sexta-feira, 29 de abril de 2011
Rede Municipal de Ensino de Valença:
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Cruz Vermelha x Prefeitura
"Boa tarde, venho por meio deste fazer denuncia sobre situações ocorridas com os trabalhadores da área da saúde de Valença-RJ. A saúde, que estava sobre gestão da Cruz Vermelha, na data de ontem (26/04/2011) vem sofrendo (sic) sérios problemas, o que acarreta em perda dos direitos constitucionais e trabalhistas dos profissionais da área de saúde deste município.
"Ocorre que a Secretaria Municipal de Saúde tem um contrato com a Cruz Vermelha, e a atual gestão, numa tentativa desenfreada de arrecadar verbas, não sei se para o erário público ou se para o próprio bolso, vem tentando romper esse contrato com a Cruz Vermelha, para que assim a gestão das verbas públicas para a saúde venha ser administrada pelo pessoal da prefeitura de Valença.
"Na data de ontem (26/04/2011), tivemos uma reunião com o Sr. Tiago José, que (...) vem dando as cartas por aqui [na gestão da saúde no município].
"Bom mas o que interessa é o conteúdo da reunião com todos os funcionários da saúde. Nessa reunião presidida pelo Sr. Tiago, ele fez vários documentos, declarações para cada funcionário, que estavam vinculados diretamente com a Cruz Vermelha, tendo suas CTPS [Carteiras de Trabalho] devidamente anotadas pela Cruz Vermelha.
"Essas declarações eram para que os funcionários as assinassem, pois seu conteúdo era de que cada funcionário estaria pedindo demissão da Cruz Vermelha, abrindo mão assim de todos os seus direitos trabalhistas, onde segundo o mesmo não haveria qualquer demissão, já os funcionários passariam a ser contratados da prefeitura, o que por certo já estariam perdendo seus direitos trabalhistas, e mais o Sr. Tiago ameaçou a todos dizendo, 'QUE QUEM NÃO ASSINASSE O PAPEL, NÃO PRECISARIA COMPARECER MAIS A SEUS POSTOS DE TRABALHO, POIS JÁ ESTARIAM DEMITIDOS E COM OUTRA PESSOA TRABALHANDO EM SEUS LUGARES'.
"Por medo de perderem seus empregos, e passarem fome, todos assinaram e hoje (27/04/2011) já começaram as demissões.
"Peço que tomem as providencias cabíveis a essa forma arcaíca e ditatorial que estamos sendo tratados!
"Este e-mail será enviado a todas as autoridades do Ministério Público e Poder Judiciário, bem como a todos os meios de imprensa, seja escrita ou televisa.
"Ciente de vossas providencias, agradeço por toda a atenção"
Pare de reclamar que Valença não tem nada para fazer e VÁ AO CINEMA
terça-feira, 26 de abril de 2011
A chuva no Rio e o velho "caô" da mídia e das autoridades
- 10 horas de trânsito
- Mais de 200 mortos
- 5° enchente mais fatal do mundo
Foi uma das situações mais impressionantes que já passamos. Nada tão radical, tão estranho e chocante. Tínhamos a idéia de navegar com nosso bote pela cidade, no meio da enchente, para saber na REALIDADE como era estar em primeira pessoa numa enchente dessas.
Mas o que era pra ser uma mera intervenção, se transformou num caos.
Descobrimos que, por flutuarmos com um bote, estávamos em terra de cegos! Logo, muita revolta e aplausos soaram quando estávamos filmando. A população quis se manifestar e recolhemos os depoimentos mais intensos possíveis. Tudo corria num ritmo estranho até chegarmos a Praça da Bandeira(meca do alagamento), de cara sofremos censura de um policial militar que nos chamou de "palhaços", não que não sejamos, mas ele quis, aos berros, nos fazer parar de filmar. Conseguiu nos assustar por pouco tempo, e mais alguns metros a frente encontramos mais de 7 pessoas em situações críticas, principalmente dois idosos em estado lamentável. Foi assim, que largamos a câmera, o show, a intenvenção, o idealismo, para começar a resgatar essas pessoas. Foda-se esse lance de herói. Tem horas que você faz coisas por reflexo e não por que se acha capaz.
Desde já queremos dizer que NEM TUDO que é dito pelas pessoas aqui reflete o pensamento do Rizoma, e talvez nem o pensamento de quem falou. Porque a questão aqui não é refletir pensamentos e sim emoções, de quem estava no meio de uma situação extrema e fatal, para muitos. Vocês vão ver muitos palavrões e ofensas, mas certamente isso não é nada perto de mais de 100 pessoas mortas, se isso representa um manifesto humano. Primeiramente íamos colocar a famosa censura ao palavreado chulo, mas seria hipócrita em uma situação como essa, todo mundo sabe o que se diz, mas quer esconder e esse "documentarismo-radical" não vem pra esconder e sim pra revelar. Tragédia, emoção e limite emocional.
