
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
A guerra é mais uma farsa das farsas de todos os dias

terça-feira, 30 de dezembro de 2008
OK Doutor
Ok Doutor (Maurício Marques)
OK Doutor, o Senhor venceu... Mas, a Utopia se Realizará, sim.
Ok doutor, o senhor venceu. A Utopia não se realizará.Dou-me por vencido...Que força teria qualquer argumento meu diante da prova cabal e fulminante que vossa senhoria me apresenta, o dicionário aberto na página onde a palavra utopia encontra-se grafada. Utopia, projeto irrealizável, fantasia, quimera, etc.Sim, doutor, eu estava enganado quando afirmei acreditar na realização da Utopia.
Como fui tolo e incoerente em acreditar que algo intangível e inatingível possa ser alcançado.
Parabéns, doutor! Como um advogado, o senhor abriu o dicionário, como se este fosse a carta magna e brilhantemente impetrou um mandado de segurança contra a instauração da Utopia.Provando que morfologicamente a etimologia contraria a dialética, conferindo à Utopia um caráter totalmente inconstitucional.Eu até pensei que poderia convencê-lo ao citar Aldous Huxley em seu comentário sobre o Admirável Mundo Novo, quando ele diz que “O medo da humanidade é que as Utopias se realizam”.
É claro que se Aldous conversasse com vossa senhoria, teria que rever o seu conceito e até mesmo que se retratar por ter dado à palavra utopia um sentido representativo da soma dos anseios e aspirações individuais. A ampliação para o coletivo dos ideais mais românticos e menos egoístas.
A vontade e motivação maior da alma humana, resplandecida e verbalizada em um som, inaudível àqueles que insistem em tapar os ouvidos, mas, ecoando num canto de chamamento, convidando à felicidade todos os povos, reunindo-os em uma única nação; Onde tremula desfraldada no horizonte a bandeira da paz e do amor maior; epa, desculpe-me, doutor, mas acho que agora viajei um pouquinho além,...Mas, buscando expressar-me de uma maneira mais racional, conforme vossa senhoria deve preferir; aquilo que Carl Jung denominou como “Inconsciente Coletivo”.
Ok doutor, o senhor venceu, a Utopia não se realizará, porque, se ousar contrariar a gramática, será condenada a desaparecer das mentes e espíritos ao desintegrar, fragmentando-se e incorporando-se ao mundo que chamamos realidade. Assim como os nossos sonhos que deixam de ser sonhos quando se realizam; aquilo que um dia foi considerado utópico, como as viagens espaciais, a comunicação à distância, o computador, a clonagem, enfim, isso e muito mais, hoje em dia não passam de simples questões tecnológicas. Nem ao menos realismo fantástico pode ser considerado.
Pois é, doutor, mas o senhor jamais se deixaria convencer por balelas, quimeras sofismáticas, não é mesmo, doutor?
Ok doutor, mas, por favor, permita-me ao menos em consideração à bravura com a qual debati defendendo a utopia (que não existe), continuar vibrando e conspirando favoravelmente pela realização dos ideais mais altruístas dos homens, pelo menos os de boa vontade.
O desejo de um mundo novo alicerçado nos mais nobres valores de justiça e liberdade. Um mundo onde a exploração do homem pelo homem não ocorra, simplesmente por este ser um comportamento desumano.
Onde todos, sem distinção, são iguais em direitos e oportunidades e o valor individual avaliado apenas pela maior ou menor capacidade para servir (independente da conta bancária). Um lugar onde as leis pudessem ser traduzidas em simples recomendações, como: O respeito à natureza e tudo que exista nela em especial o respeito próprio e ao semelhante. Um lugar onde as competições tenham como único objetivo á auto-superação física, mental, artística, cultural e produtiva.
Uma terra onde todos os seus pomares, suas roças, seus mananciais e riquezas sejam comuns a todos.
Bem, doutor, ainda me resta o consolo da promessa da terra prometida habitada por seres verdadeiramente humanos.
É, doutor, o senhor pode até dizer que sou um sonhador, mas vai se preparando..., Porque como disse John Lennon, eu já não sou o único...
Ok, doutor, mas pensando melhor, vá à merda com seus falsos valores e com a sua falsa descrença no potencial humano de se autogovernar.
Vá à merda com aquela sua falsa idéia de que o homem só funciona sendo submetido, e que alguns nasceram para serem senhores, enquanto a maioria quase absoluta nasceu para ser escravo...
Caro doutor. é perfeitamente compreensível a sua postura. Vossa Senhoria defende os seus falsos valores, numa tentativa inútil de neles acreditar. E assim justificar sua condição de homem rico, sem nenhuma contrapartida produtiva. Em um país, onde aqueles que têm trabalho; trabalham tanto por tão pouco, imagino o sentimento de culpa que carregam aqueles que possuem tanto sem nada produzir, culpa esta, a responsável pelas neuroses dos teomânicos burgueses.
Ainda mais no seu caso, que o dinheiro foi herança do pai, um político, que fez em sua vida pública o que todos nós fazemos melhor na privada, e cujos vencimentos recebidos, nem de longe justificaria a fortuna que acumulou e lhe deixou, deixando também o legado de sua má índole e neuroses egocêntricas.
Assim sendo, doutor, os sonhos de justiça dos oprimidos e vítimas da exploração, são também, os pesadelos dos opressores e exploradores que sempre encontrarão dispositivos legais ou não, valendo-se até mesmo do dicionário, se for preciso, para impedir a Utopia.
Doutor, pra você, melhor nem pensar que o equilíbrio individual implica no equilíbrio coletivo e que o equilíbrio coletivo é reflexo do equilíbrio individual, porque isso implicaria em responsabilidades, não é mesmo doutor?
Ok Você venceu, mas a Utopia se realizará, sim! E se o senhor seu avô fosse estéril ou simplesmente tivesse sido castrado antes de procriar, com toda a certeza, ela estaria um pouco mais próxima!
