexuais e a possibilidade da conversão dessa união em casamento civil.

Criminalização da homofobia
No esforço de combater a homofobia, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 122/2006 que visa criminalizar a homofobia. O projeto altera o Código Penal para que este defina e puna os crimes resultantes de preconceito de raça, cor, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Desde o início, o projeto é objeto de divergências entre a bancada cristã/evangélica fundamentalista e os militantes da causa. O projeto já passou pela Câmara dos Deputados e aguarda votação do Senado. No entanto, as possibilidades de aprovação em ambas as casas e promulgação do projeto continuam parecendo mínimas.

É claro que a criminalização da homofobia, que o PLC-122 propõe é importante, justa e necessária, mas, em todo o mundo, a militância LGBT entendeu que a pauta precisava ser trocada e que, mais modificador da sociedade do que a criminalização da homofobia é o reconhecimento do casamento civil igualitário, que garante a todas e todos os mesmos direitos com os mesmos nomes. 
Em matéria de Direitos Humanos, mais importante que pensar em pessoas encarceradas e punições severas, seria pensar em pessoas livres para amar e livres de violência. O Estado brasileiro deve, antes de punir os homofóbicos, ser um exemplo de respeito às diferenças e de garantia dos princípios fundamentais sem qualquer discriminação no acesso ao direito.

Casamento civil igualitário
A comunidade LGBT paga impostos, vota, contribui para a Previdência Social e declara imposto de renda como todos os outros cidadãos do país. No entanto, esses mesmos cidadãos, iguais aos outros nos deveres civis, não podem constituir família com a pessoa amada, não podem adotar filhos, não podem incluir seu companheiro como dependente no imposto de renda, não podem constituir plano de saúde conjunto e nem somar a renda do companheiro para financiar uma casa própria.
Por isso estou propondo ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir o casamento civil igualitário. O texto proposto, que tem a deputada Erika Kokay (PT-DF) como coautora, altera o artigo 266 da Constituição Federal para a seguinte redação:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1.º O casamento é civil e é gratuita sua celebração. Ele será realizado entre duas pessoas e, em qualquer caso, terá os mesmos requisitos e efeitos sejam os cônjuges do mesmo ou de diferente sexo.
§ 2.º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3.º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre duas pessoas, sejam do mesmo ou de diferente sexo, como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.


O objetivo maior de desqualificação pública da homofobia deve começar pela concessão dos mesmos direitos, com os mesmos nomes para todos. O objetivo da PEC é contribuir para uma mudança sociocultural na sociedade que altere como a sociedade encara e lida com a homossexualidade – que nada mais é do que mais uma expressão da orientação sexual de um indivíduo – e retirar gays e lésbicas da condição de pessoas de segunda categoria. 

A sociedade já começou a entender a importância que o respeito à igualdade e a dignidade das pessoas LGBT e de outras minorias tem para uma sociedade democrática e, com o pontapé do meu mandato, lançou uma campanha que busca expressar e mobilizar o apoio de diversos setores da sociedade brasileira à PEC. A campanha será lançada em vários estados e conta com o apoio de artistas como Arlete Salles, Chico Buarque, Caetano Veloso, Zélia Duncan, Ivan Lins, Wanessa, Mônica Martelli, Mariana Ximenes, Ney Matogrosso, MV Bill, Alexandre Nero, Gutta Stresser, Sérgio Loroza, Tuca Andrada, Cláudio Lins, Alexandra di Calafiori, Preta Gil, Maria Ribeiro, Fabiula Nascimento, Rita Ribeiro, Sandra de Sá, Jusara Silveira, Mariana de Morais, Neville d’Almeida, Luiz Carlos Lacerda, Robert Guimarães, Fabiana Cozza e Lan Lan.  Todos participaram da campanha de forma gratuita e solidária.

Esta campanha é de todas e todos, e esperamos contar com a participação e o compromisso de líderes de todos os partidos para construirmos juntos no Congresso uma coalizão pela igualdade que permita a aprovação da PEC. Nós aprendemos muito com o processo nos países onde o casamento igualitário foi aprovado e o debate em cada um deles mostrou que, quando o tema deixa de ser silenciado, os argumentos contra a igualdade caem. Vamos vencer essa luta que fará do Brasil um país melhor, mais justo e mais civilizado. Como disse o cineasta Luiz Carlos Lacerda, que participa da campanha, “o Brasil não pode perder o bonde da contemporaneidade”.


Jean é deputado federal pelo PSOL-RJ e escritor
 

sábado, 21 de julho de 2012

VQ // nº 42 // Política

Quem é aliado de quem mesmo?

O jogo político valenciano continua gravitando em torno de lideranças individuais e de famílias tradicionais. Mas Valença precisa de algo mais sólido do que simpatias e antipatias pessoais ou familiares de ocasião ou conveniências meramente eleitorais

Por Paulo Roberto Figueira Leal
Ilustrações: João Paulo Maia


Definidas as seis candidaturas na disputa pela prefeitura de Valença, algumas constatações saltam aos olhos: a mais óbvia é a tibieza dos partidos. Há coligações que reúnem partidos que há décadas são adversários históricos no cenário nacional, amalgamando siglas que vão da esquerda à direita (por exemplo, o PT aliado ao DEM; o PP aliado ao PSB). Há também a clara e inequívoca reafirmação de que o jogo político valenciano continua em grande parte gravitando em torno de lideranças individuais e de famílias tradicionais.

