Há um mês, quando o VQ 37 ficou pronto, deixei certa quantidade da publicação na portaria do Palacete Valença (Rio de Janeiro). Isto é (era) um costume, já que há muitos valencianos residindo no prédio (dentre eles eu).
Porém, desta vez, a presidente da Associação Balbina Fonseca estava no edifício e solicitou ao porteiro que recolhesse o VQ imediatamente. No VQ 37 encontrava-se uma matéria sobre o enriquecimento de José Gomes Graciosa durante sua carreira no Tribunal de Contas - "Graciosa: o 'novo rico'".
Apesar de ter achado a atitude exagerada, tentei compreender o fato visto que trata-se de um espaço privado. Contudo, ao chegar ao prédio hoje a noite, vejo o Jornal Local à disposição dos moradores, gratuitamente, assim como acontecia com o VQ.
Até aí tudo bem, visto que a Associação é uma das grandes patrocinadoras do Local e poderia ter direito a uma cota de distribuição. Mas, para minha grande surpresa, vi que a edição disponibilizada é a de número 141, de 16 de Julho de 2009. Ora, mas por que distribuir um jornal de um mês atrás?
Nesta edição de 141 está estampado na capa: "Graciosa vence mais uma", onde aparece o conselheiro ao telefone tomando um cafezinho, aparentando grande alívio após "vencer mais uma batalha na Justiça" contra as investigações da Polícia Federal.
Pensei com meus botões: "se é pra espalhar notícia de Valença no Palacete Valença, que circule o que eu queira que circule, já que aqui quem manda sou eu".
Afinal, como diz a primeira frase da matéria sobre o Graciosa no Local, "aos poucos o inferno astral se dissipa.". E com a ajuda das instituições valencianas, Graciosa e seus asseclas conseguem fazer com que as investigações da CPI do TCE e da Polícia Federal até ganhem o nome de "inferno astral". É bom lembrar que inferno astral, no senso comum, remete a procurar um bode expiatório para tudo o que não queremos que seja de nossa responsabilidade.
Mas tenho a certeza que esse "inferno" deve ter servido para alguma coisa, como requentar as pizzas frias que alimentam a elite política carioca frequentemente após investigações serem engavetadas.
30 comentários:
O período conhecido popularmente como "Inferno Astral" é o mês que antecede o aniversário de alguém. Nesta época, muitas pessoas acreditam viver momentos de angústia, depressão ou até mesmo azar, atribuindo as turbulências a alguma configuração astrológica misteriosa. Será que ela realmente existe e é mesmo inevitável?
Existem algumas explicações para entender estes trinta dias temidos antes da inauguração de uma nova idade. O aniversário nada mais é do que o marco de um novo ciclo solar na vida de uma pessoa, ou seja, o Sol passa pelo mesmo ponto do Zodíaco que estava quando ela nasceu, sinalizando uma nova etapa para a sua consciência. Os dias que antecedem esta renovação são exatamente os últimos do ciclo anterior que a consciência vinha atravessando.
"era tudo o que ele queria!..."
É a grande pequena mídia cumprindo o seu dever de conciliadora, ao mesmo tempo em que protege as Cortes Valencianas, a dos Palacetes, Dádivas e Tributos, desorienta a opinião pública. Anota aí a receita:
• 1 1/2 xícara da prodigalidade das elites
• 1 1/2 xícara de credibilidade
• 2 colheres da sopa das assessorias de imprensa
• 4 pequenos anunciantes
• 1 patrocinador de peso
• 1 pitada de cinismo
“ética jornalística” ao gosto do freguês
Miture todos os ingredientes, bata com cuidado pra não doer, unte a forma pra não colar e leve a forno brando por meia hora. Asse até dourar por cima, porque é, como dizem, pra inglês ver. E não se preocupe com o conteúdo que ninguém vai criticar.
Bona apetite!
valença cansa a gente, bicho
Ofélia, que saudades de seus programas matinais! Pelo menos está aqui no blogue dando excelentes dicas. Viva o céu de matrix!
Sugiro que vc faça a distribuição do VQ de porta em porta, ou por debaixo da soleira destas.
E vê se faz isso de escada de escada, pra perder alguma gordura!