Maurício Marques. Este texto é dedicado à memória de Lima Barreto, e ao Preto Góez em memória. Escritor e poeta autor de “O Leão Sol e a Abelha Lua de Mel”www.poetamauriciomarques.com
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Ocupação Gisele Lima - um ano, nove meses e o problema da habitação não entra em pauta

No dia 10 de dezembro o secretário de Assistência Social Rogério Fort informou que as casas ficariam para os 100 sorteados em 2004, pela gestão do então prefeito Luiz Antônio. Antes disso, em 1999, quando Fernando Graça era o prefeito de Valença, foi realizado também um sorteio das terras na Varginha, antes mesmo da construção das casas. Em 2004, o novo sorteio era para as casas que estavam sendo construídas no local.
Com a entrega das chaves para algumas famílias sorteadas, parece que a atual gestão pretende colocar panos quentes na situação. O secretário Rogério Fort acordou com o movimento organizado que ocupa 23 casas e construíram mais 30 barracas no local que seriam entregue 77 casas, e que as 23 ficariam com os ocupantes.
Não é o que diz para a imprensa (especificamente para o Jornal Local) e para os sorteados para as 23 casas já ocupadas. Segundo algumas pessoas contempladas para uma das 23 casas, o secretário Rogério Fort avisa que eles devem resolver o problema com as pessoas que estão nas casas, que agora a prefeitura não pode fazer mais nada. Para o grupo que ocupa as casas há quase dois anos, ele diz que é mentira, que o acordo de manter as 23 casas em posse do movimento está garantido.







Eu pergunto: não seria minimamente mais razoável oferecer casas para quem realmente precisa, visto a grande necessidade de habitação que passa a nossa cidade? E as famílias que não têm pra onde ir, o que será delas? Para Eliana, o próximo prefeito vai ter que “descascar esse abacaxi verde e azedo, embora não tenha culpa”. Veremos.
PIB per capita de Valença é mais de R$ 7 mil
Fazendo uma comparação com as cidades vizinhas: O PIB de Vassouras é de R$ 7.930; Barra do Piraí – R$ 9.161; Miguel Pereira – R$ 9.930; Piraí – R$ 30.960; Rio das Flores - R$ 20.955; Volta Redonda – R$ 23.969.
Para verem o relatório completo acessem AQUI (o de Valença está na página 150)

Como é feito o cálculo do PIB (da Folha On Line AQUI)
O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor de toda a riqueza gerada no país.
O cálculo do PIB, no entanto, não é tão simples. Imagine que o IBGE queira calcular a riqueza gerada por um artesão. Ele cobra, por uma escultura, de madeira, R$ 30. No entanto, não é esta a contribuição dele para o PIB.
Para fazer a escultura, ele usou madeira e tinta. Não é o artesão, no entanto, que produz esses produtos – ele teve que adquiri-los da indústria. O preço de R$ 30 traz embutido os custos para adquirir as matérias-primas para seu trabalho.
Assim, se a madeira e a tinta custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o PIB foi de R$ 10, não de R$ 30. Os R$ 10 foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de madeira e um pouco de tinta em uma escultura.
O IBGE precisa fazer esses cálculos para toda a cadeia produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de outros setores.
Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor, chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.
sábado, 20 de dezembro de 2008
TSE nega registro a candidatos que tentavam obter terceiro mandato por meio de mudança de domicílio eleitoral
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, na sessão desta quarta-feira (17), os registros de candidatura de José Rogério Cavalcante Farias, prefeito reeleito em Porto de Pedras (AL), e a José Petrúcio Oliveira Barbosa, que disputou a prefeitura de Palmeira dos Índios (AL), por tentarem concorrer a um terceiro mandato para o mesmo cargo mediante transferência de domicílio eleitoral. Os registros dos candidatos foram rejeitados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL).
Por maioria de votos, os ministros do TSE entenderam que a possibilidade de obtenção de um terceiro mandato em um outro município, por prefeito eleito e reeleito em outra localidade, por meio de transferência de domicílio eleitoral, representaria o desvirtuamento deste instrumento eleitoral e a consolidação dos chamados “prefeitos itinerantes”.

"Somente é possível eleger-se ao cargo de prefeito por duas vezes consecutivas. Após isso, apenas permite-se, respeitado o prazo de desincompatibilização de seis meses, a candidatura para outro cargo”, afirmou o ministro Carlos Ayres Britto ao rejeitar os recursos.
Fonte: sítio do TSE - http://agencia.tse.gov.br/sadAdmAgencia/noticiaSearch.do?acao=get&id=1140483
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Valença terá escola digna do século 21
Os novos imóveis terão salas climatizadas, auditório com equipamento multimídia e laboratórios de Química, Física, Informática, Artes e Música, além de biblioteca com sala de leitura ao ar livre e pátio central e jardins com teto de policarbonato — um plástico flexível. No refeitório, aparelhos eletrônicos controlarão a movimentação dos alunos e evitarão desperdício de merenda. Nas salas de aula, carteiras moduladas possibilitam diferentes arrumações.
Uma comissão de professores participou da elaboração do projeto. “O desenho das mesas dos alunos foi pensado para trabalharmos a educação colaborativa, fazendo o jovem se sentir parte do processo. A equipe da Adriana Rattes (secretária de Cultura) também colaborou com dicas importantes para a montagem do auditório, que é totalmente adaptável a qualquer tipo de apresentação cultural”, explica a secretária estadual de Educação, Tereza Porto.
As obras começam no trimestre que vem e ficam prontas em nove meses. Os bairros que vão ganhar novas escolas ainda não foram definidos. Mas, apesar de não ter concluído o mapeamento — o que só acontecerá em janeiro, quando a licitação será publicada no Diário Oficial e enviada ao Tribunal de Contas —, a secretária já sabe que a Zona Oeste é a região mais carente.
“Ficamos surpresos ao abrimos o mapa e vermos que não há nenhum colégio estadual no Itanhangá. Já em Campo Grande, temos 9 mil alunos e só atendemos 1.500. Há uma carência de 7,5 mil vagas. São estas discrepâncias que pretendemos resolver”, garante a secretária. A Zona Norte, outra área onde a rede estadual é precária, também ganhará novas unidades.
