Quem anda com a lógica nunca se espanta — no máximo, se indigna. Eu sempre disse, e isso é tão óbvio, que não tenho nada contra a instalação de bases de polícia comunitária, tenham elas o nome que for — UPP, ABC, XYZ… Ao contrário: eu sou a favor.
Mas há algo de profundamente errado numa polícia e numa política de segurança que, em nome do que é correto — reconquistar os territórios tomados pelo tráfico —, fazem o exótico: espalhar bandidos em vez de prendê-los.
É até possível que José Mariano Beltrame, o secretário da Segurança Pública, faça o que é possível fazer. O possível, dentro do absolutamente sofrível, é pouco para despertar meu entusiasmo. Muito pouco. Especialmente quando se sabe que a “pacificação” precisa contar com a boa-vontade do narcotráfico. Se mais não pode ser feito porque as condições não permitem, então é preciso mudar as condicionantes, que são feitas pelos homens, não caem do céu.
Dou de barato que Beltrame queira resolver o problema. Mas não vou varrer as questões incômodas para debaixo do tapete como vinham fazendo setores majoritários da imprensa.
Sérgio Cabral é muito bom de marketing. É apreciadíssimo pela imprensa carioca e já fincou raízes na paulistana, apresentando-se como um governante moderno, pragmático, pós-ideológico, com uma agenda modernizadora, especialmente no terreno dos costumes. Ele ganhou alguns “corações e mentes” — eu tenho horror a esse clichê, mas o emprego justamente por isto: para marcar o ENGANO — em São Paulo ao defender a descriminação do aborto e das drogas e a legalização do casamento gay. Em certos círculos de pensamento (?), curetagem feita pelo SUS, queima legal de mato e união civil de parceiros do mesmo sexo são vistos como uma categoria superior de pensamento.
Essa fachada moderna tem servido para esconder um Cabral de verdade, cujo governo — e isso não e novidade no Rio — estava perigosamente próximo do que a polícia pode oferecer de pior. Ora, seria cômico se não fosse trágico o fato de que a máfia incrustada na Polícia viveu o seu momento de glória justamente na ocupação do Complexo do Alemão, saudada por amplos setores da imprensa como um momento de “libertação”.
Por Reinaldo Azevedo
LINK http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
Mas há algo de profundamente errado numa polícia e numa política de segurança que, em nome do que é correto — reconquistar os territórios tomados pelo tráfico —, fazem o exótico: espalhar bandidos em vez de prendê-los.
É até possível que José Mariano Beltrame, o secretário da Segurança Pública, faça o que é possível fazer. O possível, dentro do absolutamente sofrível, é pouco para despertar meu entusiasmo. Muito pouco. Especialmente quando se sabe que a “pacificação” precisa contar com a boa-vontade do narcotráfico. Se mais não pode ser feito porque as condições não permitem, então é preciso mudar as condicionantes, que são feitas pelos homens, não caem do céu.
Dou de barato que Beltrame queira resolver o problema. Mas não vou varrer as questões incômodas para debaixo do tapete como vinham fazendo setores majoritários da imprensa.
Sérgio Cabral é muito bom de marketing. É apreciadíssimo pela imprensa carioca e já fincou raízes na paulistana, apresentando-se como um governante moderno, pragmático, pós-ideológico, com uma agenda modernizadora, especialmente no terreno dos costumes. Ele ganhou alguns “corações e mentes” — eu tenho horror a esse clichê, mas o emprego justamente por isto: para marcar o ENGANO — em São Paulo ao defender a descriminação do aborto e das drogas e a legalização do casamento gay. Em certos círculos de pensamento (?), curetagem feita pelo SUS, queima legal de mato e união civil de parceiros do mesmo sexo são vistos como uma categoria superior de pensamento.
Essa fachada moderna tem servido para esconder um Cabral de verdade, cujo governo — e isso não e novidade no Rio — estava perigosamente próximo do que a polícia pode oferecer de pior. Ora, seria cômico se não fosse trágico o fato de que a máfia incrustada na Polícia viveu o seu momento de glória justamente na ocupação do Complexo do Alemão, saudada por amplos setores da imprensa como um momento de “libertação”.
Por Reinaldo Azevedo
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4 comentários:
bom em que?
quando ele defende que uma política de segurança sensata é matar e prender pobres?
ou bom quando ele desmerece um direito civil que é a união entre pessoas do mesmo sexo?
ou ainda quando coloca o aborto, questão que merece ser discutida e um grave problema de saúde, como algo menor?
unir-se aos conservadores para criticar a ordem não me parece nada sensato. a direita refaz suas alianças eternamente, as reinventa desde que o mundo é mundo... reinaldo azevedo e sérgio cabral e o globo estão do mesmo lado, só usam de artifícios diferentes. reinaldo usa da ironia e da bravata, porque é um jornalista desprezível. cabral trabalha diretamente com alinaças e propaganda porque é político. fosse reinaldo governador faria diferente? NUNCA. eles jogam no mesmo time e a meu ver, reproduzí-lo e dizer que é bom é endossar aquilo que se quer criticar em última instância.
O melhor colunista, blogueiro e formador de opinião hj no Brasil....DISPARADO! Até que enfim este blog baixou a guardo sobre o Reinaldão...Parabéns....estão evoluindo a olhos vistos..
Este Sérgio Cabral é marketing purinho.Não vale a água q bebe,formou uma verdadeira quadrilha com os Piccianis todos e tá mandando mesmo,igual nos tempo da ditadura.Eu heim,e ainda fica um monte de bobos votando neles.Ah,ja ia me esquecendo do André Correa q faz parte do grupo q tomou de assalto o pobre do Estado do Rio e Valença incluida.Muita pena,pq enquanto isso,nosso dignissimo prefeito q come na mão deles,fica por aqui fazendo de Valença o quintal da casa deles todos.
Vincentim não come na mão de ninguém não. Como peão de trecho que é, vai fazendo o jogo e enchendo as burras de grana com direito a laranjas e mixiricas. TÔ ou não tô certim? Se balançar a palmeira cai coco a dar com o pau!
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