Engraçado, quando, em edições anteriores, o Jornal Local divulgou os revezes do conselheiro ninguém falou nada. Agora por ter divulgado a vitória dele na Justiça, o que foi fato, e ato contínuo, a presidente da ABF ter adquirido vinte jornais de nosso encalhe e disponibilizado para seus inquilinos, é o bastante para sermos incluidos na teoria da conspiração da direita radical na visão e concepção da esquerda festiva valenciana. Ô, galera, então vamos ficar conjecturando sobre impressões? Eu prefiro apurar sobre fatos.
O Jornal Local continua aberto a todos, não somos donos de nenhuma verdade. Nos interessa colaborações, críticas construtivas e sugestões.
Um abraço
Gustavo Abruzzini - Jornal Local
Gustavo, menos pelo Local, mas pela edição escolhida para ser distribuída (não por vocês do Local) um tempo depois do confisco do VQ que tratava de tema que não interessa à "dona do estabelecimento", como que para rebater é digno sim de crítica (há os que vão apoiar e os que vão discordar da iniciativa).
abs.
o jornal local faz parte da direita valenciana, ou no mínimo, trabalha com apuro para tal. Já que faz a defesa, em "ato contínuo", dos poderosos e estampa rostos de pobres, maioria negros, ladrões de galinhas e maconheiros de fim de semana como se fossem uma ameaça a ordem pública defendida pela "direita radical".
Tem cozinheiro aí errando a mão: é só uma pitadinha de cinismo, heim, senão desanda a massa.
Bona apetite!
E logo o cozinheiro chefe, hein...
Esquerda festiva valenciana... Gostei! Me amarro numa festa, ainda mais aquela paga com dinheiro suado e honesto.
Pior são os lacaios que fazem festa com o dinheiro do povo e pior ainda é quem contribui para que a festa continue.
Não estou dizendo que o Jornal Local (que eu compro toda quinta feira) faz isso, mas nas horas que a barbárie bate em nossas portas; seja pelo caos na saúde publica, na educação municipal e estadual, nos sub-humanos jogados na Varginha, nos menores que andam pedindo a nossas portas, no esgoto a ceu aberto e ruas esburacadas da cidade, entre outras, se arvorar numa neutralidade etérea e não apontar os culpados por estas tragédias é sim fazer o jogo do opressor.
No mais, fico com as palavras do professor Darcy Ribeiro:
"..Sou um homem de causas...vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas"..
Notícia é um bem de consumo, alguém paga pra produzir, alguém paga pra receber... Seja Global, ou Localmente...
Concordo plenamente com o Danilinho na parte "...e estampa rostos de pobres, maioria negros, ladrões de galinhas...". E nem é preciso dizer que se trata de direita ou esquerda. Pra mim isso é coisa de imprensa-tablóide.
E aí, rememorando uma antiga discussão... precisa-se de diploma pra isso?
Qualquer um vê q o Jornal Local,virou o Jornal do Vicente Guedes,do Graciosa,da Regina Fonseca(q dizem pagou algumas edições na grafica...)Uma pena,pois a imprensa é o único instrumento q faz com que as coisas aconteçam.NADA PESSOAL AO GUSTAVO.
que semelhança com a rádio do J.A.=Jornal Local
Vejo o LOCAL como um Jornal que defende os interesses da família CORREA, já que o Gustavo foi por muito tempo cargo COMISSIONADO do Deputado André Correa
Quanta bobagem!
A fórmula do Jornal Local não difere muito dos demais veículos de comunicação da cidade. A não ser no discurso marcado e reiterado na defesa do jornalismo de formação e profissionais com registros como se fossem esses os únicos e mais importantes requisitos para o exercício da profissão.
Vejam que, na mesma edição em que José Graciosa aparece tomando cafezinho e que gerou parte dos comentários aqui, Gustavo ABRUZZINI debocha numa só tacada, na coluna Parangolés, do “atual assessor de Comunicação da Câmara Municipal de Valença, senhor Jorge Alexandre” e do “presidente do Sindicato de Jornalistas do Sul Fluminense, o caricato JC Moreira”, por pertencerem “àquela turma que, às vezes até pratica (jornalismo), (...), mas que muitas das vezes, pouco ou nada fazem para evoluir por meios legais ou intelectuais na profissão”.
Apesar de quase nada conhecer sobre os tais Jorge Alexandre e JC Moreira, algo me diz que o tripudiar do Local não incide somente sobre possíveis práticas ideologicamente duvidosas ou desrespeito aos Manuais de Redação consagrados.