A maior parte dos diretórios municipais dos partidos constitui mero aglomerado de cabos eleitorais e/ou candidatos a vereador agregados a esses projetos de poder organizados em torno de indivíduos ou famílias. E é sintomático que, no curto espaço de quatro anos (numa eleição realizada, em 2008, nas duas eleições marcadas e desmarcadas em sequência, e na que virá em 2012), adversários viraram aliados, voltaram a ser adversários, transformaram-se em aliados novamente – ou o contrário...

Exemplos não faltam: em 2008, Vicente Guedes foi eleito com apoios da família Graça e da família Graciosa; Luiz Antonio, que tinha um vice do PT, renunciou para apoiar Álvaro Cabral – nesse processo, naquela reta final da campanha, parte do PT, que até então criticava violentamente Vicente, veio a pedir votos para ele. Durante o governo, Vicente reaproximou-se da família Corrêa, afastou-se dos Graça e dos Graciosa.

Com a saída temporária do prefeito, na última das duas eleições não realizadas, em 2011, Luiz Antônio/André Corrêa rejeitaram apoiar Álvaro (candidatura pela qual Luiz Antônio abandonara a disputa, em 2008, para derrotar Vicente), lançando Paulinho da Farmácia. Já o PT, que em 2008 indicara o vice de Luiz Antonio (e, diante da desistência dele em favor de Álvaro, aproximou-se de Vicente no final da campanha), em 2011 seguiu Álvaro, assim como parte do grupo mais ligado à família Graciosa. 

Na campanha que se avizinha, o grupo de Luiz Antônio/André flertou com Fernandinho Graça (aliança que seria curiosa se avaliada em perspectiva histórica, à medida que nos últimos 40 anos a oposição Fernando Graça/Luiz Antônio foi a base de vertebração da política valenciana), chegou a cogitar apoio a Álvaro ou Rômulo, e enfim decidiu-se pela candidatura própria de Saulo Corrêa, com apoio do governo estadual.

Álvaro vem apoiado por aliados tradicionais, mas também pelos Graciosa e pelo PT. Fernandinho Graça caminha com menos partidos – mas é digna de nota a surpresa produzida pela indicação de Regina Magalhães como vice. Lideranças partidárias como Felipe Camelo (cujo PR lançou agora Fábio Ramos como candidato próprio) e Rômulo Milagres (indicado pelo PSDB) já foram, em pleitos anteriores, aliados e adversários de alguns desses campos organizados em torno, por exemplo, dos Graça, dos Graciosa, dos Corrêa ou de Álvaro.

Ufa! Em resumo, em curto período, quase todo mundo esteve próximo e distante de quase todo mundo. Definitivamente, os últimos anos da política valenciana demonstraram que, além de fortemente desideologizadas e altamente personalizadas, as alianças foram quase sempre construídas ou sepultadas em função de cálculos eleitorais ou problemas pessoais/familiares de curto prazo, muito mais do que em função de um eixo programático comum a ser ofertado à sociedade.

Quais foram os programas de governo que orientaram aproximações/afastamentos? Que ideias minimamente organizadas justificaram as composições e, mais especificamente, as bruscas mudanças de posição nesse curtíssimo período de tempo? E mais importante: que programas (partidários, ideológicos, de políticas públicas) serão ofertados em 2012?   

Exceção a esse quadro é a candidatura de Chico Lima (PSOL), com apoio do PCB. De um partido muito pequeno e sem estrutura, apresenta um discurso claramente ideológico e, mesmo diante de todas as limitações, talvez seja a garantia de que algumas questões politicamente relevantes serão discutidas num viés que não seja somente pragmático.

Mas é pouco. As lideranças que disputarão o próximo pleito estão obrigadas a oferecer mais do que histórias de ódio eterno que se traduzem, de tempos em tempos, em declaradas paixões profundas (e vice-versa). Valença precisa, como cimento para uma proposta política capaz de levar o município adiante, de algo mais sólido do que simpatias e antipatias pessoais/familiares de ocasião ou conveniências meramente eleitorais.

Paulo Roberto é professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), autor de diversos livros, entre eles “O PT e o dilema da representação política” e “Mídia e identificação política” 




sexta-feira, 20 de julho de 2012

VQ // nº 42 // Lançamento da edição

O lançamento da edição 42 do VQ será amanhã, di a21, no Costelão, na Rua Getúlio Vargas, a partir das 18 horas. Estão todos convidados. Além da distribuição do jornal, teremos o Sarau Solidões Coletivas se apresentando.

VQ // nº 42 // Editorial

Que Valença queremos?

As eleições estão aí, mas que programas teremos para nossa cidade que ultrapassem interesses eleitorais?

As campanhas eleitorais para as eleições municipais de outubro já estão nas ruas. Nesta edição, o VQ apresenta uma análise das candidaturas e suas parcerias/coligações, de autoria do professor Paulo Roberto Figueira Leal. O autor já começa perguntando: quem é aliado de quem mesmo? Pode até parecer cômica, mas essa pergunta dentro da política valenciana transparece bastante seriedade. O que temos visto ao longo de nossa história política são as mais variadas coligações, todas elas muito mais preocupadas em eleger determinados candidatos do que pensar em programas de governo para Valença.