“Analisamos a matrícula nos últimos cinco anos para sabermos onde é baixo o percentual de alunos que consegue vaga na sua primeira opção. Nos bairros em que ele precisa se deslocar para estudar, porque não obtém vaga perto de casa, é onde vamos construir mais escolas”, promete Tereza.
Escolas em área de risco terão câmeras
De olho no bom resultado alcançado em Volta Redonda, onde na semana passada três adolescentes foram flagrados com arma na porta da escola, a Secretaria de Estado de Educação estuda a instalação de câmeras nas 98 escolas da rede localizadas em áreas de risco.
“Para nós, o custo seria muito reduzido, porque estamos criando uma rede sem fio nas escolas e não precisaremos investir em infra-estrutura. A câmera pode estar em qualquer lugar, porque a transmissão da imagem é fácil. Só gastaríamos com a compra do equipamento”, explica Tereza.
A implantação das câmeras de segurança ainda não tem data definida, mas outras duas conquistas para alunos e professores têm prazo: até julho, promete a secretária, todas as 19.680 salas das 1.600 escolas estaduais ganharão amplificadores de voz e ar-condicionado. O processo de revisão elétrica nas unidades já começou e os Cieps terão as salas de aula, com suas paredes que não chegam ao teto, reformadas.
Quatro novas unidades em 2009
No ano que vem a rede estadual já contará com pelo menos quatro novas unidades em Praça Seca, Jardim América, Tanque e Senador Camará. Os imóveis foram comprados pela secretaria e têm capacidade para receber, juntos, mais de sete mil alunos. Em janeiro começa a reforma, que deve ficar pronta em abril. “Nossa meta é que estejam funcionando no segundo semestre de 2009”, afirma a secretária.
Só para o prédio da Praça Seca serão transferidos 908 estudantes de seis escolas compartilhadas. Em Senador Camará, o edifício que era ocupado pelo Detran agora abrigará 1.200 jovens de três unidades alugadas. Já o prédio do Tanque absorverá os 2.200 alunos de um colégio em Jacarepaguá e deve abrir outras 300 vagas.
“O principal objetivo com as novas unidades, sejam desapropriadas ou construídas, é oferecer turmas do Ensino Médio de manhã e à tarde. Hoje, a maioria das aulas é à noite, porque os edifícios compartilhados são utilizados pelas escolas municipais nos outros turnos”, explica Tereza.
Outras 17 unidades estão em fase de desapropriação, a maioria nas zonas Norte e Oeste do Rio e cinco delas no Interior do estado (Valença, Guapimirim, Vassouras, Macuco e Itaperuna).
Por Carol Medeiros
Fonte: sítio do O Dia Online
As verdades da mídia
Porém, o enfoque é totalmente diferente. Enquanto a Globo.com diz que a taxa “sofreu uma ligeira alta em novembro, para 7,6%”, o UOL diz que o “nível de desemprego nacional passou de 7,5% em outubro para 7,6% um mês depois (...) Em novembro de 2007, a taxa correspondeu a 8,2%”.
Ou seja, de um ano pra cá a taxa caiu muito mais do que o 0,1% que aumentou do mês passado. A Globo.com continua suas impressões: “A elevação do indicador em um mês de novembro frente a outubro preocupa, no entanto, por ser pouco usual: a taxa de desemprego costuma cair no final do ano, influenciada pelas contratações no comércio e na indústria para atender à elevação da demanda. Em 2007, por exemplo, o índice caiu de 8,7% em outubro para 8,2% no mês seguinte”.
Já o UOL, dá o enfoque de que “a taxa de desocupação do mês passado foi a menor para um mês de novembro desde o início da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em março de 2002”.

Veja a matéria do UOL
Desemprego tem menor taxa para meses de novembro desde 2002, diz IBGE
Veja a matéria da Globo.com
Desemprego fica quase estável em novembro
E tire suas próprias conclusões
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Por ordem da ANP, militantes são espancados e presos durante manifestação no Rio contra leilão do petróleo

A violenta reação da Polícia Militar e da Guarda Municipal surpreendeu os manifestantes que foram espancados durante toda a caminhada pela Avenida Rio Branco. Até agora os organizadores da manifestação, convocada pelo Fórum Nacional contra a Privatização do Petróleo e Gás, que reúne dezenas de entidades, confirmam a detenção de três pessoas: Emanuel Cancella, coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ); Gualberto Tinoco (Piteu), da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas): Thaigo Lúcio Costa, estudante de jornalismo da Universidade de Santa Cecília, de Santos. Dentre os feridos, está hospitalizado, com um corte na cabeça, no Souza Aguiar, o diretor do Sindipetro-RJ Eduardo Henrique Soares da

Desde a ordem de despejo, vinda da presidência da Petrobrás, ontem à noite, os manifestantes sentiram a animosidade das forças de repressão, mas não esperavam ação tão agressiva, contra uma simples manifestação de protesto. Um dos detidos, o coordenador do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancella, declarou:
"Nós acabamos de viver um momento que remonta à sombria época da ditadura militar. O Capitão Moreira me deu ordem de prisão, mesmo eu dizendo que era advogado. Ele bateu muito em mim. Algemou o Pitel e o estudante e os policiais feriram gravemente nosso companheiro Eduardo Henrique". Emanuel Cancella está com um braço fraturado e costelas. Por de 14 horas estava concluindo o seu depoimento na 1ª DP, na Rua Relação, 42. Logo seria encaminhado para exame de corpo delito. A partir das 14h30, a Rádio Petroleira transmitirá flashes ao vivo.

Contatos: (21) 76617258, Joba (MST); Moraes 21-76741786 (FUP); Marcelo Durão (21) 96847750
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Movimentos sociais ocupam sede da Petrobrás no Rio

Mais de 500 pessoas acabam de ocupar a sede administrativa da Petrobrás, na Avenida Chile, Centro do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (17/12). Os manifestantes exigem o cancelamento dos leilões, em especial, a 10ª Rodada de Licitações do Petróleo e Gás brasileiros, que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) convocou para os dias 18 e 19 deste mês. A mudança da legislação que regula o setor de petróleo e gás, permitindo a privatização desses recursos minerais, é outra reivindicação da ocupação.