Tínhamos entusiasmo, um bote e uma corda.
Retirado do sítio do Grupo Rizoma"
UPP: sai o bandido de chinelo e entra o bandido de farda (?)
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Eduardinho, Ten. Wolney e Serginho |
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Da série: Governador Fanfarrão [2]
- A primeira dando conta de que o FANFARRÃO do Governador Sérgio Cabral está em Nova Iorque passando a Páscoa no melhor estilo dos grandes milionários. E o colunista ainda aproveita para fazer, como sempre, uma piadinha sobre as constantes viagens de Cabral.
- A segunda dando conta de uma triste realidade, o povo hoje, mais uma vez, morrendo e sofrendo no Hospital Estadual Getúlio Vargas por que NÃO HÁ MÉDICOS.
Leiam e tirem as suas próprias conclusões.
Reprodução do jornal O Globo de sábado, colune Jorge de Bastos Moreno


quarta-feira, 20 de abril de 2011
Aumento para os diretores das escolas estaduais
PRECISAMOS ENTENDER QUE SOMENTE COM A CATEGORIA MOBILIZADA E NAS RUAS TEREMOS REAJUSTE, INCORPORAÇÃO DO NOVO ESCOLA E A VOLTA DAS ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS PARA DIRETORES DE ESCOLA.
DIAS 4/5 (ATOS NOS MUNICÍPIOS) e
5/5 (ATO NA ALERJ - 10H - ASSEMBLEIA NA ABI - 14H)
Novo Plano Nacional transfere para escolas privadas obrigação do Estado em garantir o direito à educação
Mobilização
terça-feira, 19 de abril de 2011
Parem o mundo pois eu quero descer.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Boletim do SEPE de Valença - Março de 2011
Como o SEPE já tinha informado no último boletim, o orçamento da PMV para 2011 é de aproximadamente R$ 36.000.000,00 (trinta e seis milhões de reais). Portanto há recursos para um reajuste salarial e também um abono para os profissionais da educação. Porém, não temos dúvida que esta reivindicação legítima só será alcançada se a categoria começar e se mobilizar desde já. Será fundamental que as nossas assembléias e atividades marcadas sejam marcadas pela presença massiva dos profissionais da educação. A palavra de ordem é: MOBILIZAÇÃO JÁ!
A assembléia aprovou que as próximas reuniões da categoria serão no dia 15 DE ABRIL (SEXTA) e no dia 20 DE ABRIL 20 (QUARTA), na véspera do feriado.
Caso o governo não receba o SEPE em negociação poderá aprovar uma paralisação e indicação para discussão nas escolas de um ESTADO DE GREVE! Portanto é fundamental a sua presença nestes dias. Somente a nossa luta pode trazer as vitórias. Não se esqueça que foi com muita luta e mobilização que garantimos no ano passado as conquistas de hoje, como Estatuto dos Profissionais da Educação, Incorporação de Abono de R$100,00, Descongelamento e Parcelamento dos Triênios!
com diretoras para apresentar
proposta indecorosa aos profissionais
Este método é antigo. Parece que os representantes do prefeito Vicente Guedes não aprenderam nada com as lições do ano passado. E o pior, gente traidora da categoria que vive na “boquinha” ao lado das representantes do governo, tentando cooptar as diretoras, que é lógico ficarão ao lado dos professores e agentes educadores. Na verdade o governo está chamando a categoria para briga. Não tem outra explicação. É vergonhosa esta atitude que ao invés de sentar e negociar com a representação legitima da categoria, tenta usar de artifícios dos mais reprováveis. A categoria deve ficar atenta e não cair nesta armadilha no qual o prefeito tenta usar a honestidade e a ingenuidade das diretoras de escoas para golpear a categoria com mais esta proposta indecorosa!
O SEPE enviou ofício ao prefeito e a secretaria informando que a assembléia da categoria realizada no dia 06/04 aprovou a pauta de reivindicações com reajustes de 15% e mais abono de R% 200,00 mensais oriundos do FUNDEB. Pedimos ainda no documento uma audiência em caráter de urgência. Agora esta nas mãos do governo: se quer negociar ou se quer enfrentar uma dura greve da educação municipal.