A exceção hoje é a candidatura do Psol, encampada por Chico Lima. Esse é um dos motivos que faz boa parte dos integrantes e colaboradores do VQ simpatizarem com sua candidatura. Isso, no entanto, não significa que o VQ de agora a outubro fará campanha para o candidato em suas páginas. Continuaremos críticos a todas as candidaturas. Porque então expor essa simpatia? Simplesmente porque enxergamos em Chico Lima uma mudança necessária na política valenciana, que passaria a ser pautada pelos interesses da população e dos movimentos sociais. Também achamos importante citar essa preferência para deixar claro para o leitor de que lado estamos.

Além das eleições, o VQ levanta o debate de outro tema importante não só para Valença, mas para o país. O deputado Jean Wyllys escreveu, com exclusividade para o VQ, artigo que aponta caminhos concretos – inclusive com uma proposta de emenda constitucional – na perspectiva de retirar gays e lésbicas da condição de cidadãos de segunda categoria. Mais importante do que a criminalização da homofobia, diz o deputado, é respeitar as diferenças e a garantia de direitos iguais para todos, independente da orientação sexual. Esse é o caminho para uma sociedade mais justa.

O entrevistado desta edição é o poeta Carlos Brunno. Atualmente ministrando aulas de português em Teresópolis, é idealizador do Sarau Solidões Coletivas, que se apresenta nos lançamentos das edições do VQ. Essa semana, dia 21 de julho, o Sarau será realizado no Costelão, na Rua Getúlio Vargas, a partir das 17 horas. Estão todos, como sempre, convidados. Na entrevista, Carlos Brunno fala de poesia, claro, mas também da cultura e da arte em Valença.

Fechando nossa última página, o poeta Alexsandro Ramos solta o verbo na poesia “Apelo valenciano”, cumprimos o compromisso e apresentamos um site que “liberta” textos publicados nos grandes jornais brasileiros e André Dahmer completa a última página com os “Quadrinhos dos anos 10” e “Encontro anual dos donos do mundo”.

Há ainda que destacar a contribuição de Débora Vaz, que ilustra as páginas do artigo de Jean Wyllys, e o artista valenciano João Paulo Maia, autor das caricaturas que ilustram a capa desta edição.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Programação Cine Glória 20 a 26 de julho

O ESPETACULAR HOMEM ARANHA (3D) e (2D)
Classificação: 10 anos
Gênero: Aventura, Ação
Horários em 2D: 16h00 Dublado / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.
Horários em 3D: 17h00 e 21h30 Dublado / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

A ERA DO GELO 4 (3D)
Classificação: Livre
Gênero: Animação
Horários: 15h00, 19h30 Dublado / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

A BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR (2D) – Últimos dias
Classificação: 12 anos
Gênero: Aventura / Dublado
Horários: 18h45 / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

SOMBRAS DA NOITE (2D) – Últimos dias
Classificação: 14 anos
Gênero: Terror, Mistério e Suspense / Legendado
Horários: 21h10 / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

Dia 27 de julho estreia: BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE e VALENTE (3D).

cinegloria.com.br
facebook.com/CineGloriaValenca
Tel: (24) 2453 3040

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Corja.

A tragedia vem desde CABRAL, onde o PEZÃO da corrupção pisa na cabeça do povo, que nem com coça de CORREIA aprendeu a votar e afogar os corruptos em suas PICCIANAS de champanhe. Enquanto isso, a gente fica LULA lelé e assiste passivo a SERRA eletrica do sistema economico acabar com a natureza e a dignidade humana. Mas eles dizem que não ha nada a TEMMER, pois esta país é DILMAis rsrs! 




"Eu te amo Renato" será filmado em Valença

Fazer uma homenagem diferente e ao mesmo tempo criativa a um cantor que é considerado por muitos um ídolo que mudou e incentivou uma geração de jovens.

É assim que o diretor Fabiano Cafure teve a ideia de criar o longa metragem de ficção "Eu Te Amo Renato", que será filmando em Valença, a partir de setembro. O filme presta uma homenagem ao cantor e compositor Renato Russo.

Memória: Filme presta uma homenagem ao cantor e compositor Renato Russo


Segundo Thiago Fraga, diretor de Planejamentos e Projetos do Instituto Kreatori, este projeto tem como objetivo a captação de recursos para filmagem, produção, finalização e distribuição do longa, onde a plataforma digital é o principal meio de veiculação do filme, adotando a licença do "Criative Commons" para definir os usos permitidos à coletividade da produção.

- A plataforma digital será o principal meio de vinculação do longa, que adota a licença "Creative Commons" para definir os usos permitidos à coletividade da produção - fala, explicando que "Criative Commons" é um projeto sem fins lucrativos que disponibiliza licenças flexíveis para obras intelectuais.

- Partindo da ideia de "todos os direitos reservados" do direito autoral tradicional, a licença "Creative Commons" foi recriada e transformada em "alguns direitos reservados". Ideal para obras autorais que utilizam a web como meio de vinculação - argumenta.

Além de usar essa licença, os produtores do filme optaram pelo modelo de financiamento coletivo conhecido como "crowndfunding". Nele, pessoas e empresas podem investir diretamente no projeto.

- Em contrapartida, há diversas recompensas que vão desde agradecimentos nas redes sociais, kit promocional, figuração em uma cena do filme, até a cota de patrocinador master nos créditos iniciais e finais do filme. Para participar, a pessoa precisa acessar o site do financiamento coletivo até o dia 3 de agosto - explica.

