quinta-feira, 20 de maio de 2010

Que Local é esse?

Como é normal, ao pegar o jornal a primeira coisa que vejo com mais atenção são as chamadas de capa. Não foi diferente hoje, quando peguei o Jornal Local da semana passada (edição de 13 de maio). Uma das chamadas chamou mais atenção do que as demais: “Prefeito vencedor”, ao lado de uma foto do prefeito Vicente Guedes com um troféu na mão. No subtítulo a explicação, falando que o prefeito recebeu um prêmio do Sebrae e que aguardava o julgamento do TSE sobre sua manutenção no cargo ou não.

Até aí tudo bem (será?), já que o jornal aproveitou pra fazer uma graça, provocando as pessoas a se interessarem pelo jornal, ficarem curiosas. Mas deixando de ser ingênuo, pra quem lê o jornal na banca, é um passo para sair dizendo que o prefeito ganhou o direito de governar a nossa cidade e haja boato na Rua dos Mineiros. O que fica claro é que houve um interesse muito maior em polemizar e/ou apoiar descaradamente a manutenção do cargo do prefeito. Coisa que não é o papel da imprensa e consequentemente não é papel do Jornal Local.

Até acho que um jornal pode manifestar apoio por uma ou outra decisão, que possa julgar ser mais importante pra cidade A ou B e encampar isso em suas páginas. Mas pra isso tem que assumir esse papel claramente, e não de forma subjetiva. Como foi o caso.

Uma segunda surpresa vem ao ir para a página indicada na chamada. Ao chegar lá, a matéria é exclusivamente sobre o julgamento do TSE sobre a cassação ou não do mandato do prefeito. Prêmio do Sebrae nada. Mas eis que na página de informe publicitário da prefeitura de Valença temos lá a mesma foto da capa e aí sim um texto discorrendo sobre o prêmio ganhado por Vicente Guedes.

Se se trata de um informe publicitário, como aparecer na capa do jornal, com uma chamada que indica que o prefeito é vencedor? Pra amenizar isso, o Local poderia ter colocado uma interrogação na chamada e teria mais sentido, ficaria uma coisa do tipo: vencedor? Ganha por um lado, mas está prestes a perder por outro. Seria um posicionamento mais perto da neutralidade. Ou não né, poderia ser visto com maus olhos, como se o jornal estivesse já julgando o prefeito como derrotado. E talvez fosse ruim para o jornal. Para os leitores já é outra história.
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Não é a primeira vez que o Jornal Local lança em sua capa chamadas para anúncios. Em edições anteriores já existiram chamadas exclusivamente para o Informe Publicitário, sem que o mesmo fosse identificado na página de capa. Está ficando cada vez mais comum isso no Jornal Local. Uma pena.
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Aproveitando a oportunidade, na mesma edição, também na capa, aparece uma chamada em que Vicente e André inauguram uma nova confecção. Aqui o problema não é do jornal, mas da política não só em Valença de personalizar todas as ações. Se pensar na chamada literalmente, imagina-se que Vicente e André viraram sócios e abriram uma empresa. O que de fato não é.

