quinta-feira, 30 de junho de 2011

Carta aberta à população valenciana.

Nós, profissionais da educação da rede estadual de ensino na cidade de Valença, produzimos esta carta com o objetivo de explicar os motivos de estarmos em greve desde o dia 7 de junho de 2011.

É público e notório que a educação no Brasil não é valorizada. No entanto, para muita gente, não existe profissão mais nobre do que a do professor. Contudo, chegamos ao ponto que nem mesmo a “nobreza” da profissão está sendo suficiente para melhorarmos a qualidade de nossa educação. O Brasil ocupa posição vergonhosa nas provas internacionais que identificam o aprendizado dos alunos. Tanto o governo federal com o estadual gastam milhões de reais, através de propaganda, para tentar nos convencer que a educação brasileira está melhorando. Estamos aqui para mostrar o outro lado da educação.

Se o Brasil não é conhecido pelo altos índices educacionais, o estado do Rio de Janeiro conseguiu piorar a situação. De acordo com o Ideb (Índice de desenvolvimento da educação básica) o Rio ocupa a penúltima posição entre os estados brasileiros. Ser o penúltimo lugar dentro de um país como o Brasil não é aceitável. Estamos no fundo do poço.

Como resposta, a secretaria de educação do rio de janeiro idealizou, sem consultar a categoria dos profissionais da educação, um plano de metas e bonificações com o objetivo de levantar o Ideb do Estado para o quinto lugar até o fim de 2013. Problemas estruturais da educação como por exemplo: a baixa remuneração do salário do professor, a carga horária insuficiente e fala de discussão sobre o currículo escolar não foram mencionadas no plano. Estamos aqui para denunciar que o atual plano de metas fracassará no seu objetivo anunciado e servirá como instrumento para culpar os professores pelo fracasso escolar.

A secretaria de educação do Estado do Rio de Janeiro não consulta a categoria para conhecer os problemas da educação. Temos hoje computadores parados em sala de aula, bem como aparelhos de ar condicionado que nunca foram ligados. Todavia, a carência de professores parece ser um problema “normalizado” pela secretaria. Não se busca resolver o problema, apenas empurrá-lo. O professor, muita vezes, aumenta sua jornada de trabalho como forma de compensar o baixo salário que recebe. Torna-se então uma máquina sem ter o tempo necessário para repensar sua prática pedagógica. Perdemos até o direito de ter um educador como secretário de educação. É muito difícil dialogar com uma secretaria que está mais preocupada com belos números do que a formação de cidadãos.

O que exigimos:

  • Reajuste emergencial de 26%
  • Incorporação imediata da gratificação do Nova Escola
  • Eleição para diretores e concurso público para professores e funcionários
  • Discussão sobre o Currículo mínimo.

Contamos com o apoio da população valenciana. Procure um professor para conhecer a real situação da educação do estado do rio de janeiro. O conhecimento ainda é o melhor remédio contra o marketing dos nossos políticos. Juntos somos fortes!

Atenciosamente,

Profissionais de educação do Estado do Rio de Janeiro.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ou seja, o minimo para que se possa começar a edificar uma Educação em bases sólidas. Marilda.

Anônimo disse...

Os professores,esses eternos injustiçados,vivem das promessas dos q querem se eleger e nada....o q será das nossas crianças qdo ng mais optar por esta carreira tão linda,e isto vai acontecer mto em breve pois só na nossa cidade foram fechados TODOS os cursos de magistério.Ninguem quer trabalhar e não ter o seu valor reconhecido.Minha cozinheira ganha mais e ainda se alimenta do bom e do melhor,merecidamente.

Anônimo disse...

Tá difícil conseguir o mais que obrigatório. É muita falta de respeito com os professores.
Daqui a pouco vou começar a acreditar que só na porrada!