sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Com licença...

...uma breve trégua na política.

Ou não!

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A ditadura da utilidade

A burguesia criou um universo onde todo gesto tem que ser útil. Tudo tem que ter um para quê, desde que os mercadores, com a Revolução Mercantil, Francesa e Industrial, substituíram no poder aquela nobreza cultivadora de inúteis heráldicas, pompas não rentábeis e ostentosas cerimônias intransitivas. Parecia coisa de índio. Ou de negro. O pragmatismo de empresários, vendedores e compradores, mete preço em cima de tudo. Porque tudo tem que dar lucro. Há trezentos anos, pelo menos, a ditadura da utilidade é unha e carne com o lucrocentrismo de toda essa nossa civilização. E o princípio da utilidade corrompe todos os setores da vida, nos fazendo crer que a própria vida tem que dar lucro. Vida é o dom dos deuses, para ser saboreada intensamente até que a Bomba de Nêutrons ou o vazamento da usina nuclear nos separe deste pedaço de carne pulsante, único bem de que temos certeza.

Além da utilidade

O amor. A amizade. O convívio. O júbilo do gol. A festa. A embriaguez. A poesia. A rebeldia. Os estados de graça. A possessão diabólica. A plenitude da carne. O orgasmo. Estas coisas não precisam de justificação nem de justificativas.
Todos sabemos que elas são a própria finalidade da vida. (...) Vivemos num mundo contra a vida. A verdadeira vida. Que é feita de júbilo, liberdade e fulgor animal.
(...)
A poesia é um principio do prazer no uso da linguagem. E os poderes deste mundo não suportam o prazer. A sociedade industrial, centrada no trabalho servo-mecânico, dos USA à URSS, compra, por salário, o potencial erótico das pessoas em troca de performances produtivas, numericamente calculáveis.
A função da poesia é a função do prazer na vida humana.
(...) Existe uma política na poesia que não se confunde com a política que vai na cabeça dos políticos. Uma política mais complexa, mais rarefeita, uma luz política ultra-violeta ou infra-vermelha. Uma política profunda, que é crítica da própria política, enquanto modo limitado de ver a vida.

Paulo Leminski

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Política infra-vermelha. Ou ultra-violeta.

Qual a sua cor?

Viva a crítica da política.

7 comentários:

Anônimo disse...

Minha cor é verde amarela
è Alvaro Cabral e Aderly Valente.

Anônimo disse...

è isso aí Flavinha
Já tá decorado é 10!

Anônimo disse...

E por falar em cor.
O Jardim de cima estava verde e branco sábado!
Lotado!
Só deu DEZ!

Anônimo disse...

Meu!
Estive em Conservatoria domingo,
o que era aquilo, quanta gente.
todo mundo com ALVARO CABRAL.

Anônimo disse...

eU ESTAVA LÁ E VIBREI MUITO!!!!!!
MUITA GENTE AGORA É 10!

Anônimo disse...

Guenta coração!
Dia 05 está aí e com ele a festa da VITORIA!
Alvaro neles!

Unknown disse...

É povão agora é só esperar o homem ta eleito, vamos confiar e acreditar O HOMEM É BOM!

Marcia/faa