“O Sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente”
 

Parte de diálogo colado do Facebook, uma espécie de Livro de Gentes no território livre da Internet, sobre as eleições municipais em Valença:
 
- “ Vai votar em quem?????? No maluco??? No filho daquele q afundou Valença????? No outro q na hora h roeu a corda???? Em quem???? ”
 
Infelizmente é a democracia que nos temos. Eleições brasileiras são um falso espetáculo, uma farsa. Há muito tempo já inventaram coisa melhor em termos de participação, a começar pela Comuna de Paris (esmagada pelo terror burguês conservador), passando pela Revolução Soviética (aniquilada pelo mostro burocrata e facínora do stalinismo), até a social democracia europeia e as experiências bolivarianas e populares de alguns vizinhos da América Latina e do antigo PT. No Brasil, lamentavelmente, a opressão de classe, a deficiência nutricional e escolar, e talvez o excesso carnavalesco encarnado no povo, é manipulado por quem vence eleições (a mídia), transformando o candidato em mais um produto na prateleira do ”voto de 50 contos”.
 
Tem também as obras que aparecem faltando um ano para as eleições (três anos de tempestade, praga e tragédia e um ano de bonança, cascalho e brita). Tem o inchaço da máquina pública com cargos comissionados, o descaso com a educação, as milícias que vão surgindo...
 
Acho seriamente que o atual prefeito corre o risco de se re-re-re-re-eleger, é muito interesse por trás. O eleitor pobre (grande maioria, ainda mais em Valença) prefere garantir salário pra família durante os três meses campanha, esquecendo dos outros quarenta e cinco meses. Sérgio Cabral, na eleição de 2010, tava pagando trezentão por semana, pra cada pessoa. Mil e duzentos por mês. Tem médico que não ganha isso.
 
Existe uma lógica perversa nisso. Só um milagre de Nossa Senhora salva essa terra, quiçá o Planeta.
 
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 O Concurso Público
 
O Concurso Público é uma bandeira histórica da democracia. Porém, entendemos que acima de tudo tem que haver lisura no processo para que não haja margem para fraudes. Essa é a razão para que sindicatos como o SEPE de Valença tenham a obrigação de participar da fiscalização deste processo.
 
Todas as vezes que a sociedade civil organizada não participa, abre espaço para dúvidas de licitude. Nas duas reuniões da comissão fiscalizadora do concurso já realizadas, estiveram ausentes os representantes da Câmara de Vereadores e do Comanva!
 
Ainda sobre o concurso, registramos a ausência no Edital de abertura de vagas para Agente Educador II e Vigia. É público que as escolas e creches estão abarrotadas de contratos. Ou seja, indicações políticas e instabilidade para os servidores contratados. Fomos informados pela Secretária de Administração, Sra. Clara Pentagna, que a PMV pretende terceirizar estes setores.
 
Mais uma vez a História ensina que devemos ser contra certos “tipos” de terceirização. O exemplo clássico é a rede estadual de ensino. As firmas terceirizadas são controladas por políticos ligados ao governador. A prática é a troca de emprego por voto. Pessoas que não têm nenhuma relação orgânica com o processo educativo, trabalhando em condições precárias. Já teve caso em escola que trabalhei, onde inspetor de aluno ter que sair às três da tarde pra segurar bandeirinha de partido político. Estes e outros absurdos são públicos e notórios nas escolas estaduais.
 
O outro fator é o dinheiro que vai pro ralo. Sabemos como funcionam estes esquemas. O dinheiro que a população paga de impostos, recolhidos pelo erário, vai para pagar os amigos dos amigos e os grandes esquemas de sujeira e corrupção.  É um absurdo não aproveitar este momento e abrir vagas para Agente Educador II e Vigia.
 
(artigo publicado no Jornal Local, de 3/11/11)