segunda-feira, 18 de março de 2013

Eu vejo na TV que o que eles falam sobre o jovem, e não é sério.



Morando em Valença, uma cidade que ultimamente tem uma morte violenta a cada 15 dias, estou me acostumando a escrever obituários nesta indefectível Coluna. É, eu sei que isto é macabro, mas pior do que escrever sobre a morte dos outros, são os outros escreverem sobre a sua.

A Morte é a maior das reflexões que a filosofia alcança. Talvez a única definitiva, pelo menos para o corpo. E a sua exposição exaustiva em horário nobre de rádio, tv e internet colocam-me na obrigação de mandar mais um desabafo nesta roda viva de samba que é a Vida.

Chorão e (Hugo) Chavez talvez não tenham nada em comum, a não ser a letra C. Mas o desaparecimento destes dois, nesta semana que passou, provocou relativa comoção na sociedade, notadamente nos compartilhamentos virais da rede social Facebook, local moderno onde habita o ser humano em seu horário de folga (e de trabalho também).

O cantor morreu só, num apartamento bagunçado, doente e viciado em drogas, fazendo alusão ao arquétipo contemporâneo do “rockstar” gênio, mas solitário e depressivo. O presidente da Venezuela mostrou que as riquezas de um país são para aplacar primeiro as deficiências de seu povo, e não para luxúria e a ostentação de uma elite nacional deslumbrada e mimada por interesses inconfessáveis - como os que levaram o governador Sergio Cabral e seu Secretário de Saúde fazer bem longe do Rio de Janeiro (Paris) a famigerada “farra dos guardanapos”.

É claro que grande parte da mídia e até das pessoas trataram de heroificar o artista em detrimento ao político. Não que as letras do Chorão - agudas, hedônicas e bem humoradas - não fizessem dele um “herói”. Mas, uma leitura crítica dos episódios dá pistas de como andamos e com que lentes vemos o mundo.

Como hoje os meios de comunicação educam não só as crianças, mas principalmente os adultos, eu aprendi 5 lições assistindo a TV: 1 - populista é o político que reduz a pobreza e a desigualdade social. 2 - Ditador é aquele que não faz o que a imprensa e os EUA mandam. 3 - Caudilho é o político que eu não gosto e que seja Latino Americano. 4 - Demagogo é aquele que não fala o que eu quero ouvir. 5 - Golpista é aquele que vence as eleições contra o meu candidato. Jamais, na história da América Latina, um líder político alcançou uma legitimidade democrática tão incontestável. Desde sua chegada ao poder em 1999, houve 16 eleições na Venezuela. Hugo Chávez ganhou 15, entre as quais a última, no dia 7 de outubro de 2012. Sempre derrotou seus rivais com uma diferença de 10 a 20 pontos percentuais. Todas as eleições sob rigorosíssima fiscalização internacional.

Pessoas podem até não gostar da estética do Coronel Chavez, mas o que os meios de comunicação fazem na cabeça das pessoas é um dano quase irreversível na visão sobre Democracia e República. É tanta contra informação e pressão, que fazem o professor da escola desistir de ensinar (quem educa é a família e o Estado), abandonando o magistério ou ficando doente. Isso para não falar do salário...
...

Setenta dias de um novo ano e até agora a novidade que veio dar à praia (ou à serra) é o aumento dos casos de dengue. Culpa de alguém, claro. Do caos que tomou conta da Saúde em Valença; mas nossa culpa também, que estamos acostumando a não limpar nossa casa e a espalhar sujeira por aí, inclusive na urna. Outra nova é o desfalque milionário da empresa Microcis na folha de pagamento da PMV e que corre em “segredo” de Justiça. Ah! Tem também um contrato emergencial de R$ 700.000,00 mensais com a “nova” empresa de coleta de lixo. Ainda tem salário atrasado e gente sem receber, etc, etc. Tem coisas boas também, mas ainda são mais cosméticas (trânsito) e paliativas (pronto socorro da dengue). Vamos torcendo por melhoras, mas por enquanto é fé em Deus e nas crianças, mas nas crianças vai repelente também.

