sábado, 19 de julho de 2008

Queimadas!

As queimadas fazem parte da cultura humana há milênios. São empregadas em agropecuária, em renovação de pastagens, na remoção de materiais acumulados, na extração ilegal de madeiras, na grilagem de matas, por crime, descuido etc.

Situando-se no território de Valença, em Questão, já foi presenciado no dia 19 de maio deste ano um foco de incêndio na Serra dos Mascates, no meio da mata abaixo da conhecida Pedra da Baleia. Este é um caso de grilagem. Nas margens da RJ 143, entre Quirino e Juparanã, no dia 14 de julho, o odor da fumaça era muito forte, significando que a queima era de material químico. E este odor só perde mesmo para o presenciado pelos moradores de Santa Terezinha, Brasil Novo, 3ª Turma, Mutirão da Conquista, pelos resíduos que fábricas ali encontradas lançam ao ar. (O caso do riacho que é também afetado pelas empresas deixarei para outro instante.) Na RJ 145, no bairro de Esteves, numa residência quase em frente à antiga Estação, uma nuvem de fumaça gerada por queima de restos de capina e lixo cobriu, dia 14 de julho, a estrada, podendo ocasionar acidentes. Na RJ 147, chegando a Parapeúna, dia 10 ou 11 de julho, o agente causador agora foi um grupo de trabalhadores de uma concessionária de serviços do Estado ao fazer uma poda usando de fogo, que em algum instante, se alastrou até um bambuzal, obrigando moradores locais a combatê-lo.

As queimadas são mais freqüentes a partir de junho e vão até novembro em média, mas por aqui, no resto do ano, as poucas matas existentes (fragmentos de Florestas da Mata Atlântica) são brutalmente destruídas para uso da madeira como lenha e para pastagens. O desmatamento no território de Valença é constante. Poderíamos fazer entrevistas com soldados do exército da vila militar no bairro da Aparecida e verificar que já viram, da guarita, passar pela estrada um fluxo intenso de caminhões abastecendo e escoando produtos comercializáveis – toras de madeiras de variadas circunferências em carrocerias carregadas sem lona, sem proteção. Para onde vão ser levadas tantas madeiras cortadas, digo limpas, sem galhos, aparas? De onde veio? Quem é o dono da propriedade? Quantas árvores fora replantadas por ele? A área foi reflorestada com árvores nativas ou exóticas (não nativas)? Quanto ele polui ao transportar essa carga com aquele caminhão? O motorista do caminhão usa rebite, conhaque ou coisa do tipo ilícita? Foi repartido parte do “lucro” obtido com a madeira com agentes do Estado?

Enfim, as Leis de Crimes Ambientais só terão força a partir do momento que mais denúncias sejam feitas. É pela persistência de atos, atitudes e organização social que a arte legal na República Federativa do Brasil é executada e cumprida. Sendo assim conclamo a todos que ao ver crimes ambientais, especifico as queimadas pela sua prioridade, que denunciem os criminosos ao órgão público de direito mais próximo.

Lucimauro David, o Leite
lucimauro@bol.com.br

sexta-feira, 11 de julho de 2008

porquê...

Faz uma semana e um dia. Vinha do Rio pra Valença. Era umas cinco da tarde e em frente à rodoviária e uma pedra bate no carro. Fiquei puto, afinal o carro é novo, e jogar pedra no carro não é brincadeira.

Parei o carro, mais no impulso de dar um esporro em quem tacou a pedra, que isso num tinha graça nenhuma. Mas pra minha ingrata surpresa, quem eu imaginei que tinha tacado a pedra tinha levado a pedrada. Eram duas crianças, e quando parei o carro um gritava com o ouro que chorava. Imaginei – o mais velho está brigando com o mais novo porque ele tacou a pedra no carro. Antes fosse.

Ele estava consolando o mais novo que estava com a cabeça rachada com a pedrada, se esvaindo em sangue. De onde a pedra saiu não tenho (nem eles) a menor idéia. Mas que ela existiu, existiu. O Welington que o diga.

Coloco os dois irmãos dentro do carro (Welington e Uanderson – isso mesmo, com U) e vamos pro hospital. Entra no primeiro: - é no outro. Chega no outro: - é ali do lado. Chega ali do lado: quem é o responsável pela criança. - Ah, atende a criança e depois a gente conversa.

O irmão mais velho (de 11 anos, o mais novo tem 10) fez comigo a ficha, com nome, idade, endereço. Aí tinha que avisar alguém da família. Ele ficou com medo, não queria avisar a avó, que ficaria desesperada. Poderia falar com uma tia dele, que seria melhor. Dou o telefone, ele liga, mas fala que não chegou ainda porque o ônibus atrasou, mas estava chegando. Ele ficou com medo! E eu queria que ele falasse com alguém ainda (11 anos, eu com 26, e nem sou parente da criança, estava meio desnorteado).

Aí o moleque tinha que ficar pelo menos umas duas horas em observação. Num dá pra falar que o ônibus atrasou. E pra sair precisava de um responsável. – Vamos lá buscar sua mãe, alguém, pra vir pra cá Uanderson. Fomos.

