sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

MEC anuncia medidas para sanear cursos de medicina

Medida cautelar do Ministério da Educação determina a suspensão do ingresso de alunos para o Curso de Medicina de Valença-RJ, da FAA, e o iníco do ano letivo de 2009 começa apenas depois que as deficiências forem sanadas. MEC já supervisionava a Faculdade de Medicina desde junho de 2008 (veja AQUI)
Do JB Online AQUI

BRASÍLIA - A Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação anunciou nesta quinta-feira três medidas cautelares para sanear cursos de medicina que apresentaram condições insatisfatórias no processo de supervisão. As medidas fazem parte da conclusão dos trabalhos da comissão que avaliou, de agosto a dezembro de 2008, a situação de 17 cursos que tiveram conceitos 1 e 2 no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD).

As medidas anunciadas afetam os cursos da Universidade Severino Sombra, em Vassouras (RJ), da Universidade Metropolitana de Santos e do Centro de Ensino Superior de Valença (RJ). A Universidade Metropolitana de Santos deve reduzir de 80 para 50, por ano, o número de alunos ingressantes por vestibular ou por demais processos seletivos. A decisão vale para o vestibular de 2009, já realizado.

No caso da Universidade Severino Sombra e do Centro de Ensino Superior de Valença, as medidas cautelares determinam a suspensão do ingresso de alunos e do início do ano letivo de 2009 até que sejam sanadas as deficiências apontadas pela comissão.

Das instituições que foram alvo de medidas cautelares ainda em dezembro de 2008, a Universidade Luterana do Brasil e a Universidade Iguaçu (campus Nova Iguaçu) apresentaram documentação que comprova o cumprimento das determinações. A exceção foi o curso do campus de Itaperuna da Universidade Iguaçu. Mesmo impedida de promover processos seletivos, a instituição realizou vestibular poucos dias após o anúncio da medida, o que motivou a Secretaria de Educação Superior a recorrer à Justiça.

A Universidade de Marília, que deveria suspender o ingresso de alunos até a ampliação do número de leitos do hospital universitário, com base em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), apresentou comprovantes do cumprimento parcial da medida. No entanto, de acordo com a avaliação da Sesu, a nova estrutura ainda é insuficiente em relação ao número de alunos e algumas áreas de ensino médico continuam deficientes, o que determinou a redução de cem para 50 no número de alunos ingressantes. A decisão vale também para o vestibular realizado pela instituição em dezembro de 2008, referente ao ano letivo de 2009.

Durante os cinco meses em que a comissão de supervisão realizou visitas in loco às instituições, foram avaliados aspectos como a organização didático-pedagógica do curso; a integração do curso com os sistemas local e regional de saúde; a carga horária dedicada ao SUS; o perfil dos quadros discente e docente; a infra-estrutura da instituição e a oferta de disciplinas de práticas médicas.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Chuva afunda asfalto e abre cratera em Barra do Piraí*

*Do G1, no Rio, com informações da TV Rio Sul AQUI

Dois carros caíram no enorme buraco que se formou. Por medida de segurança, rua foi interditada.
Foto: Guilherme Silveira

A chuva forte causou deslizamentos em Barra do Piraí, na Região Sul Fluminse. Uma casa foi atingida e a pista de acesso a um viaduto cedeu, na quarta-feira (28).

Parte da calçada e do asfalto da Rua Dom Guilherme afundaram. Dois carros caíram na cratera que se formou no acostamento. Segundo a Defesa Civil, o solo encharcado e a trepidação provocada pelos trens que passam pela linha férrea ao lado podem ter causado o desmoronamento. A rua foi interditada porque ainda há risco de outros desabamentos.

A Guarda Municipal informou que os dois carros que caíram no enorme buraco estavam estacionados em local proibido. A chuva também causou estragos no bairro Carvão, onde um barranco cedeu e derrubou parte de uma casa. Ninguém se feriu.

De acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o período de chuva deve se estender até o fim de março.

Cedae passa a cuidar da água em Valença*

* Do diário do Vale On Line AQUI

Prefeito afirma que intenção é evitar que concessão seja dada à iniciativa privada

O prefeito de Valença, Vicente Guedes (PSC), antecipou ontem ao DIÁRIO DO VALE que, embora a prefeitura ainda esteja acertando os detalhes, a administração dos serviços de água da cidade passará a ser feita pela Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae).

Segundo o prefeito, a empresa que atualmente presta o serviço na cidade é privada e seu contrato com o município termina no dia seis de fevereiro, o que permitirá que a prefeitura firme uma nova parceria com a estatal.

- O município não tem como custear o serviço de água do ponto de vista orçamentário, além disso, o pensamento da cidade e meu, enquanto prefeito, é que não devemos entregar a administração de um serviço como este à iniciativa privada. Por isso, optamos pela Cedae, que é do Estado - explicou.

Além de ser estatal, Guedes afirmou que a escolha pela Cedae se deveu ao fato da experiência vista em outros municípios que são administrados pela companhia. “Cidades como Piraí, Vassouras e Miguel Pereira já têm seus serviços sob os cuidados da Cedae e tem dado certo. Esse fato, também nos motivou na escolha”, disse.

O prefeito afirmou que as negociações com a companhia devem ocorrer ao longo de toda essa semana e, segundo ele, ao que tudo indica, pelo menos nos primeiros meses, as tarifas do serviço não serão alteradas até que termine o período de transição e que toda a cidade passe a ser atendida.

Estatal terá de investir cerca de R$ 25 milhões na cidade
Além de garantir o atendimento a toda à cidade, outra incumbência da Cedae será investir em melhorias no serviço. O acordo feito com a prefeitura, até então, será de que só nos primeiros meses, a Companhia terá de investir cerca de R$ 5 milhões no serviço prestado à cidade e mais R$ 20 milhões no decorrer do convênio. Este recurso, segundo Guedes, já teria finalidade estipulada.

- As primeiras incumbências são a construção da estação de tratamento de água no distrito de Conservatória, que é um local turístico e não pode mais esperar essa intervenção, além da garantia de melhor atendimento em locais que possuem constantes falta d‘água. A exemplo do Vale Verde, Canteiro e Cambota - afirmou.

A prefeitura garantiu que já no dia oito de fevereiro o novo contrato será assinado entre o município e a estatal.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O primeiro processo a gente nunca esquece*

Foram cinco entrevistas para a última edição. Apenas Luiz Antônio não quis ser entrevistado, talvez já antevendo que renunciaria à candidatura. Além das quatro que saíram na edição, o ex-prefeito Fábio Vieira também foi entrevistado. Além das entrevistas – todas dedicando o mesmo espaço aos candidatos – o VQ especial sobre as eleições trouxe textos reflexivos sobre o processo eleitoral em nossa cidade. Trouxe também um outro processo, este contra o próprio VQ, sob a alegação de que fizemos uma pesquisa eleitoral sem registrá-la. Ela estava lá no Blog do VQ, e com a explicação de que não se tratava de pesquisa eleitoral.

Além da surpresa de ser processado – e pela primeira vez, nos causou espanto também porque o advogado da Coligação autor da representação contra a publicação – e hoje procurador do município – conhece o Valença em Questão, e com apenas um telefonema teria alcançado uma eficiência infinitamente maior em relação ao objetivo do processo, que era evitar a circulação da foto da enquete no jornal impresso. Com um telefonema o jornal tomaria as providências necessárias. Mas não, foi dado preferência a entrar na justiça, e só tomamos conhecimento do processo no dia 2 de novembro, mais de um mês depois do processo entrar na Justiça Eleitoral.

Como dito, eles alcançariam o objetivo do processo. E não sabemos se essa era a única intenção. Parece muito mais uma tentativa de calar um movimento – porque o Valença em Questão é mais do que uma publicação – que luta por uma justiça que Valença está longe de alcançar. E luta sem se submeter à politicagem local. É no mínimo diferente do que os políticos regionais estão acostumados a ver, e isso, por si só, já preocupa. E realmente deve preocupar a quem não tenha o objetivo de uma Valença com mais justiça social. Se esse for o caso, eles estão certos.

Mas não é apenas isso. O processo contra nós causa pelo menos dois grandes transtornos. O primeiro, além do susto de ser processado pela primeira vez, é ter apenas 48 horas para preparar uma defesa e a obrigatoriedade de contratar um advogado nesse pouco espaço de tempo. E pagá-lo, obviamente, porque o Valença em Questão não deve nada a ninguém. Nem mesmo dinheiro. O dinheiro que arrecadamos, é de contribuição de leitores que acreditam na proposta do movimento, e de pessoas do grupo que se cotizam para bancar a impressão do jornal. Portanto, dinheiro para nós faz falta. O pagamento ao advogado custou mais de três edições, por exemplo.

Um outro transtorno é que o Valença em Questão ao longo de seus quase quatro anos de vida sempre procurou respeitar as pessoas que eram citadas em suas páginas. E nada mudou. Mesmo sendo processado pelo agora atual prefeito de Valença, isso não significa, em hipótese alguma, que o trataremos de forma diferente. Mas a perturbação é que esperávamos que esse respeito fosse recíproco. Mas não foi.

Por outro lado, não é nenhuma surpresa, dentro da política regional que estamos acostumados a encontrar. A coligação “Valença de Cara Nova” fez o seu papel, de uma “política antiga”, na tentativa de calar uma voz destoante, que, por não se mostrar nada subserviente, pode muito bem incomodar, questionando sem medo, nos próximos quatro anos.