Thiago acrescenta que o filme foi exclusivamente pensado para a veiculação na web e tem previsão de ser lançado em dezembro deste ano.

- Através do meio digital é possível atingir um número de receptadores que amplia o universo de público atingido por outros meios de comunicação. A nossa previsão é que o filme seja lançado em dezembro deste ano - adianta.

O diretor Fabiano Cafure nasceu em Valença, e o filme "Eu Te Amo Renato" é sua segunda produção na cidade.

- O Fabiano nasceu em Valença e o longa é o segundo que ele filma na cidade. O primeiro foi um documentário sobre a folia de reis, filmado no ano passado - salienta.


Sinopse

O filme se passa em 1996 e narra à história de três jovens. No cenário musical, uma grande perda para a geração Coca-Cola, morre o músico Renato Russo.

Neste contexto, o longa metragem é uma homenagem ao artista, responsável por inspirar os jovens da época a viverem de acordo com os seus próprios ideais. A trilha sonora do filme é quase toda composta de músicas da banda Legião Urbana, assim como de outros artistas da época, como Raul Seixas e Cazuza.

Com concepção do diretor Fabiano Cafure, e roteiro original elaborado por Fabiano Cafure e pela atriz Diana Hime, o longa trata da relação de três jovens entre 17 e 25 anos, residentes na cidade de Valença, interior do estado do Rio de Janeiro. Beto e André são valencianos e amigos desde a infância, e Adriana é uma carioca que vai a Valença com a intenção de cursar Medicina. As circunstâncias levam os três personagens a um destino inesperado.

O filme narra a história desses três jovens de forma lírica e poética, e desta forma, é destinado ao público jovem, a partir dos 14 anos, sendo apreciado por todos os adultos que viveram sua juventude na mesma época do filme.


Serviço

Para participar do financiamento coletivo do filme ‘Eu Te Amo Renato' sendo um dos investidores, é preciso acessar o site [catarse.me/pt/projects/729-producao-e-edicao-do-longa-metragem-eu-te-amo-renato].

O longa será filmado em setembro, na cidade de Valença. O lançamento está previsto para dezembro deste ano. Mais informações pelo telefone (21) 3734-4326.


Retirado do site do jornal Diário do Vale

quinta-feira, 12 de julho de 2012

SHOW DA XUXA


Hoje vai ter uma festa... bolo e guaraná, muito doce pra você! Foi dada a largada pra grande festa da democracia brasileira. Bolo, guaraná, churrasco, cerveja, cesta básica, promessa de emprego, saúde e educação... lá vem a eleição! Quem será o timoneiro que vai tirar a Nau Valenciana de águas tão tormentosas?

Capitaneando as esperanças do nosso povo, uma dúzia de corajosos(as) apresentou-se de imediato. PRB, PSOL, PR, PP, PSDB e PSD são as partes que vão pra disputa do voto em Outubro (se bem que na tenda espírita do Pai Samironga, uma entidade já manifestou a certeza de que até lá, depois de muito xingamento e ofensa mútua, alguns destes desistem e se abraçam no palanque do Jardim de Cima).

A semana das convenções partidárias começou com a expectativa do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do estelionato eleitoral que acometeu Valença nos últimos quatro anos. Nunca na história desta cidade tantas pessoas “de bens” foram arregimentadas e acreditaram no “novo” que vinha do município vizinho. Como só os profetas enxergam o óbvio, não percebemos que o novo vinha mais mofado que pão bolorento (assim como não enxergamos a quem preferencialmente serve a Justiça e seus Tribunais numa sociedade de classes).

Logo nos três primeiros meses da “novidade”, o estelionato deu as caras no caso emblemático da CEDAE, no aniquilamento dos conselhos independentes, como Conselho da Cidade, e o Plano Diretor do Município ser rasgado, com a conivência da indefectível Câmara de Vereadores de Valença. O que sucedeu depois daí foi uma ópera-bufa de atores despreparados e seus atos tragicômicos: a demolição do Parque de Exposições, a tragédia do Teatro(?) Rosinha, o fundo sem fundo (PREVI-Valença), a fábrica que não fabrica (Metalúrgica) o caos na Saúde, a farra dos cargos comissionados, a doação de terras e estruturas, os recursos em Brasília, as placas de propaganda enfeiando a cidade e aquilo que na minha torpe opinião só serviu até agora pra acabar com o bom hábito que o povo dessa terra tinha de respeitar a faixa de pedestre: o semáforo da Rua dos Mineiros.

Graças a Nossa Senhora da Glória que rei morto, rei posto. Temos novamente chance de eleger os caciques que vão tomar conta da nossa aldeia nos próximos quatro anos. Nossa história já foi pior, em épocas que o comando vinha de coronéis (ou de General). A turma da longínqua década de 1970 deu sangue, suor e lágrimas para que o brasileiro esperto pudesse eleger próceres como Fernando Collor, José Sarney, Renan Calheiros, Moreira Franco, Garotinho, Sérgio Cabral... enfim, viva a democracia!

Quem acompanha este escritor esta mais careca do que ele em saber quais são as soluções possíveis para o desenvolvimento humano e social de Valença: democracia participativa, sociedade organizada e autônoma, imprensa livre, investimento na educação e seus profissionais, fim da farra dos cargos comissionados, não andar com Sérgio Cabral, Pezão, Delta Construtora e caterva, reforma urbana, Plano Diretor, patrimônio cultural material e imaterial, lisura, transparência e o mais importante que é não fazer na vida pública (e na urna) o que se faz na privada.