21 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Vitor pela pobservação. POnto que eu queria abordar de forma rápisa é que fala que esteve para ser julgado esse processo no TSE do Vicente. Aqui afirmo que, É MENTIRA que por esses dia esteve ou estava para ser julgado o referido processo ----É MENTIRA! Primeiro que, desde o pedido de vista, o processo não saiu do gabinete do ministro que pediu a mesma, sendo assim, não há publicação de pauta. Segundo, não há prazo para o mesmo colocá-lo ou levá-lo a julgamento---NÃO HÁ PRAZO. No que se refere a dita reportagem no referido jornal publicada na semana passada, eu me pergunto, se não há prazo para ser julgado, o tempo (se durar muito) é relativo. Aí eu me pergunto, o que é demorar muito se não há previsão, 1 mês, 2 meses..... ( Tempo é subjetivo neste caso! Isso tudo é conversa para boi dormir. Agora, no que se refere ao processo, em específico, acho que a jurisprudência no TSE sobre "prefeito itinerantes", neste caso vai ser mudada. Tenho a impressão que o Ministro que pediu vista está elaborando um "voto" (ele pode fazer) divergente do voto do relator e apresentá-lo para ser votado, e não apenas votar. Com isso ele rebateria os fundamentos da decisão monocrática e "tentaria" convencer os outros ministros de sua posição. è necessário ainda lembrar que o advogado que o Vicente contratou, realmente, é bem visto e tem um bom trâmite no TSE, visto que o mesmo já fou membro do TSE. Lembro aida que quando da despedida do Ministro Felx Ficher, tal advogado foi um dos oradores de tal cerimônia/homenagem. E por ultimo, os valores envolvidos no que se refere aos honorários, é coisa anormal para somente representar ou defender os interesses de alguém, ainda mais quando apenas é contratado já em fase recursal....R$ 800,000,00 (OITOCENTOS MIL REAIS), isso mesmo....800 mil. Sendo assim, para meu desagrado e da população valenciana,O Vicente, infelizmente, vai ficar. Só me pergunto de onde saiu tanto dinheiro. Lembro que, se o Vicente ganha R$ 6.000,00 (seis mil mensais), se multiplicarmos por 48 (meses do mandato)chegamos ao valor de R$ 288 mil reais. Sendo assim, seria um péssimo investimento pagar tanto...Porém, como não sabemos de onde veio os R$ 800 mil reais....., Ou melhor, talvez eu até saiba, mas.... Olha, se eu fosse apostar hoje se o Vicente sai ou fica, apostaria que fica sem titubear.

Abraços a todos.

Luiz Fernando Junior disse...

Não consigo ver o "Local" como neutro, na edição 185 pág 5 temos: "Mesmo com risco de cassaçao no TSE Prefeito viaja para Brasília em busca de mais verbas". Essa nao é a função do prefeito?! Entao quer dizer, que qualquer um que ocupar um cargo publico,administrativo se tiver algum processo na justiça deverá empurrar com a barriga suas funções até o processo terminar!

Enfim...
vale lembrar que os processos demoram sempre "décadas" para terminarem;
e o salário de prefeito deve estar em dia!

Anônimo disse...

É engraçado ver esse "INFORME PUBLICITARIO" do jornal local.

Eles só escrevem informe, não colocando a palvara PUBLICITARIO junto.

E colocam a palavra informe bem pequena, diferentemente de qualquer outro jornal de grande circulação quando divulga qualquer materia paga, onde eles dao grande destaque as palavras INFORME PUBLICITARIO. So voces repararem no O Globo por exemplo.

Fica claro que a intençao é que pareca mais uma materia que faz parte do jornal, ainda mais para a grande população que não fica analisando esses detalhes, assim como o companheiro Samir fez discorrendo sobre a capa.

É lamentavel o anbruzinni ter essa atitude, mas vejo que esses anuncios devem ser um dos grandes pilares de sustentaçao do jornal.
E se ele fizesse diferente dando destaque que sao materias pagas poderia perder essa receita.

Tyler Durden disse...

Só uma correção: quem fez o comentário sobre a capa do Local não foi o companheiro Samir, e sim o companheiro Vitor.

Eu particularmente acho que o Jornal Local é um jornal comercial, não esconde isto de ninguém, está atrelado obviamente às ideologias do seu dono, e quer vender, talvez por isso use (e até abuse) destes tipos de subterfúgios na capa.

Não concordo com a tese que o Local existe pra "manipular" a opinião pública. Só é manipulado quem se deixa manipular! Só compra o jornal quem quer.

