domingo, 9 de janeiro de 2011

Preso a caminho do orelhão

O amor pela mãe colocou o chefe de uma das principais quadrilhas de roubo a propriedades rurais no Sul Fluminense atrás das grades. Acusado de assaltar - em setembro - a fazenda Santa Rosa, pertencente ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Texeira, Alex Alves, de 32 anos, foi localizado pela polícia porque fazia ligações para a família sempre do mesmo telefone público em Santa Isabel, distrito de Valença. Após receberem a informação de uma testemunha, os agentes conseguiram prender Alex quando ele seguia para o orelhão.

O criminoso - preso no último dia 8 - é apontado como o responsável também pelos roubos dos sítios de um agente da Polícia Federal e de um perito criminal da Polícia Civil de Piraí. Alex Alves já tinha mandado de prisão expedido pela Justiça da Comarca de Pinheiral por roubo.

Recentemente, a Justiça da Comarca de Piraí decretou a prisão preventiva do acusado por sequestro, cárcere privado e roubo. Na decisão, o juiz Glauber Bitencourt Soares da Costa ressalta a periculosidade do criminoso e afirma que os assaltos praticados por Alex "vêm aterrorizando as propriedades rurais da região, criando um clima de medo e intranquilidade".

Tatuagem no rosto
 
Depois da divulgação da prisão de Alex Alves, outras vítimas de assalto procuraram a 94 DP (Piraí) para registrar ocorrência e reconheceram o criminoso. O porte físico diferenciado do assaltante - que tem mais de 1,90m - e uma tatuagem no rosto facilitaram a identificação.

O titular da delegacia, Raldenyr Cravo, ressaltou que a prisão do bandido foi fundamental no combate à criminalidade na área.

- Essa foi a prisão mais importante até agora, porque ele costuma usar de violência com as vítimas. Alex vinha articulando esses crimes - afirmou o delegado.

Já estão atrás das grades 13 pessoas
Além de Alex Alves, outros 13 criminosos foram presos, nos últimos seis meses, por uma força-tarefa criada pela Polícia Civil - depois que fazendeiros procurarem a corporação - para investigar roubos e furtos em propriedades rurais no Sul Fluminense.

Entre os detidos, estavam os chefes das três quadrilhas que agiam na região. Luiz Cláudio Gregório Correa, o Bocão, em Piraí; e Rafael dos Santos Fulí, o Cabeludo, em Volta Redonda. Contra eles, já havia dois mandados de prisão expedidos pela Justiça da Comarca de Piraí. Os dois foram denunciados pelo Ministério Público pelo roubo do Haras Piraí. E Tomáz Vinícius de Souza Martins foi preso durante a Piraí Fest, tradicional festa da região, acusado de praticar assaltos em fazendas na divisa do Rio com São Paulo. A Justiça de Bananal (SP) já havia expedido mandado de prisão contra ele por roubo.

Quebra de sigilo
Policiais civis prenderam ainda um criminoso que fornecia armas para serem utilizadas nos assaltos e, ainda, comprava os objetos roubados. Fabrício Melo de Jesus, o Bicinho, foi detido por agentes da 93 DP (Volta Redonda). A Justiça já aceitou o pedido da 94 DP (Piraí) de quebra de sigilo de dados telefônicos de outros integrantes dessas quadrilhas.

Golpe certeiro acaba com os crimes
 
O principal motivo para a polícia acreditar que as quadrilhas foram desestruturadas é a ausência de novas ocorrências. No último mês, nenhum caso de roubo a propriedade rural foi registrado na região. De janeiro até novembro, foram registrados dez casos em diferentes municípios do Sul Fluminense. Os assaltos em série levaram a Polícia Civil a montar essa força-tarefa. As delegacias distritais da região passaram a trabalhar também em parceria.

- Nós tivemos bons resultados em pouco tempo de atuação conjunta. Com a troca de informações, os responsáveis foram identificados e, depois, presos - explicou o diretor de Polícia do Interior, Antonio Carlos de Carvalho. Para a polícia, a prisão dos outros integrantes dessas quadrilhas é necessária para evitar novos roubos.

Um comentário:

Vitor Castro disse...

Vale ressaltar que a FAzenda Santa Rosa de propriedade do presidente da CBF Ricardo TEixeira está situada em Piraí - e não é a Santa Rosa de Valença, que é de propriedade de Lúcio Pentagna Guimarães.