Agora é torcer para que emoções mais positivas surjam nesta tragédia grega que se tornou a vida política em nossa cidade. Aguardemos cenas dos próximos capítulos...


(Coluna "Observatório", publicada no Jornal Local de 12/7/12)

Programação Cine Glória 13 a 19 de julho

O ESPETACULAR HOMEM ARANHA (3D) e (2D)
Classificação: 10 anos
Gênero: Aventura, Ação
Horários em 2D: 17h00 Dublado / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.
Horários em 3D: 19h00 e 21h40 Dublado / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

A ERA DO GELO 4 (3D)
Classificação: Livre
Gênero: Animação
Horários: 15h00, 17h00 Dublado / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

A BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR (2D)
Classificação: 12 anos
Gênero: Aventura / Dublado
Horários: 19h20 / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

E AI, COMEU? (2D) – Últimos dias
Classificação: 14 anos
Gênero:Comédia / Nacional
Horários: 19h45 / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

Dia 20 de julho estreia SOMBRAS DA NOITE

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Cine Glória Valença
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Tel: (24) 2453 3040 / (24) 81341249

terça-feira, 10 de julho de 2012

Sarau Solidões Coletivas in Grade do Rock: Os balas negras na fortaleza poética

Veja o vídeo do Sarau Solidões Coletivas realizado no último sábado (07 de julho), que abriu o show de lançamento do CD da banda The Black Bullets.

Clique aqui e veja no blog Solidões Coletivas o vídeo completo do Sarau





Presidente do TRE: é ilegal telefonar para a casa dos eleitores pedindo votos

Por Berenice Seara, do jornal Extra

Em entrevista ao programa CBN Rio, hoje (09) de manhã, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Luiz Zveiter, disse ser ilegal telefonar para a casa dos eleitores e disparar uma gravação pedindo votos.
Quando a jornalista disse ter atendido a uma dessas ligações, Zveiter pediu, no ar, que ela depois contasse a ele quem fora o candidato. E prometeu repassar o nome do faltoso ao Ministério Público Eleitoral.
Nem precisa, desembargador. Basta uma voltinha pelas redes sociais, para ver a quantidade de eleitores que já estão protestando contra isso.
Eu mesma já recebi um destes telefonemas.
Mas não conto para ninguém, viu, prefeito Eduardo Paes?

domingo, 8 de julho de 2012

Candidatos buscam votos nas mídias sociais

Bom resultado na última eleição faz campanhas desenvolverem estratégias específicas para redes

Bruno Góes

Os candidatos à prefeitura do Rio sabem que a campanha nas redes sociais é importante para um bom resultado nas urnas. Se no pleito anterior as ferramentas ajudaram a catapultar candidaturas, como a de Marina Silva (PV), este ano a expectativa é ainda maior. Muitos cariocas começam a transformar o Facebook em uma arena de debate político, com discussões e debates sobre o futuro da cidade.

A candidatura do prefeito Eduardo Paes (PMDB) à reeleição, que pretende gastar até R$ 25 milhões, não quis dar detalhes da estrutura que está montando para esta área. Entretanto, representantes de outras campanhas, que possuem menos recursos, falaram sobre o tema.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), candidato com maior penetração nas redes sociais até agora, conta com a ajuda do produtor e empresário do Teatro Mágico, Gustavo Anitelli, de 29 anos. Ele tem a experiência de ter montado a estratégia de sucesso do grupo musical na web, e se prontificou a contribuir nestas eleições.

- Vamos trabalhar em três eixos: monitoramento, articulação e produção de conteúdo. Mas o que nós temos que trabalhar mais é na articulação, para que a campanha tenha sucesso - diz ele. Uma das ações mais recentes de simpatizantes da candidatura foi acrescentar "Freixo" ao sobrenome dos seus perfis no Facebook.

A candidatura de Rodrigo Maia (DEM) conta com o movimento #rioestamosdeolho, ação de fiscalização dos problemas da cidade por meio das redes sociais. Antes de começar a campanha, no entanto, um tropeço: para divulgar a iniciativa na TV, o DEM forjou perfis no Facebook. Fotos de pessoas retiradas de sites estrangeiros foram atribuídas a cariocas que criticavam o trabalho da prefeitura. Rodrigo Maia disse não saber se as fotos eram de outras pessoas, pois tratava-se de "uma questão técnica", e justificou a construção dos perfis como uma possibilidade de proteger a identidade de servidores.

O coordenador da campanha de Aspásia, Paulo Senra, tem por enquanto apenas três pessoas na equipe para cuidar das redes sociais, mas pretende usar a força dos militantes do PV na rede e o aprendizado adquirido na campanha de Fernando Gabeira em 2008 para surpreender.

Já a candidatura de Otávio Leite (PSDB) terá uma equipe de até 15 pessoas trabalhando nas redes sociais. A equipe está focada na divulgação do dia a dia do candidato e de sua biografia nas redes sociais. Segundo o coordenador de mídias sociais Júlio Uchôa, a página do tucano no Facebook ganha a adesão de mais de 300 pessoas por dia.

-Vamos tentar aumentar espontaneamente o número de pessoas no Facebook para poder espalhar a candidatura, dar visibilidade ao Otávio - disse Júlio Uchôa.