Os manifestantes solicitam a realização de uma reunião com o presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, para que possam debater o cancelamento do leilão marcado para começar amanhã. Para a Campanha Nacional pelo Petróleo o Governo Federeal deve manter o compromisso de destinar osrecursos do petróleo para suprir as necessidades básicas do povo brasileiro, como educação, saúde, reforma agrária e não destiná-los às multinacionais.
Serão ofertados na 10ª rodada 130 blocos exploratórios em terra, dividido em oito setores, de sete bacias sedimentares: Sergipe-Alagoas; Amazonas; Paraná; Potiguar; Parecis; Recôncavo e São Francisco. No total serão oferecidos aproximadamente 70 mil quilômetros quadrados em áreas paraexploração e produção de petróleo e gás natural. Atualmente, o Brasil é o país que dispõe da maior área sedimentar com potencial para petróleo e/ou gás ainda por explorar no mundo, segundo a própria ANP.
Os sindicatos de petroleiros também estão ingressando na Justiça com Ações Civis Públicas, cobrando a suspensão da 10ª Rodada de Licitações da ANP. Além das manifestações, está correndo um abaixo-assinado exigindo o fim dos leilões e a recuperação da Petrobrás 100% estatal.Participam também do protesto MST, MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), Sindicato dos Petroleiros do Rio, FNP, FUP, Via Campesina, CONLUTAS, INTERSINDICAL, UNE-FOE, Movimento Estudantil.
Fonte: sítio do MST

terça-feira, 16 de dezembro de 2008
CPA da FAA lança blog
O blog disponibiliza ainda uma espécie de questionário para o leitor escrever o que quiser sobre a CPA, fazer críticas e/ou elogios e uma nota para a FAA no ano de 2008 - AQUI
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A CPA foi criada em obediência à Lei 10.861, de 14 de abril de 2004, que estabelece o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Ela é formada por alunos, professores, funcionários e membros da comunidade extrena à FAA, e tem como função levantar potencialidades e fragilidades da instituição.
Na apresentação da nova página da internet está lá: o "Blog foi criado para você, que estuda, trabalha ou apenas gosta da FAA possa estar sempre por dentro do que acontece no processo de auto-avaliação. Aqui você encontra notícias, sugestões, informações sobre tudo que acontece relacionado com a auto-avaliação!"
Fazem parte da Comissão: Coordenador: prof. Rabib; Representante de Funcionário: Ricardo Freitas; Representante da comunidade externa: Juliana Serafim; Representante dos alunos: Mariana Vargas (Direito) e Lorena Alves (Medicina Humana); Representante dos professores: Prof. Rafael Vassallo; Coordenador da CPA estendida: Prof. Marcelo Leite.
O endereço de contato da CPA é cpa@faa.edu.br
O endereço do blog é http://cpafaa.blogspot.com/
domingo, 14 de dezembro de 2008
REDE JOVEM, VALENÇA. POR FAVOR:
QUE MOVIMENTO SOCIAL É ESTE DE QUE SE REFEREM? É MOVIMENTO SOCIAL OU TEM OUTRO NOME?
Meu caro, é mesmo movimento social, inclusive o maior movimentos social da América Latina, mais conhecido como Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra.
E A INFRA-ESTRUTURA, E A ALIMENTAÇÃO GRATIS (DOADA COM DINHEIRO DE NOSSOS IMPOSTOS). QUEM MANOBRA ESTE PESSOAL DO MST, QUEM SÃO, DO QUE VIVEM? JA SE PERGUNTARAM?
Não apenas nos perguntamos, mas o Valença em Questão conhece o MST de perto – diferente do autor da mensagem. São trabalhadores sem-terra, como está no nome do movimento, que lutam por um direito que está na nossa Constituição – que completou 20 anos em 2008 e ainda está longe de ser respeitada.
A infra-estrutura eles montam dentro dos acampamentos e assentamentos, criando condições de subsistência e ainda aquecem a economia local com o comércio da produção.
SEM ENTRAR NO MÉRITO DESTA FAZENDA ESDRUXULA, QUEM GARANTE O DIREITO DE NOSSAS PROPRIEDADES? VCS GOSTARIAM E QUEREM DIVIDIR SUA CASA COM OS INDIGENTES E SEM TETO?
Fazenda Esdrúxula? Não entendi. E não quero dividir minha casa com indigentes (?) e sem-teto, mas para isso é preciso que todos tenham onde morar. O direito à propriedade é garantido pelos poderes. No dia 11 por exemplo, a polícia estava lá para garantir a propriedade a e integridade do proprietário e do oficial de justiça. As outras pessoas, pelo que parece, não têm o direito – também constitucional – da sua integridade.
Agora entrando no mérito das ocupações que parecem preocupá-lo, apenas produza, que não correrá o risco de ter suas terras ocupadas pelo movimento. Caso não produza, suas terras podem ser consideradas improdutivas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e compradas pelo governo e destinadas para fins de reforma agrária. De qualquer forma, suas terras serão compradas pelo governo federal. Sairá sempre ganhando, fique tranqüilo.
MST EM VALENÇA - PRODUZIR O QUE, COM QUAIS RECURSOS, QUAL A TECNOLOGIA? QUEM COMPRARÁ? (ESCAMBO, VOLTANDO A IDADE MÉDIA)?
Produzir o que Valença compra no Rio de Janeiro – na Ceasa – e traz para a cidade, pagando mais pelo transporte e por produtos com agrotóxicos, diferentes dos produzidos nos acampamentos e assentamentos do MST. Pessoas físicas, como você e eu, podem fazer empréstimos em bancos, podem ter recursos próprios, etc., e esse dinheiro pode ser investido em produção, por exemplo, de cooperativas. Exemplos do próprio MST não são raros em relação a isso. Não raro também que as produções das pequenas propriedades têm relação direta com o desenvolvimento da economia. Pode ser uma das soluções para Valença, que vive de quê? Prefeitura, FAA e aluguéis.
COMO ESTUDARÃO, QUAIS AS CRECHES E POSTOS MÉDICOS QUE ATENDERÃO OS FILHOS DESTAS PESSOAS QUE SÃO MANOBRADAS, NÃO SE SABE POR QUEM?
