- Por Caio Amorim e Mariana Gomes, especial para a revista Vírus Planetário
Militante pelos direitos humanos há 22 anos, nosso entrevistado carrega um currículo vasto na área. Jovem engajado, Marcelo Freixo filiou-se ao PT em 86 – saiu em 2005 – formou-se em história pela UFF, deu aula em favelas e prisões, foi presidente do sindicato dos professores e, em 2000, foi presidente do Conselho da Comunidade, órgão que fiscaliza o sistema penitenciário no Rio de Janeiro. Nascido no bairro do Fonseca, em Niterói, Freixo foi candidato a vereador da cidade pelo PT em 1996, mas não venceu. Hoje, é deputado estadual pelo PSOL e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj. E sobre essa difícil função e outros assuntos, Freixo conversa com a Vírus Planetário.
Caio Amorim: Acompanhamos seu trabalho na CPI das milícias e queríamos saber como evitar que o enfrentamento às milícias caia no mesmo problema do enfrentamento ao tráfico?
Marcelo Freixo: Como assim? A idéia de que a polícia pode ser muito violenta com as milícias? Isso jamais vai acontecer, porque a milícia é a polícia. A milícia não é paralela nem é fora da polícia.
Caio Amorim: Não haveria outra parte da polícia que enfrentaria as milícias?
Marcelo Freixo: Não vai. E não é esse o tipo de enfrentamento que deveria haver. Recentemente, tivemos um caso de milicianos que invadiram um posto policial para roubar armas e acabaram matando um policial que reagiu. Mas são casos esporádicos. A milícia tem uma natureza absolutamente distinta do varejo da droga nas favelas, é incomparável, pode-se falar em termos de domínio de território, mas a análise comparativa para por aí. Porque na verdade e milícia é um grupo armado formado por agentes públicos da segurança que dominam o território e utilizam a máquina do estado, usam a carteira, o distintivo. A fala é da ordem, por isso não querem ser expulsos da polícia e lutam para não serem expulsos.
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