quarta-feira, 7 de março de 2012

O Estado da Guanabara

*  Texto enviado pelo advogado João Ricardo de Freitas

Timidamente, na calada da blogosfera ou em alguma coluna perdida da "grande" imprensa, começamos a perceber matérias que versam acerca do conluio que a mídia firmou com o governo fluminense e carioca. Somente agora, entre blogs e jornais, em sua maioria independentes ou de pouca circulação, se tem debatido acerca da falta de transparência, por parte dos órgãos de comunicação do Estado e Município, e da quase unânime ausência de críticas, por parte da "imprensa oficial" aos tão festejados investimentos, projetos e obras para a copa e olimpíadas, e do imenso legado de benefícios (sim, o governo prevê tais resultados com absoluta certeza) que transformarão a cidade do Rio em uma cidade mundial, de vanguarda e todo o resto que já decoramos, mesmo que sem querer, de tanto nos bombardearem com as boas novas que chegam de transatlântico ao porto maravilha.

Em meio a tanta propaganda deturpada e tendenciosa, é incrivelmente absurdo a ausência de notícia envolvendo um aspecto extremamente importante do Estado do Rio de janeiro, qual seja: O próprio Estado do Rio.

Por mais que a cidade do Rio seja uma bela cidade e seja a capital do Estado e grande força econômica não só deste, como do próprio país, é de saltar aos olhos a falta de projetos que visam a integração e o desenvolvimento do Estado como um todo, aproveitando a diversidade e o potencial econômico que uma integração traria para o próprio Estado, englobando não só a cidade maravilhosa, mas todo o Estado.

Tão horrível quanto abandono do governo estadual para com o interior do Estado, perdendo uma oportunidade de integração que nunca mais terá, é o silêncio não só da mídia, mas sim o da própria população, sendo que esta mesma população foi crucial para a reeleição do Sérgio Cabral.

Na região dos lagos, teve um delegado que disse que a violência por lá estava insuportável, por causa da migração de traficantes de favelas pacificadas, na região serrana, mais de um ano após o maior desastre natural do país, os atingidos pela tragédia ainda não ganharam as casas populares prometidas pelo governador Sérgio Cabral, sendo que na data do desastre este governador se encontrava em Paris, como de costume, e isto é o que a mídia mancomunada com o governo traz a tona, o que não vira notícia, como é o caso do fechamento do hospital geral em Valença, que recebia verba estadual, somente os abandonados ficam sabendo, virando notícia tão somente nos poucos blogs de pessoas que se arriscam escrevendo, pois agora com essa moda de assassinar blogueiros, escrever a respeito desta gente virou risco. Nesta linha de raciocínio, imaginem quantas Valenças estão sem hospital em nosso Estado...

Mas não se preocupe muito, não ainda, pois este abandono se arrastará até 2016, quando a concentração de investimentos será maior ainda na cidade do Rio de Janeiro, mas pense bem, caro leitor cidadão, que a intenção de tal crítica não é a pretensão de igualar os níveis de investimentos que a cidade do Rio recebe com os que o interior recebe, isso não teria sentido algum, contudo, o que se pede para refletir, é o que qualquer administrador público com um mínimo responsabilidade e competência faria, a integração econômica em todo o estado, aproveitando os investimentos da copa e olimpíadas para planejar a economia do estado inteiro, a curto, médio e longo prazo.

Ao que tudo indica, o governador Sérgio Cabral governa o Estado da Guanabara, e não o Estado do Rio de janeiro. Mas a falta de tempo não é desculpa para tal descaso, pois se o governador passasse metade do tempo que passa em Paris em cidades como Valença, Macaé e até mesmo algumas na região metropolitana do Rio, verá que algumas destas cidades parecem vilarejos mexicanos do Sec. XIX, governadas por caudilhos que apoiam este mesmo governo estadual que nos abandonou.

O que nos resta? Sair do senso comum e migrar para o senso crítico, e parar de comprar esta ideia que estão vendendo de Rio 2014 e Rio 2016 e começar a pensar no Estado do Rio de Janeiro e seus 92 municípios.





6 comentários:

Anônimo disse...

Uma crítica dura, e bastante lúcida, do advogado. Caudilho, no caso de Valença, é um tom menor. Outros mais pesados podiam se juntar a este sem que a esse fizesse qualquer sombra. Marilda Vivas.

Anônimo disse...

Se um povo só tem os governos que merece, quando vamos merecer não ter governo nenhum? (Paul-Jean Toulet)

Anônimo disse...

quem é ricardo de freitas?

Anônimo disse...

quem é não importa, ou se importa não é o que deve importar. Conteste o que ele disse ou vai se ......

Anônimo disse...

Pior que Sérgio cabral não se importar com Valença,é o Deputado que se diz representante daqui(André Correa,só para lembrar) assistir de camarote ao fechamento do Hospital e a tantas coisas erradas que passaram a fazer parte da nossa cidade.Qto ao "Caudilho",só está por aqui visando coisas maiores para si e seus comparsas.

Silas Silva disse...

Na cidade do Rio de Janeiro(ex Estado da Guanabara). existem dois “prefeitos – Eduardo Paes e Sergio Cabral Filho – pois, infelizmente não temos governador, pois o Sr. Sérgio Cabral, só tem olhos para a capital,e, o resto do Estado do Rio de Janeiro, fica ao “Deus dará” – que Deus me perdoe.

Emancipação, já!

sifesil@hotmail.com