As mesmas freqüentadas por você ou por mim. Não consegui entender porque eles não teriam direito ao acesso à educação e à saúde.
INFRA ESTRUTURA DE SANEAMENTO? NIHIL! CHEGA DE FILOSOFIA BARATA, MÃOS A OBRA E TRABALHO DECENTE QUE DÊ SUSTENTO DIGNO A ESTAS PESSOAS. SERÁ QUE QUEREM TRABALHO? TEM LAVRADORES ENTRE OS MEMBROS DO MST?
Quem fez o saneamento de sua casa? Será que eles poderiam fazer o saneamento deles também?
O MST é formado por produtores rurais. A grande maioria tem sua origem familiar no campo, e por isso a luta por um pedaço de terra.
AB
Abraços.
Projeto Integração pela Música em Valença


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Valença Bizarra Parte 2: o Conselho de Classe dos Ceifadores
Nós, ceifadores, confundimos o direito das crianças ao Ensino na Escola, que estou completamente de acordo, com a idéia de que toda criança tenha que passar de ano letivo ao fim do ano. Poucos são aqueles que querem carregar a responsabilidade de reprovar um aluno. Pude comprovar nossa incompetência com os argumentos utilizados para passar o aluno “na marra”. Falamos da vida privada do discente, da comunidade, do futuro. Só não conseguimos, e não fazemos a seguinte pergunta: “o aluno em questão conseguiu apreender aquilo que foi ministrado nas nossas aulas?”
Passar um aluno “na marra” ocorre quando nós esgotamos todas as possibilidades para que o mesmo consiga os pontos necessários. Oficialmente, damos o nome de “decisão do Conselho”. É nesse momento que ocorre às tais perguntas que, claro, nos sensibilizam e fazem com que relativizamos nossa própria matéria: “Afinal, o que são 5, 10, 15, 20 pontos para um garoto da periferia da cidade.” “Vai que ele é reprovado, se revolta e saí da escola.” Muitas possibilidades aparecem em nossa cabeça e, naquele sentimento de compaixão pelo semelhante, nós o liberamos de repetir o ano. No popular, empurramos o problema para frente.
Antes de prosseguirmos temos que informar as regras do jogo, mais conhecido como sistema de avaliação: o aluno é considerado APTO em duas condições: ter obtido, ao longo de 4 bimestres, 200 pontos e ter marcado uma freqüência superior à 75 por cento. Aqueles que não conseguiram somar 200 pontos fazem, em dezembro, uma recuperação final valendo 100 pontos com a matéria de todo o ano. Sim, não escrevi errado, o sujeito em recuperação deve fazer uma prova com o conteúdo de todo ano. Fico imaginando aqui um aluno meu estudando toda a matéria de História em duas semanas. Realmente, eu não queria estar na situação dele...
Também sabemos que a política educacional brasileira baseia-se no equilíbrio entre idade e escolaridade como forma de garantir financiamentos internacionais para o setor educacional. No entanto, o primordial é garantir que os alunos aprendam os conteúdos, qualquer ceifador sabe muito bem que nossos alunos podem sair da escola sem saber ler e escrever. Volta e meia ficamos nas mais baixas posições em comparação com os números de outros países.
Durante o ano de 2008 fui o ceifador de todas as séries do ensino Fundamental e, em minha opinião, a perspectiva de empurrar o problema pra frente, obviamente, não resolve nada. Pior, isso possibilita a compreensão dos próprios alunos concluintes do ensino fundamental da existência de uma “manha” de não precisar estudar para passar de ano, já que, no final, “todos passam”. Dentro desse contexto, “estudar” torna-se um algo negativo, “estudar” e para os alunos que não sabem “enganar o professor”. Já na primeira colheita escutei tal afirmação.
Mas então? Confesso que perdi a colheita. Que não estava preparado para encontrar a educação nesse estado. O amigo leitor que se preocupa com a educação e quer ter uma noção do que se passa numa sala de aula hoje multiplique a sua opinião por mil. Você terá uma impressão. Numa oração: “Perdemos a guerra...”
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Valença Bizarra Parte I
Mal sabia que tinha feito um grave erro. Já a chamada da entrevista denunciava o conteúdo, ou a falta dele. A chamada falava que um amigo meu iria entrevistar um Deputado sobre “importantes” assuntos. Como não tinha nenhum amigo na rádio identifiquei aquilo como o marketing da emissora.
Pois bem, começou a entrevista e fui percebendo que o objetivo da mesma não era informar nada a alguém, mas sim um espaço para a auto-promoção do Deputado. Não tinha questionamentos, dúvidas, só existia a política da troca de elogios. Um falava bem do outro e os dois falavam bem de Deus....
O tal assunto importante da entrevista eu não pude perceber. A entrevista acabou e minha intenção de saber sobre a atuação do deputado não se realizou. No entanto, ficou difícil não sair da entrevista com a impressão de que o Deputado é um cara preocupado com os “anseios da população”. Só não entendi o que ele faz/fez, mas ele é um Good boy.
No entanto, comecei a duvidar que o caminho pelo qual escolhi para obter informações pudesse fornecê-las. Duvidei mais ainda e pensei na hipótese de que aquela entrevista fosse uma mercadoria que o dono da rádio, “meu amigo”, vende para os seus “outros” amigos, certamente mais poderosos e influentes do que eu. O que seria então a coisa ”importante” que a chamada da entrevista dizia? A resposta para a questão só apareceu no Jornal da mesma emissora.
No intervalo do Jornal aparece a famosa chamada em que meu amigo desconhecido entrevistará outros Deputados, e, pasmem, também sobre “importantes assuntos”. Aí eu entendi todo o significado da expressão: “importantes assuntos.” Vamos então minha interpretação sobre o uso do termo. “Importantes assuntos” significa inexistência de pauta, troca de elogios ou a popular BALELA. Você acaba de ouvir e fica com a sensação de que foi enganado. Se for esperto até consegue saber o que as pessoas vão falar antes das próprias, é o lugar onde reina o politicamente correto.