* Texto publicado na edição 35 do Valença em Questão

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O que eu vejo, o que eu sinto (Samir)

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Que bela polêmica esta edição do VQ nos trouxe. E que bom a gente poder expor nossas opiniões sem o risco da censura violenta, como eram aquelas praticadas no período da ditadura militar (a prisão, a tortura ou a “paz” dos cemitérios). Hoje, se Valença, embora ainda muito castigada, pode se orgulhar de uma boa novidade é o VALENÇA EM QUESTÃO e a proposta por ele apresentada de dar voz aos marginalizados, excluídos, baderneiros e outros menos aventurados que ainda se indignam com a “ordem” que esta aí. Salvo algumas calúnias e insinuações em relação à nossa sexualidade, a maioria das críticas só tem benefícios a trazer. Espero encontrar alguém que concorde comigo.
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Somos jovens (eu nem tanto) e fomos criados em frente à TV, ao videogame e a todas as outras coisas que a sociedade de consumo nos trouxe de bom. É lógico que eu não vou ser “radical” ao extremo de falar que um ´videogamezinho´ de vez em quando não é bom, nem a distração em frente à TV. O que eu acho é que o ser humano, condenado a ser livre, é quem define o sentido da ação e o peso da “moral” que ele vai carregar. A moral hipócrita, a moral egoísta, a moral canalha, a moral sacana, a moral cristã, a moral socialista, a moral consumista...
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O que eu percebo nos dias de hoje é que o modelo de sociedade que calça o seu desenvolvimento em cima da exploração não tem chance de dar certo. As propagandas vendem um mundo insustentável e acho que isso acelerou a minha calvície! É lógico que o ´mis-em-scéne´ que o Bebeto e seus asseclas (rsrs – fael e “di deus”) fizeram na Rua dos Mineiros foi provocativo, e uma das várias razões das quais eu me orgulho de ser amigo destes camaradas é justamente essa: a capacidade de causar efeito nas pessoas. Jesus Cristo mesmo disse: “pode vir quente ou frio, mas só não me venha morno” - e se ele não estiver falando de leite ou de banho, eu concordo com esse cara.
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Poxa, eu me pergunto onde é que estavam com a cabeça para precisar processar o jornal? Pois, são estes os mesmos que dão tapinha nas nossas costas pra falar que o jornal cumpre um papel importante, para nos elogiar. Uma sacanagem, né?! Se bobear põem a mão no saco e vem nos cumprimentar (eca!). Eu não votei no Vicente, mas levo fé que ele é um cara que sabe cuidar muito bem de interesses. Agora, o problema é: quais e de quem são estes interesses?
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Dei um ´rolé´ pelo estado do RJ neste mês de janeiro e vi belos exemplos de como se pode fazer muita coisa por um município, sem gastar muito dinheiro (“Ah seu ingênuo: e as licitações fraudulentas”?!). Vou citar, só como modelo, a pracinha de Araruama, que lugar maravilhoso e bem projetado, embora aquela lagoa continue um chiqueiro.
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Enfim, a estrada é mais longa do que se vê. Se a opção política da nova administração for dialogar com os interesses massacrados de quem não pode se defender; se for tentar sanar o câncer da corrupção que mata nossa linda cidade; ou ainda limpar um pouco da sujeira que o ser humano faz por aí, nós estamos dentro. Do contrário, eu vou partir pra porrada... a “porrada” que Ghandi nos ensinou!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Repercussão do Jornal

Mesmo estando no exílio eu também vou dar minha opinião sobre as críticas feitas pelo senhor Bruno. Primeiramente temos que pensar se o Bruno de todas as postagens, seis comentários, é o mesmo do “primeiro Bruno”. É possível que um fake tenha se apropriado do nome da pessoa.

Parto do pressuposto que todos os “Brunos” são uma única pessoa a partir de que a critica dele se mantém em todas as postagens, muito diferente da educação dele que varia muito: O Valença em Questão não sofreu censura, ele foi processado por ter divulgado uma enquete, feita no blog, no seu jornal impresso sobre eleições. O que nós, do Valença em Questão, fizemos, segundo Bruno, foi a promoção de uma distorção dos fatos. A argumentação dele não se sustenta se tomarmos o próprio Jornal, lançado ontem, como fonte primária. Chamo a atenção para a página 2 e cito:

A motivação do processo foi a enquete realizada pelo Blog do VQ durante o período eleitoral. Apesar de diversas vezes afirmarmos que não se tratava de uma pesquisa oficial, mas que apenas tinha o objetivo de alimentar o debate, que esquentava nas páginas do Blog no período pré-eleições. E ao usarmos a plataforma do Blog na edição impressa, em que a enquete aparecia ao lado, o Ministério Público acatou o pedido do advogado da coligação.”

Passando para a página 8, temos mais uma “distorção”:

Trouxe também um outro processo, este contra o próprio VQ, sob a alegação de que fizemos uma pesquisa eleitoral sem registrá-la. Ela estava lá no Blog do VQ, e com a explicação de que não se tratava de pesquisa eleitoral”.

Se a argumentação do Bruno estiver correta, o Valença em Questão não deveria ter lembrado o motivo pelo qual fomos processados. Podíamos simplesmente partir para a nossa opinião, enquanto jornal, de que a motivação do ato tem um caráter político, um sinal vermelho frente ao desenvolvimento do jornal. Se tivéssemos feito tal coisa, a critica do Bruno teria sentido, como não fizemos, podemos desconsiderá-la.

Todavia, ainda temos que responder a opinião de Bruno, que acredita que o jornal não sofreu nenhuma censura. Em seu último comentário, o nosso leitor questionou: “Já saiu sentença em relação ao processo? Nela constava censura? Pois bem, a colocação de Bruno dá a entender o seguinte: existiria censura se o processo movido contra nós estivesse baseado nela. Nesse sentido, como não há o termo “censura” no processo contra o jornal, Bruno, rapidamente, concluiu que nós sofríamos de uma psicose coletiva. Que tínhamos mania de perseguição.

A atitude de Bruno é muito comum. Tive aula na Universidade um professor, daqueles que nos fazem enxergar mais longe, que fazia a seguinte brincadeira com os alunos: primeiro ele nos mandava ler a Constituição do Império brasileiro e perguntava em que parte da Constituição o termo "escravo” ou “escravidão” aparecia no texto. Era desagradável notar que tais termos não existiam no texto constitucional e, sendo assim, o professor chegava a conclusão de que não existia Escravidão no Brasil, o que era um absurdo.

Certamente o Bruno não teve a oportunidade de assistir tal aula. O exemplo servia para demonstrar os “não ditos” de um determinando texto. O fato de não estar escrito não garante a inexistência de algo. No caso da Constituição do Império, havia o termo “pessoas privadas da liberdade” que substituía a palavra escravo. Nosso professor dizia então que deveríamos olhar outras fontes, analisar o contexto de cada acontecimento. Achar que o que está escrito é o que “realmente ocorre” é profissão de ingênuo.

Abraços meus amigos!

Saudades de vocês!

Do Exílio....

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Editorial (VQ 35)*

São quase quatro meses sem o Valença em Questão impresso. Ainda bem que temos o Blog, que com atualizações diárias, e sem custo financeiro, possibilita nossa interlocução com os leitores. Não a ideal, porque consideramos imprescindível a edição impressa, inclusive para atingir públicos diferentes.

O motivo pela ausência, como seria normal, não é agradável. Desde nossa última edição, especial sobre as eleições municipais, distribuída no final de setembro, passávamos por problemas financeiros. Mas logo após a edição, em solicitação via email, conseguimos arrecadar fundos para pelo menos três edições. Mas eis que de repente, no dia 31 de outubro recebemos um telefonema, solicitando minha presença – como jornalista responsável - na Justiça Eleitoral, para recebermos uma“correspondência”. No princípio, um estranhamento de porque a correspondência não poderia ser encaminhada via Correios, como seria feita naturalmente. No domingo, dia 2 de novembro, dirijo-me à Justiça Eleitoral para receber a tal “correspondência”. Na verdade se tratava de uma notificação de que a publicação estava sendo processada pela coligação “Valença de Cara Nova”, que elegeu o atual prefeito Vicente Guedes.

O dinheiro arrecadado, que daria para pelo menos três edições, não foi suficiente para pagar os honorários do advogado. Mais dinheiro pessoal foi colocado para que pudéssemos (em até 48 horas) preparar a defesa, caso contrário seríamos – segundo o oficial de justiça– condenados sem direito de defesa. A condenação era pelo menos uma multa que variava de R$ 53.205,00 a R$106.410,00, além de suspensão imediata da publicação sob pena de multa diária.

A motivação do processo foi a enquete realizada pelo Blog do VQ durante o período eleitoral. Apesar de diversas vezes afirmarmos que não se tratava de uma pesquisa oficial, mas que apenas tinha o objetivo de alimentar o debate, que esquentava nas páginas do Blog no período pré-eleições. E ao usarmos a plataforma do Blog na edição impressa, em que a enquete aparecia ao lado, o Ministério Público acatou o pedido do advogado da coligação.

Nossa defesa, logicamente, considera o valor da multa absurdo – ainda mais para quem não tem qualquer tipo de financiamento e não tem o menor fim lucrativo. Mas pior do que ter que pagar a um advogado, ou até mesmo de ser condenado, o Valença em Questão acredita que aprincipal intenção do processo movido contra nós é muito mais uma tentativa de criminalizar um movimento que vem trabalhando há quase quatro anos na cidade de forma isenta, respeitosa, mas que por isso mesmo, incomoda ao poder político local.

Nesta edição demos destaque a textos de pessoas amigas que ao saberem do processo se solidarizaram e escreveram sobre o tema. Além disso, falamos da Ocupação Gisele Lima, omitida na imprensa local, que ocupa, ainda, algumas casas no bairro da Varginha, como acordado com a gestão municipal anterior. Após texto publicadono Blog do VQ, o então secretário de Assitência Social, Rogério Fort, respondeu, pela internet, à matéria. Aqui, colocamos suas respostas aos questionamentos. Também temos a contribuição de Francisco Lima, falando da luta dos trabalhadores em 2009, com foco no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra em nossa cidade e da desocupação da Fazenda do Vargas pelo MST.

