quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ocupação Gisele Lima: a omissão continua

Há mais de três anos a situação das pessoas que estão nas casas populares da Varginha estão com suas vidas indefinidas. O poder público pouco fez. Das 100 casas, 200 foram sorteados, 100 para os terrenos e 100 para das casas (os sorteios se deram nos governos de Luis Antônio e Fernando Graça). Um outro grupo, que não tinha onde morar e não necessariamente havia sido "sorteado" para receber as casas, resolveu se mobilizar e ocuparam o espaço que não estava sendo utilizado. Essa ocupação serviu para o poder público reiniciar as obras. Obras terminadas, os interessados (alguns proprietários de casa foram sorteados) começaram um processo de reintegração de posse, para "exigirem" seus direitos.

Ontem, dia 15 de dezembro, quatro casas foram "reintegradas". As pessoas que estavam neles foram simplesmente retiradas e não têm onde morar. A coordenadora da Ocupação Gisele Lima Luciana Miranda, nos enviou ontem o email abaixo, como forma de desabafo pelas injustiças que tem presenciado. Abaixo o email na íntegra:

É de deixar todo mundo indignado com o posicionamento da prefeitura de valença. Hoje, dia 15 de dezembro, está acontecendo a reintegração de 4 dasas na varginha.

E a prefeitura não se manifestou no sentido de ajudar as familias que a partir de hoje não têm onde morar. Contam somente (e felizmente) com a solidariedade de amigos e companheiros da ocupação Gisele Lima. Segundo informações que obtivemos dos responsaveis em executar a reintegração de posse, a prefeitura, na figura da secretária de Assistência Social Clara Pentagna, "não tem nada a ver com isso" disse a secretária.

Ora, como não! Estamos falando de Valencianos. Mais do que munícipes, essas familias são composta por seres humanos que deveriam ser tratados como tal. Mas parece que tanto para a secretária quanto para o prefeito essas familias são apenas estorvos. São a pedra no sapato deles, pois teimam em questionar e denunciar o pouco caso com os trabalhadores valencianos.

Com certeza esse episódio deprimemte de hoje estará em alguns meios de comunicação do munícipio nas páginas policiais. E mais uma vez o povo levará a fama de que são "violentos e baderneiros", pois a polícia esteve presente!!!!

Sei que pouco adianta escrever, mas mesmo assim escrevo como um desabafo sobre o pouco caso dos nossos governantes em relação ao povo que trabalha, que sustentam entre muitas coisas seus pomposos salários e seus privilégios enquanto representates do povo (ou pelos menos era isso que deveriam ser!).

Não sou contra as pessoas e familias que serão colocadas nas casas. É um direito deles. O que deve ser questionado é a falta de compromisso dos sucessivos governos da cidade com os Sem-teto de valença.


Queremos saber:
Qual o planejamento para construção de casa populares?
Quanto de recurso (dinheiro) será investido para contrução de casas?
Qual será fonte que finaciará a construção de casas?
A prefeitura tem o levantamento e ou cadastro das familias a serem beneficiadas com a construção de casas?
A prefeitura tem esse projeto, ele está pelo menos no papel? Se existe esse plano, apresente-o para a população!

O POVO QUER SABER!!!
NÃO SOMOS APENAS MASSA DE MANOBRAS ELEITORAIS!!!!
É IMPOSSÍVEL TERMOS PAZ QUANDO NÃO SE TEM PÃO, MORADIA, SAÚDE E EDUCAÇÃO!!!

Mais uma vez devo manisfestar meu repúdio à omissão da prefeitura e também questionar o posicionamento ideológico do judiciário quando se trata de mover ações contra qualquer tipo de organização dos trabalhadores. Sem falar na falta de sensibilidade dos magistrados em retirar à força as familias que lá estavam e por não se preocuparem para onde elas irão a partir de agora, já que foram expulsas!

É apenas um desabafo de alguem que está cansada de ver essa triste história se repetir!!!!

Luciana Miranda

3 comentários:

Anônimo disse...

Em primeiro lugar, serei solidario as familias que se encontram desabrigadas por terem sido despejadas das residencias onde estavam alojads.
Porem gostaria de levantar uma questao: Essa casas se encontrava em construnção, nao as perntencia, e portanto elas nunca deveriam ter ido pra la. Sei que estava tendo um descaso do poder publico na demora da construção, porem as familias nao tinha sido sorteada nunca poderia ter saido de onde morava e ir pra la achando que nada fosse feito. Essas casa foram soretada de modo limpo e honesto, e a familia que ganhou tem ganhou tem total direito sobre elas.
A secretaria de ação social quando fala que nao tem nada a ver, esta cheia de razão, poderia solicitar a prefeitura algo pra tentar diminuir o sofrimento. Devemos analisar de forma correta.

Mulher Atuante disse...

A Secretária de Ação Social deixa famílias desabrigadas (desalojadas graças à acão de amigos, segundo informa o e-mail) e diz não ter nada com isso? Como assim, "c(l)ara pálida? Secretarias de Ação Social existem para encontrar soluções para pessoas ou famílias em situação de risco social, ou eu estou enganada? Ao meu ver, ao reintegrar a posse ela já deveria estar munida de uma alternativa, ainda que paliativa para as famílias retiradas dos domicílios.
Olha, os absurdos que ocorrem nas nossas cidades são de fazer parecer Macondo um lugar onde nada de estranho acontece...

Vitor Castro disse...

As pessoas que foram sorteadas têm que agradecer ao pessoal da ocupação pela pressão que instalaram. Não fosse isso, as casas estariam caindo e teríamos mais um desperdício de dinheiro público. antes dessas pessoas o problema da habitação em nossa cidade nunca havia sido discutido.

E garanto também que as pessoas que estão lá não deixaram suas casas confortáveis para morar em casas sem portas, janelas, saneamento, luz. Elas estão lá justamente porque não têm onde morar. Esta é a questão.

Vale lembrar que o direito à moradia é garantido pela Constituição brasileira.

abs.