Poderia ser diferente? Penso que sim. No começo da entrevista o entrevistador poderia falar: “O espaço da nossa conversa foi comprado pelo senhor fulano de tal por tantos reais, o microfone está aberto para ele.” Seria mais sincero, mais honesto para com os ouvintes. Só escutaria aqueles que acreditam nas propostas do entrevistado. Mas respeito à inteligência do público não faz parte dos anseios do amigo, nem da rádio dele. Pior para nós.
PS: É revoltante, dia 11 de Dezembro e não ter recebido salário da Prefeitura de Valença e nem Décimo Terceiro.
URGENTE - REINTEGRAÇÃO DE POSSE DA OCUPAÇÃO MANOEL CONGO NO VARGAS (3)
Abaixo, texto publicado na edição número 29 do VQ, em abril de 2008, de autoria de Francisco Lima, advogado e integrante do MST.
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Desde o dia 13 de maio de 2004 em poder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), a Fazenda Vargas foi leiloada no dia 13 de fevereiro de 2008. Por incompetência e inoperância do Incra-RJ (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o acordo celebrado em julho do ano passado não foi levado a efeito. À época, por articulação política do MST, ficou acordado em Brasília, com representantes do INSS ((Instituto Nacional de Seguridade Social) e INCRA que a fazenda seria comprada para fins de Reforma Agrária. Os R$340.000,00, valor da venda em leilão da fazenda, foi considerado pelo próprio presidente do Incra como “dinheiro de cafezinho”.
O processo de reintegração de posse foi suspenso para que o Incra desse encaminhamento nas questões burocráticas do processo de cessão da fazenda para fins de reforma agrária. Porém, o Incra-RJ não atentou para o fato de que o processo estaria suspenso por apenas 90 dias, prazo suficiente para dar os encaminhamentos necessários. Terminado o prazo sem que o Incra tivesse se manifestado, nem mesmo para requerer novo prazo, a fazenda foi a leilão. Vale destacar que o Incra não pôde nem participar do leilão, já que o dinheiro de “cafezinho”, por questões legais, já havia sido devolvido pelo Incra aos cofres do Tesouro. Como o Congresso Nacional ainda não havia provado o orçamento de 2008, ficou o Incra-RJ sem condições de participar do leilão.
Porque a burocracia federal do Incra, responsável pelo processo de reforma agrária, deveria se preocupar em assentar 12 famílias sem terra? Afinal, ela está dentro de uma estrutura profundamente controlada pelos banqueiros e grandes empresários da cidade e do campo, responsáveis por astronômicos e imorais lucros obtidos à custa do povo trabalhador. Com isso deixou que a fazenda fosse comprada pelo senhor Rafael Ferreira Matos, que muito provavelmente está muito mais preocupado em engordar seus polpudos lucros. Apropriou-se com dinheiro de “cafezinho” da fazenda ocupada por famílias sem terra que buscavam dignidade produzindo alimentos que eram vendidos nas feiras de nossa cidade.
Uma vez mais venceram, aparentemente, os operadores de esquemas públicos e privados, que não faltaram no desenrolar de todo o processo. Mais uma vez venceu o capital em detrimento do pão, da terra, do trabalho, da dignidade, da liberdade e da paz, elementos fundamentais à sobrevivência humana, porém impossíveis de serem alcançados plenamente nos marcos da sociedade capitalista. Só não conseguiram vencer o sonho socialista que tremula nas bandeiras vermelhas e nas mentes das famílias sem terra, que se renova e se fortalece na continuidade da luta, muito embora tão acostumadas às derrotas, como qualquer pessoa do povo trabalhador brasileiro.
A ocupação Manuel Congo está viva, pronta para empunhar suas foices!!!
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
URGENTE - REINTEGRAÇÃO DE POSSE DA OCUPAÇÃO MANOEL CONGO NO VARGAS (2)
Amanhã, dia 11 de dezembro, a polícia vai à Ocupação Manoel Congo cumprir o papel de representante das elites, retirar das terras as pessoas que estão lá há mais de quatro anos trabalhando e tornando produtivas terras em que antes nada brotavam.
Amanhã, dia 11 de dezembro famílias que tinham esperança de ver seu sonho por uma terra para produzir mais perto voltarão a se perguntar “até quando?”.
Amanhã, dia 11 de dezembro, a polícia vai à Ocupação Manoel Congo cumprir a liminar da justiça, que mais uma vez, está do lado do poder financeiro, dos mais ricos, em detrimento dos interesses coletivos da classe mais pobre.
É amanhã, dia 11, que mais um capítulo triste se inicia na vida dos ocupantes da Fazenda do Vargas.
É amanhã, dia 11, que mais um golpe é dado contra os movimentos sociais.
É amanhã, dia 11, que mais uma vez os movimentos sociais são criminalizados.
Mas é amanhã também, dia 11, que a luta do povo pobre continua e ganha força.
É amanhã também, dia 11, que se inicia mais um capítulo da luta do povo pobre contra a elite rica em nosso país.
É amanhã, dia 11 de dezembro, um dia depois da comemoração dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e do dia Internacional dos Direitos Humanos, que os movimentos sociais e o MST vão continuar resistindo, como fazem há mais de 20 anos.
O Valença em Questão se solidariza com a causa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Valença ontem, hoje e amanhã, dia 11 de dezembro.
URGENTE - REINTEGRAÇÃO DE POSSE DA OCUPAÇÃO MANOEL CONGO NO VARGAS
amanhã, 11/12, será realizada, às 9 da manhã, na Ocupação Manoel Congo - Vargas/Valença - RJ, o cumprimento da decisão judicial que imite na posse o atual "proprietário" da Fazenda Vargas e Capoeirão, Sr. Rafael Ferreira Matos.
A decisão mostra a força que os latifúndios têm na região, mostra a incompetência do INCRA ao não arrecadar as terras com decreto e mostra ainda de que lado se posiciona a justiça do Estado, que sequer concedeu prazo para que as famílias saíssem da terra.
Mais um ato nefasto dos operadores do capital, que visam explorar e oprimir à classe trabalhadora ao extermo, além de violentar e criminalizar os movimentos sociais. E ainda, mais uma tentativas daqueles que representam os latifúndios, o agrogonegócio e o capital financeiro-especulativo em desarticular o setores sociais e as organizações populares que constroem um projeto popular que enfrente o neoliberalismo, o imperialismo e as causas estruturais que afetam os trabalhadores brasileiros com injustiças e desigualdades sociais.