(Coluna publicada no Jornal Local de 14/3/13)

12 comentários:

Anônimo disse...

A farra dos guardanapos, como chamam, não foi nada além de uma diversão do governador, que ao meu ver tem todo o direito.

Anônimo disse...

Prefiro o Eric Clapton que deu a volta por cima e ainda mantém uma Clínica de Recuperação...Professor ensina, apesar de não ser valorizado, a família educa e o Estado...bem o Estado não tem moral pra nada...quanto a Valença...continua na mesma, ou melhor ladeira abaixo, porque a cada governo que passa, o nível de débeis que ocupam as cadeiras aumenta...tem cada um mais idiota que o outro e o pior..."se achando"

Anônimo disse...

O AMIGO DE CIMA TEM ALGUMA SUGESTÃO DE GÊNIO PARA OCUPAR ALGUM CARGO?

Anônimo disse...

Gênios não ocupam cargos. Eles não precisam. Gostaria apenas que o conjunto da obra não fosse tão medíocre, que o nível melhorasse, que as pessoas eleitas e nomeadas para trabalharem no setor público valenciano fossem menos provincianas, comprometidas e respeitosas de verdade com o seu patrão, ou seja, o povo. Gostaria que conhecessem outras realidades e que soubessem das soluções que outras cidades encontraram para resolverem seus problemas, mas acho que não temos mais tempo pra isso. Ao longo dos anos, décadas, a política valenciana destruiu a cidade e agora a política e os políticos da nossa princesinha da serra estão se autodestruindo (ou será que é um teatro ??). Pagamos para que eles briguem entre si e o pior que existe platéia e até torcida, que ridículo. Os políticos mais capacitados (e não gênios hein !!) saíram daqui e voam alto por aí. Enfim, na nossa Valença,a cada eleição o nível abaixa e as palmas aumentam. Competência ??? Compromisso ??? Capacidade de trabalho ??? Faz tempo que isso não conta aqui. Ocupa o cargo comissionado quem é do time da vez. Quem puxa mais o saco. Quem bate mais palmas. Quem divide o salário com o político ( e olha que se comparado a outras realidades, o salário nem é tão atrativo assim). Digo isso não com pessimismo. Trata-se apenas de uma constatação.

Anônimo disse...