Não aceitamos mais escolas sucateadas, merenda de má qualidade, falta de profissionais, assédio moral e “boquinha” pra cabos eleitorais do prefeito e dos vereadores. Não aceitamos mais salário de miséria pra cuidar dos filhos da nossa cidade.
O destempero das elites diante da vitória do Piso do Magistério, no STF
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Campanha salarial em Valença: Sepe convoca rede municipal para assembléia no dia 15 de abril (sexta-feira)
Paes e Cabral comemoram dengue recorde *
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PALÁCIO GUANABARA - O prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral celebraram com um banquete no restaurante Antiquarius o número recorde de casos de dengue no Rio. "A altíssima taxa de ocupação dos Aedes Aegypti na cidade é prova de que o Rio está na moda", declarou, eufórico, Eduardo Paes na porta do restaurante, enquanto fazia embaixadinhas com pneus que acumulavam água parada.Sérgio Cabral rebateu as críticas de que tenha mudado os critérios para abafar um surto de dengue. "Pelo contrário, o Rio está repercutindo no mundotodo pela preservação de uma espécie de mosquito à beira da extinção",disse. "Aqui, todos têm seu lugar ao sol. É uma pena que o mosquito não tenha picado a Anne Hathaway".
Para comemorar o décimo-milionésimo (nota do blog: esta semana o número de infectados já ultrapassou 45.000, segundo esta reportagem do Jornal O Globo) caso de dengue em apenas uma semana, Sergio Cabral tombou o imóvel do restaurante Antiquarius, que, por coincidência, fica ao lado do seu apartamento.
Paes e Cabral foram em seguida à Cidade do Samba sugerir o enredo "Veio da África e se tornou símbolo do Rio. Salve o Aedes, o mosquito faceiro". Segundo fontes alegóricas, a Portela teria aceitado trocar sua águia por um mosquito da dengue no Carnaval de 2012.
Gilberto Kassab elogiou a atuação de Cabral, Paes, José Serra, Oswaldo Cruz e Dráuzio Varela no controle e disseminação de epidemias. Para conter o avanço da dengue em São Paulo, anunciou uma multa de 450 UFIRs para cada cidadão paulista que for picado pelo mosquito.
* Esta é uma notícia humorística do site Piauí Herald, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência (risos)
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Atenção: orientação do Sepe sobre o Saerj
A Seeduc não pode exigir que as professoras realizem tarefas que fujam à sua função! A assembléia do Sepe considerou esta exigência um desrespeito à categoria, que ainda por cima ficaria sob a supervisão de um fiscal!
Assim, o Sepe é contrário a toda forma de avaliação exclusiva e meritocrático.
Orientamos também que qualquer coação ao profissional deve ser denunciada ao Sepe no fone 21950450 ou no email imprensa@seperj.org.br.
Milícia planejava matar deputado e chefe de polícia do RJ, diz MP
Retirado do site do G1
Policiais cumpriram mandados de busca na Câmara de Vereadores do Rio.
Ameaças contra os dois teriam acontecido em 2009.
Além dele, segundo a polícia, outros dois suspeitos foram presos na operação para desarticular a milícia, comandado pelo vereador. Ao deixar sua casa levado pelos policiais, o vereador Deco disse que era inocente e que está sendo vítima de uma perseguição política.
As denúncias, de acordo com o MP, aconteceram em 2009, quando Martha Rocha era titular da 28ª DP (Campinho), área de atuação da milícia, e Freixo estava à frente da CPI das Milícias. Os dois já haviam sido ameaçados.
O secretário geral estadual do PR, Fernando Peregrino, disse que o partido está acompanhando o trabalho da polícia. Segundo a assessoria do PR, o partido só vai ser pronunciar oficialmente sobre a prisão do vereador Deco após uma decisão da Justiça.
Busca e apreensão na Câmara de Vereadores
Também durante a manhã, policiais da Delegacia de Repressão ao Crimo Organizado (Draco) estiveram no gabinete do vereador Deco, na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio. O material recolhido foi levado para a delegacia, onde será analisado.
Oitenta homens da Draco, com o apoio de outras delegacias especializadas, da Subsecretaria de Inteligência da Segurança Pública, Ministério Público e da Corregedoria Geral Unificada estão na região desde 4h para cumprir 14 mandados de prisão contra ex-policiais e guardas municipais e 25 mandados de busca e apreensão em diversos pontos da cidade.
Como funcionava a quadrilha
Segundo investigações, o grupo de milicianos que atua em pelo menos 13 comunidades, nos bairros da Praça Seca, Campinho, Tanque, na Zona Oeste, e Quintino, no subúrbio.