(...) Algo que o VQ não poderia deixar de abordar é a nossa total ojeriza ao genocídio do povo palestino que vem acontecendo na Faixa de Gaza. O Valença em Questão se coloca totalmente a favor de um cessar-fogo e que Israel respeite o acordo firmado em 1948 da existência de um Estado Palestino. Repudiamos também a Organização das Nações Unidas que não demonstrou vontade política de colocar fim ao massacre na Faixa de Gaza.

Uma boa leitura e até a próxima edição, podem ter certeza!
* A edição impressa será distribuída a partir de amanhã, sábado, na Rua dos Mineiros e nos pontos de distribuição

Prefeitos do Sul Fluminense se unem contra crise

Por Ricardo Villa Verde, do jornal O Dia (AQUI)

Prefeitos do Sul Fluminense vão reduzir impostos municipais para empresas, na tentativa de amenizar na região efeitos da crise financeira. A medida foi acertada ontem, em reunião em Resende, para evitar novas demissões de trabalhadores. Desde o início do ano, mais de 2 mil pessoas foram demitidas na região, especialmente na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que pode efetuar mais demissões nos próximos dias.

Uma das ações será aumentar de 10% para até 30% o desconto para empresas pagarem IPTU em cota única. Apenas Barra do Piraí deve ficar de fora por enquanto, porque já emitiu os carnês de 2009. A prefeitura barrense, porém, ficou de analisar formas de também aumentar o desconto. As alíquotas de ISS também serão reduzidas, especialmente da construção civil.

As prefeituras também vão regulamentar lei para privilegiar participação de micro e pequenas empresas nas licitações municipais. “Elas terão prioridades em contratações de até R$ 80 mil”, explicou o prefeito de Barra Mansa, José Renato (PMDB). Segundo ele, a medida será adotada dia 3 por todas as prefeituras da região, em conjunto.

Os prefeitos também vão tentar redução de ICMS pelo governo estadual. Uma carta será entregue ao governador Sérgio Cabral, propondo que seja implementado programa de incentivos fiscais à empresas que se instalarem no Sul do estado e às localizadas na região que queiram se expandir. “Queremos um programa semelhante ao do Noroeste Fluminense”, explicou José Renato. Segundo ele, os prefeitos também querem que Cabral interceda para que o BNDES instale uma representação na região. “Para facilitar o crédito às pequenas empresas”, explicou ele.

A próxima reunião do grupo será dia 29, em Piraí, quando deve ser aprovado o documento que será entregue a Cabral. Na próxima semana, as prefeituras vão iniciar campanha publicitária em todo o Sul Fluminense, para incentivar moradores a consumirem no comércio local.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Fórum Mundial de Mídia Livre

Por Leandro Uchoas, do FML

Fórum Mundial de Mídia Livre 26e27/01/2009 -Belém-PA

Estão abertas as inscrições para o Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML), nos dias 26 e 27 de janeiro, evento que integra as atividades do Fórum Social Mundial 2009. As inscrições, gratuitas, são feitas pelo sítio forumdemidialivre.blogspot.com. A produção do FMML sugere também que os fazedores de mídia livre cadastrem as informações de seus veículos no link "Mapeamento da Mídia Livre", disponível no sitio, e dêem informações sobre suas mídias no ato de inscrição.

Com a participação de veículos independentes de produção midiática de diversos países, o encontro visa construir alternativas de produção de informação, estruturar politicamente a mídia livre internacional, discutir alternativas de financiamento e de compartilhamento de conteúdo, propagar novas possibilidades de atuação disponibilizadas pelas novas tecnologias e somar forças de atuação nas frentes diversas de democratização da comunicação.

A programação do FMML prevê a realização de duas mesas na manhã do dia 26, com os temas "Como ampliar o Midialivrismo" e "A Mídia e a Crise". No período da tarde, haverá ainda dois outros momentos, o "Seminário de Comunicação Compartilhada no FSM" e as "Atividades Auto-gestionadas", nas quais o participante do fórum torna-se protagonista. No dia 27, será realizada a Plenária de Encerramento, com a reunião das propostas e a elaboração de um documento síntese.

O FMML é uma conseqüência do I Fórum de Mídia Livre, realizado no Rio de Janeiro em junho de 2008. Reunindo mais de 500 ativistas, jornalistas, professores, estudantes e empresários, o evento significou uma inédita união política entre os principais veículos independentes de mídia brasileiros, sistematizando formas conjuntas de atuação.

Em 23 de outubro, o Grupo de Trabalho Executivo do FML lançou o Manifesto da Mídia Livre, com os dez compromissos do movimento e oito propostas principais, entre as quais a realização do FMML em Belém. O manifesto já obteve a adesão de 29 entidades e movimentos e de 25 veículos independentes nacionais. O movimento gerou a mobilização regional em vários estados do Brasil, com a realização de fóruns e seminários locais.

Fórum Mundial de Mídia Livre – Belém, PA
Local: NPI – Escola de Aplicação da UFPA
Av. Tancredo Neves,nº 1000 – Bairro Montese – Belém, PA
Site: http://forumdemidialivre.blogspot.com/
Email: forumdemidialivre@gmail.com
Telefone: (91) 8130 2097 (produção)

A imortal mística da camisa 7

Por José Antonio Gerheim (e indicação de Estrela Solitária)
A mais bela e mágica história da relação do número de uma camisa com seu personagem começou a ser escrita em 1953 num jogo do Botafogo com o Bonsucesso pelo Campeonato Carioca no lendário estádio de General Severiano. Seu personagem atendia pelo nome de Garrincha, o garoto das pernas tortas, do drible avassalador pelo lado direito do campo, dos gols impossíveis, dos cruzamentos que deixavam os companheiros de ataque na boca do gol.

Daquele jogo em diante, o futebol carioca, o Maracanã, nos dias de clássico entre o Botafogo e seus maiores rivais, ganharia um personagem que iria tirá-lo da lembrança amarga da derrota da final da Copa do Mundo de 1950, frente ao Uruguai, e transformá-lo no templo da alegria, da paixão, da festa das torcidas embandeiradas, dos hinos cantados pelas multidões.

Sim, a virada que fez do Maracanã o templo sagrado do futebol mundial, começou pela arte e a genialidade imensurável do camisa sete do Glorioso, Garrincha, no dia 7 de setembro daquele mesmo ano de 53 quando ele levou o time dirigido por Gentil Cardoso a aplicar um acachapante 3 a 0 no Flamengo, que era o melhor time carioca e favorito ao título.
Eu tive o privilégio de ver Mané Garrincha pela primeira vez no dia 22 de dezembro de 1957. Ele regeu o maior baile dos 59 anos do Maracanã, numa decisão carioca, Botafogo seis, Fluminense, dois. O jogo em que seu companheiro de ataque, Paulinho Valentim, marcou cinco gols, um de bicicleta. O jogo que fez o Rio cantar e sambar o feito de Mané, vestido de preto e branco, o jogo que era o prenúncio do que seria o ano seguinte, quando finalmente na Suécia o Brasil conquistaria seu primeiro título, dos cinco que tem até hoje. Quando o mundo também descobriu a arte inimitável do camisa sete do Botafogo.

Dia 20, dia de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, lembramos os 26 anos de sua partida. Não com choro ou lamento, mas recordando sua alegria de driblar, de jogar, de provocar o êxtase da alegria nas multidões. Principalmente nos corações alvinegros, que ao olhar para o número sete, que ele imortalizou, também se lembram com orgulho de outros como Jairzinho, Rogério, Zequinha, Mauricio, Túlio. E cantam como eu, mesmo que em silêncio, Botafogo, Botafogo, tu és o glorioso, não podes perder, perder para ninguém.

Charge de Mário Alberto

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Operação chumbo impune - Eduardo Galeano [*]


Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores pretende acabar com os terroristas, conseguira multiplicá-los. Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem autorização.
Perderam a sua pátria, as suas terras, a sua água, a sua liberdade, perderam tudo. Nem sequer têm direito a eleger os seus governantes.
Quando votam em quem não devem votar, são castigados. Gaza está a ser castigada. Converteu-se numa ratoeira sem saída. Algo semelhante ao que ocorreu em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiram o seu mau comportamento e desde então viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com má pontaria sobre as terras que haviam sido palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito de Israel à existência, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está a negar, desde há anos, o direito à existência da Palestina.
Já pouca Palestina resta. Passo a passo, Israel está a apagá-la do mapa. Os colonos invadem e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam o roubo, em legítima defesa. Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polónia para evitar que a Polónia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma das suas guerra defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços prosseguem. A devoração justifica-se pelos títulos de propriedade que a Bíblia concedeu, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, o que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, o que se burla das leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros. Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está a executar a matança de Gaza? O governo espanhol não terá podido bombardear impunemente o País Vasco para acabar com a ETA, nem o governo britânico terá podido arrasar a Irlanda para liquidar o IRA.
Acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou esse sinal verde provém da potência mandona que tem em Israel o mais incondicional dos seus vassalos?

O exército israelense, o de armamento mais moderno e refinado do mundo, sabe a quem mata. Não mata por erro. Mata por horror. As vítimas civis chamam-se danos colaterais, conforme o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez danos colaterais, três são crianças. E somam milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está a ensaiar com êxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Por cada cem palestinos mortos, um israelense.
Gente perigosa, adverte o outro bombardeamento, a cargo dos meios maciços de manipulação, que nos convidam a acreditar que uma vida israelense vale tanto como cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atómicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irão foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada comunidade internacional, existe? Será algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? Será algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos se põem quando fazem teatro? Perante a tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial brilha mais uma vez. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, a declarações ocas, as declarações altissonantes, as posturas ambíguas rendem tributo à sagrada impunidade.
Perante a tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama uma ou outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caça de judeus foi sempre um costume europeu, mas desde há meio século essa dívida histórica está a ser cobrada aos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, anti-semitas. Eles estão a pagar, em sangue contante a sonante, uma conta alheia.
(Este artigo é dedicado aos meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latino-americanas que Israel assessorou). O original encontra-se no semanário Brecha, do Uruguai, e em http://www.resumenlatinoamericano.org , Nº 1159 Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Prefeitura anuncia pagamentos atrasados

De acordo com nota enviada pela assessoria de comunicação da prefeitura, o décimo-terceiro atrasado será pago na próxima quinta-feira, dia 22. Os salários de dezembro, também atrasados, devem ser pagos junto com o salário de fevereiro. A expectativa é de que o salário de janeiro seja pago em dia.

