Lembro dos jornais que diziam que o carnaval de cada ano seria o melhor já visto pela cidade. Que todo o governo que chega é colocado como “salvador da pátria” e todo o governo que saí é colocado no esquecimento. Recordo que a lista dos novos secretários era escrita sempre com um adjetivo logo após o nome escolhido: “jovem”, “experiente”. Era uma pura coincidência que todos os nomes escolhidos fossem escritos junto com um adjetivo.
Lembra da rádio? Eu lembro da rádio de um amigo de todos. Havia um “programa” de debates que nos permitia conhecer melhor nossos representantes. Mas não é que aquilo virava um horário eleitoral? Logo no começo, quando nosso amigo dizia a “pauta”, esta se resumia na expressão “importantes assuntos”. Realmente dava pra fazer um programa coerente com tal pauta....
Penso que as últimas críticas dirigidas ao VALENÇA EM QUESTÃO podem ser objeto de estudo daqueles interessados em compreender como nós valencianos enxergamos a democracia. Tanto um jornal, como uma rádio são instrumentos pelos quais a sociedade interage com outros atores políticos (Prefeitura, Empresas, sindicatos). Como estamos falando de sociedade devemos pensar que ela possui múltiplas visões sobre um determinando assunto.
O problema de Valença é que os políticos possuem “relações carnais” tanto com os jornais, como nas rádios. Nesse sentido, o jornal e a rádio expressam a interpretação dos políticos sobre um determinado assunto. Assim é possível, como exemplo, Valença querer ter o melhor carnaval do Sul do Estado enquanto a sua própria juventude migra para o Carnaval de Rio Preto.
Contudo, o VALENÇA EM QUESTÃO está criticando tal forma de desenvolvimento em nossa cidade. Não dá mais para lermos um jornal ou escutarmos um programa nos falando que nossa cidade está bem quando nos deparamos com problemas básicos como falta de luz, péssima qualidade de água, falta de pagamento de salários. Estamos sendo atacados por causa disso.
Mas então, quem nos ataca? Penso que são as pessoas que mantém as “relações carnais” com os políticos. Já os denominei, numa outra situação, como cabos eleitorais. Passadas as eleições, vamos chamá-los de cães de guarda. A função do cão de guarda é fazer com que todas as pessoas partilhem de seu interesse. Como sou corrupto, como me beneficio da ignorância alheia, todos também são. Para quem deve a felicidade de assistir o “Senhor dos Anéis” tente perceber o cão de guarda como sendo a passagem de temperamento entre o hobbit Sméagol para Gollum ao encontrar o Um Anel. Como não estão pra brincadeiras, eles utilizam de uma série de estratégias para deslegitimar seus adversários: vamos analisar a mais freqüente.
O Valença em Questão é corrupto. Foi a critica que apareceu. Notamos que essa é a mais perigosa, já que se utiliza da descrença atual de nossa população em relação às transformações sociais. Como vivemos numa época onde a esperança fora jogada no lixo, acreditar que uma pessoa seja corrupta não é das coisas mais difíceis. Nosso desafio é encontrar formas que não permitam que a sociedade valenciana deixe de acreditar que uma “outra cidade é possível”. Em relação aos cães, só resta o ditado: “os cães ladram e a caravana passa”
21 comentários:
Com certeza, Sanger, a caravana do Valença em questão vai passar, mesmo com os cães de guarda voziferando (latindo) contra e propagandiando aos quatro cantos da cidade o que a rádio e a prefeitura quer.
O termo cães de guarda já foi usado, para falar a mesma coisa, pelo pensador Serge Halime, que, em seu livro Os novos cães de guarda denomina alguns jornalistas franceses como jornalistas de reverência. Ele afirma que a imprensa é dominada por um jornalismo de reverência, por grupos industriais e financeiros, por um pensamento de mercado, por redes de conivência. Esses jornalistas fazem o papel de cães de guarda do poder hegemônico.