O grupo é suspeito de formação de quadrilha armada e de cometer outros crimes como homicídios, ocultação de cadáver, tortura, estupros, furto de sinal de televisão e internet, controle no fornecimento de gás, prestação irregular do serviço de transporte alternativo, exploração de máquinas caça-níquel, entre outros.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Realengo: reflexões urgentes
Na última quinta-feira (7), o Brasil começou o dia impactado pela enxurrada de notícias sobre um tipo de crime até então associado à cultura norte-americana. Wellington de Oliveira, de 23 anos, entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste da cidade, e protagonizou um massacre com todas as características daqueles que vêm ocorrendo em colégios e faculdades dos Estados Unidos, desde a década de 1960.

Violência nas escolas
O coordenador geral do Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), Danilo Serafim, afirma que a falta de segurança nas escolas teria contribuído em muito para o massacre. Serafim diz que o Sepe vem denunciando situações de violência nas escolas há anos. “O que precede o estado mental do atirador é que há mais de cinco anos temos denunciado a violência intra e extra-muros da escola. Escolas em linhas de tiro, escolas usadas por milícias ou pelo tráfico como depósito de armas e drogas. Esta tragédia de Realengo é um absurdo. É verdade que há nuances como o fato de o atirador ser um ex-aluno. Mas, devemos nos perguntar como uma pessoa que não é funcionário e não é pai de aluno pode entrar na escola dessa forma?”, questiona.
O Sepe convocou uma paralisação extraordinária (24 horas) das escolas municipais do Rio no dia seguinte ao massacre. Além disso, foi realizado um ato público na Cinelândia contra a violência nas escolas. O sindicato estuda ainda a possibilidade de entrar na Justiça contra as autoridades municipais (responsáveis pela rede municipal de ensino) e estaduais (responsáveis pela segurança pública) responsabilizando-as criminalmente pela chacina.
Desarmamento
O episódio ocorrido na Tasso da Silveira também reacende os debates sobre o desarmamento. Na última terça, o presidente do senado, José Sarney, apresentou aos líderes de casa uma proposta de reedição do referendo sobre o desarmamento. A primeira consulta pública deste tipo aconteceu em 2005 e resultou na permanência da autorização do comércio de armas de fogo no território nacional.
Entidades, movimentos e políticos pró-desarmamento defendem que a facilidade com que Wellington teve acesso às armas pode ter sido um fator decisivo para o desfecho trágico do ataque. O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou, no mesmo dia do crime, uma nova campanha pelo desarmamento. Em declaração dada ao jornal O Globo, o ministro afirmou que há uma cultura das armas a ser enfrentada. “Acho que temos uma cruzada pela frente. Temos de lutar muito fortemente contra essa cultura do armamento, contra essa cultura que faz com que pessoas, muitas vezes fora de suas faculdades mentais, cometam esse tipo de atrocidade”, disse Cardozo.
Wellington de Oliveira utilizou dois revólveres de fabricação nacional, um calibre .32, roubado há 18 anos de um civil, e um calibre .38, com numeração raspada. De acordo com dados divulgados pelo Viva Rio, 93% das armas utilizadas em crimes são nacionais. O dado desmente a tese de que as armas seriam contrabandeadas do exterior.
O consultor em Segurança Pública e Direitos Humanos, Marcos Rolim, afirma que as armas de mão são as verdadeiras “armas de destruição em massa”. Ele defende a criação de uma lei federal que restrinja o uso deste tipo de armamento apenas a policiais. “Nenhum tipo de arma mata mais no mundo do que revólveres e pistolas, exatamente pela sua disseminação nas sociedades contemporâneas e pela facilidade de acesso. Ou será que é uma coincidência que o país com maior número de massacres em escolas, os EUA, seja também o país mais liberal com relação ao porte de armas?”, questiona.
Nos Estados Unidos, onde 80% dos homicídios em escolas foram praticados com armas legais, o total de mortes por armas de fogo gira em torno de 12.000 anualmente. No Brasil, que viveu o primeiro caso de ataque a uma instituição de ensino por atirador, o número de mortes por arma de fogo chega a 50.000 por ano.
Conclusões precipitadas
Poucas horas depois do ataque, vários veículos da imprensa tiveram acesso a uma carta assinada por Wellington, na qual ele dava instruções para o que deveria ser feito com seu corpo. Algumas linhas da carta onde o atirador faz referências vagas a tradições religiosas foram suficientes para que alguns precipitados ligassem Wellington ao Islamismo. A hipótese foi ainda reforçada por diferentes noticiosos, após a divulgação de uma entrevista com a irmã do assassino, na qual ela declarou que Wellington falava “sobre esse negócio de muçulmano”, além de ter deixado a barba crescer até bem pouco antes do massacre. Também foram encontradas na casa do atirador anotações em que ele afirma ler o Alcorão e meditar sobre os atentados ocorridos em 11 de setembro 2001.
