Muitos vêem os botequins apenas como locais de maus costumes, verdadeiros antros da perdição humana. Porém, estas pessoas não percebem que estes estabelecimentos são legítimas referências da cultura popular, onde se é possível aliar entretenimento com a degustação de bebidas e comidas variadas. Quem nunca bebeu uma batida de jambo pra abrir o apetite e depois se deliciou com uma moela à mineira acompanhada de uma cerveja geladíssima e uns sambas de Cartola, Paulinho da Viola e João Nogueira, não sabe o que está perdendo!
Mas, além disso, em cidades onde não existe uma estrutura de aparelhos e agendas culturais suficientes para atender as demandas da população, os botequins significam um importante centro de resistência ao ímpeto do mundo globalizado em tornar as pessoas tristes, “prozaquianas”, egocêntricas e dependentes de livros de auto-ajuda. É costumeiro ouvir pelas ruas de Valença a frase: “em Valença a única coisa que cresce é o número de farmácias”.
Assim, em espaços de confraternização, como a Rua dos Mineiros, não podemos admitir que os locais destinados ao lazer cedam lugar a drogarias, igrejas, sapatarias e lojas de material de construção. A Rua dos Mineiros, em sua origem, era justamente um local de passagem e reunião obrigatória das tropas mineiras que demandavam a corte do Rio de Janeiro. Sempre foi um local de encontro, bate-papo, diversão, e assim deve continuar.
O recente fechamento da Padaria Carvalho causou um baque em muita gente e entristeceu nossa Rua. Os casarios antigos sufocados por modernas e horríveis construções descaracterizam e retiram sua beleza, somando-se ainda a esses problemas a questão da fiação aérea (faz dois anos que ouvi de um engenheiro eletricista sobre um projeto para o cabeamento subterrâneo da Rua dos Mineiros. Torço muito!).
Agora foi o bar do Fred (que retornou para o lado da boa e velha Casa da Manteiga) que provavelmente virará uma loja de materiais de construção. É preciso frear essa transformação e dialogar com esses empreendedores sobre sua importância para a Rua. O entretenimento é um dos maiores geradores de renda e emprego no mundo. Precisamos, urgentemente, definir um plano de ações para revitalizar este espaço e seu entorno (Jardim de Baixo, Jardim de Cima, casarios antigos etc) e torná-los, definitivamente, o coração cultural, turístico e artístico da cidade de Valença. Para isso, nada melhor do que assembléias e fóruns municipais para discutirmos as melhores políticas públicas e como de fato executá-las.
Só com planejamento e boa vontade é que conseguiremos tornar a Rua dos Mineiros uma referência em espaço público de interação social. Imaginem uma Rua dos Mineiros com seus prédios tendo as fachadas com as características originais; tendo bares com uma bela infra-estrutura e organizando festivais de comida e bebida de boteco; com um comércio vendendo artigos típicos da região; com cabeamento subterrâneo. Enfim, uma Rua dos Mineiros que respire cultura popular e valorize nossa terra e gente. Isso é possível, basta querermos e exigir que isso seja discutido com a população! Mas, claro, regado a uma boa cerveja gelada, uma pinguinha bem envelhecida e um belo peito de boi com batata calabresa! Servido?
Bebeto
cafo83@yahoo.com.br
4 comentários:
Cadê o bobo do estrela solitaria com os seus posts sobre o botafogo? hua hua hau hua
Ate o presidente pediu pra sair.....voces sao uns foruxos mesmo.
Não ganha nada,
time sofredor,
e é por isso que eu canto asim toma no cú fogo! ! !
da-lhe mengao!
O bobo do estrela solitária deve estar triste com a derrota... Mas tem um bobo flamenguista que tá até aparecendo demais...
...esse chororo...
chora o presidente,
chora a torcida,
chora jogador!
e parece q chora o capilo tbm
da-lhe mengão
A vingança, na final do Carioca, não será um prato se come frio. Será um Souza frito (urubu à passarinho) com uma boa pinga de alambique de cobre (Joel pudim de cana).
Como diz meu companheiro Sílvio Santos: aguardem!
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