A referida fazenda foi ocupada pelo MST em 13 de maio de 2004, e conta hoje com 24 famílias. As famílias, que não foram comunicadas da Carta de Ordem, vão perder o que produziram e as crianças que estudam na escola rural não terão como frequentar as aulas que ainda não terminaram.
Seria fundamental a solidariedade daqueles companheiros que possam estar lá amanha, para contribuir com o que for possível naquele momento.
Esse blog/movimento/jornal repudia a decisão judicial e presta apoio incondicional e radical aos companheiros do MST.
Vamos à Luta!!
Correspondência entre Keynes e Marx (2)
Meu caro Keynes,
Tenho de dizer que meu primeiro movimento, ao descobrir sua carta, foi o de saborear a revanche. Você, que sub-utilizou uma parte importante de minha imensa obra, fingindo não tê-la jamais lido, agora toma o Caminho de Canossa. Pois, onde você encontrou, senão no meu Capital, a acumulação, o trabalho como único fator produtivo, a possibilidade das crises, a inanidade da lei de que a oferta cria sua própria demanda, desse imbecil do Say, o papel da poupança que você rebatizou preferência pela liquidez, e mesmo o papel da moeda que os ignorantes lhe atribuem a paternidade? Vamos, mais um esforço, querido Keynes, a moeda transformada em capital em virtude da exploração da força de trabalho! Eu rio com os eufemismos modernos sobre “a distribuição do valor agregado”.
Mas voltemos a sua questão. Eu lhe concedo ter levantado um problema crucial, o da transição do capitalismo para uma organização social favorável à emancipação humana. E os brutos do Kremlin pegaram muito pesado.
Convém, inicialmente, que levemos em conta a medida da mundialização do capitalismo, que eu, com meu amigo Engels, analisamos perfeitamente no meu Manifesto. Essa mundialização, cuja crise não é outra coisa que seu completamento. A impossibilidade radical de que todos os capitalistas liquidem ao mesmo tempo o seu patrimônio financeiro, que você notou bem, remete ao caráter fictício da excrescência do capital financeiro. O que os jovens da ATTAC chamam de financeirização é a exacerbação da exploração dos trabalhadores que permite a liberdade total de circulação de capital. O capitalismo não é o mercado, é a relação capital-trabalho.
Eu já escuto você praguejar em favor da regulação. Falemos com clareza e sinceramente. Eu concedo quanto à palavra, com a condição que tomemos às coisas pela raiz. Senão as sirenes tocarão, dizendo que há um bom capitalismo opaco por trás da voracidade da finança. Ora, lembre você sempre que o sistema mergulha a humanidade nas águas geladas do cálculo egoísta.
"O que fazer, então" diz você?
Em primeiro lugar, suprima-se a liberdade do capital e garanta-se todas as liberdades democráticas, só para melar todas as burocracias. Em segundo, que se limite os altos lucros e se tome os superávits para financiar os investimentos públicos (a esse respeito, eu adoro o seu multiplicador de investimento e não lamento senão uma coisa: não ter pensado nisso). Terceiro, se instaure a propriedade social dos bens essenciais à vida e à gestão coletiva do crédito, e se reflita seriamente sobre a reorientação da produção em direção ao útil e não aos desperdícios. Eis uma coisa que eu não inventei, a palavra “ecologia”, bem que eu tinha escrito que o trabalho era o pai da riqueza e que a terra era a sua mãe.
Meu caro Keynes, eu li suas Perspectivas econômicas para os nossos netos e isso me fez bem. Certa noite de bebedeira numa taberna londrina eu poderia tê-lo afirmado. Mas seria preciso deixar-lhe alguma coisa. Bom, é certo que na City e em Wall Street, onde se lê a mim regularmente – sim, eu lhe asseguro –, os serventes do capital tremem. Eles tremem antes mesmo de saber aonde queremos conduzi-los: à rendição.
Eu lhe prometo, meu querido Keynes, não fazer mais pouco dos seus modos reguladores. Mas lembre-se: regular sem transformar não é regular. Fale disso no seu Bloomsbury Group. Um círculo, ainda, que fracassei de propósito em me ocupar da quadratura.
Seu Karl Marx.
Retirado do sítio da Carta Maior aqui
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Correspondência entre Keynes e Marx (1)
Meu Caro Marx,
Neste dia do 79º aniversário da quinta-feira negra de 1929, devo reconhecer que você me superou. Para dizer a verdade, eu não acredito numa nova crise. Eu tinha descortinado tão metodicamente a incapacidade do mercado de produzir o equilíbrio do pleno emprego que conduzi todos os governos a mais sabedoria: ninguém teria se deixado infectar por uma crise sem reagir. Eu estava com minha consciência tranqüila e não estava preocupado se você tinha ou não esquecido a Estátua do Comandante buscando arrastar o capitalismo no fogo do inferno.
Contudo, os seres animosos que eu descrevi na minha teoria geral retomaram o poder; banqueiros e rentistas, esses mesmos a quem prometi a eutanásia, se refestelaram durante anos. E, quando chegou o inverno, como diria o fabulista francês, eles estavam gravemente desprovidos e se deram conta de que não poderiam reencontrar sua liquidez simultaneamente. E aqueles que ainda a detinham preferiram-na a endossar títulos desvalorizados, verdadeiros lixos tóxicos.
Desde o tempo de minha juventude o setor automobilístico começou a inundar o mercado americano de automóveis reluzentes mas, não tendo a demanda lhes seguido o passo, a depressão não tardou quando um endividamento colossal fez a bolha financeira explodir. Desde 2001 os norte-americanos recorrem a um endividamento também perigoso. Preste atenção: tomando a si como um guru infalível e assim reputado por uma boa parte dos que pretendiam reclamar de mim, o Senhor Alan Greenspan verteu crédito sem contabilizar, esquecendo que a criação monetária deve antecipar a produção real. E seu sucessor, considerado o melhor conhecedor da crise de 1929, Senhor Bern Bernanke continuou a fazer-lhe as honras. Nesse período, os salários perderam seu valor. Com a abolição das fronteiras e a integração financeira, a crise só podia mesmo ganhar o mundo inteiro.