FONTE: O GLOBO

O que está em jogo nas eleições municipais de 2012?:: Fabiano Santos*

É sempre precipitado projetar resultados de eleições locais para o contexto nacional, contudo, não deixa de ser tentador analisar os pleitos envolvendo prefeituras e câmaras dos vereadores como um grande laboratório, a sinalizar tendências e emitir informações relevantes para elites e eleitores em geral.

As últimas eleições municipais, realizadas em 2008, produziram um quadro partidário no qual o PMDB manteve-se como a principal força no âmbito local, com 1.201 prefeituras conquistadas. PSDB veio em seguida, mas com número significativamente mais baixo, 791 eleitos sob sua bandeira. PT apareceu em terceiro, seguido de perto pelo PP, com, respectivamente, 558 e 551 municípios. Por fim, DEM, PDT e PSB, com 400 a 300 prefeituras, também emergiram do pleito como forças relevantes.

Os números acima não levam em conta, todavia, a evolução da força dos partidos ao longo dos últimos pleitos, nem as mudanças ocorridas no sistema partidário após as eleições presidenciais de 2010. Com relação ao primeiro fato, tem-se que PT, PDT e PSB têm aumentado consistentemente sua presença em prefeituras, ao passo que PSDB e DEM vêm experimentando trajetória de queda. Finalmente, PMDB e PP oscilam, mantendo certo equilíbrio em torno dos números atuais. Com relação ao segundo, a criação do PSD, por certo, alterou aquela correlação de forças, atingindo de maneira relevante o DEM, além de diversos outros partidos.

Se a trajetória de desempenho dos partidos é variável, também deve variar a expectativa de cada agremiação quanto ao resultado das eleições: para o PT e o PMDB, trata-se da disputa pela hegemonia do poder local no Brasil; para o PP e o novo PSD, a condição de se postar como polo ao mesmo tempo relevante e flexível no campo conservador; para agremiações como PSB e PDT, trata-se de se consolidar como força alternativa no campo da centro-esquerda; finalmente, da perspectiva do PSDB, mas, sobretudo, para o DEM, estancar uma acentuada tendência de declínio.

Pleitos locais são pleitos locais, entretanto, distintos em diversas dimensões de uma disputa federal. Diferem as questões que mobilizam as campanhas e que motivam as decisões de voto dos eleitores. Além disso, em sistemas federativos e, sobretudo, de proporções continentais, partidos fortes nacionalmente podem ser nanicos localmente e vice-versa. Por conseguinte, a organização de candidaturas e acordos celebrados entre lideranças dos diversos contendores possuem grau considerável de especificidade, não comportando tradução imediata para o âmbito nacional.

Sobre esse último ponto, é particularmente interessante observar como a formação de coalizões eleitorais se distingue em cada caso, especialmente levando-se em consideração o que ocorre nas grandes capitais. No Rio de Janeiro, cópia quase fiel do acordo hegemônico nos âmbitos estadual e nacional; em São Paulo, relativa fragmentação em ambos os lados da grande contenda federal; em Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife, disputa aberta e franca no campo da esquerda. Talvez por esse motivo, teremos em 2012, mais do que em eleições locais passadas, um fascinante exercício de experimentação política. Como sempre, restará ao eleitor decidir em cada caso sobre a qualidade do experimento.

* Fabiano Santos é professor e pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj (Iesp)

FONTE: O GLOBO

quinta-feira, 5 de julho de 2012

MPF constata incidência de abortos e leucopenia em moradores de Volta Redonda

Cerca de 750 pessoas podem ter sido contaminadas por lixo tóxico produzido pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).


RIO - Estudos em poder do Ministério Público Federal (MPF) de Volta Redonda, constataram uma considerável incidência de abortos e leucopenia (redução no número de leucócitos no sangue) na população de 750 pessoas residentes do bairro de Volta Grande IV, construído pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e doado ao Sindicato dos Metalúrgicos. Segundo o MPF, foi confirmada a contaminação do solo e das águas subterrâneas, que escoam para o rio Paraíba do Sul, por substâncias tóxicas e cancerígenas, como bifenilas policloradas (PCBs), cromo, naftaleno, chumbo, benzeno, dioxinas, furanos e xilenos, em áreas ocupadas por residências e centros de lazer.

Diante do estudo, o MPF moveu ação civil pública com pedido de liminar contra a CSN por danos ao meio ambiente e à saúde da população do bairro Volta Grande IV. A ação pede que a CSN seja condenada a pagar R$ 87,1 milhões a título de dano extrapatrimonial e de medida compensatória pelos danos ambientais coletivos causados.

Segundo o MPF, a contaminação passou a ser observada depois que a CSN instalou no local um depósito de resíduos industriais perigosos, “sem adotar as cautelas necessárias e sem regular o processo de licenciamento ambiental”. Na ação, o MPF pede liminar para que haja conclusão da investigação da área contaminada e sua remediação, assim como a remoção das células de resíduos perigosos e a realocação dos cerca de 750 moradores mediante a construção de um loteamento no Bairro Aeroclube.

Segundo o procurador da República Rodrigo da Costa Lines, autor da ação, a CSN, além de ter sido responsável pela contaminação, ignorou os riscos à saúde da população e não tomou nenhuma ação concreta para remediar a situação nem sequer cumpriu as recomendações das empresas de auditoria ambiental por ela contratadas. Ao invés disso, a companhia sempre se esquiva de seus compromissos legais de forma evasiva, alegando que são necessários mais estudos, quando, na verdade, algumas das medidas visando a recuperação da área podem e devem ser adotadas imediatamente.