Em relação aos informes publicitários, também os considero legítimos, já que eles são um jornal comercial. Quer ser um jornal ideológico? Faz igual ao Valença em Questão que se paga sozinho com sacrifício de seus participantes. Embora nosso sacríficio pareça estar sendo em vão ou insuficiente, uma vez que o jornal não é impresso há muito tempo.

Bebeto disse...

Samir,

Só é manipulado quem se deixa manipular?

Então a questão histórica da massificação da informação é culpa do povo pobre, que não quis se instruir? A culpa é deles em seguir o que O Globo coloca nas capas? Em repetir os jargões do Wagner Montes.

Não acho que só é manipulado quem se deixa manipular. Quando se cresce num meio em que o contraditório não tem espaço por interesses maiores (econômicos, políticos, hegemônicos), a alienação não é culpa subjetiva, mas uma questão objetiva.

Saudações alvinegras. Aliás, cadê o império do amor?

Tyler Durden disse...

Pobre não tem culpa de nada, Bebeto! Acho a alienação um problema estrutural da falência do Estado e da educação pública, este sim um processo histórico infrigido pelas classes hegemônicas.

Não falei de pobre, falei de opinião pública, formada via de regra pelo pensamento da classe média, que no afã de se tornar novos ricos difundem as ideias conservadoras dos dominantes, e são sim manipulados por que querem (e gostam!)

E continuo achando que o Jornal Local não defende o prefeito de forma velada, ele o defende de forma ABERTA e ESCANCARADA. Por isso não tenho esta mania de perseguição contra eles, jornal não é concessão pública, diferente da radiodifusão (TV e rádio)

É claro que a chamada da capa é forçada, mas está tudo muito claro: quanto será que custa aquela pag. inteira da prefeitura lá dentro? Deve dar um dinheirinho legal pro jornal e eles SEMPRE ASSUMIRAM QUE FAZEM JORNAL PRA I$$O.

Por fim, discordo da estratégia de não disputar aquele espaço por uma questão de "princípios". Ainda mais num momento que a gente só tem o blog pra dar impressão às nossas ideias. É superlativo demais pra mim comparar O Globo (que tem mais de 50 anos de desserviço à nação) ao Jornal Local, iniciativa empreenderora de uma cidade fudida do sul-fluminense. Aliás, se tem uma coisa que tem feito eu rever a minha parva militância política é uma certa mania sectária que vejo em alguns setores da Esquerda em isolar tudo que não for ultra-revolucionário.

Enfim, resolvi aceitar o convite do editor daquele veículo pois, além de estarem pautando o debate político em Valença (assim como o nosso Blog) continuo acreditando que o mais importante é a mensagem e não o mensageiro, e sinceramente não estou falando pros "pobres", estou falando pra quem quiser ouvir.

Abração, meu camarada! Boa semana, e em relação ao império da orgia, eu já sabia, pois quem manda nos juízes da Concafaf não é o Ricardo Teixeira, né?

Anônimo disse...

Bem que podia se aprofundar um pouco mais as observações/considerações do Anônimo1. São preocupantes tudo o que ali está. Parte desse dinheiro, possivelmente vem do setor de licitações. Os extratos de contrato não trazem nem o CNPJ da empresa o que impede o rastreamento da mesma. A operação Cartas Marcadas tem, seguramente, ramificaçõs em prefeituras do interior e, aqui em Valença, empresas supostamente ligadas ao squema tem surgido na pauta. O setor de serviços públicos contrata caminhões a dar com pau. Ningupém tem controle dos abastecimento de gasolina que se faz lá. Os buracos por onde vazam divisas são sempre os mesmos. Enfim.

Anônimo disse...

Me explica melhor isso de aceitar convite.

Se for o que eu estou entendendo, até voce foi cooptado????????

Triste valença, a única pessoa que falava de forma independente atualmente aqui tbm foi vendida.

Tyler Durden disse...

Cooptado a que, anônimo?

Aceitei convite de escrever ao Jornal Local de vez em quando. Convite feito ao Valença em Questão.