No Brasil – e em Valença – isso não é diferente. O controle da mídia cabe a alguns poucos grupos econômicos familiares. Essa concentração desarticula os sistemas locais de informação, que poderiam desempenhar um papel importante ao dinamizar iniciativas locais de gestão participativa. Pior, a distribuição das afiliadas das grandes redes encontra no cenário regional atores identificados com as lideranças políticas.
E o VQ está aí, pra contrariar e ser contrariado, questionar e ser questionado, com consciência desse papel.
Tem também o uso da expressão "cão de guarda" pelo filósofo Jean Paul Sartre na sua obra "Em defesa dos intelectuais".
Leitura obrigatória!
Abraços
o último parágrafo do texto anterior (Jornalistas e jornalistas) resume bem o papel dos cães de guarda:
"Diante desta alienação, voluntária ou não, o resultado é que passam a vida como meros expectadores, incapazes de refletir sobre sua própria profissão e sua missão social. O máximo que conseguem é levantar a voz contra os jornalistas que escolheram caminhos diferentes"
Inacreditável. Procurem urgentemente um psiquiatra. Estão surtados! Como podem ser assim? Isso é ridículo, ninguém, ninguém persegue vocês! E nem há motivos para isso! Vocês estão doentes!
eita, anônimo. vc é que tem que buscar socorro psiquiátrico, com esse mesmo discurso sempre e sempre por aqui, não deve estar fazendo outra coisa que não seja ler a postagens do vq. tudo bem que o blogue é interessante, mas vá lá. amanhã tem showzinho da martinália em sua / nossa cidade, blocos carnavalescos, cerveja de latão na mesa do bar, suando e onerando seu bolso - mas não mais que água que você em breve começa a pagar - enfim, vai costurar sua fantasia, homem de deus! esse papo de procurar um profissional da saúde já deu. é jornal velho.
Mafalda
quer dizer que vc é contra o decreto do Prefeito sobre as garrafas de vidro?
Queria ver se voce estivesse na rua com crianças pequenas curtindo o carnaval e derepente numa briga você, pessoa esclarecida, decidida como todos do VQ, fosse atingida por uma garrafa, vinda de uma briga qualquer.
Aí no outro dia voce viria ao blog reclamar da falta de segurança durante o carnaval e do descaso da Prefeitura. certo?
Como disse a Marilda Vivas o negócio de vocês é atirar e não importa pra onde.
PAULO FARIA
Caro Paulo, não conheço a Mafalda, assim como não o conheço. Respeito tanto ela achar ruim a proibição da venda de cervejas em garrafas como você ser a favor. O único porém é que você a coloca como "a voz do VQ", sem ao menos ela fazer parte do grupo. Os comentários aqui são abertos.
Pra dar um pitaco, em época de carnaval, que o pessoal costuma se exceder na bebida, a proibição de garrafas no período é comum nos arredores das festas. Mas traz prejuízos para os desavisados.
O que vi o pessoal reclamando é em bares afastados do centro - que mantêm a rotina do dia-a-dia e nem trabalham com latas, serem proibidos de vender a cerveja em garrafa. Acho que o decreto poderia abrir exceções...
Desculpe, mais é que as idéias dela e a agressividade nos comentários são bem parecidas com as de vocês.
Com relação aos comentários serem aberto, discordo pois conheço varias pessoas que tentam postar aqui e são MODERADAS.
Abraços
PAULO FARIA
"Conheço várias pessoas que tentam postar aqui e são moderadas"
Eu rí disso!
O único que tenta postar aqui é uma pessoa que não se revela e que falou que eu atropelei alguém num carnaval passado e o haroldo mancebo veio me tirar da delegacia.
Se quiser falar de mim, pode falar a vontade. Sei que não passo despercebido e provoco "desejo inconfessáveis em certas pessoas. Mas agora, pra falar vai ter que "botar a cara" e provar as calúnias que faz, atualmente, no conforto do anonimato.
E nada me tira da cabeça que PAULO FARIA, Bruno Olivieira e outros que tentam passa-se por estas "várias pessoas" não seja o mesmo doente. Enquanto se manter no debate objetivo, sem problema. MAs se partir pra calúnia e a covardia, tem mais é que ser MODERADO mesmo. Isto aqui não é parquinho de diversão pra moleque babão.
