| Censo escolar mostra que caiu 12,4% o número de estudantes que concluem curso de licenciatura; procura é baixa
 Com  a professora de História doente, e sem que a escola conseguisse  substituto, o jeito foi os alunos fazerem as vezes de professor: em  julho de 2009, três alunos do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual  Ernesto Faria deram aula dessa disciplina para colegas que estavam no 1º  e no 2º ano. A falta de professores que atinge os ensinos fundamental e  médio é um problema que começa nos bancos das universidades, onde os  alunos não querem mais se formar como professor. Um levantamento dos  últimos censos escolares do Inep mostra que, de 2005 a 2008, caiu 12,4% o  número de concluintes de cursos superiores de "formação de professores  de matérias específicas" - o item, no censo escolar, que abriga  licenciaturas como as de Português, Matemática, Química e Física. Se  eram 77.749 em 2005, foram para 68.128 em 2008 - ano que viu 817 alunos  concluírem cursos de "formação de professores em Português", enquanto o  de Direito formou 85 mil, e cursos de Administração, 103 mil.
  O  dado vai ao encontro de números da Fundação Carlos Chagas que dão conta  de que, em média, 70% dos alunos que entram em cursos de licenciatura  desistem antes de completá-lo.Diminuiu ainda o número  dos que entram nas faculdades para cursá-los: de 2005 a 2009, o número  de alunos ingressando nesses cursos caiu 23,7% na rede privada e de  11,4% na rede pública, segundo o Sindicato das Entidades Mantenedoras de  Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp).  Nesse período, o número total de matrículas em cursos de licenciatura  nas redes pública e privada também caiu 8,1%.
 - Já seria  preocupante se esse número não tivesse crescido, mas caiu. E isso  porque temos déficit de professores, não excesso - sublinha Rodrigo  Capelato, diretor-executivo do Semesp.
 O déficit de  professores, apenas da 5ª série do fundamental ao 3º ano do ensino  médio, é de 246 mil no país. O quadro é mais crítico em Física, Química,  Matemática e Biologia.
 Para os professores que  permanecem na carreira, fica a sobrecarga. Segundo dados do Inep, do  Ministério da Educação, 753,8 mil professores no país na educação básica  (redes pública e privada) davam aula para cinco ou mais turmas em 2009.  No ensino médio, 72.241 lecionam para dez ou mais turmas.
 
 Uma professora para 12 turmas Professora  de História, Wânia Balassiano, de 45 anos e há 25 na rede estadual, tem  12 turmas na Escola Estadual Ernesto Faria, outras cinco numa escola  particular e ainda dá aulas em casa:
 - Fico  sobrecarregada, já adoeci e sei que a qualidade da aula seria melhor com  menos turmas. A carreira não é valorizada, o estado não incentiva que a  gente faça mestrado, os salários são baixos. Amo o que faço, mas a  sensação é que escolhem o magistério porque não têm coisa melhor para  fazer.
 
  Ou porque não acham algo melhor. Estudo da  Fundação Carlos Chagas em 2009 mostra que 68% dos alunos que cursam  licenciatura vêm de escolas públicas.
  - A maioria não  conseguiu passar para outra carreira. E os melhores não vão para a sala  de aula, preferem fazer mestrado - diz Mozart Ramos, do movimento Todos  pela Educação.
  - Minha turma começou com 20 alunos. Hoje somos cinco - conta Rodrigo Barreto, no 3º períod da licoenciatura de Letras da Uerj.
 Em  outro setor da universidade (Física), João Pedro Brasil, de 20 anos,  faz licenciatura, mas também bacharelado, como outros cinco colegas.  Fazendo apenas licenciatura, só conhecem na turma Sofia de Castro, de  19:
 
  - Já fui monitora de colégio e vi que dar aula era o  que queria - diz ela. Perguntada sobre quant imagina ganhar, roesponde:  - É melhor não pensar. Entrave maior para a valorização  da carreira, o salário tem piso nacional que não chega a R$1.100 para  40 horas semanais. Mas esse valor não está sendo aplicado por muitos  governos porque a lei está sob análise do Supremo Tribunal Federal, após  estados entrarem com pedido de revisão do texto.
 
  - Não  adianta falar em salário ideal quando a gente não consegue implementar  nem o mínimo  -observa Paulo Corbucci, pesquisador de educação do Ipea.  Presidente  da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Roberto Leão  defende que os problemas não sejam atacados de forma isolada:
 - Professor precisa de plano de carreira, escolas com estrutura e a chance de se atualizar.
 Secretária  de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda admite que "houve  desinteresse muito grande pela carreira", mas aponta ação para  valorizá-la:
 
  - A criação de um piso nacional, que trouxe também tempo mínimo obrigatório para o professor se dedicar a reciclagem.
 Pilar  diz ainda que o MEC prevê 300 mil vagas para a Plataforma Freire, um  programa para professores que já estavam dando aula mas não tinham  formação adequada. Até agora, há cem mil - um terço - inscritos.
 
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3 comentários:
KKKKKKKKKKKKKKKK TEM QUE RIR .......KKKKKKKKKKKKKKK CAMBADA .......KKKKKKKKKKKKK meu Deus me dê essa oportunidade ....que tenha eleição....que eu consiga com minhas denuncias colocar muita gente boa na cadeia ......ta de + aqui em Valença....eles vão ter que devolver muito dinheiro....MERCADO, PARQUE, MURO JARDIM VALENÇA, ETC...ETC...ETC..VOU COLOCAR TUDO PRA FORA...VOU FALAR TUDO E ALGUÉM VAI TER QUE FAZER ALGO...
POR ISSO QUE ELES N QUEREM QUE TENHA ELEIÇÃO AGORA...
CÂMARA, VICENTE, LEMBRA OS VEREADORES DO FORASTEIRO??
ELES AÍ....
vai vendo...
mandei pro lugar errado...samir pode colocar no tópico acima por favor...se não poder eu repito...quebra essa aí..
Vlw
Caramba...chupa esssa manga...
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