A nota tabém divulga que a prefeitura tem uma dívida estimada em 53 milhões de reais com a Previdência Social. “Assim como estamos renegociando essa dívida com o INSS, estamos também empenhados em resolver todas as pendências do município junto à Receita Federal, as quais nos impedem de receber recursos tanto do Governo Federal quanto Estadual”, declara o prefeito Vicente Guedes na nota.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Festival Sabor de Botequim

Uma boa dica em nossa região para os próximos dois finais de semana é o Festival Sabor de Botequim, em Vassouras/RJ.

Abaixo segue a primeira página do sítio do festival: http://www.sabordebotequim.com.br/
























Nos vemos lá. Saudações alvinegras e botequinescas!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Trabalhadores sem terra da região e suas lutas em 2009

Desde 2004 em poder do MST, a Fazenda Vargas foi leiloada no dia 13/02/2008, pelo Sr. Rafael Ferreira Matos, que foi imitido na posse no dia 12 de dezembro de 2008, tudo em função da total inoperância do INCRA/RJ, um órgão que deveria estar voltado para atender aos interesses da Reforma Agrária e não de banqueiros, industriais e fazendeiros ligados ao agronegócio. O sonho de 12 famílias que seriam assentadas na área foi interrompido pela busca do lucro fácil de um investidor, que com toda certeza não depende daquela área para garantir seu sustento e o de seus filhos. Vale dizer que 24 famílias sem terra estavam naquela área e viviam de sua produção, mas só 12 seriam nela assentados.

Sem a inexplicável cobertura da imprensa Local, com exceção do Jornal "Valença em Questão", aquelas famílias tiveram que sair da área no mesmo dia em que tomaram conhecimento da Carta de Ordem que imitia na posse da terra o Sr. Rafael.

Tal fato nos remete aos seguintes questionamentos: QUAL O PAPEL DA IMPRENSA HOJE? SERÁ QUE ELA TEM LADO? ONDE ESTA SUA IMPARCIALIDADE?

O despejo se constituiu em uma verdadeira injustiça, cumprida muito provavelmente com muita satisfação por setores da Justiça.

Como pode prevalecer o "sagrado direito de propriedade", exercido por uma única família em detrimento da produção da vida de tantas outras famílias, homens, mulheres e crianças, há quase cinco anos na fazenda? Que direito é esse? Que justiça é essa? Quantas questões sociais envolvidas!! Mais uma vez prevaleceu o poder do capital.

Mas o movimento continua de pé, firme, inabalado.Com a saída da Fazenda Vargas, os ocupantes da comunidade "Manoel Congo" foram para a ocupação "Mariana Crioula" na Fazenda São Paulo, que se encontra em fase final de desapropriação por parte do INCRA, que inclusive já depositou em Juízo o valor de mercado da Fazenda.

Mas o processo, por não atender aos interesses dos capitalistas da nossa região e do estado, encontra-se parado, há exatamente um ano, aguardando decisão do JUDICIÁRIO, para imitir o INCRA na posse da área, dando início ao processo de implantação do Assentamento de cerca de 60 famílias .

Vale lembrar que a Fazenda São Paulo, assim como as demais, está sendo desapropriada por ter sido considerada improdutiva após análise técnica do Incra/RJ, o que colocou a área como passível de desapropriação por não cumprir a função social estabelecida na Constituição Federal.

As famílias Sem Terra da região aguardam também a desapropriação da Fazenda São Fernando, em Cardoso, cujo processo administrativo de Avaliação está em fase final de conclusão. Neste latifúndio improdutivo serão assentadas cerca de 100 famílias.

Com todos os limites, esses processos de desapropriação são motivos de orgulho para os trabalhadores rurais sem terra de nossa região, principalmente para aqueles que residem no Município de Valença, por serem frutos da mobilização e organização da Ocupação "Manoel Congo", uma ocupação vitoriosa politicamente, que deu sentido de luta e de vida a seus militantes, uma ocupação que foi referência na região e no estado, uma ocupação que conquistou a simpatia da maior parte do povo valenciano, que mesmo sem apoio político e financeiro dos nossos governantes, conseguiu dar resposta satisfatória em termos de produção, mostrando que a Reforma Agrária é capaz de atender as necessidades básicas do povo, sendo uma das poucas políticas viáveis para resolver os problemas de produção, alimentação e de trabalho do povo pobre da cidade.

Além disso, a Ocupação "Manoel Congo", deu voz a um setor da sociedade que nunca tinha se levantado contra o conservadorismo e as corrompidas políticas sociais praticadas ao longo dos anos no nosso Município, colocando na ordem do dia as questões sociais urbanas e rurais.

A Ocupação "Manoel Congo" produziu a Ocupação urbana "Gisele Lima", misto de unidade entre o campo e a cidade.

Eis um retrato vivo da luta socialista da Comunidade "Manoel Congo", que se une, hoje, à luta, também socialista, da Comunidade "Mariana Crioula", na improdutiva Fazenda São Paulo.


Francisco Lima - Advogado da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares - RENAP

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

25 anos de luta pela Reforma Agrária

Em 1984, nosso país vivia um período intenso de lutas sociais. Um contexto de lutas populares pelo fim da ditadura militar, com mobilizações de todo o povo. Depois de tanto tempo sufocado, o movimento camponês voltava a questionar o latifúndio e colocava a ocupação de terra como forma de ação concreta e legítima na luta pela Reforma Agrária.

Entre os dias 20 e 22 de janeiro daquele ano, foi realizado o 1º Encontro Nacional dos Sem Terra, em Cascavel, no Paraná. Estavam presentes trabalhadores rurais de 12 estados brasileiros, que já participavam de ocupações. Foi dali que nasceu a proposta de organizar um movimento a nível nacional, e ali tiramos os três objetivos que norteiam até hoje nossa organização: luta pela terra, pela Reforma Agrária e por uma sociedade mais justa e igualitária.

Nestes 25 anos, contribuímos com o avanço da Reforma Agrária e o combate à pobreza e desigualdade no campo. O Movimento Sem Terra que construímos é responsável pelo assentamento de 370 mil famílias em 7,5 milhões de hectares em todo o país. Avançamos também na nossa organização interna, e hoje estamos organizados em 24 dos 27 estados do Brasil. Construímos juntos uma proposta de educação do campo, além de acumular no campo da produção agroecológica e da soberania alimentar.

Hoje temos desafios ainda maiores na nossa luta. Há milhares de famílias acampadas, que lutam debaixo de lona preta pela distribuição da terra. E as famílias assentadas seguem lutando por melhores condições de vida e por mudanças no modelo agrícola. E maior ainda é o número de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros que têm seus direitos negados, prejudicados pela absurda concentração de renda e desigualdade social. Por isso nos comprometemos a seguir na luta.

Nos últimos anos, a terra passou a ser concentrada também pelo chamado agronegócio - grandes empresas transnacionais na agricultura, aliadas ao capital financeiro internacional e ao latifúndio, que concentram ainda a cadeia produtiva – das sementes à comercialização, destinando a produção apenas para a exportação e a especulação com o preço dos alimentos. Portanto, agora é necessário uma Reforma Agrária Popular, que garanta a soberania alimentar do povo brasileiro.

O MST foi construído ao longo desses anos e sobreviveu graças ao apoio recebido da classe trabalhadora, professores, artistas, ambientalistas, juristas, estudantes, escritores, poetas, parlamentares, religiosos, e cidadãos e cidadãs comuns que defendem a construção de um país justo, democrático e soberano. São nossos parceiros, companheiros e companheiras de caminhada.

Coordenação Nacional do MST

Eu quero ver "A Favorita" e dane-se a Palestina

* Por Ana Maria Reis



Para quem acha um despropósito discutir a invasão genocida à Gaza enquanto o mundinho à sua volta desaba ou se materializa no saldo negativo do cheque especial - ou no péssimo rendimento do seu time de futebol no último Brasileirão - meter-se em casa hoje, pra assistir ao gran finale de mais uma novela das oito talvez seja programação certa e naturalizada, porque assim os meios de comunicação o querem e o fazem, com grande competência e aval dos investidores.

Durante os últimos meses, “A favorita” da Rede Globo e seu cartel de celebridades estampou a primeira página de vários jornais impressos; coalhou internet de informação; promoveu enquetes e polêmicas nos programas de auditório e fofoca; esquentou o mercado das revistas especializadas em antecipar “fatos” e “acontecimentos” da novela; virou piada nos humorísticos; sermão entre pais e filhos; debate em sala de aula, botequim, salão de beleza. Enfim, loteou, ocupou e alienou a consciência do cidadão médio, como regra de imposição do processo de alienação capitalista, que incide em todas as formas de exploração e que resulta na apatia às causas fundamentais da sociedade.

No entanto, ao espectador menos complacente e com um mínimo de bom senso, durante esse mesmo tempo se tornou impossível ler em banca de jornal a “notícia” de que a mulher de Ciro Gomes é a assassina de um magnata da celulose e não apreender criticamente que a Globo confunde ficção e realidade com o fim de lucrar e manipular a opinião pública.

O produto novela das oito, top de linha da exportação cultural made in Brazil, repete e impõe hoje mais que nunca o discurso do Jornal Nacional. Os patrocinadores são os mesmos e de há muito não apenas a chamada imprensa propicia a conformação dos humores sobre o destino político a ser tomado.