Segundo a psicóloga, especialista em interculturalidade, Maria Beatriz Rodrigues, a associação de Wellington com a fé muçulmana é precipitada. “A informação de que o atirador seria muçulmano é baseada em depoimentos de familiares. Não existem evidências de que ele pertencesse a uma organização religiosa dessa natureza. A própria carta suicida pode ser interpretada como religiosa, mas não necessariamente muçulmana. Por exemplo, na carta ele menciona um Jesus que deve ainda chegar e essa crença pertence a outras religiões. No islamismo Jesus existe, é um dos profetas, uma figura importante, mas não é o Messias”, observa.
A psicóloga acredita que o crime tenha sido motivado mais por distúrbios de personalidade do assassino do que por convicções religiosas extremistas. “O atentado parece ter sido motivado por outros fatores. O fato de ele ter retornado à escola para o massacre, parece mais uma ‘Columbine’ do que um ataque terrorista de motivação religiosa. A insistência da mídia brasileira na identificação muçulmana do atirador contribuiu para essa certa ‘islamofobia instantânea’”, pondera Rodrigues.
A Federação Muçulmana divulgou uma nota de repúdio ao que chamou de “ato insano e inexplicável”, esclarecendo que o atirador não é muçulmano e não tem qualquer vínculo com as mesquitas e sociedades beneficentes mantidas pela comunidade islâmica, em todo o país. A nota diz ainda que a relação do assassino com a religião é fruto de declarações feitas por seus parentes, já desmentidas pelos próprios.

Saúde mental
Muito se especula também sobre as motivações psicológicas do atirador. Segundo o psicólogo e professor da Universidade Federal de Sergipe, Rogério Henriques, é impossível diagnosticar um paciente que já esteja morto. “Não se pode dar um laudo a alguém sem entrevistá-lo, senão, ficamos na especulação. Um exemplo clássico é o diagnóstico de psicose conferido pelo psicanalista francês Jacques Lacan ao escritor irlandês James Joyce. A avaliação constitui uma hipótese, já que Joyce e Lacan nunca sequer se encontraram, muito menos estabeleceram um vínculo necessário ao diagnóstico e manejo do tratamento”, esclarece Henriques.
O psicólogo chama atenção para o acesso restrito a tratamentos como a psicanálise, além de apontar para o lugar secundário que a saúde mental ocupa na visão dos gestores públicos de saúde. “Penso que a psicanálise é uma terapêutica das mais eficazes no acompanhamento de casos de psicoses. Ela não é democratizada em função de não ter o impacto quantitativo que os gestores almejam nas políticas públicas de saúde, além de ter um custo muito alto”, ressalta.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Você sabe quanto custa um deputado federal por mês?



Em qualquer empresa, patrões sabem quanto custa cada funcionário seu. Mas você sabe quanto nós, que somos patrões de todos os políticos, uma vez que os elegemos, pagamos por eles? Provavelmente, não. Eu também não sabia até pouco tempo atrás, mas já tinha idéia de que pagamos muito. Só não imaginava que fosse tanto. Quer ver? Vamos usar como exemplo os deputados federais.
Como salário cada deputado federal ganha R$16.512,09 mensais. Isso fora o décimo-terceiro, décimo-quarto e… décimo-quinto! Já é um salário consideravelmente alto, ainda mais com todos estes pagamentos “extras”. Mas esse valor é baixo se comparado a outros que nós pagamos aos nossos funcionários federais. Vejamos:
A verba de gabinete deles é de R$60.000, para gastar com material de escritório e até 25 assessores. Tem também a verba indenizatória, no valor de R$15.000, a serem gastos com gasolina, comida, hospedagem e consultorias. Consultoria, neste caso, é qualquer coisa que o deputado resolva denominar como tal. Se quiser contratar alguém para lhe orientar a melhor maneira de pentear o cabelo e lixar as unhas, está valendo.
O auxílio moradia, para aluguel de imóveis para morar durante os dias que passam em Brasília, é de R$3.000,00. Mesmo que o parlamentar já resida em Brasília, recebe o benefício. Some-se a isso mais R$4.000,00 de cota postal e telefônica. Haja sedex e DDD! E como todo deputado deve se manter informado, há uma verba de R$1.000,00 para impressões e assinaturas de jornais e revistas.