Posso escrevver o que eu quiser e não vou receber nada pra isso, embora eu esteja precisando, rs

Fique tranquilho, já tentaram me cooptar antes, só que ainda não chegaram ao meu preço que é o poder imperial, harém de gaúchas à disposição e mais 100 milhões de reais em barra de ouro, que valem muito mais que dinheiro

Att.

Anônimo disse...

Concordo que o jornal Local deveria deixar claro que aquele espaço é publicitário, até pq tem informações equivocadas ou inconsistentes ali que ficam mal pro seu editor, por exemplo: o Vicente ganhou o prêmio empreendedor na categoria desburocratização(sic), o que não ficou claro. Outra da última edição: o prefeito foi a Brasília fazer peregrinação pelos gabinetes. Como, se ele convocou os Prefeitos do estado do RJ a boicotarem a Marcha dos Prefeitos? O globo garantiu e noticiou "Municípios do Rio vão boicotar a 13ª Marcha dos Prefeitos em Brasília".
Quanto à mensagem do Samir no jornal Local, sempre vale a pena tentar. Estamos perdendo muito tempo. Mas, como lutar? Como fazer com que a Câmara faça o que lhe compete?
Agora, fala sério, este prefeito tá mais perdido do que cego em tiroteio. O que ele fala não se escreve...

D. disse...

Algumas breves considerações:

O que o Bebeto escreveu me contemplou com relação a alienação, então não discutirei isso.

Quanto ao papel em uma sociedade dominada por interesses políticos e exploração que a mídia cumpre é - mesmo que não siga os pressupostos teóricos do real papel da mídia - a defesa e a reprodução dos interesses de poder da classe dominante. E é isso que o Jornal Local faz, não é porque é um empreendimento de uma cidade fodida do interior é porque a formação ideológica e pessoal do editorial do jornal é essa. Com ou sem o Samir escrevendo.

O Samir pode continuar escrevendo o texto republicano/social democrata dele e quem sabe até, um dia, um texto revolucionário que o jornal Local vai continuar colocando foto de negro, pobre, micro-traficante como bandido de ultra-periculosidade na capa; chamando o MST de invasores e criminosos; vai continuar utilizando de informe publicitário como capa, ou seja, vai continuar defendendo os interesses da elite dominante. Com ou sem texto do Samir.

O Lênin disse lá em 1905 que "as tarefas políticas concretas devem ser definidas para uma situação concreta", e qual a situação concreta? A iminente saída do prefeito. E a tarefa política concreta que cumpre o Jornal local? É a defesa da manutenção do prefeito, pois tem interesse diretamente proporcional.

Então o jornal Local tem cumprido o papel que lhe cabe nesse momento histórico, e seria muita ingenuidade pensar que quem colaboradora com o Local não faz parte dessa tática - mesmo que os interesses e formação sejam opostos a ela.

Por isso ao invés de cumprir parte da estratégia e tática da reação conservadora - mesmo sem querer - prefiro ser considerado sectário e ultra-revolucionário. E ando bem com isso, deve ser porque sou comunista.

Vitor Castro disse...

Anônimo primeiro, como um anônimo posterior comentou, realmente é preocupante o que você coloca. Parece ter informações importantes que deveriam ser mais esclarecidas para a população. Querendo falar no particular por email, para preservar sua identidade, podemos pensar em aprofundar vários de seus comentários. Mas é complicado e irresponsável afirmar o que diz sem qualquer comprovação que o advogado está recebendo determinado valor. E o valor que aponta é mesmo altíssimo. Com um valor bem abaixo disso já me assustaria.

Em relação ao julgamento do processo, quando conversei com a assessoria do TSE eles informaram justamente isso, que não há um prazo definido, que poderia durar uma semana ou seis meses, mas que como o tema era relevante para um município, seria possível que o processo tomasse alguma agilidade. Mas por enquanto, novidade nenhuma. E me falaram isso há mais de 45 dias.

