quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Aluno não é mercadoria, escola não é fábrica, educação não é negócio

Sepe inicia campanha unificada em defesa da educação pública de qualidade

Retirado do Boletim do Sepe

Ao tomar posse como novo secretário estadual de educação, Wilson Risolia afirmou: “Até por formação, tenho esse vício de pensar a educação como negócio”. Foi apenas mais uma demonstração do que tem sido a tônica das políticas públicas educacionais no estado do Rio de Janeiro: a mercantilização da educação através da adoção do produtivismo e da meritocracia.
Assim como no governo estadual, em vários municípios a moda é falar em metas de desempenho,
em índices de qualidade e em prêmios e bonificações.
Tudo isso ancorado na falsa idéia de que é possível dar o necessário salto de qualidade na educação a partir da lógica privada do mercado: concorrência entre escolas e professores, padronização das avaliações e dos currículos, ampliação do controle burocrático nas mãos das secretarias e parcerias com ONGs para realização de projetos.
No município do Rio - maior rede pública de ensino da América Latina - a quantidade de projetos é tamanha que nem mesmo as CREs sabem orientar as escolas sobre o que fazer com os recursos e obrigações que chegam.
Projetos que utilizam métodos defasados e conteúdos inadequados objetivando, na prática, mascarar os índices de aprovação para, assim, atingir o grande objetivo educacional: melhorar
os índices.
Certamente o IDEB, criado pelo governo federal e divulgado insistentemente pela grande mídia, pelos governos e por entidades da sociedade civil, contribuiu para essa naturalização da competição, dos rankings e metas quantitativas. As políticas dos mais diversos governos entraram nessa onda sem deixar de culpar e penalizar os profissionais da educação.

A EDUCAÇÃO NÃO SE RESUME A NÚMEROS QUE SÓ SERVEM PARA CLASSIFICAR E ROTULAR

Por isso, é tão urgente recuperar um projeto de educação pública forjado nas lutas sociais dos anos 80 para atualizá-lo sem deixar de reafirmar o que tinha de mais essencial: seu caráter universalizante, socialmente comprometido, laico, público e democrático. Que garanta a autonomia pedagógica e política daqueles que constroem o processo de ensino aprendizagem ao
mesmo tempo em que valoriza o trabalho dos profissionais da educação. É para esse desafio
que o Sepe chama você. De 5 e 6 de novembro faremos um grande seminário para pensar e discutir estas questões no intuito de juntar forças para esta luta necessária para os dias de hoje. Você não pode faltar!


3 comentários:

Anônimo disse...

EDUCAÇÃO NÃO É NEGÓCIO???????? EM QUE PAÍSES VCS VIVEM??????????? ACHAVA QUE ESCOLA PARTICULAR FOSSE, ME ENGANEI....

Anônimo disse...

o anonimo, mas o cara é secretaria da educação pública!!!!

Grão de Bico disse...

Educação não é "MERCANCIA"! É isso mesmo! Em todos os níveis. O problema é que o governo federal terceriza o serviço com o pro-uni e as faculdades particulares semi falidas agradecem aos céus por isto. E mais... são isentas de alguns impostos. Se é negócio, deve se auto financiar ou buscar na iniciativa privada seu financiamento. Tirem as mão imundas do dinheiro público! BASTA!