Como se não bastasse, ainda ganham uma verba de R$9.000,00 para gastar com passagens aéreas. Essa verba é usada se o deputado for a uma convenção partidária em outra cidade, por exemplo. Mas também pode ser usada pra ir visitar aquela amiga que não vê faz tempo e que mora no Amapá. Afinal, eles não precisam justificar o uso dessa verba para ninguém. E como saúde é o bem mais importante de qualquer pessoa, os deputados e suas famílias podem pedir reembolsos ilimitados com médicos e dentistas. Na média, em 2009, foram R$8.000 por deputado.
Somando-se todos esses valores, um único deputado federal custa R$166.512,09 por mês. Como são 513 deputados, o valor total chega ao número obsceno de R$85.420.702,17 mensais. Recuso-me a fazer a conta do gasto anual. Prefiro assistir a um filme de terror; o susto é menor.
Voltando à analogia da empresa: se um funcionário não apresenta um desempenho que justifique o seu salário, seja ele alto ou baixo, é demitido e substituído por outro. Novamente, lembro: deputados são os funcionários. Nós somos os patrões. Você está confortável com o dinheiro que está pagando pelo seu subordinado?
Não é preciso ser nenhum gênio da engenharia financeira para perceber que muitos desses gastos podem ser cortados facilmente. O salário é altíssimo. O Brasil paga um dos maiores salários do mundo aos seus deputados federais. A verba de gabinete é astronômica e nenhum país desenvolvido permite que um político tenha o absurdo número de 25 assessores. A verba indenizatória, que inclui consultorias, é abrangente demais. Em um mundo ideal, haveria um regulamento especificando com exatidão o que pode ser considerado consultoria. Auxílio-moradia para quem já mora em Brasília é uma verdadeira piada. Quanto à verba para cota postal e telefônica, deveria ser incluída na verba do gabinete. Quanto a impressões e assinaturas de publicações, o deputado que banque este valor do seu próprio bolso. Julgar desnecessária a justificativa para se usar a verba de passagem aéreas é mais uma piada. E gastos com médicos e dentistas usando verba pública deveriam ser proibidos. Eles que paguem seus médicos do próprio bolso, como nós o fazemos, ou procurem atendimento no SUS.
Resumindo, esses gastos são mais do que uma farra, são uma afronta com a qual qualquer cidadão deveria se sentir indignado. Como disse outro dia o jornalista Augusto Nunes no Twitter: com a diferença entre o salário dos deputados e o salário mínimo, poderíamos comprar 3.022 potes de óleo de peroba. Imagine quantos mais se poderiam comprar contando os benefícios…
sábado, 9 de abril de 2011
Tenha acesso a todas as edições impressas do VQ

Desde que começamos com o jornal, uma das propostas era que ele fosse também disponibilizado pela internet, e enviávamos para uma série de emails assim que a edição ficava pronta. Uma outra possibilidade era acessar a publicação dentro de um grupo do Yahoo, também criado com esta finalidade. Era possível, mas não era tão prático como gostaríamos.
A partir de hoje, 9 de abril, todas as edições que já foram impressas estão disponíveis também aqui no blog. Para acessá-las é simples, basta ir na barra superior EDIÇÕES IMPRESSAS, e lá você encontra, uma a uma, todas as edições, num formato de fácil visualização (dentro da Plataforma Issuuu).
Pra gente isso é importante porque nem tudo que foi publicado é "datado", mas pode ter relevância para nosso momento atual e, quem sabe, momentos futuros. Também é importante como documento e como registro de momentos em nossa cidade. Outra vantagem é o acesso a todas as entrevitas que já fizemos.
Bom, a quem interessar, está tudo disponível na barra acima - ou CLICANDO AQUI
PS: antes que perguntem o porquê da paralização da publicação impressa, digo que os motivos são vários. Entre eles dinheiro e tempo/trabalho. O desejo permanece, e temos o projeto de que em 2011 ele volte - mesmo que não seja mensal - às ruas e bancas de Valença.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Prefeitura de Valença planeja auditoria na Santa Casa
Retirado do Diário do Vale
Depois de quatro anos em que a população e funcionários vêm denunciando - segundo eles - a precariedade dos serviços prestados pela Santa Casa de Valença aos cidadãos do município, o governo do estado resolveu intervir na situação e determinou que a prefeitura da cidade faça uma auditoria para fiscalizar os serviços e a administração da entidade.