— Os moradores não podem ser obrigados a conviver com esses riscos para sua saúde e com todas essas restrições, como impermeabilização de todas as áreas não impermeabilizadas, saída de suas residências para trabalhos de escavação decorrentes da contaminação causada pela CSN. As células ilegalmente utilizadas para depositar resíduos tóxicos e cancerígenos tampouco podem permanecer no local, beneficiando o poluidor e em detrimento da população do entorno — afirmou o procurador.

Fonte: site do jornal O Globo

Programação Cine Glória 6 a 12 de julho

O ESPETACULAR HOMEM ARANHA (3D)
Classificação: 10 anos
Gênero: Aventura, Ação
Horários: 19h00 Dublado
              21h35 Legendado / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

O ESPETACULAR HOMEM ARANHA (2D)
Classificação: 10 anos
Gênero: Aventura, Ação
Horários: 16h30 e 21h10  Dublado / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

A ERA DO GELO 4 (3D)
Classificação: Livre
Gênero: Animação
Horários: 15h00, 17h00 Dublado / Sala 2*
*Obs: Não haverá sessão na sala 2 segunda-feira.

E AI, COMEU? (2D)
Classificação: 14 anos
Gênero:Comédia / Nacional
Horários: 19h10 / Sala 1*
*Obs: Não haverá sessão na sala 1 terça-feira.

Dia 13 de julho estreia A BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR.

Mais informações:
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terça-feira, 3 de julho de 2012

O bom e velho rock’n’roll ainda vive

Crítica do álbum da banda The Black Bullets, que será lançado no próximo sábado, dia 07/07, em Valença

Por Francis Newton*

Pode parecer estranho uma banda com nome em inglês radicada em uma das localidades mais pobres e conservadoras do interior do estado do Rio de Janeiro, Brasil, lançar um CD de rock clássico com letras em português, em plena era do sertanejo universitário e do funk. A estranheza se dissipa, contudo, quando se conhece um pouco da história da banda em questão, a valenciana The Black Bullets, objeto de veneração por parte dos fãs da velha e da jovem guarda do rock na cidade.
 

O vocalista João Jr. e os guitarristas Rômulo Alvernaz e Felipe Martins constituem, desde 2007, o núcleo fixo da banda e assinam a autoria de todas as composições do CD. João é um cantor dos mais versáteis, capaz de variar das baladas mais suaves às mais agudas distorções vocais ao estilo de Robert Plant nos seus áureos tempos. É também um letrista sagaz e poético. Rômulo – ou Rominho, como os amigos o tratam – carrega a alma mais profunda do blues, herdada de algum lugar do delta do Mississipi, assim como seu ídolo-mor Stevie Ray Vaughan. E Felipe, além de transpirar feeling e técnica no seu instrumento, é o cérebro organizador da banda, o homem dos planos e das ideias. A cozinha, por onde já passaram Diego Costa e Cristiano Ferreira (bateristas), Alexandre Feitosa, Leonardo Oliveira, Renato Nunes e Fred Ielpo (baixistas), atualmente conta com o peso do baixo de Daniel Iunes – embora em cinco músicas do album as linhas tenham sido gravadas por Fred – e o talento precoce de Leonardo Nogueira nas baquetas.
 

O CD agora lançado coroa uma trajetória pontuada por shows eletrizantes, participações vitoriosas em festivais e a realização de três memoráveis tributos ao Pink Floyd. A soma de talento, determinação, profissionalismo e esforço coletivo resultou em um trabalho muito bem cuidado, tanto grafica quanto musicalmente, que revela as influências assumidas da banda – os ícones do rock dos anos 70 e fins dos 60 -, mas transborda criatividade nas composições e consegue captar a energia transmitida nas suas apresentações ao vivo. A embalagem minimalista, com o preto dominante preenchido pelo nome da banda (na capa) e pelas letras das canções (no encarte), o visual do disco, simulando um vinil, e o da caixa, com uma vitrola ao fundo, reforçam a identidade vintage ouvida nas oito faixas em que se dividem os quarenta minutos do CD.
 

A música de abertura, “O ouro e a prata”, recentemente vencedora do festival ocorrido na cidade vizinha de Rio das Flores, é um hard rock que contesta o consumismo materialista da sociedade pós-moderna. “Vai deixar sua história escrita nas pegadas que outros irão ler e nada, nada daqui vai levar”, canta o refrão acompanhado de um infectante riff fraseado de guitarra. O british blues “How Long”, já conhecido dos shows, tem uma letra interrogativa sobre a impotência humana diante da imprevisibilidade do tempo. “Inviolável”, é um country-rock acelerado, com pegada punk, que ataca os processos de alienação ideológica. Num dado momento, o ritmo é alterado para algo semelhante a uma marcha militar, enquanto o vocalista discursa em tom messiânico, como se gritasse ao megafone, que a “cabeça é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do proprietário, salvo em casos de flagrante de idéias férteis, ou alívio, ou para prestar esclarecimentos, ou durante a noite por determinação cerebral”.
 

