Antigamenta, a pouco mais de trinta e um anos, o Sepe não tinha espaço. Suas reuniões se davam de forma clandestina, em casas de militantes e nas escolas. Este ano faz trinta anos da histórica greve do Sepe. Foi essa greve que gerou o "espaço Sepe". Hoje o Sepe possui várias sub-sedes, algumas próprias, outras alugadas. E há uma sede central, própria, com dois andares na Rua Evaristo da Veiga, no Centro do Rio de Janeiro.
Essa superestrutura nasceu numa greve contra a didatura militar e pelo reconhecimento dos professores num plano de carreira que só veio se materializar em 1990. O espaço do Sepe é o espaço dos movimentos sociais no sentido amplo. Cotidianamente, setores da sociedade civil, como o movimento dos sem-teto, dos sem terra, ecológico, estudantil, etc., frequentam e utilizam este espaço. É óbvio, organizações como a TFP, UDR, e neonazitas jamais frequentaram este espaço. Eles têm espaços e estruturas próprias. Também não frequenta o Sepe banqueiros, empresários, comerciantes, pois também têm suas próprias estruturas.
O nosso sindicato é frequentado por assalariádos e trabalhadores, profissionais da educação e também empregadas domésticas, trabalhadores rurais sem-terra, operários da construção civil e até servidores municipais, que pertencem a outros sindicatos. As estruturas do Sepe foram construidas pela contribuição voluntária de seus afiliados. VOLUNTÁRIA! O SEPE não recebe imposto sindical e é contra o mesmo por principio.
Na capital, onde temos a maior rede da América Latina, existem R$ 138 milhões depositado em juízo, dos servidores da prefeitura do Rio de Janeiro, e a nossa deliberação é de devolver aos professores e funcionários da prefeitura. Em Valença não recebemos o imposto sindical, e sim o sindicato dos servidores. Caso isso acontecesse, este dinheiro, da mesma forma, seria devolvido para categoria.
Por fim o Sepe-Valença tem as suas relações históricas, sendo que, repetindo as mesmas diretrizes do Sepe-RJ, que é de receber todos os movimentos sociais (entre eles está o MST, o VQ, os Sem Moradia, e os diversos humildes e pobres do povo). O Conselho da Cidade (Concidade) é um movimento social com regulamentação institucional e o Sepe, enquanto instituição, tem assento em diversos conselhos como o de educação, o de saúde , o de alimentação escolar, entre outros, e o Condicade. Então não vejo nenhum problema que o espaço físico do sindicato possa abrigar estes setores. A minha crítica ao Concidade é de conteúdo e forma. A mobilização da sociedade por melhores condições de vida, de bem-estar, depende destes aparelhos ideológicos. Se eles não funcionam, o objetivo principal não será alcançado. Essa é a crítica. A sociedade tem que funcionar de forma que as pessoas não sejam nem manipuladas e nem cooptadas pela ordem estabelecida, que tem como campo hegemônicos dois setores conservadores e vilidipendiadores dos direitos da população.
Os movimentos têm que deixar as palavras na lata de lixo, e partir para ações. Menos palavras e mais ações. Estes movimentos têm que funcionar de forma autônoma e independente dos poderes públicos, quer seja o executivo, quer seja o legislativo. Cabe ao movimento fazer uma pressão permanente, para garantir que os direitos elementares sejam respeitados.
Danilo Garcia Serafim, coordenador geral do Sepe-RJ e da executina nacional da Conlutas
6 comentários:
Não esperava viver para ver que a ditadura deixou orfãos além dos militares.
Acorda, o mundo hoje é outro.
Não entendi a critica do anônimo aí de cima!
Alguém falou em ditadura no texto??? Acho que tá faltando bons professores de interpretação nas escolas de Valença.
Incluse, eu queria muito me reciclar, mas a única entidade que ainda promove alguma coisa por aqui é a igreja...
Enfim, ao(a) anônimo(a) de cima: pode aprofundar mais a sua reflexão??
OBS: Não que as atividades promovida pelas igrejas e pastorais sejam desqualificadoras. Pelo contrário, mas o que ocorre é falta de uma visão mais plural e classista de sociedade. Uma coisa menos caridosa e mais miltante, mesmo!
Aqui, mais do que em outros lugares, o Estado é amplamente plutocrático! Vai ter pluto assim na baia de guanabara!!!
Samir não me entendeu quando falei da ditadura? A Educação já foi melhor neste país, hoje as pessoas não sabem nem perceber o que se depreende de um texto.
Dentre os frangalhos das abaladas estruturas desta sociedade arcaica, desordenada, iníqua, corrupta e moribunda, emergirá, ungido de poder e glória, INRI CRISTO, o Emissário da Paz, que voltou para julgar e não para ser julgado. E todos, estupefatos, verão resplandecer a Estrela da Manhã para regozijo dos homens de coração puro, dos simples, dos humildes, dos justos, dos que amam a verdade, esperam e servem a justiça.
Então quer dizer que o INRI só vai aparecer quando o mundo estiver moribundo?!???
Eh-Eh! Pelo menos na macumba "aqui se faz, aqui se paga"!
Enfim, enquanto a "Estrela da Manhã" não surge, a gente continua currado na penumbra da noite!
Não que eu não goste do INRI, até acho que foi o maior socialista da história, mas agora, anônimo, espero que sua "espera" seja a melhor possível, de coração!! Jesus e eu te amamos, ok irmão??
Muitolegal o histórico do SEPE, mas faltou uma referência à formação do Centro Estadual dos Porfessores (CEP), embião do sindicato.
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