Embora seja filantrópica, a Santa Casa recebe da prefeitura pelos atendimentos que presta ao município aproximadamente 60 mil reais. Recebe também pelos aluguéis, já que a prefeitura usa espaços do prédio da entidade para oferecer serviços de saúde. Os alugueis são de R$ 50 mil mensais.
Embora a prefeitura afirme que venha pagando desde meados do ano passado os valores indicados pela Santa Casa, o Executivo vem recebendo denúncias de que os serviços não estão sendo executados e que a instituição estaria em dívida tanto com fornecedores quanto com funcionários.
Conforme explicou a secretária interina de Saúde, Neide Aparecida de Carvalho Diniz, havia entre a instituição e o governo estadual uma contratualização em que o dinheiro vinha da Secretaria Estadual de Saúde direto para a prefeitura, que efetuava o pagamento imediato para a Santa Casa. No entanto, em 2010 o contrato venceu e o estado não fez a renovação. Para que o hospital não interrompesse os serviços prestados à população, a prefeitura começou a usar recursos próprios para o pagamento dos serviços.
- Estamos pagando pelos serviços que a Santa Casa está nos apresentando, mas não podemos arcar com dívidas que ela adquiriu. Ela é filantrópica, mas é uma empresa. Se não houve administração competente, o problema é uma resolução interna que não cabe à prefeitura - avaliou.
Auditoria
De acordo com a secretária interina houve, há algumas semanas, determinação por parte do governo do estado solicitando que a prefeitura estabelecesse uma auditoria na instituição, pois muito possivelmente as denuncias de irregularidades chegaram até a Secretaria Estadual de Saúde.
- Fomos notificados e vamos cumprir a determinação estadual. A Procuradoria do município está montando a intervenção com muita cautela, pois a Santa Casa é muito importante para nós, não queremos que ela feche ou seja interditada - frisou Neide.
Segundo a secretária, as denúncias vão desde o desrespeito com as questões trabalhistas até desvio de recursos repassados pelo estado e município. - O que se passa para a população é que é a prefeitura que não quer ajudar o hospital, mas isso não condiz com a realidade.
Não cabe à prefeitura pagar pelos gastos que a entidade adquiriu. A Santa Casa é uma prestadora de serviço para o município, não um órgão municipal. Não tem cabimento o Executivo arcar com dívidas de seus prestadores de serviço - alegou. Neide afirmou ainda que não há data prevista para o início da auditoria na Santa Casa, mas esclareceu que o trabalho tem por finalidade colocar em ordem os serviços prestados à população.
Funcionários e pacientes denunciam mau atendimento
Embora a auditoria da prefeitura ainda não tenha começado na Santa Casa, uma ex-funcionária do hospital afirmou que as denúncias feitas ao estado são verdadeiras. Ela revelou à reportagem do DIÁRIO DO VALE que há pelo menos quatro anos a situação da entidade é precária: atrasos nos pagamentos e defasagem de salários - que por vezes não eram pagos na totalidade - são exemplos de desrespeito com os funcionários. Segundo ela - que por medo de represálias preferiu não se identificar - a Santa Casa está em crise há muitos anos e somente com a mudança de provedor é que alguns salários começaram a ser pagos.
- Chegamos a ter cinco salários atrasados. Teve gente que foi despedida e simplesmente orientada a procurar a Justiça, pois eles não deram FGTS, seguro-desemprego ou férias. É um absurdo - disse. De acordo com a funcionária, há desconfiança entre a própria administração da entidade que houve desvio de recursos.
- É o que se diz, pois não é possível que os recursos cheguem e eles não consigam reabilitar a Santa Casa - afirmou.
A precariedade do serviço também é apontada pela população. Segundo a dona de casa Terezinha Rocha de Oliveira, há muitos anos existem boatos na cidade de que a Santa Casa está em péssima condição, e ela mesma lembra que vários serviços que eram oferecidos no local passaram a ser feitos em outros departamentos de Saúde.
- Há alguns anos quase tudo era feito na Santa Casa, mas atualmente a situação por lá está péssima. Falta muito médico, funcionário. A situação é ruim demais - avaliou, que agora recorre ao Hospital Escola para o atendimento de sua família.
Sindicato da Saúde afirma que já abriu dezenas de ações contra entidade
O Sindicato dos Empregados da Saúde do Sul Fluminense está acompanhando a situação em que se encontra a Santa Casa, e informou que já está com dezenas de processos na Justiça por conta da situação dos funcionários que ainda atuam e dos que foram demitidos do local.