Em carta ao SEPE o prefeito disse que a semana passada seria decisiva, que o processo seria julgado. Daí que a informação do andamento do processo vem direto do réu, o que dá uma certa legitimidade ao fato. Mas pelo jeito nada de novo também. E enquanto isso ele se exime de algumas obrigações se justificando pelo processo “não adianta fazer nada, porque posso perder o cargo”. Com essa postura, melhor entregar o bastão.

Luiz Fernando, é isso, o jornal não é neutro (nem eu, nem você e nem o Valença em Questão). Mas no meu caso, procuro deixar claro qual meu posicionamento, não acho correto fazer pensarem que sou “neutro”. É mesmo isso, se está sofrendo um processo administrativo, ou sai ou trabalhe como se não o houvesse, porque ficar empurrando com a barriga não dá!

Vitor Castro disse...

Anônimo segundo, só de colocar como informe já é um problema, mas dentro das circunstâncias, isso passa, é um problema menor. O ideal mesmo era estar claro que é publicidade, isso é o mínimo que se espera. Mas aparecer, como apareceram várias vezes, anúncio de notícia na capa levando para uma publicidade, é ludibriar o eleitor.

Também acho intencional esse objetivo, e as pessoas realmente não prestam a atenção devida, até por confiar no jornal, de acreditar no que está escrito ali. Bem ou mal o Local já tem um respaldo na cidade, pros leitores (e até pra mim) eles são responsáveis. Não estão aí pra fazer alguma coisa a qualquer custo. Mesmo os anúncios sendo os pilares de sustentação financeira do jornal, não é necessário que se procure enganar o leitor. Já tiveram anúncios na capa do jornal e eram claramente publicidade. O mesmo poderia ser feito com o informe da prefeitura. O problema é justamente esse, de aparecerem como notícias o que é pago. Pagou, veicula o que quer, dentro do espaço publicitário, mas não como notícia do jornal. Mesmo sabendo das dificuldades financeiras do jornal, não acho aceitável.

Samir, você corrigiu não sei quem, porque não vi ninguém falando que o comentário era seu. Está lá assinado por mim, achei que estava claro.

Também sei que o Local é um jornal comercial e que não esconde isso de ninguém. Eu tenho uma relação mínima com o Gustavo, mas do pouco que conheci e conversamos sobre o jornal, ele deixa isso claro. E isso pra mim não é problema algum. A proposta do Valença em Questão é outra, e não há nenhum tipo de comparação entre o que fazemos e o que o Jornal Local faz. Ambos têm suas virtudes e problemas. O questionamento é até que ponto é aceitável a venda do jornal a qualquer custo. Alguns subterfúgios eu não concordo.

Também não disse, e nem acho, que o Local está aí para manipular a opinião pública, mas discordo quando diz que é manipulado quem se deixa manipular. Fosse assim, ninguém seria manipulado. Eu pelo menos não conheço ninguém que se vanglorie na rua “Sou manipulado meu irmão, você não é não? Tá de bobeira, é muito bom ser manipulado”.

E não deslegitimei os informes publicitários, acho que talvez não tenha sido bem entendido, mas que eles deveriam vir dentro de um espaço destinado a eles, e não como notícias, porque isso confunde o leitor.

Em relação à não veiculação da nossa edição impressa, o problema é além do financeiro, é de tempo das pessoas, que somos poucos e fazemos um bocado de outras coisas.

