sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Secretário anuncia ‘metas agressivas’ para educação do RJ

Retirado do site G1. Autor: Bernardo Tabak

O secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, anunciou nesta sexta-feira (7) o Programa de Educação, para todo o Rio de Janeiro, e admitiu que tem grandes desafios para alcançar o objetivo anunciado pelo governador Sérgio Cabral no discurso de posse, de colocar o Rio entre os cinco melhores estados no desempenho do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Ministério da Educação.

“Claro que não é fácil. A nossa situação não é confortável, por isso temos metas agressivas para a educação”, ressaltou Risolia.

Segundo ele, o estado do Rio ocupa, hoje, o penúltimo lugar no ranking do Ideb, à frente apenas do Piauí.

Acabar com defasagem no aprendizado é meta

Entre as metas anunciadas para os alunos, as duas principais são a elaboração de um currículo mínimo e a redução da defasagem no aprendizado, na relação entre a idade do estudante e a série a qual ele está cursando. De acordo com o secretário, atualmente o estado tem 190 mil alunos do ensino fundamental e 260 mil do ensino médio com idades avançadas para a série que cursa. Isso corresponde a 36% do total de 1,2 milhão de estudantes da rede estadual.

“Esse é um desafio, pois o aluno em defasagem dificulta a entrada de novos estudantes, e cria problemas em relação aos custos, pois é um investimento de milhões de reais que eu não tenho retorno”, explicou Risolia.

A princípio, seis disciplinas estão inseridas no currículo mínimo anunciado: matemática, português, história, geografia, sociologia e filosofia. “Temos que ter a segurança de que o aluno está realmente aprendendo. E temos que saber que a aula que está sendo dada em uma escola no Leblon é a mesma aula de uma escola no Conjunto de Favelas do Alemão”, afirmou o secretário.

Professores e escolas serão premiados

Professores e escolas com melhores desempenhos irão receber bonificações em dinheiro ao fim do ano letivo. Segundo Risolia, o bônus poderá chegar a três salários a mais por ano. Além disso, os docentes que estiverem em sala de aula vão receber um cartão pré-pago de R$ 500, que poderão ser utilizados em bens pedagógicos-culturais. “É o que chamamos de Auxílio-Qualificação, para utilizar em cinemas, eventos culturais e para comprar livros”, destacou o secretário. Os professores também vão receber um Auxílio-Transporte, que virá no contracheque, para cobrir custos de deslocamento.

Risolia também citou a criação de um processo seletivo para cargos de direção. “Ninguém além do secretário vai ser nomeado, nem mesmo pelo governador”, afirmou. E completou: “Para chegar a cargos de direção e superintendência, os professores vão passar por um processo seletivo dividido em quatro etapas: análise do currículo, prova, entrevista e um curso para certificar que o profissional está qualificado para o cargo.”

Estado tem déficit de 4 mil professores

Com o estímulo dos novos benefícios, o secretário pretende trazer de volta para as salas de aula boa parte dos 4 mil professores que hoje exercem funções burocráticas. “Nós também não vamos mais ceder professores para outros órgãos, a não ser que arquem com os ônus. Hoje, temos 2 mil profissionais cedidos”, afirmou Risolia. Segundo o secretário, o estado tem um déficit de 4 mil docentes.

Risolia também esclareceu que abriu edital para contratar uma empresa que vai fazer as perícias de professores que solicitarem licenças médicas. “Essa perícia vai ser realizada nos novos pedidos, e também vai certificar a necessidade das licenças já concedidas”, ressaltou.

Outra medida anunciada será a substituição das 29 Coordenadorias Regionais de Educação por 15 Diretorias Regionais Pedagógicas e outras 15 Diretorias Regionais Administrativas. De acordo com o secretário, o objetivo é melhorar a gestão das escolas, com pessoal específico para cuidar da infraestrutura e da parte pedagógica. “Também fizemos uma parceria com a Emop-RJ (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro) para avaliar as possíveis reformas e até a construção de novas unidades”, acrescentou Risolia.

Apesar de tantas mudanças, o secretário não teme encontrar dificuldades impostas por antigos servidores. “Não vai haver resistência. Quem vai ganhar são os jovens. Quem pode ser contra algo tão positivo?”, concluiu Risolia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, bom! Pensei que a meta agressiva fosse matar todos os professores de uma só vez e acabar com todas as escolas públicas....mas, não, vai ser devagarinho, né?