Samir
Não conheço vc e nem o Bruno Oliveira mais gostaria de deixar registrado que tenho 62 anos, sou aposentado e gosto de participar de debates para a melhoria da sociedade em que vivemos.Sinto uma certa agressividade em voce também e você deve ter lá seu motivos mais por favor respeite um idoso que quer participar dos debates por achar que ainda tem muito a colaborar com a sociedade em que vivemos.
Com relação ao senhor Haroldo, esse sim eu conheço dos tempos em que trabalhava na casa gomes e se não me engano também foi vereador mais não sou Delegado, Juíz ou Desembargador para julga-lo.
PAULO FARIA
Caro Paulo, como você mesmo já reclamou, os comentários são moderados para evitar baixarias, ofensas e/ou agressões pessoais sejam repercutidos nos comentários como fofocas.
Como pode comprovar, os comentários que não se encaixam nesse perfil são todos publicados, independente de críticas ao Blog.
abs.
Caro Capilo
Entendo a necessidade de que em alguns momentos os mais exaltados sejam moderados.
Só não entendi a agressividade do Samir, tentando demoralizar meu comentário.
PAULO FARIA
Paulo, é que não existem várias pessoas que tenham seus comentários moderados, como você disse que conhece. Ao mentir, deu razões para que o Samir o confundisse com o ÚNICO anônimo moderado.
abs.
Não entendi (ao mentir)
Não usei de mentira em nenhum momento.
Isso não faz parte da minha formação.
PAULO FARIA
Quando disse "conheço varias pessoas que tentam postar aqui e são MODERADAS", você mentiu (mesmo a mentira não fazendo parte de sua formação), porque não conhece essas pessoas, já que elas não existem.
abs.
ME SINTO ENVERGONHADO DE ESTAR TENTANDO ESTABELECER CONTATO COM TAMANHA MEDIOCRIDADE.
MAS, É PRECISO, JÁ QUE SÓ ASSIM SE CONSTRÓI UMA SOCIEDADE DE VERDADE.
PREFIRO ARCAR COM O DESRESPEITO DE VCS A ME CONTER DIANTE DAS MAZELAS SOCIAIS QUE NOS ASSOLAM.
RESPEITOSAMENTE,
PAULO FARIA.
ô paulinho, quase me emocionei com suas palavras. se não tivesse MENTIDO, seria mais fácil dizer quem são as várias pessoas que tem comentários moderados. não é o caso né?
e ainda se dizem jornalistas!
eita, Brasil!
rs
engraçado
tem 1 aninimo falando em nome do vq
Vi que a zomba da visitante Mafalda ao anônimo que sofre do chamado transtorno obsessivo-compulsivo rendeu mais uma desnecessária e empalidecida discussão nesse blogue. Fazer o quê? Resta-me o ponderamento.
Assim como insinua Mafalda, sou e fui contra o choque de ordem que acometeu o carnaval do Vale dos Tambores em Valença. (tambores??) E tenho motivos para crer que esse impedimento não tem como objetivo fundamental proteger nossos filhos e netos dos foliões mais exaltados, nem daqueles cidadãos infelizmente menos “esclarecidos” que, também por motivos diversos extravasam seus rancores em tempo de festa.
A ausência de flexibilidade com a qual a administração Vicente Guedes vem decretando o que eles consideram pertinente à segurança pública e qualidade de vida do município, são ações que merecem ser discutidas, refletidas e criticadas. Mas também debochadas. Senso de humor além de qualidade indubitável, é uma maneira de fazer irromper a barbárie; e a barbárie (na sua forma de contestação) somada à cerveja de garrafa estupidamente gelada são interesses que defendo sempre.
Mas isso tudo é muito complexo e por assim compreendê-lo, considero mais que urgente que a imprensa local se mobilize em torno desse debate. As pautas sobre o tema choque de ordem e suas implicações político-sociais são mais que pertinentes.
A meu ver, existe como substrato desse tipo de decreto um discurso conformador e moralizante que renderá aos leitores e população em geral um debate bem mais profícuo do que esse aqui, pautado em achismos e juízos de valor.
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