E não tenho mesmo mania de perseguição contra o Jornal Local. Leio semanalmente, acho uma publicação importante e necessária pra Valença. Mas só acho que pode ter maior cuidado em determinadas situações. Imagino a dificuldade em fazer o jornal está toda semana na banca, da correria, das dificuldades, e até por isso não acho que eles sempre assumiram que fazem um jornal pra i$$o, há um discurso de produzir comunicação de qualidade. E é o que eu sinceramente espero e acho que têm condições de fazer.

marianna disse...

muitos comentários e muito longos, confesso que deu uma preguiça de ler tudo. mas queria comentar um pouco mais o primeiro do samir - que, no meu entendimento, foi bem replicado pelo bebeto.

essa noção de "compra o jornal quem quer" é um pouco equivocada. porque, por exemplo, eu não preciso comprar o globo para ser afetado por ele. a dimensão de um veículo de comunicação não está em quem o consome, mas no seu papel político. eu não sei qual é o papel do jornal local, mas o que determina a influência dele em valença não é quantos são vendidos na banca. quer dizer, eu, você, o leitor não somos determinantes no processo. como a comunicação foi historicamente construída no país, os grandes veículos têm papel formativo, pedagógico mesmo e têm sua credibilidade construída em cima de arranjos outros, que não são MESMO baseados no acordo Veículo-informação-Leitor.

A imprensa é uma antiga fortificação dos interesses das classes dominantes, desde que o mundo é mundo. então, podemos sim dizer, a meu ver, que o Local está cumprindo o papel que lhe cabe. Está lá, fortificação dos interesses dominantes, garantindo, mesmo na crise, que a visão dominante dos fatos seja amplamente difundida. Afirmar isso, reconhecer que não é surpreendente que a tal capa esteja lá, ou dizer "é isso mesmo" faz parte do processo. O que não dá é pra achar que ele não merece ser criticado, ainda que "seja isso mesmo".

reconhecer o óbvio faz parte do exercício da crítica e a crítica é fundamental para qualquer exercício de mudança.

Tyler Durden disse...

Vitor, a postagem que atribue a mim á crítica ao Local é a terceira deste tópico, no quarto parágrafo, que reproduzo abaixo:

"Fica claro que a intençao é que pareca mais uma materia que faz parte do jornal, ainda mais para a grande população que não fica analisando esses detalhes, assim como o companheiro Samir fez discorrendo sobre a capa".

Por isso, achei necessário fazer a retificação, embora concorde com a crítica sobre aquela capa e concorde também com as justificativas do Abruzzini. Até por que o Jornal Local não é um problema meu, somente fui convidado pra expor minhas ideias naquele espaço e aceitei; provavelmente por uma questão de vaidade, fruto de um defeito inato em mim de não gostar de guardar o que penso.

E não sei se vcs leem o Local toda semana, mas depois que o blog do VQ publicou uma crítica sobre a exposição fotográfica dos pequenos delinquentes da cidade, eu não me lembro de mais nenhuma coluna policial do jornal que abusou deste expediente.

Pode ter sido uma coincidência, por isso fiz questão de deixar claro minha posição desde o início, mas se for a vontade da maioria dos colegas postantes daqui eu não reproduzo mais os artigos que escrevo praquele semanário.

Por fim, continuo concordando que, aqui em Valença, a maioria dos "formadores de opinião" é manipulada por que quer. Ainda mais se a manipulação vir em forma de uma merendinha ($$$) no fim do mês.

Saudações e parabéns por este debate.

Tyler Durden disse...

PS: também não afirmei que o jornal impresso do Valença em Questão não tem saído por falta de dinheiro e sim por deficiência de esforços, que podem ser físicos, intelectuais, militantes e até financeiros.

Mas este eu sei que é o menor, pois felizmente a maioria do nosso grupo não é professor

saudações!

Anônimo disse...

Nem mesmo o VQ possui neutralidade vez que esta não existe. Ruim é satanizar: se pensas como eu eu penso, tá dentro; fora da comuna nada presta. Observações sempre são bem vindas pelo Jornal Local. Como disse o Samir, ele vai aprimorando. Agora, esses informes, publicitários ou não contribuem bastante para o controle social. Imagina se eles nem a cara dar na imprensa. Vaidoso são aqueles que acham terem atingido o paraíso por conta de já saberem o que são. pena. Pois parece que nada mais t~em a aprender. Chega a ser patético, senão triste.