Numa das edições anteriores a essa sobre o fim do “inferno astral” do José Graciosa, na mesma coluna, ABRUZZINI teria duvidado da capacidade do atual Assessor da Câmara no exercício do cargo. Antes, porém, o editor chefe do Jornal Local não perdeu a oportunidade de divulgar que recusara compor a mesma Assessoria, por atualmente estar empenhado na crescente credibilidade do seu jornal e também, isso fica subentendido, não ter que assinar junto a não diplomados como o tal Jorge Alexandre.
Entretanto, até onde sabemos, a Câmara Municipal de Valença não disponibiliza em seu quadro administrativo o cargo de Assessor de Comunicação, mas o de Assessor de Mesa Diretora, cargo comissionado diretamente subordinado aos partidos políticos na direção daquela casa, e, que, infelizmente, são geralmente tratados como “moeda de troca”. Em outras palavras, uma função administrativa que qualquer jornalista, com ou sem registro profissional, ideologicamente sério ou intelectualmente capacitado se recusaria a exercer.
A meu ver, antes de se exigir diplomas para quem exerce a função de Assessor de Mesa Diretora, deveríamos, como articulistas que somos, reivindicar uma reforma administrativa na Câmara Municipal de Valença e a criação do cargo de Assessor de Comunicação, de acordo com o Direito Administrativo desse país (que não é nenhuma maravilha, mas tem lá garantidas a autonomia e estabilidade do servidor público). Só depois disso, com a criação da Assessoria de Comunicação por meios “legais e intelectuais” e convocação de concurso público, um jornalista, ou um advogado, ou um engenheiro, um professor, enfim, alguém capacitado poderá fazer os trabalhos de mediação entre a Câmara e a população valenciana, protegido dos humores e negociatas dos nossos representantes no Legislativo.
E, sobre isso, sobre essa falta de autonomia e entendimento do que deveria representar uma assessoria de imprensa de uma dada instituição, ninguém melhor na cidade que o ABRUZZINI pra testemunhar, não é mesmo?
Isso só mostra como os comentários de alguns participantes aqui são viciados por um pensamento persecutor, equivocado e desinformado. Para quem não sabe ainda, a Câmara de Valença criou, recentemente, o cargo de Assessor de Comunicação, ao qual o jornalista Gustavo Abruzzinni preferiu não assumir, ocupado hoje por Jorge Alexandre.
Amigos, a discussão sobre se o Jornal Local é isso ou aquilo, aqui no blog, visa apenas atender a uma necessidade, no meu entendimento: criar uma discussão simplória e especulativa que aqueça os debates, visando o aumento do número de visitantes. Vejo que deve estar faltando assunto relevante e a prática, muito utilizada em eleições, de atacar esta ou aquela pessoa, também é utilizada por quem a critica. É uma pena!
Ah!, e só finalizando, aqueles que se autodenominam representantes da Esquerda, deveriam se envergonhar por desconhecer a situação de centenas, que sá, milhares de trabalhadores, prejudicados com o fim do diploma. São profissionais que lutaram durante quatro anos para se formar, que recebem salário de miséria, trabalhando muito mais que a carga horária permitida, sem receber mais por isso. Se desejarem conhecer mais essa situação, procurem o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio ou a Fenaj, para conhecer a situação da maioria dos trabalhadores. Ou vocês pensam que jornalista é só quem trabalha na Globo?
Desculmpem-me se, nessas impressões, fui rude, mas me incomoda a maneira como profissionais sérios, entre eles, eu, são levianamente atacados, enquanto os reais problemas da cidade são deixados de lado por causa de acusações tolas e desproporcionais.
Atenciosamente!!!
Paulo Henrique Nobre, repórter do Jornal Local e membro suplente do SJPERJ.
Paulo, acho que você se equivoca ao afirmar que o blog está tratando de notícia que não é importante. Para explicar o porquê desta minha consideração, vou me ater a postagem em quetão, visto que os comentários que se desenrolaram não necessariamente representam o blog e foram desvirtuados do tema, inclusive aquele feito pelo representante do jornal Local.