“Essa é uma canção pra falar das coisas que nos fazem bem e do bem que fazemos de volta” é a frase que introduz “Fortaleza”, antes apresentada em um festival local com uma abordagem voz e violão, interpretada por Cíbila Farani. É uma daquelas canções de elevação do espírito, típicas da contracultura idealista sixtie, que o novo aproach da TBB transformou em uma irresistível balada de folk-rock. “Sem Piedade” é outra balada entremeada por passagens mais pesadas, que nos alerta sobre a necessidade de se enfrentar sem medo os percalços e as dores da vida.
 

O idioma hard rock retorna com “Pedras e Rancores”, ganhadora do prêmio popular no “Festival Canta Rio Sul”. Um riff elegante anuncia a melodia da voz a declamar uma letra crítica da intolerância e da cegueira mental que grassam em nossos dias e aconselha a que “deixe as pedras no chão, que estão em suas mãos e assim retorne a nova estrada, pois é mais fácil andar desatado das correntes que agora arrastam toneladas alojadas em sua cabeça”. Um clima progressivo floydiano, com pitadas de Deep Purple, emergem em “O espectro espectador em sua atemporal reflexão #1”, uma viagem instrumental de mais de sete minutos, conduzida pelas mãos competentes do tecladista Cláudio Morgado, em participação especial. E o fechamento puxa o ouvinte de volta à terra e o acalma com a suavidade folk de “Última fé”, só com violões e voz. 

Enfim, se o leitor desta resenha pensa que o bom e velho rock’n’roll está morto ou que o seu futuro é o de ser completamente absorvido pelas modernidades eletrônicas que pulverizam a fronteira entre arte e tecnologia, o disco não lhe soará bem. Mas, para quem ainda acredita ser possível fazer um rock de guitarras-baixo-bateria como nos velhos tempos, com melodias bem construídas, riffs e solos matadores e letras inteligentes, o primeiro CD da The Black Bullets é um bálsamo para os ouvidos.

Francis é crítico musical do jornal inglês New Musical Express


segunda-feira, 2 de julho de 2012

STF não julga caso Vicente Guedes

Desde o dia 14/06 no gabinete do ministro Gilmar Mendes, com a data de 27/06 (quarta-feira passada) prevista para o julgamento, até agora nenhuma resposta sobre o resultado ou até mesmo se foi julgado. O STF ainda entrou em recesso na última sexta - dia 29/06 - e volta apenas no dia 1º de agosto. Até lá, "ficam suspensos os prazos processuais na Corte", conforme informa o site do STF. Ainda segundo o site, "o ministro-presidente trabalhará em regime de plantão para decidir casos urgentes". Como ao que parece esse não é um caso urgente - está tramitando desde 23/03/2011 - resta mesmo aguardar.

RE 637485 - RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Origem: RJ - RIO DE JANEIRO
Relator: MIN. GILMAR MENDES
RECTE.(S) VICENTE DE PAULA DE SOUZA GUEDES 
ADV.(A/S) JOSÉ EDUARDO RANGEL DE ALCKMIN 
RECDO.(A/S) MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL 
PROC.(A/S)(ES) PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA 
INTDO.(A/S) DILMA DANTAS MOREIRA MAZZEO 
ADV.(A/S) EDUARDO DAMIAN DUARTE E OUTRO(A/S)
Data Andamento Observação
18/06/2012  Juntada do mandado de intimação devidamente cumprido - PGR  DO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL na pessoa do Procurador-Geral da República - Referente à Pauta n. 29/2012 - Plenário.  
18/06/2012  Lançamento indevido  18/06/2012 - Juntada do mandado de intimação devidamente cumprido - AGU  
18/06/2012  Juntada do mandado de intimação devidamente cumprido - AGU  DO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL na pessoa do Procurador-Geral da República - Referente à Pauta n. 29/2012 - Plenário.  
18/06/2012  Devolução de mandado  Do Procurador-Geral da República, ref. á pauta nº 29/2012  
18/06/2012  Pauta publicada no DJE - Plenário  PAUTA Nº 29/2012. DJE nº 118, divulgado em 15/06/2012  
14/06/2012  Inclua-se em pauta - minuta extraída  Pleno em 14/06/2012 19:27:51  
04/06/2012  Conclusos ao(à) Relator(a)   
04/06/2012  Juntada a petição nº   28320/2012. 28320/2012 - (com parecer da PGR).  
31/05/2012  Petição  28320/2012 - 31/05/2012 - PARECER Nº 7033-PGR-RG, MPF, 30/5/2012 - OPINA PELO DESPROVIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.  
16/05/2012  Publicação, DJE  DJE nº 95, divulgado em 15/05/2012  
10/05/2012  Vista à PGR  Publique-se.  
29/06/2011  Conclusos ao(à) Relator(a)   
29/06/2011  Publicação, DJE  DJE nº 123, divulgado em 28/06/2011  
28/06/2011  Redistribuído  MIN. GILMAR MENDES  
24/06/2011  Determinada a redistribuição  Em 20/06/2011  
01/04/2011  Conclusos à Presidência   
01/04/2011  Despacho  em 31/3/2011. "...encaminhe-se o presente RE ao eminente Presidente do Supremo Tribunal Federal para a análise de eventual redistribuição por prevenção (art. 796 do CPC, c/c o art. 69 do RISTF)."  
25/03/2011  Conclusos ao(à) Relator(a)   
23/03/2011  Distribuído por exclusão de Ministro  MIN. ELLEN GRACIE  
23/03/2011  Autuado