D. disse...

Ah Samir, já publicou sim e inclusive em um editorial direcionado às críticas que fizemos por aqui o editor deixou bem claro que continuaria a utilizar desse expediente tantas vezes fosse "necessário". E das poucas vezes que fui à Valença esse ano, sempre me deparei com com os mesmos negros, pobres, mutilidos socialmente, expostos na capa desse jornal. Uma vez vi até - como nesses piores jornais aqui do Rio - a foto de um cadáver recém-assassinado dentro de sua casa, o que é, no mínimo, de muito mal gosto e qualidade.

Todos nós sabemos o tamanho da sua vaidade. O problema não é você postar aqui o que voce escreve lá, pelo contrário, eu acho que deve ser postado só aqui. O problema é - não sei se pela vaidade ou pela ingenuidade - achar que aquele espaço está em disputa. Não está! O espaço já se encontra constituído e com um pensamento dominante vai na contramão de tudo o que NÓS lutamos, muitas vezes ombreados.
O que você vai escrever por mais coerente e progressista que seja, vai ser desconstruído na capa e nas 10 ou 12 páginas que se seguem no jornal. Não tem essa que o importante é a mensagem, a mensagem é o fortalecimento da oligarquia Local.

Isso de você escrever, também cumpre parte na estratégia, dá uma pseu-credibilidade de ter um espaço para todos os pensamentos. O que bem sabemos não é verdade, e um texto por semana não muda isso. O pensamento é "os caras criticam o meu jornal, e, mesmo assim dou espaço para eles, olhem como sou democrático", mesmo sabendo que o que voce escreve vai ser aniquilado a seguir e sua imagem vai ficar veiculada ao mensageiro e não a mensagem que voce tentou passar.

Quanto a resposta do Abruzini:

Acho que ele tá querendo que o Vítor preste uma consultoria jornalística semanal ao local, se for isso tem que contratar e pagar o cara.

A imprensa tem que ser debatida, tem que ser criticada por quem não se alinha a essa lógica de dominação e alienação que nos é imposta e defendida por quem acha que isso é o trabalho jornalístico e o papel da imprensa, que na verdade nós que os superestimamos, que na verdade eles não têm lado. Ou o editor acha que o Local está acima de qualquer crítica debate ou discussão?Será que realmente ele acredita nessa imparcialidade, ou é jogo de cena?

E nós sabemos muito bem de que lado eles estão e o papel que cumprem, ô se sabemos.

Anônimo disse...

Nem todos tem acesso aqui. O fato dele publicar lá atinge parcelas de pessoas que não acesam aqui. Quanto a desconstruir o que ele ele diz não acho que isso se dê dessa forma. Para quem faz leitura vai entender que há uma contradição entre doze,/mil páginas e meias linhas de um pensamento bem construído, bem produzido, de uma ideologia bem alinhada. É escrever lá e aqui, porque não. Isso de achar que não se deve ocupar espaços é bobeira pura. Se incomoda escreva, nem que sejam cartas. Muitos do que vão ler vão começar a pensar diferente. Lá ou aqui são espaços de educação, de formação de um cidadão mais lúcido e participativo. A Revolução seja ela de que lado for, sempre promove baixas. Vai fundo Samir. Abaixo a patrulha ideológica. Se você é vaidoso pelo menos não o é a ponto de ficar que é melhor porque é comunista.

Anônimo disse...

Vocês são bom mesmo é de fazer política virtual.São vaidosos,não mobilizam ninguém...Pequenos burgueses que se acham de esquerda.Perderam a noção, fazem de um problema interno de vcs uma catarse pública. Um única palavra:RIDICULOS!

Anônimo disse...

Ler com atenção e voltar aos velhos tempos da Guerra Fria: anjos versus demônios. barbárie/capitalismo versus pariso/socialismo. Eita ferramenta!