Conforme informou a presidente do sindicato, Regina Medeiros, a Santa Casa estaria em desacordo com várias leis trabalhistas. - Eles não cumprem os acordos firmados, não pagam regularmente os salários e nem amparam o trabalhador demitido, que tem como única alternativa entrar na Justiça. Diante de tantas denúncias o sindicato resolveu abrir ações contra a atuação da instituição e estimamos que, ao todo, serão mais de 80 processos contra eles - contabilizou.
Embora tenha dito que o sindicato tentou por várias vezes estabelecer acordos com a administração da Santa Casa para minimizar os prejuízos dos trabalhadores, Regina afirmou que de uns tempos para cá nem mesmo nas negociações promovidas pelo Ministério do Trabalho os representantes da instituição têm aparecido, o que para ela demonstra o descaso com a situação.
- Agora eles sequer aparecem. Além dos processos de nível trabalhista temos vários com o intuito de questionar a postura do empregador. Alguns funcionários falam de humilhação, e por isso também impetramos ações por danos morais - afirmou.
A presidente do sindicato disse que deve acompanhar de perto a atuação da prefeitura perante a Santa Casa, tanto que espera uma reunião com o prefeito de Valença, Vicente Guedes (PSC), já prevista para a próxima semana.
- Fomos procurados pela prefeitura na intenção de dar uma solução à questão. O governo municipal parece disposto a intermediar as negociações entre nós e a Santa Casa. Todos esperamos que ao final se dê um jeito no absurdo que é esta situação - finalizou.
Santa Casa rebate acusações de sindicato e prefeitura
O atual provedor da Santa Casa de Valença, Paulo Bittencourt - que está no cargo desde janeiro -, rebateu as críticas feitas à entidade pelo Sindicato dos Profissionais de Saúde e pela prefeitura. Segundo Bittencourt, ele sabe da intenção da prefeitura em fazer uma auditoria na Santa Casa, mas afirmou que para isso a prefeitura terá de ter uma ordem judicial, já que a entidade não tem relação com a administração pública.
Sobre as denúncias de que haveria irregularidades com o repasse de recursos públicos, o provedor da instituição alegou que não há cabimento, visto que a Santa Casa não recebe repasses públicos e nem verbas: o que receberia da prefeitura são pagamentos por serviços terceirizados, e a avaliação sobre como o dinheiro é gasto ou não deve partir da administração da irmandade - e não de órgãos governamentais.
- Eles estão divulgando que haverá esta intervenção que, para mim, não tem procedência, visto que para se investigar uma entidade particular pela prefeitura é preciso que esta receba subsídios públicos, o que na Santa Casa não ocorre. Não recebemos investimos do governo municipal, o dinheiro dado por eles é pagamento pelos serviços que executamos para o município - alegou.
Sobre as dívidas da Santa Casa, o provedor alegou que todas elas se devem a compromissos assumidos pela prefeitura, em situações que os governantes assumiram a responsabilidade pela entidade. - Há várias dívidas da irmandade que são decorrentes de contratos firmados na época em que a prefeitura municipalizou os serviços da Santa Casa. Por não ter honrado estes compromissos as dívidas foram crescendo e hoje, pela nossa estimativa, estariam em torno de R$ 4,5 milhões, dívidas que caberiam a esta prefeitura honrar. Se houver a intervenção o poder público me dará mais motivos para que eu entre judicialmente contra ele - antecipou.
Em relação aos atos ilegais que a Santa Casa estaria mantendo diante dos funcionários que atuam ou foram demitidos pela entidade, Bittencourt afirmou que realmente a instituição possui inúmeras dívidas com o FGTS e INSS dos trabalhadores. Ele declarou que chegou a orientar os funcionários que foram demitidos a procurarem a Justiça para que não ficassem desamparados e pudessem sacar o seguro-desemprego, independente do pagamento do mesmo pela entidade.
- Eu mesmo orientei aos trabalhadores que entrassem na Justiça, não é pelo fato de a entidade dever ao governo que os funcionários não teriam direito ao seguro-desemprego. A Santa Casa deve muito de FGTS e não conseguirá de uma vez arcar com estes pagamentos - explicou.
Quanto aos salários atrasados e condições de atendimento à população, o provedor disse que desde que assumiu a direção da Santa Casa vem pagando regularmente os salários dos funcionários (que são, atualmente cerca de 140) e que já está investindo em novos equipamentos.
- Realmente quando entrei havia cinco meses de salários atrasados, mas desde que assumi o hospital venho mantendo a remuneração em dia. Além disso, acabamos de fechar um investimento de R$ 400 mil para melhor atender à população. Ratifico que todas as acusações terão de ser provadas e, caso a minha imagem seja ferida, as pessoas que me ofenderem poderão sofrer as sanções da Justiça - finalizou.