O requinte que acomete o setor é espantoso. A teledramaturgia hoje soma ao altíssimo nível técnico um enorme aparato ideológico de controle da informação – da pesquisa de mercado à pecha do merchandising social como forma de angariar e reter mais e mais recursos dos grandes investidores. Ironicamente, a novela também estrelada pela Lisa Minele tupiniquim bem que podia se chamar “A favorecida”, ao contar com uma tríade de peso: Aracruz Celulose, Votorantim e Suzano.

Subliminarmente, “A favorita”, a exemplo de todas as outras que a antecederam no horário nobre, constrói uma imagem sofismal de que a parceria emissora e empresariado não é tão maléfica assim, gerando emprego e cumprindo com as chamadas “responsabilidades sociais”. Na realidade, através do fictício engendra o factóide do desenvolvimento sustentável.

Do milionário acordo publicitário entre a Globo e a indústria do papel, não se podia esperar outra coisa que não fosse a super-produção que está no ar. “A favorita” é um deboche, a mais absurda provocação – ao menos àqueles que não encontram dificuldade em enxergar que as motivações dos massacres que assolam o Oriente Médio estão a bater em nossa porta há tempos.

Pois “A favorita” veio selar com cinismo a omissão do telejornal brasileiro e imprensa em geral, que permitem a cobertura jornalística deficiente sobre diversos temas relacionados à trajetória da Aracruz no Brasil e suas joint ventures, entre os quais listo:

* o desmatamento generalizado;

* a invasão de terras indígenas e quilombolas para o plantio de eucaliptos e pinus;

* o reflorestamento baseado na monocultura e a conseqüente desertificação dos ecossistemas atingidos;

* o empobrecimento do solo para o plantio e intoxicação de mananciais gerando fome e desestruturando a economia das comunidades ribeirinhas e do campesinato em geral;

* a corrupção de técnicos dos órgãos governamentais responsáveis pelo controle ambiental;

* a criminalização dos movimentos sociais envolvidos no processo de luta pelas terras ilegalmente invadidas e pela sobrevivência da população diretamente atingida.

[É sempre bom registrar que, para se produzir uma tonelada de papel são necessárias duas a três toneladas de madeira, uma grande quantidade de água - mais do que qualquer outra atividade industrial - e muita energia - a atividade está em quinto lugar na lista das que mais consomem energia..]

Reiterando o discurso JN, no folhetim disputas judiciais e o calor dos movimentos sociais não têm vez. Se no jornal a sociedade civil organizada é taxada de bandoleira, em “A favorita”, ela simplesmente não existe. As questões ambientais e de impacto social não fazem parte do enredo e quando a temática é tangenciada, ela se dá de maneira a favorecer seus patrocinadores, vendendo o peixe do reflorestamento sem tocar no grave problema dos desertos verdes e do quanto se lucra com a isenção fiscal através dos créditos de carbono.

Obviamente o que se pretende pela via do entretenimento é gerar mais desinformação sobre os reais interesses de quem banca a Rede Globo e esconder da população o legítimo enfrentamento entre militantes de diversos movimentos sociais de área e as empresas de celulose no Brasil.

E o “fim” da novela, muitos conhecem – menos o que hoje à noite abandona o bom papo com os amigos num boteco ou o livro na cabeceira, e, num entusiasmo patético assiste ao embate final entre Flora e Donatela. O “fim”, o objetivo central desse rico empreendimento é alienar covarde, continuada e gradativamente. Enquanto isso, em Gaza...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

TSE nega anulação da diplomação de Vicente Guedes

Em matérias veiculadas ontem (14/01) e hoje (15/01) no site do Tribunal Superior Eleitoral, TSE nega ação cautelar, proposta por Admilson Parreira, para anular a diplomação do prefeito eleito de Valença Vicente Guedes e nega recurso de Álvaro Cabral pela disputa na prefeitura da cidade. De acordo com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral Arnaldo Versiani, "a ação cautelar deve ser preparatória de determinado recurso que será interposto, requisito não indicado pelo autor, ou incidental, apontando o recurso já existente, e ser de competência do TSE". Como a ação não era preparatória nem incidental, o ministro não pode aceitar a anulação da diplomação de prefeito de Vicente Guedes.

Em outro recurso, este do candidato Álvaro Cabral, o minitro negou o recurso, porque o tipo utilizado por Álvaro - chamado agravo de instrumento - "tem a função de questionar decisão que nega seguimento a recurso especial eleitoral ajuizado nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). E, no caso, o candidato do PRB questiona o indeferimento de um mandado de segurança pelo TRE do Rio de Janeiro".

Portanto, embora a eleição de Vicente Guedes se caracterize como de "prefeito itinerante" (como ocorreu nos municípios de Porto de Pedras e Palmeira dos Índios, em Alagoas (veja AQUI), enquanto não entrarem com o recurso legal apropriado, ele continua prefeito de nossa cidade.

Veja as matérias na íntegra abaixo:

TSE nega ação cautelar para anular diplomação de prefeito eleito de Valença (RJ)
14 de janeiro de 2009 - 14h18

Decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Arnaldo Versiani (foto) negou ação cautelar, com pedido de liminar, proposta por Adimilson Parreira para anular a diplomação de Vicente de Paula Guedes e Dilma Dantas, eleitos respectivamente prefeito e vice-prefeita de Valença (RJ) nas eleições de 2008.

Adimilson sustenta que os candidatos são “verdadeiros prefeitos itinerantes”, pois já exerceram, por dois mandatos consecutivos, a prefeitura de município que fica apenas a alguns quilômetros de Valença, onde foram eleitos em outubro passado.

O ministro Arnaldo Versiani afirma, em sua decisão que rejeitou o pedido, que a ação cautelar deve ser preparatória de determinado recurso que será interposto, requisito não indicado pelo autor, ou incidental, apontando o recurso já existente, e ser de competência do TSE.

Arnaldo Versiani destaca que, segundo o próprio autor do pedido, a ação existente ainda tramita em primeira instância, o que afasta a jurisdição cautelar do TSE e impede a apreciação da matéria.

Processo relacionado - AC 3205 AQUI

Matéria original AQUI

Negado novo recurso de segundo colocado na disputa pela prefeitura de Valença (RJ)
15 de janeiro de 2009 - 11h14

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Arnaldo Versiani (foto) negou novo pedido do segundo colocado nas eleições de 2008 para a prefeitura de Valença (RJ), Álvaro Cabral da Silva – o doutor Álvaro (PRB), que pretendia ser diplomado e empossado no cargo.

De acordo com Versiani, o tipo de recurso utilizado pelo candidato - chamado agravo de instrumento -, tem a função de questionar decisão que nega seguimento a recurso especial eleitoral ajuizado nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). E, no caso, o candidato do PRB questiona o indeferimento de um mandado de segurança pelo TRE do Rio de Janeiro.

Além disso, revelou o ministro, a decisão da Corte estadual foi tomada pelo desembargador relator, de forma individual, e não pelo colegiado. “Não compete a este Tribunal Superior analisar impugnação expressamente dirigida contra ato monocrático [individual] de juiz integrante de Corte Regional Eleitoral”, arrematou Arnaldo Versiani, determinando o arquivamento do pedido.

Cautelar
Na última terça-feira (13), o ministro Versiani já havia negado pedido semelhante, feito por meio de uma ação cautelar, pelo candidato Dr. Álvaro, contra a diplomação e posse do candidato eleito à prefeitura de Valença. O argumento do ministro foi semelhante – a utilização de recurso impróprio.

Processo relacionado - AI 10718 AQUI

Matéria original AQUI

Guerra? Conflito? Não, é um massacre, um genocídio.

*Por Danilinho Serafim.

O que a grande mídia burguesa tem propagado por todo mundo é a existência de um conflito entre o Estado de Israel e o Hammas, um grupo extremista e terrorista que representa e personifica o povo e o Estado palestino. Além de a todo momento ressaltarem o apoio do Hezbollah e, logo em seguida, obrigatoriamente, dizer que é apoiado e financiado pelo Irã e pela Síria.

O que está longe de ser legítimo e verdadeiro.

Na verdade o que vemos por parte do estado de Israel é um exercício da barbárie, um genocídio, um massacre. Os ataques e bombardeios nazi/sionistas contra o povo palestino são assassinatos, que muito se aproximam das práticas hitleristas. Os sionistas que sempre reivindicaram ser os grandes perseguidos e massacrados por toda a história agora cobram essa “dívida” com sangue, dor e sofrimento.
Dor e sofrimento através do massacre com bombas proibidas por convenções internacionais. Bombas essas que serviram como justificativa para legitimar a invasão dos terroristas da Casa Branca ao Iraque. “Erraram” feio. As bombas estavam nas mãos do aliado ou nas suas próprias, já que o governo terrorista israelense se escora na maior potencia bélica do mundo. Deveriam ter procurado em Tel-Aviv não em Bagdá.

Matam, torturam, estupram, destroem, violam direitos em nome de sua existência e da aniquilação do outro. Agem e sentem-se como uma “raça superior” e/ou um povo superior que detém o direito de eliminar os “inferiores” palestinos, seguindo a lógica dos seus defensores que acreditam ser o inseticida do mundo para limpar o planeta das “pragas” palestinas, africanas, asiáticas, latinas...

Dentre os principais defensores, justificadores e aliados está a mídia burguesa mundial que em momento algum divulga que o governo do Terror (Israel) não está aberto e nem disposto a discutir qualquer ponto que seja a respeito de um cessar fogo ou um acordo de paz, além de não divulgar as imagens do massacre. Mas apregoam a todo instante que o Hammas atacou primeiro e Israel se defende com que eles chamam de represália, que é “legítima defesa” os assassinatos de civis cometidos por Israel. Em momento algum explicitam que o governo israelense é financiado e sustentado belicamente pela Casa Branca e, quando mencionam Israel, são proibidas as expressões “Territórios ocupados”, “Resoluções da ONU”, “Violações dos Direitos Humanos” ou “Convenção de Genebra”.