Bem, a postagem buscou mostrar um problema muito comum na política brasileira e, por sua vez, na política valenciana, qual seja: a incapacidade de distinguir o público do privado. Pois quando uma pessoa se utiliza do poder privado que tem para impedir a informação pública simplesmente porque ela não está em acordo com os seus interesses privados, esta pessoa está cometendo o erro de não saber distinguir o público do privado e, por isso, cometendo um erro tão caro ao espírito público.
Deste modo, a crítica que foi feita na postagem a esta atitude (independente de qual jornal que foi citado, o autor citou o Local porque foi o caso do Local ter divulgado em algum momento a vitória do Graciosa, mas poderia ter citado o dia e outros que também o fizeram se ela tivesse se utilizado deles para a propagação dos seus objetivos)é bastante relevante e merece ser colocada, visto que apresenta um problema conhecido em Valença e está em conformidade com os problemas políticos brasileiros que assistimos todos os dias.
Ora, depois houve dois comentários anônimos que fizeram o representante do jornal Local se sentir ofendido e o levou a atacar o blog como se este os tivessem produzido. O comentário do capilo foi mostrando a má interpretação do representante do Local frente a postagem e os comentários de outros representantes do blog foram de posicionamento frente ao comentário do representante do jornal Local, que já havia desvirtuado o rumo das discussões que foram apresentadas na postagem do blog. Sem querer criticar o representante do jornal Local por desvirtuar o debate que a postagem apresentou, afinal, é natural que os comentários se desenvolvam num outro sentido e isso não deve ser censurado pela moderação. Agora, dizer que os comentários que não tratam especificamente do tema da postagem são bobagens e insignificantes, significa dizer que aquele comentário feito pelo próprio representante do jornal Local (o qual também desvirtuou o debate que a postagem tentou desenvolver) é insignificante também. No entanto, eu acho bastante significativo que este debate sobre o papel da imprensa seja travado (retirando alguns comentários anônimos que foram colocados aqui, claro) e que os representantes de jornal estejam presentes neste debate, mas não se melindre com a réplica, pois o posicionamento sobre um tema público não pode ser levado para o campo privado (pessoal), pois é exatamente este o grande problema da política, o qual foi tratado nesta postagem.
Desculpe o tamanho do texto pessoal.
Oi Fael! Entendo o seu ponto de vista e concordo inteiramente com ele. Por isso, na minha postagem, deixei claro - e se não ficou - deixo agora - que "algumas pessoas que participam do blog", e não o blog em si, estavam desinformadas e mantendo uma atitude persecutória ao jornal.
Como já declarei em outras oportunidades, acho o papel do jornal e do blog do Valença em Questão inquestionável -desculpem o jogo de palavras - e necessário à promoção de um debate sobre a cidade e suas formas de manipulação do poder. Quando o autor do texto principal questiona a senhora Regina Fonseca, o faz sobre argumentos que não posso contestar. Mas daí, quando alguns outros posts dizem que a atitude dela orienta a ideologia do Jornal, o que fazem é misturar alhos com bugalhos. O jornal é comprado em bancas e ela, além de assinante, é anunciante em muitas oportunidades, e todas as edições que recebe foram pagas.
Não nos importamos se Regina Fonseca, Graciosa, Luiz Antônio, André Corrêa, Vicente Guedes ou sei lá quem mais, for alvo de críticas de vossas e, mesmo nós, estamos abertos às críticas construtivas. O que não aceitamos é esse ataque absurdo aos nossos princípios e ao nosso trabalho. Queremos conviver em paz e trabalhar em conjunto, promovendo também essa discussão. Atuamos por vias diferentes do Valença em Questão, mas no final das contas, um dos objetivos é o mesmo: expor as chagas locais e regionais e procurar pela cura!
Atenciosamente!
Paulo Henrique Nobre - repórter do Jornal Local e suplente do Conselho Fiscal do SJPERJ.
Ô Fael. Quem começou a desvirtuar a parada foi uma tal de Ofélia. Eu respondi a postagem dela, anterior a minha. Confira.
Gustavo Abruzzini
Paulo.
Realmente DESCONHEÇO a criação de uma Assessoria de Comunicação na Câmara Municipal de Valença. DESCONHEÇO e IGNORO.