No caminho resolvi ligar pra casa dele pra pré-avisar, pra pessoa se arrumar pra ir pro hospital. Falei calmo, não falei que o corte era na cabeça. Chequei lá e tinha umas seis pessoas na porta da casa – em João Bonito. Pessoal chorando e agradecendo.

Deixei ela no hospital com ele, tudo ok, tomou lá os pontos, estava mais calmo (no carro, indo pro hospital, ele gritava “não me deixa morrer, não me deixa morrer!”). Ela é tia dele. A mãe, descobri no caminho, morreu há menos de cinco meses (completa cinco meses dia 16 de julho agora), infarto do nada. Do pai não perguntei. A avó dos garotos até hoje não se conformou com a morte da filha.

Mas falei isso tudo porque fiquei encucado. Porque cargas d´água uma pedra vai cair na cabeça de um garoto, de 10 anos, que estuda de manhã numa escola e à tarde em outra porque num tem mais a mãe pra cuidar deles, mora longe das escolas, são super pobres e simples, tem uma família que pareceu no mínimo carinhosa com eles... porque que essa criança tem que passar por esse susto... Não sei.

No mesmo dia, mais à noite, liguei pra casa do Welington e estava tudo bem. Tirou raio-x, ficou sob observação durante uma hora e estava tudo ok. Foi só um susto.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Boemia após a morte. Amém!

Passando pelos bares e ouvindo os sambas eternos dos grandes mestres do passado, surgiu uma inquietante pergunta: será que existe butiquim no céu?



















Imagine só poder estar ao lado de Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Cartola, Moreira da Silva, João Nogueira, Clementina, Wilson Batista, Ismael Silva e tantos outros, e não existir um butiquim com roda de samba, cerveja gelada, um cozido bem temperado, caju amigo!


Desde hoje faço minhas preces. Confesso estar realmente preocupado. Caso a vida eterna siga à risca o estereótipo de anjos saltando de nuvem em nuvem, harpas por todos os lados e aquela paz literalmente celestial, pedirei imediatamente a reencarnação!

Porém, algo me diz que os bambas perceberam o problema assim que chegaram lá, e desde então, o céu tornou-se o verdadeiro paraíso imaginado por Olorun, Deus, Jah, Brahma (esse então!), Zambi, Guaraci etc.


Esta noite eu sonhei com uma roda de samba no céu
Com Pixinguinha, Donga, Almirante, Sinhô, Ismael...
Noel Rosa versava
Wilson Batista respondia
Batucando num prato
João da Baiana sorria
Geraldo Pereira sambava
Marília Batista cantava
Araci de Almeida gingava

E Tia Ciata gostava
Era um samba de roda meio maxixado
Muito ritmado
Que Ataulfo Alves dizia ser samba rasgado
Se achegaram Vinícius, Heitor dos Prazeres, Padeirinho
E Cartola tocando a viola do Nelson Cavaquinho


(Martinho da Vila)

terça-feira, 1 de julho de 2008

José Graciosa é coisa nossa!!!



Para aqueles que reclamam que valencianos não fazem sucesso. Este ilustre conterrâneo saiu até na revista Veja (rsrs)


Matéria da Revista Veja desta semana (2/7/08):

"Compraram o Tribunal" (trechos da matéria)

"Documentos apreendidos pela Polícia Federal revelam que os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) foram comprados por uma empresa de consultoria."

"O grupo mineiro SIM inovou no conceito de corrupção. Já se sabe que a empresa mantinha uma rede de influência em vários tribunais do país para subornar juízes e manipular decisões à base de pagamento de propina. O caso dos conselheiros fluminenses, por enquanto, é apenas o mais edificante. A empresa SIM, de Belo Horizonte, oferecia decisões em tribunais: rede de suborno em Minas, Brasília e no Rio."

"São duas as provas que, segundo a polícia, não deixam dúvida sobre o esquema no TCE fluminense. Como um negócio qualquer, havia uma minuciosa descrição da estratégia para aprovar as contas de Carapebus. Uma carta enviada à empresa por Álvaro Lopes, um político do Rio ligado ao PMDB, detalha uma reunião entre ele e um intermediário com o tribunal. Nela, foi acertada a solução. A SIM precisaria desembolsar 130.000 reais para pagar ao presidente, José Gomes Graciosa, a quatro conselheiros (chamados de "CONS’s" no documento) e a alguns assessores – e garantir a aprovação das contas. Cada conselheiro embolsaria 20.000 reais. Os 30.000 restantes seriam divididos entre os assessores da corte e um "intermediário"."

REVISTAS SOMEM DA BANCA

Apesar das revistas "misteriosamente" terem sumido das bancas de Valença/RJ, ainda contamos com a internet para divulgar:

DOWNLOAD DA REVISTA COMPLETA
:

http://baixandoja.blogspot.com/2008/06/revista-veja-edio-n-2067-02-de-julho-de.html

http://www.baixenamoleza.com/2008/06/revista-veja-02-de-julho-2008-ed-2067-2/