Fazem com que o Hammas seja chamado de grupo terrorista e não percebem, ou na verdade percebem e omitem que, chamando o Hammas de grupo terrorista, chamam todo povo palestino de terrorista. O Hammas é legítimo dentro da sociedade palestina por conta da sua resistência histórica a opressão, perseguições, violação e usurpação de direitos contra o povo e contra a soberania do estado da Palestina.
O papel que a mídia cumpre é esse, o de legitimar e justificar o terror do capital, o genocídio capitalista, o massacre nazi/sionista.

As milhares de crianças, mulheres e homens mortos passam longe de suscitar qualquer emoção, já que a mídia justifica sem a necessidade de refletir. Talvez seja mais conveniente se emocionar junto com o Willian Boner por um caminhoneiro carregar 20 passarinhos numa gaiola, e deixar que a suástica em forma de estrela de Davi continue exterminando aquele tão povo tão distante.

Eu não. Por que? Porque somos todos palestinos.

VEJA OS VÍDEOS DA BOMBA DO HAMAS EM ISRAEL...




... E DAS BOMBAS DE ISRAEL NA PALESTINA...

... E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Comentário da coordenação da CPA da FAA

Em matéria do dia 16 de dezembro (CPA da FAA lança blog) , falamos sobre a criação do blog da Comissão Própria de Avaliação da Fundação Dom André Arcoverde, que tem a proposta de “divulgar notícias e interagir com os leitores”. O blog disponibiliza ainda uma espécie de questionário para o leitor escrever o que quiser sobre a CPA, fazer críticas e/ou elogios e uma nota para a FAA no ano de 2008 - AQUI

Ontem, o coordenador da Comissão, o professor Rabib, deixou um comentário na matéria. Como ela é antiga, e por isso a maioria das pessoas acabaria não lendo o comentário, postamos aqui, e aproveitando para divulgar novamente o endereço do blog para os nossos leitores.

O endereço de contato da CPA é cpa@faa.edu.br

O endereço do blog é http://cpafaa.blogspot.com/

. . . . . . . . .

Venho acompanhando o trabalho do VQ, principalmente pelos e-mails do meu amigo Samir (que sempre me lembra das notícias) e aproveito para agradecer o VQ pela postagem do link e o artigo sobre a CPA. A comissão tem caráter independente à mantenedora ou ao CESVA, visto que o conflito ou disparidades entre as informações do relatório da CPA e a visita dos avaliadores do MEC (orientados pelo próprio relatório) pode provocar a queda no conceito da instituição ou até o seu fechamento.

Quanto à coleta de opinião pelo Blog, venho informar que a nossa pesquisa já consta 2 participações referentes à faculdade de Medicina e sobre projetos. As postagens serão respondidas aos interessados e as questões abordadas serão encaminhadas aos diretores e coordenadores, em reunião própria.

Ainda é baixa a participação dos alunos no blog, visto que foi inaugurado no período de férias. Mas estamos trabalhando para a divulgação geral. A participação da população também é muito importante pois a Comissão quer analisar como a instituição atinge a comunidade externa.

No dia 17 o Relatório Geral da FAA foi encaminhado para o Ministério, de acordo com o calendário do MEC e durante o período de fevereiro e março será discutido com a comunidade (representantes de alunos, professores e funcionários) para que possam ser pensadas soluções às fragilidades e estratégias para ampliar as potencialidades. As reuniões também serão aproveitadas para a elaboração do relatório 2009.

Desde já agradeço ao espaço concedido pelo VQ.

Atenciosamente, Rabib.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O mundo dá voltas

Por Eduardo Monteiro de Castro*
O mundo dá voltas e, como ele, parece que sua história segue o mesmo caminho. Principalmente quando o foco da análise é suficientemente amplo para visualizar ao menos uma volta completa.

A história do final do século XX e inícios de XXI parece um verdadeiro plágio de finais de século XIX e início do XX. Já naquela época, banqueiros corriam mundo afora divulgando idéias de livre mercado, – ou mercados globais gerenciáveis? – interceptando eventuais conflitos entre nações, financiando outras e, finalmente, envolvendo os diversos mundos com a sistemática da globalização mundial. J. P. Morgan, Merryll Lynch e outros ainda hoje famosos – por um motivo ou outro – já desenhavam nas primeiras décadas de 1900 os perfeitos caminhos do capitalismo global. Apenas por um sutil, mas importante detalhe tecnológico, o fluxo de capital, empresas e pessoas não era ainda, nem de longe, comparável com os atuais.

No entanto, o fato é que isto certamente não ocorreu e os portões aduaneiros se trancaram pelas próximas quatro ou cinco décadas de guerras e crises do capitalismo, até seu renascimento no período pós-guerra. A esta altura, surgia também uma outra opção, ou segunda opção, ou Segundo Mundo, que contrabalançava com o Primeiro e, com uns poucos cá outros acolá, o Terceiro. Opção, sobretudo, demasiado intensa, pois se manteve blindada por toda a década de 1930, enquanto o resto do mundo literalmente desabava.

Finalmente, mais quatro décadas e Gorbatchev conquista a confiança ocidental – em detrimento, obviamente, da oriental – e propõe a abertura e reestruturação da União Soviética que, em termos pragmáticos, significou seu completo colapso. Gastando sua segunda vida, renasce novamente forte o capitalismo. A ordem da década é, por assim dizer, crescimento econômico baseado em aumento de produção e produtividade, mais precisamente na América Latina – pois na quase totalidade restante do Terceiro Mundo já ocorrera – abertura de mercados, alguns embriões de políticas de privatização que mais tarde se tornaram uma verdadeira liquidação de empresas estatais e, principalmente, busca de alternativas e recursos para pagamento de dívidas externas contraídas ao longo das duas ou três décadas anteriores.

Além do mais, quando Lord Keynes foi deixado de lado na década de 1970, as chaves dos portões aduaneiros foram, enfim, encontradas e o mundo presenciou – e ainda presencia, sobretudo após a década de 1990 – uma movimentação de capitais, produtos, empresas, pessoas e investimentos sem precedentes em termos de volumes. Isto, de um lado, impulsionou o surgimento, por exemplo, dos atuais famosos Tigres Asiáticos e tirou da lama dezenas de milhares de pessoas. Por outro lado, foi capaz de falir dezenas de nações de um dia para outro com um simples toque especulativo no teclado do computador. Além disso, transformou a vida de milhões de pessoas num jogo de ganha-perde bem parecido com um cassino adaptado à modernidade do século XXI. Sem contar, afinal, que ainda não foi capaz de demonstrar que liberdade e igualdade não são exclusivas entre si, ou ao menos que as diferenças são pequenas o suficiente para manter povos minimamente alimentados.

Bom ou ruim, a pergunta que fica é se o mundo é um perfeito plágio de seus avôs ou se, não obstante, o mal que já fora contado outrora é capaz de se tornar uma escola para o bem deveras almejado. O espectador aguarda ingênuo, a resposta...

*Eduardo é engenheiro metalúrgico

Quem é quem no governo Vicente Guedes*

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* Notícia publicada originalmente no JORNAL LOCAL de 8/01/2009
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Anunciado oficialmente o secretariado de Vicente Guedes ficou assim composto:

Secretário de Governo - Sílvio Rogério Furtado da Graça. Advogado comerciante, o filho mais novo do ex-prefeito Fernando Graça é o presidente do PP. Foi Secretário de Serviços Públicos no início do último governo de pai. Com a ascensão de Fábio Vieira, passou para oposição e chegou a pleitear cargo de vice.

Secretária de Administração - Denise de Jesus Souza Paiva. Servidora municipal. ligada a liderança de Fernando Graça, foi chefe do Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura no último governo. Com forte atuação na coordenação corpo-a-corpo dos cabos eleitorais durante a campanha de Vicente.

Secretária de Fazenda - Cristina Malta. Servidora da Fazenda estadual, concursada. é experiente fiscal de rendas com notória seriedade.

Secretário de Obras e Planejamento Urbano — Jorge Assis. Engenheiro de carreira com larga experiência pública. Participou da equipe que elaborou
inventário do centro histórico de Valença.

Secretário Municipal de Educação — Paulo da Silva Pereira. Colaborador de Dilma Dantas na recente passagem pela direção do Centro de Ensino Superior de Valença. Sempre ligado a Educação, com larga experiência, é irmão do saudoso padre Sebastião.

Secretário Municipal de Saúde — Dr. Ricardo Gomes Graciosa Filho. Jovem médico com destacada atuação em sua curta carreira, sobretudo, no Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Valença onde respondeu pela coordenação da Residência Médica.

Secretário Municipal de Agricultura, Pesca, Pecuária e Meio Ambiente —
Sérgio Hipólito Conceição. Pequeno produtor rural, descende de família tradicional na área. Atuou ainda no comércio e na pedreira.

Secretário Municipal de Serviços Públicos e Defesa Civil — Theodorico Garcia Palmeira. Economista, atuante assessor político é servidor da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).

Secretario Municipal de Planejamento — Marcos Afonso de Almeida Economista , com experiência em grandes empresas. Professor universitário é o atual diretor da Faculdade de Ciências Econômicas de Valença (FÁCIL)

Secretária Municipal de Assistência Social, Esporte e Lazer — Clara Pentagna Bruno Engenheira química com larga atuação no movimento social destacou se
militância, sempre de peito aberto, das causas favoráveis aos menos favorecidos. Por fim, atuou no projeto de Economia Solidária e no Movimento Por Amor à Valença.