Até onde sei (mas se estiver desatualizada, comprometo-me a levantar informações mais apuradas) a Câmara Municipal não sofreu nos últimos anos reforma administrativa que viabilizasse a criação do cargo de Assessor de Comunicação, mais uma vez, cargo e função de natureza distinta aos comissionados que somam hoje mais de 90% dos postos naquela casa. Não tratei nem nunca defendi a alocação de uma saleta onde se produz main list e relise na Câmara. Bem menos investi esforços (intelectuais?) no debate esvaziado sobre a qualificação ou não qualificação dos não bacharelados em Comunicação Social para exercerem funções de Assessor de Mesa Diretora. Defendo, por outro lado, a criação de postos públicos e a premência de concursos para o preenchimento desses, na Câmara e na Prefeitura, sempre.
Observo há tempos que nossos interlocutores são diferentes, o que resulta em perspectivas diferenciadas sobre esse ou aquele assunto. A interpretação positiva ou negativa sobre a extinção do diploma para o exercício do jornalismo é apenas um entre um milhão de assuntos que possivelmente discordaremos. Entretanto, acho legítimo que você defenda o seu tão suado diploma e registro profissional, bem como de toda uma parcela da classe que também concorda com você, com a Fenaj, os sindicatos dos jornalistas profissionais, OAB e tantas outras entidades que, definitivamente, não me instigam.
O que pra mim não é legítimo, é a redução do debate sobre a prática jornalística na qualidade de se ter ou não diploma. É limitador e alienante. Porque existem muitos veículos de comunicação - e, a meu ver o Local é um bom exemplo disso - que se diferenciam dos demais apenas através desse que considero ser um falso “selo de qualidade”.
Já debatemos isso abertamente, eu, você e Danilo. Reconheço o quanto você investe no seu trabalho, o quanto você quer realizar, se aprimorar, o quanto é sério pra você integrar a luta sindical etc. Mais do que uma profissão, jornalismo pra você, pra quem o ouve ou o lê, é como uma MISSÃO. Sei de tudo isso, mas sei também separar o joio do trigo e avaliar, que apesar dos seus esforços, o Jornal Local não contribui com o debate público porque prioriza, por detrás da fachada da imparcialidade, a institucionalização da informação.
Sobre a institucionalização da informação no Local e a bola levantada pelo meu comentário, que apesar de “desvirtuado” do post assinado pelo Bebeto, tem o seu valor e pertinência, refaço a questão agora mais diretamente: imagina se o seu editor chefe resolve aceitar (DE NOVO!) o tal cargo de Assessor da Câmara?! Que no lugar do desqualificado e não diplomado Jorge Alexandre, fosse hoje o Assessor da Mesa Diretora ou da Câmara, o Gustavo ABRUZZINI.
Você, Paulo, que prima tanto pela qualidade e isenção do seu trabalho, como você se sentiria como repórter do Jornal Local designado a fazer a cobertura dos trabalhos na Câmara, tendo que tratar, do outro lado do balcão, com o seu próprio empregador?!
De repente imaginei que, pra quem não é de Valença e está por fora do que anda movendo minhas críticas, que não são de hoje, que a categoria jornalismo institucional encampada pelo Jornal Local tem a ver com as parcerias firmadas entre o seu editor chefe e a Fundação Dom André Arcoverde (FAA), desde janeiro de 2008; recentemente, a parceria com a Associação Comercial e Industrial de Valença (Aciva) e a recorrente reprodução dos relises da Assessoria de Comunicação da atual gestão da Prefeitura Municipal de Valença.
taí, jornalismo institucional
o que que é isso? o jornalismo que faz a faa ou o jornalismo que o local faz pela faa?
de uma coisa ninguém deve culpar o tal do abruzini, ele é bem coerente. basta ler o editorial que o cara assina e o conteúdo do jornal. é o típico homem de bem.
parabéns.
Mas o Gustavo não aceitou, e aí colocar SE ele aceita fica complicado... Talvez tenha sido este mesmo o motivo da recusa, não criar vínculos viciosos com a Câmara.
