Milhões ‘evaporam’ nas escolas
JORNAL O DIA, 25/2/10
Estado admite que já gastou R$ 130 milhões para obras de adaptação, mas não sabe quantas escolas receberam ar-condicionados. Comissão da Alerj cobra solução para ‘caldeirão’ em salas com aparelhos que não funcionam
Rio - A Secretaria Estadual de Educação admitiu que já gastou R$ 130 milhões com obras de adaptação para receber aparelhos de ar-condicionado nas escolas da rede, mas não sabe informar quantas unidades foram beneficiadas. A falta dos aparelhos — e, em alguns casos, equipamentos que ainda não funcionam — tornou-se um problema para alunos e professores, que têm enfrentado temperaturas de até 40 graus nas salas de aula. Ontem, a Comissão de Educação, da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), informou que vai encaminhar ofício ao estado solicitando uma alternativa emergencial nos colégios.
“Não é só uma questão de mau planejamento do projeto nas escolas, mas de saúde. Não tem com um aluno render numa sala de aula a 40 graus. Se não tem refrigeração, então que coloquem pelo menos ventiladores”, disse o deputado Comte Bittencourt (PPS), presidente da comissão. A promessa da secretaria é instalar 34 mil ar-condicionados até o fim do ano.
Os aparelhos vão custar aos cofres públicos R$ 38 milhões — valor referente ao aluguel por 14 meses. A quantia não está incluída nos R$ 130 milhões já gastos, porque esse dinheiro foi somente para obras de vedação e adequação ao quadro de energia nas escolas. “Não tenho como precisar quantos aparelhos estão instalados ou funcionando. Esse número muda todos os dias, mas estamos fazendo o levantamento”, argumentou o superintendente de Programas e Projetos Especiais, da Secretaria de Estado da Educação, Sergio Fonseca Marcondes. Ele também não soube informar se haverá um plano alternativo para as escolas que estão com vedação e sem ar-condicionado.
A coordenadora do Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), Beatriz Lugão, disse que os professores se reunirão em 10 de março, na Alerj, para uma audiência. O grupo vai contestar informações divulgadas pela secretaria de que o ano letivo de 2009 foi marcado pela instalação de ar-condicionado. “Está insuportável lecionar em salas lotadas sem ventilação, e no verão mais quente que já vimos”, reclama a professora.
Improviso de estudantes para suportar calor de 40°
Para se refrescar, vale desde um leque improvisado com a capa dura de um caderno até toalhinhas de algodão, passando por garrafas congeladas de água e ‘ vaquinhas’ para a compra de miniventiladores portáteis. Na mochila de Felipe Nascimento, 19 anos, aluno do 3º ano do Colégio Estadual Professor Daltro Santos, em Bangu, não faltam paninhos de algodão, usados para secar o suor que escorre pelo pescoço e ensopa a camisa do jovem.
O aluno Leonardo Bernardes, 17 anos, aluno do 2º ano da mesma escola, conta que sua turma é obrigada a mudar de sala constantemente por causa do calor. “Ninguém aguenta aquele forno. Hoje a gente está tendo aula com quatro ventiladores porque dois foram retirados de outra sala. Já tive dores de cabeça muito fortes”, conta.
(Governo do Estado FAIL)
Um comentário:
E por falar em Cabral... Encaminhei uma denúncia ao Ministério Público a respeito da falta de professores nas escolas da rede estadual do município em que resido atualmente. Há três anos que aqui estou e nesses anos os alunos sempre têm a lacuna de alguma matéria por pelo menos 2 bimestres. O MP retornou a mim informando que encaminhou a denúncia ao "4º Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e Juventude" para que as devidas providências sejam tomadas. Agora acompanho o andamento da denúncia por um número que me foi fornecido. Qualquer novidade eu informo. É um absudo que as prioridades desse governo distribuidor de notebooks e ar-condicionado sejam tão invertidas. É claro que escolas em Bangú, por exemplo, carecem de ar-condicionado. Mas escola de qualquer lugar do mundo carece de professor. E de preferência respeitado e valorizado. Abraços aos companheiros do SEPE e VQ,
Mulher Atuante
Postar um comentário