Secretaria Municipal de Cultura e Turismo — Daniele Dantas Mazzeo formação superior em Turismo, é professora universitária e empresária da área. Ex-Secretária do governo Fábio Vieira, ao desligar-se, atuou na Tunsrio e estava trabalhando na viabilização dos recursos destinados pelo Estado para investimento na área, Valença

Secretaria de Projetos Ana Maria dos Reis Funcionária de carreira da Caixa Econômica Federal, atuará na secretaria a ser criada.

Secretaria de Geração de Empregos e Renda - Sebastião Roberto Vieira. foi um dos coordenadores de campanha e assume outra secretaria criada por Vicente.

Secretaria de Captação de Recursos - Marcos José Domingos. Deste, não nenhuma informação, ainda. Assume outra nova secretaria.

Chefe de gabinete - Roberto Luís Souza Ferreira. Funcionário do Tribunal Contas do Estado.

Procurador do município - Jorge Luiz Pereira de Medeiros. Advogado, foi assessor jurídico da campanha. Fez parte da equipe da assessoria jurídica da Fundação Educacional Dom André Arcoverde. E filho do conhecido advogado, Sérgio “Borboleta”.

Inspetor de Controle Interno - Vitor Brasil Cardoso. Servidor aposentado Alerj, Vitor Brasil teve atuação marcante como presidente, por vários mandatos, Apae de Valença.

domingo, 11 de janeiro de 2009

A água (que ninguém vê) na guerra

"Para além das manchetes do conflito do Oriente Médio, há uma batalha pelo controle dos limitados recursos hídricos na região. Embora a disputa entre Israel e seus vizinhos se concentre no modelo terra por paz, 'há uma realidade histórica de guerras pela água' - tensões sobre as fontes do Rio Jordão, localizadas nas Colinas de Golã, precederam a Guerra dos Seis Dias". Raymond Dwek - The Guardian, [24/NOV/2002] *
[...] Na guerra do momento - Israel em Gaza -, por que a mídia não fala sobre a água - um dos itens mais importantes dos conflitos no Oriente Médio?
Oriente Médio... uma região aonde água vale mais do que petróleo... E sempre nos passam a idéia de que lá as guerras ocorrem pela conquista das reservas de petróleo.
[...] Embora Israel tenha sérios problemas com recursos hídricos, detém o controle dos suprimentos de água, tanto seus como da Palestina.

Além de restringir o uso d'água, luta pela expansão do seu território para obter mais acesso e controle deste recurso natural. Ali, ele é o "dono" das:
- águas superficiais: bacia do rio Jordão (incluindo o alto Jordão e seus tributários), o mar da Galiléia, o rio Yarmuk e o baixo Jordão;
- águas subterrâneas: 2 grandes sistemas de aqüíferos: o aqüífero da Montanha (totalmente sob o solo da Cisjordânia, com uma pequena porção sob o Estado de Israel), aqüífero de Basin e o aqüífero Costeiro que se estende por quase toda faixa litorânea israelense até Gaza.
[...] Em 1990, o jornal Jerusalém Post publicou que "é difícil conceber qualquer solução política consistente com a sobrevivência de Israel que não envolva o completo e contínuo controle israelense da água e do sistema de esgotos, e da infra-estrutura associada, incluindo a distribuição, a rede de estradas, essencial para sua operação, manutenção e acessibilidade" (1). Palavras do ministro da agricultura israelense sobre a necessidade de Israel controlar o uso dos recursos hídricos da Cisjordânia através da ocupação daquele território.
[...] Questionado sobre o acesso palestino à água, o professor da Hebrew University, Haim Gvirtzman, respondeu:
"Israel deve somente se preocupar com um padrão mínimo de vida palestino, nada mais, o que significa suprimento de água para eles só para as necessidades urbanas. Isso chega a cerca de cinqüenta/cem milhões de metros cúbicos por ano. Israel é capaz de suportar essa perda. Portanto, não deveríamos permitir que os palestinos desenvolvessem qualquer atividade agrícola, porque tal desenvolvimento virá em prejuízo de Israel. Certamente, nunca permitiremos aos palestinos suprir as necessidades hídricas da Faixa de Gaza por meio do aqüífero montanhoso. Se purificar a água do mar é uma solução realista, então deixemos que o façam para as necessidades dos residentes da Faixa de Gaza".
[...] A regra do jogo é esta: enquanto o palestino não tem acesso à água para beber, o israelense acostumou-se ao seu uso irrestrito.
[...] Desde 1948, Israel prioriza projetos, inclusive bélicos, para garantir o controle de água na região. Dentre estes:
- a construção do Aqueduto Nacional (National Water Carrier);
- em 1967, anexou os territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia e tomou da Síria as Colinas do Golã, ricos em fontes de água, para controlar os afluentes do Rio Jordão. Sobre esta guerra, Ariel Sharon falou que a idéia surgiu em 1964, quando Israel decidiu controlar o suprimento d'água;
- em 2002, a construção do 'muro de segurança' viabilizou o controle israelense da quase totalidade do aqüífero de Basin, um dos três maiores da Cisjordânia, que fornece 362 milhões de metros cúbicos de água por ano. Segundo Noam Chomsky, "o Muro já abarcou algumas das terras mais férteis do lado oriental. E, o que é crucial, estende o controle de Israel sobre recursos hídrico críticos, dos quais Israel e seus assentados podem apropriar-se como bem entenderem..." (2). Antes do muro, ele já fornecia metade da água para os assentamentos israelenses. Com a destruição de 996 quilômetros de tubulação de água, agora falta água para beber à população palestina do entorno do muro;
- antes de devolver (simbolicamente) a Faixa de Gaza, Israel destruiu os recursos hídricos da região. E, até hoje, não há infra-estrutura hídrica nas regiões palestinas.
Quantos falam a respeito disso?
Em 2003, na 3ª Conferência Mundial sobre Água, em Kyoto, Mikhail Gorbachev bateu na tecla dos conflitos mundiais pela água: contabilizou, na época, 21 conflitos armados que objetivavam apropriação de mais fontes de água; destes, 18 ocorreram em Israel.
Gestão conjunta, consumo igualitário de água, ética e consenso na água - palavras bonitas no papel, nas mesas de negociação, na mídia. Na prática, é utopia.
O que a ONU e os donos do planeta estão esperando para exigir que Israel cumpra as regras internacionais sobre águas mesmo que estas contidas em convenções, acordos, declarações (e outras abobrinhas)?
Quem vai ter coragem de criar regras claras e objetivas para punir a violação dos direitos dos povos e nações à sua soberania sobre seus recursos e riquezas naturais?
(1) Do livro de Noam Chomsky: Novas e Velhas Ordens Mundiais, São Paulo, Ed. Scritta, 1996.
(*) Ana Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa Eco&Ação, presidente da ong Ambiental Acqua Bios e da Academia Livre das Águas, e-mail:ana@ecoeacao.com.br, website: http://www.ecoeacao.com.br/
Retirado do sítio da Carta Maior, com partes editadas "[...]" pelo blog do VQ. Texto na íntegra em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15476

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Mais uma vez Palestina

Mais uma vez falarei sobre a Palestina. Sobre o massacre que ocorre por lá. Desta vez, contudo, falarei dos meus sentimentos sobre este acontecimento. Mais especificamente, daquilo que me entristeceu mais nisso tudo (além do massacre em si, claro).
Após ler uma declaração do líder do Hamas ao mundo, tive uma grande tristeza. Fiquei triste porque percebi que tudo que ele dizia era a mais pura verdade. Imagine, para mim que sempre considerei o Hamas um grupo de fanáticos religiosos que estão fechados no seu mundinho de ódio, ter que reconhecer que eles dizem a verdade. Mais ainda, ter que reconhecer que só eles disseram a verdade até agora.
O ocidente todo, representado pelos seus chefes de Estado, não disse ainda nada de verdadeiro. Este ocidente livre, laico, intelectual, prudente e sensato, não disse nada de verdadeiro. Só falsidade - quando não se calou covardemente. É, é muito duro reconhecer que a verdade não veio do ocidente laico e livre, mas do "pior" do oriente, do Hamas. Isso me entristeceu muito.
Mas nada nestes fatos me entristeceu mais do que me pegar desejando que houvesse mais vítimas do lado de Israel. Sim, confesso, cheguei a desejar isso. Num momento pensei que esse massacre só poderia ser parado caso houvesse um grande número de vítimas em Israel e, com isso, estabelecesse por parte da população judia uma pressão por um cessar-fogo (como no Líbano dois anos atrás). Confesso, cheguei a pensar nisso. E me entristeci muito por isso. Pois isso me fez perceber que este massacre me desumanizou. Mas qual massacre não desumaniza, não é?
Bem, que Ala me perdoe por isso.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cara, cadê o meu salário?

Recebemos um comentário no blog reclamando da falta de pagamento do décimo terceiro salário por parte da prefeitura de Valença. O autor do comentário questionou a ausência de uma postagem sobre tal tema no Valença em Questão. Vamos tentar atenuar problema.

Foi em agosto do ano passado que conversava com um amigo, já bem experiente no funcionamento da máquina pública, sobre os acontecimentos de uma não vitória do prefeito Fábio Vieira nas eleições. Como éramos ambos contratados, o teor da conversa não era nada reconfortante. Falta de merenda nas escolas, atraso nos pagamentos, não recebimento do décimo terceiro. Tudo era possível caso o prefeito não fosse re-eleito.

De agosto à Dezembro o meu salário atrasou todos os meses, atrasava 7 dias, depois passou pra 14. A merenda foi caindo a qualidade pra não dizer que não tinha, afinal, sempre dá pra colocar 1 litro de água a mais no feijão e a sopa sempre foi nutritiva... Qualquer critica é intriga da oposição.

E então, o que podemos esperar de uma administração que não paga salários? Hoje, sete de Janeiro e não recebi o décimo terceiro salário que, legalmente, deveria ter sido pago até o dia 20 de dezembro. Assim como o autor do comentário, estamos todos impressionados com a falta de responsabilidade da gestão. No entanto não podemos cair, enquanto sociedade, num erro muito comum e muito bem utilizados pela politicagem: a culpabilidade de um só.