O Abruzzini assumiu o cargo de Assessor de Mesa Diretora da Câmara, em 2007, pra fazer as vezes de jornalista da casa, e, naquela época, essa história de possíveis “vínculos viciosos” entre o jornal dele e aquela instituição não rolou, não. Sei disso porque conversamos sobre o caso completo: o convite e a sua exoneração, após um quiprocó com o transloucado ex-vereador Celsinho Graciosa. Foi nessa época que surgiu a idéia de ler um documento na Tribuna Livre pela defesa do concurso público, inclusive para a função de assessor de comunicação. O meu pedido de fazer uso da Tribuna foi solenemente ignorado pelo Presidente da Câmara, aliás, é um assunto que interessa a poucos, menos ainda àqueles acostumados em garimpar postos de trabalho através de tapinhas nas costas, sorriso, concessões. Sobre o Abruzzini ter recusado o recente convite para assumir o mesmo cargo, talvez em função dessa fatídica experiência relâmpago na Câmara, há dois anos, isso só ele pode responder. Eu continuo a duvidar que isso seja um impeditivo pra ele. Como não foi naquele tempo.
Oi Ana e demais!
Apesar da sua dúvida, foi exatamente por conta da possibilidade da tentativa da Câmara em manipular o Jornal que motivou a recusa do Gustavo. Bem como foi pelo mesmo motivo que orientou sua saída da FAA. Entendam, por favor: somos uma empresa pequena, que iniciou cheia de expectativas e apreensões. Estamos lutando há quase três anos para nos estabilizarmos no mercado e, ainda, estamos muito longe do ideal, muito porque não aceitamos ficar a mercê dos mandos e desmandos dos políticos locais. Acreditem vocês ou não, somos independentes graças ao esforço comercial que fazemos e podemos, com isso, debater, sim, assuntos de relevância para o município, sem medo de desagradar essa ou aquela figura política.
O que não fazemos é colocar sobre nossas vozes a crítica. Preferimos "levantar a lebre", ouvindo quem quer denunciar e procurando a outra parte, garantindo, assim, o legítimo direito de resposta antecipadamente. Como já disse, não adianta achar que o Jornal Local atuará da mesma maneira que atua o Valença em Questão. Somos veículos de comunicação diferentes, apesar de viajarmos pelo mesmo canal: temos objetivos diferentes, somos produzidos de forma diferente, atuamos sobre óticas diferentes. O Jornal Local é uma empresa, o que não a impede de questionar o status quo de maneira indireta; o Valença em Questão é uma mídia livre, mantido por colaboradores e leitores. Tanto um quanto o outro garantem a liberdade de expressão (vide nossas cartas do leitor e os artigos) e as críticas (vide, por exemplo, assuntos como o da doação da área do Pólo à Ema, que estamos permanentemente acompanhando).
Respondendo à tua proposição, Ana, lembro que a questão do embate entre redação e assessoria é, realmente, um problema ético difícil de solucionar. Conheço muitos colegas, mesmo na região, que vivem esse embate diariamente e não resolveram a questão. Mas acho que o Gustavo, de alguma maneira, mostrou seu posicionamento, pois, por causa de sua ideologia, acabou obrigado a deixar o assessoramento da FAA e da Câmara.
Atenciosamente,
Paulo Henrique Nobre - repórter do Jornal Local e suplente do Conselho Fiscal do SJPERJ.
Paulo.
O meu ponto de vista é claro e não tenho porque dissimular críticas já conhecidas dos companheiros do VQ e do próprio Jornal Local. Enxerguei o “Palacete Valença” como um caso sintomático da realidade valenciana e resolvi expor as minhas considerações sobre a concepção de jornalismo que leio no Local e em alguns posicionamentos do Abruzzini.
É muito óbvio que concordo, citando Ofélia, que a tal da credibilidade junto às elites e instituições propicia a manipulação da informação. E que o “selo de qualidade” garantido pelo diploma e registro profissional não me enchem os olhos, nem garantem o melhor jornalismo.
Por assim entender, reafirmo que a fórmula do jornalismo institucional, com ou sem Gustavo à frente da Assessoria da FAA, que essa espécie de institucionalização da informação vem sendo muito prejudicial ao desenvolvimento das práticas de imprensa nessa cidade e à formação da opinião pública.
Do caso da Assessoria da Câmara e do tal Jorge Alexandre, ficar nessa de desfazer do cara porque não tem diploma de jornalista ou porque anda com JC Moreiras da vida, não leva nada a lugar algum.
Você, Paulo, acredita tanto no que faz que, fico até sem jeito de ter sido tão dura, rude ou radical. Tive poucos alunos como você e a esses poucos sempre dizia, "larga essa profissão, meu filho, antes que seja tarde". Mais do que ideológica, talvez esteja aí nossa grande diferença.
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