Meu querido Marx, com muito atraso reconheço o ceticismo de minha perspectiva, agravado pelo gosto pelas classes cultivadas, aos seus olhos. Ah! Se você tivesse conhecido as delícias de nossas trocas, de todas as ordens, no Bloomsbury Group, no seio do qual brilhava Virginia Woolf, tenho certeza que esqueceria da furunculose deles. Mas, longe de mim a idéia de entreter-lhe com essas mundaneidades que foram, é verdade, a essência de minha vida depois que entendi as futilidades da Bolsa. Eu tenho é de lhe perguntar, meu caro Marx. Eu concedo que você tinha razão: o capitalismo parece irreparável. Mas, como você vê uma saída definitiva dos excessos desse sistema, tendo em vista a calamitosa experiência soviética? Pois, você há de concordar, eu espero, que seus epígonos não conseguiram segui-lo.
Meu querido Marx, o destino nos separou; sem dúvida Londres estava longe demais de Cambridge, a menos que seus furúnculos e meu gosto pela literatura nos tivessem posto a cada um próximos da fronteira, como você diz, de classe, não é? Isso não importa. Nós somos os únicos a saber o essencial, e isso deveria nos aproximar sobre o próximo período. Permita-me acrescentar a esta carta minhas perspectivas econômicas para os meus netos, que deverão agradar-se de você.
À sua leitura, querido Marx,
seu John Maynard Keynes
Retirado do site da Carta Maior aqui
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
... .. Triste Fim [2]
Alguém sabe o que é isso?!




PS: O sítio eletrônico da P.M.V. (www.valenca.rj.gov.br) voltou ao ar.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Projeto da Mesa Diretora acaba com eleição na Câmara
O novo processo sugerido pelo Projeto é de que a composição da mesa se dê de forma automática no primeiro biênio de cada legislatura: o vereador reeleito mais votado seria automaticamente indicado como presidente da Câmara, e os vereadores mais votados (sem a necessidade de serem reeleitos) comporiam a Mesa como secretários. Após dois anos, haveria eleição.
Caso o Projeto seja aprovado, o vereador Naldo, como reeleito mais votado, automaticamente se torna presidente da Câmara nos próximos dois anos. Porém, o vereador Vitinho entrou na justiça comum solicitando a paralisação da tramitação, alegando que seja ilegal essa alteração na Lei Orgânica do Município. Até agora, não temos mais informações, e os leitores que tiverem acréscimos, podem fazê-los por comentários ou por email (valencaemquestao@yahoo.com.br). O Blog do VQ agradece.
Os Monopólios do Dinheiro e da Palavra
A ditadura militar terminou, porém o Brasil continuou a ser o país mais desigual da América Latina – o continente mais desigual do mundo. Continuamos a ser assim uma ditadura social, em que as mesmas elites se apropriam, de geração a geração, do substancial da riqueza material e simbólica, ao mesmo tempo que ocupam os postos de poder político e ideológico.
A transição da ditadura à democracia foi política, de substituição de um sistema por outro, mas nenhuma reforma substancial promoveu a democratização econômica, social e cultural do país. Ao contrário, desde então o poder do sistema bancário e financeiro só aumentou, da mesma forma que o poder sobre a terra, o mesmo ocorrendo com o monopólio privado da mídia. (Recordemos que o Ministro das Comunicações do primeiro presidente civil foi ACM que consolidou a repartição do sistema de comunicações).
Estes são dois dos principais nós que obstaculizam a construção de uma democracia com alma social no Brasil: romper a hegemonia do capital financeiro e o monopólio privado da mídia.
As mais altas taxas de juros reais do mundo, a autonomia do Banco Central, são expressões dessa hegemonia, que é uma trava para um crescimento maior da economia, para um processo muito mais extenso e profundo de distribuição de renda, para a disponibilização de muitos mais recursos para os investimentos públicos e para as políticas sociais.
A mesma política neoliberal que provocou a crise econômica atual no mundo, levou, no Brasil, com o governo FHC, à quebra da nossa economia três vezes. A desregulamentação liberou o capital para buscar os maiores rendimentos, com menor – ou nenhuma tributação – e maior liquidez. Se deu um gigantesco processo de transferência de capitais para o setor financeiro e, mais diretamente, para a especulação, promovendo a financeirização do Estado e da economia.
Os diagnósticos consensuais sobre as causas da crise internacional fortalecem ainda mais a necessidade de quebrar essa hegemonia do capital financeiro. O que só pode ser conseguido terminando com a impunidade da sua livre circulação, induzindo investimentos produtivos e desincentivando a especulação. Tendo uma orientação clara de diminuição sistemática da taxa de juros – que remunera justamente o capital especulativo -, para o que é necessário terminar com a independência de fato do Banco Central, subordinando- o a uma direção econômica única e centralizada do governo.
Sem quebrar esse poder do capital financeiro, o Brasil não poderá dar continuidade ao ciclo expansivo da economia, agora com um contexto internacional desfavorável. Esse ciclo contou com um grande esforço de investimento por parte do Estado, com a diversificação do comércio exterior, com a extensão e aprofundamento do mercado interno de consumo de massas. Tudo isso apesar da taxa de juros mais alta do mundo, apesar do capital financeiro. Um luxo que o país não pode seguir tendo.
Da mesma forma, a quebra do monopólio privado da mídia, que fabrica uma opinião publica restrita, condicionada fortemente pelos laços da publicidade que financiam a mídia. A grande massa majoritária da população brasileira já demonstrou que pensa de forma totalmente contrária ao que a mídia afirma, no entanto não encontra espaços próprios para desenvolver e difundir suas opiniões.
Qualquer que seja a avaliação que se tenha do governo Lula, esses dois nós restam como obstáculos ao avanço econômico, social, político e cultural do Brasil na direção de uma sociedade justa, democrática, solidária, humanista.
(*) Artigo publicado na Agência Carta Maior, em 17/11/2008.