Aconteceram todos os problemas, todas as safadezas e o culpado é apenas o prefeito. Como o mesmo fala publicamente que não gosta da vida política, o problema, para quem acredita que o Senhor Fábio Vieira é o único culpado, está solucionado. Falar disso é coisa do passado, afinal todos sabemos que em ano eleitoral vale tudo, não é?

Quem acompanha minhas contribuições ao blog sabe que defendo a interpretação que existe em nossa cidade um aglomerado de famílias que se enriqueceram utilizando-se da máquina pública. Para tais famílias, a manutenção no poder é o fim último. Eles apóiam aqueles que ganham a eleição. È muito comum a gente considerar isso como algo desonesto: “olha, aquela família estava junto de um agora está com o outro”. Nada pessoal, apenas sobrevivência...

Contra a culpabilidade do prefeito, eu proponho a culpabilidade da administração. Vamos olhar para os cargos comissionados, os secretários, ninguém sabe de nada? Ninguém viu nada?

A revolta do comentarista é compartilhada pelo autor da postagem. A lição que eu posso tirar disso é radical: não voto mais em nenhum membro que participou da administração que não pagou salários. Pode-se passar 10, 15, 20 anos. Ou então quando surgirem os cabos eleitorais falando que o governo não foi “tão ruim”. Sempre haverá um historiador para lembrar o que as pessoas esqueceram. Hobsbawm, essa é pra você! Estaria eu sendo injusto? Com a palavra os leitores.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Encontrados corpos das vítimas de queda de avião em Valença

Do G1, no Rio, com informações da TV Rio Sul

Equipes de busca do Corpo de Bombeiros informam ter encontrado os corpos das três vítimas e os destroços do avião que decolou de Belo Horizonte com destino ao Rio, no dia 30 de dezembro.

Eles estavam na Serra da Concórdia, em uma área de difícil acesso no município de Valença, no Sul Fluminense.

Estavam a bordo da aeronave o empresário Antônio Pereira da Mata, que pilotava o avião, sua mulher, Irene e a filha Elisa. A família é de Betim. O irmão e o cunhado do piloto chegaram em Valença, no Sul Fluminense, na manhã desta quarta, para acompanhar os trabalhos de resgate que recomeçaram às 6h da manhã.

Infraero apura o caso
A Infraero esclareceu em nota que "há uma apuração em curso para identificar falha ocorrida no procedimento de acionamento do Serviço de Busca e Salvamento, a partir do momento em que se esgotou o prazo previsto de pouso no Aeroporto de Jacarepaguá". O tempo previsto de voo seria de 1h10.

Ainda segundo a nota, a empresa informa não ter qualquer relação direta com a causa do incidente e se coloca à disposição das autoridades competentes para investigação dos procedimentos e diz que fará todos os esforços para apurar os fatos ocorridos.

O piloto da aeronave PT-JKU apresentou um plano de voo afirmando que voaria em condições visuais até Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, aonde nunca chegou. A Aeronáutica informou que o Aeroporto de Jacarepaguá deveria ter comunicado o desaparecimento do monomotor no dia do incidente, mas isso não aconteceu.

De acordo com o assessor-chefe da Aeronáutica, coronel Henry Munhoz, a informação só chegou no dia 4 de janeiro e foi passada por parentes dos desaparecidos e não pelo aeroporto. O coronel informou ainda que a Aeronáutica montou a operação de busca assim que foi procurada pela família.

O monomotor saiu de Minas no dia 30 e foi detectado pela última vez quando passava pelo Sul Fluminense, próximo às cidades de Vassouras e Barra do Piraí, uma região montanhosa que a aeronave, ao que tudo indica, sobrevoava em baixa altitude.

Somos todos valencianos

Por vezes colaboro com este blog, assim como com a publicação impressa. Cheguei até aqui, por convite de Capilo, amigo e companheiro em algumas frentes. Vejo que é recorrente, tanto no impresso, quanto aqui, reclamações sobre certos temas que teoricamente não são 'de interesse' da população valenciana. Tomo a liberdade, então, para fazer alguns comentários e claro, dar a cara à tapa.

Parece-me que enquanto acharmos que os problemas dos outros não nos dizem respeito, os nosso jamais serão solucionados. É certo que, por exemplo, o problema relatado em comentário na minha postagem anterior, sobre salários atrasados, é tratado por muitos como 'algo que não merece atenção'. Inclusive por aqueles que permitem que esse absurdo aconteça.

O que ocorre hoje na Palestina é sim o problema que diz respeito a todo cidadão deste mundo. Primeiro, por uma questão de humanidade. Há homens, como nós, sendo assassinados em algum lugar desse mundo, de forma brutal. Se isso para alguém não faz a menor diferença, para mim e pra muita gente faz. Além disso, há uma questão política nesse cenário. Não sejamos ingênuos de achar que os desmandos da politicagem imperialista mundial se restringirão ao Oriente Médio. A barbárie um dia baterá à nossa porta, sem dúvida.

Afirmo sem medo de errar que os salários atrasados em Valença têm muito que ver com o que acontece do outro lado do globo, na Palestina, no Afeganistão ou no Iraque. O que está em jogo não é o problema, mas a raiz dele. Em Valença são salários atrasados, no Rio é matança nas favelas, na Palestina é a crueldade israelense. Somos todos explorados e oprimidos. E é por isso, apenas por isso, que hoje, somos todos palestinos.

Finalmente, acho que reclamar que o blog trate de certos assuntos relacionados à cidade, é bastante válido. Mostra que os leitores veem este blog como um espaço legítimo. No entanto, acho mais pertinente fazê-lo por meio de sugestão de pautas, e não criticando as pautas que estão em discussão por aqui. Reclamemos que o jornal trate mais de Valença, mas não sejamos injustos questionando a relevância de outros temas.

Acredito também e apóio, claro, que temas ligados diretamente à cidade são de suma importância para este espaço. Mas eles não anulam outros. Hierarquizar o que é importante ou não para o leitor valenciano seria pueril e arrogante. É direito do cidadão ser informado de forma plena. Tenho certeza que os valencianos não abrem mão desse direito.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Hoje, somos todos palestinos*

"Sou palestino. Palestino não tem olho? Não tem mãos, órgãos, altura, peso, sentidos, afeições, afetos, paixões? Não come a mesma comida, não morre pelas mesmas armas, não padece as mesmas doenças, não se cura pela mesma cura, não se aquece no mesmo verão e não congela no mesmo inverno, como o judeu? Se nos furam, não sangramos? Se nos fazem cócegas, não rimos? Se nos envenenam, não morremos? Se nos fazem mal, não nos podemos defender? Se somos iguais em tudo, não reclamem de sermos iguais também nisso… A vilania que nos ensinaram, nós a aprendemos; seremos vis; menos vis que vocês, sim, porque viemos depois. Aprendemos com vocês, mas a vilania purga-se, no tempo. Mais do que isso, não posso prometer."

Adaptação de trecho do “Mercador de Veneza” de Shakespeare, por Tariq Ali

- Há uma resolução da ONU que determina a existência de um Estado da Palestina e um de Israel;

- Os EUA vetaram essa resolução no Conselho de Segurança;

- Israel optou por levar adiante uma guerra que já dura 40 anos;

- A mídia ocidental diz que a guerra está fincada no fundamentalismo religioso. Essa mentira legitima o assassinato de muçulmanos, o preconceito e mais mentiras sobre os povos do Oriente Médio e sua religião;

- Alguns estudiosos andam afirmando que pensar dois Estados separados é inviável. Afirmam que só haverá paz quando for criado um Estado onde os dois povos convivam em paz.
Leia
um deles aqui, o escritor Tari Ali;

- Eu não sei qual é a solução. Eu só sei que enquanto existirem explorados e oprimidos a paz não existirá;

- E é isso que Israel busca ao perseguir o Hamas, movimento democraticamente eleito pelo povo Palestino: opressão;

- Como bem disse o professor Gilson Caroni: “desde o massacre no Sul do Líbano, em 82, passando pelo sufocamento de duas intifadas, não é o terrorismo de fanáticos que Israel persegue. Na região conflagrada, o movimento palestino era o mais progressista projeto de resistência, o mais prenhe de valores da modernidade. O mais rico em termos culturais. As pedras dos jovens árabes defenderam da insanidade uma herança cara ao Ocidente”;

- Nunca é demais lembrar que a Faixa de Gaza mede 46 km de comprimento e 10 km de largura, lá vivem mais de 1 milhão de habitantes. Não é um estado, mas está submetido aos mandos e ao bloqueio de Israel. Para sair da área, os moradores de Gaza precisam obter uma permissão dos israelenses;

- Esse é o povo (de forma bem resumida), que sem Estado e sem liberdade, submetido há 40 anos ao poder de fogo do mais poderoso exército de ocupação do mundo, reclama por sua independência, liberdade e vida, atirando foguetes de quintal;

- A resposta vem em mísseis que matam 500 pessoas em uma hora;

- O G-8, a ONU, Obama e todo o Ocidente assistem em silêncio a esse massacre. Não por falta de sensibilidade ou maldade, e sim por interesses que transcendem os sentimentos individuais dos seres humanos;

- Afinal de contas, há muito deixamos de viver motivados por sentimentos. O que nos move, o que nos dá vida e o que rege estas vidas, é ele: o capital.
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Tem uma galera com um blog direto de Gaza, o Moments of Gaza. Vale a pena ler, já que Israel proibiu a entrada de jornalistas na região:
http://gaza08.blogspot.com/

* A expressão do título é do sociólogo Emir Sader

** Muitas das informações aqui presentes foram tiradas da excelente cobertura da
Agência Carta Maior sobre o tema