SUGESTÃO
Fala-se muito em crise das instituições. Na verdade, a crise é tópica e conceitual, na seara dos serviços públicos.
Todas as concepções político-ideológicas de estado sejam liberais, conservadoras, totalitárias, convergem no sentido da busca do bem-estar coletivo, com maior ou menor expressão dos direitos fundamentais.
Como o Estado é uma noção política, fruto de abstrações jurídico-filosóficas, sua atuação é dimensionada pelo desempenho dos respectivos agentes. Não importa a natureza do cargo ou função, nem a forma de investidura. Seja mandato eletivo, seja cargo, haja ou não vitaliciedade.
Todos, absolutamente todos, existem para servir ao cidadão, que, aliás, os legitima na origem. E é exatamente na falta de conscientização deste principio que viceja a apontada crise.
Há uma brutal inversão de instrumentos e mecanismos estatais, por parte de seus operadores. É o burocrata maltratando o usuário dos serviços públicos, expondo-o a constrangimentos e humilhações no atendimento. Carimbos, senhas, filas, repartições, setores, departamentos, diretores, supervisores, chefes, subchefes, vice-chefes, crachás, ordens de serviço, despachos e outros signos infernais, tudo em ambiente manifestamente hostil ao cidadão. Age o agente público como se prestasse um favor, quando, na verdade, cumpre um dever.
É o profissional da saúde pública tratando os pacientes na melhor das hipóteses, como um número a ser adicionado em sua planilha de desempenho. Sem a menor preocupação com a eficácia do tratamento, quando prescrito. Tudo sob o pretexto da baixa remuneração e das más condições de trabalho.
É o policial, arbitrário e truculento, fazendo de delegacias, postos ou viaturas verdadeiros circos de horrores para os cidadãos que demandam por segurança.
É o magistrado, que vê nos atos jurisdicionais e nas liturgias pertinentes fatores de demonstração de poder e de afirmação social. Atender pessoalmente ao jurisdicionado – seu verdadeiro patrão, na concepção democrática de Estado - com educação e presteza, somente quando o humor o permitir e nos raros espaços de uma agenda congestionada por “outros compromissos” e por viagens acadêmico-recreativas.
É o parlamentar fazendo do mandato uma alavanca de satisfação de interesses pessoais ou de mera afirmação político-eleitoral perante feudos, setores econômicos ou corporações.
É o ministro de estado, cercado de companheiros ou correligionários, direcionando as verbas mais expressivas para seu reduto eleitoral, embora outras regiões do país estejam a demandar mais urgência em seus pleitos naquele ministério.
São apenas alguns exemplos da derrocada moral de nosso serviço público. Há exceções, é verdade. Raras, mas há. E, como toda exceção, permanece sufocada pela generalidade da regra.
Lamentavelmente, numa dramática deturpação institucional, os agentes públicos querem mesmo é ser autoridade. De preferência com veículo oficial, estacionamento e elevador privativo; assessores, diversos, para lhes servir de anteparo ao público ou para lhes compensar deficiências, inapetências e inoperâncias. Mais um auxílio-moradia, mais quintos, sextos, sétimos e oitavos, neste “teto” repleto de chaminés. Sem falar no indefectível passaporte diplomático, que lhes permite fugir de filas e constrangimentos a que são submetidos os viajantes humanos e mortais.
Ou se esboça uma reação forte e imediata – tipo “pé na porta” e um grito de “basta!” – a isso tudo, ou se assiste passivamente a agonia de uma república de “pacatos cidadãos”.
A quem, ainda não se sabe, se chamar a atenção foi à toa, ou não.

Anônimo disse...

Para um gênio, há dez milhões de imbecis.
Nelson Rodrigues

Anônimo disse...

n precisa ser gênio é só n esquecer de que foi eleito pelo povo e trabalhar para melhorar a sua qualidade de vida.
entre gênio e idiota existe uma distância enorme onde cabem pessoas com este tipo de questionamentos.

Comandante Abreu disse...

Realmente Samir está mais perdido do que cego em tiroteio. Não sabe para aonde atira. Uma metralhadora desvairada, no estilo seja o que deus quiser! Volta pra sala de aula garoto! mas sentado no banco! Como Professor tu tá deixando a desejar! Essa matéria é fraca em todos os sentidos. Só esse jornaleco para te colocar como colunista. Pai! Perdoa! Ele não sabe o que está fazendo!

Anônimo disse...


Comandante: Já perdoou e separou o lugar: dos fracos de cabeça e pobres de espírito é o reino dos céus.

Anônimo disse...


Alguém lá em cima fez uma observação que os salários não são atrativos, porém o que dizem de boca em boca, é na saúde tinha Diretor, ganhando mais de R$ 10.000,00....o povo quer saber.. e tinha também pessoas concursadas, com cargo de confiança e vínculo na cruz vermelha...soma tudo e ve se dá pra cumprir tantas horas de serviço....

Anônimo disse...

Creio que a observação foi em função dos salários oficiais e não do "por fora", o "racha" com os vereadores, etc.. Apesar de difícil comprovação sabemos que existe o "por fora", não é segredo pra ninguém e o pior é que a cada eleição aumenta mais essa pratica.

Anônimo disse...

E ainda tem o por mês do Prefeito, Vice e Secretários. Ou vocês acham que alguém vai ser prefeito de Valença pra ganhar 8 mil por mês líquido ? Hein ? Acham que algum médico vai segurar a Saúde por 5 mil por mês líquido. Acordem pra vida minha gente.